10 opiniões: Novela Bell/Steelers, futuro nebuloso de Carr e Dez Bryant nos Saints

A coluna 10 opiniões é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL. Postada toda quarta-feira com Henrique Bulio, inclusive durante a temporada regular da NFL e uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.

Antes de mais nada, não se desesperem, fãs e admiradores do nosso Henrique Bulio. Substituo nosso amado apenas nesta semana atarefada para meu companheira de redação, mas na Semana 11 ele estará de volta.

1. Tanto Le’Veon Bell quanto o Pittsburgh Steelers saem vencedores da grande novela da temporada.

Em primeiro lugar, o time da Pennsylvania deixou de pagar um caminhão de dinheiro para o running back que impressiona a NFL há anos com visão e paciência para explorar os espaços no campo.

general manager Kevin Colbert e a comissão técnica sabiam que podiam apostar em James Conner como o rosto desse backfield sem comprometer uma grande parcela do teto salarial para o (ex?) camisa 26.

Após a Semana 9, Conner é o segundo running back em jardas terrestres, com 706, atrás apenas de Todd Gurley (868). Em 2018, o camisa 30 tem conseguido 3.03 jardas após o contato e forçado 0.23 tackles errados por tentativa. Bell, entre 2015 e 2017, teve 2.88 jardas após contato e forçou 0.16 tackles errados a cada tentativa terrestre. Em 2017, após oito jogos, Bell tinha 927 jardas totais, média de 122 jardas por jogo e 5 touchdowns; Conner, em 2018, tem 1.085 jardas totais, 136 jardas por jogo em média e 10 touchdowns.

Estatisticamente e ao olho nu, James Conner está dando ao Pittsburgh Steelers todas as explicações sobre o não-oferecimento de um contrato para Le’Veon Bell.

E como Bell é um vencedor nessa história?

Pois bem; em 2019, o produto de Michigan State se tornará um dos nomes mais quentes da free agency, com pernas descansadas e 27 anos recém-feitos. Um time certamente se disporá a pagar um montante alto para contar com seus talentos, e Le’Veon Bell terá o valor que buscou em Pittsburgh em outra cidade.

Bom para os dois times, que seguem seus rumos com a cabeça tranquila em relação às próprias opções.

2. Pode ser um assunto um pouco fora de campo, mas as comemorações homenageando estrelas de outrora são fundamentais.

Depois de um 2016 que justificava a alcunha de No Fun League para a NFL no que dizia respeito às comemorações, em 2017 tivemos um ressurgimento das celebrações de touchdown — o “pato pato ganso” do Minnesota Vikings, a irreverência millennial de JuJu Smith-Schuster, entre tantos outros.

Nessa última semana da temporada regular de 2018, vimos duas homenagens em comemorações. Michael Thomas puxou o celular de um dos goal posts e reviveu a memória de Joe Horn, que originou o ato em 2003; Kevin Byard, em Dallas, comemorou na estrela do meio do campo tal como Terrell Owens fizera em 2000.

As comemorações em si fazem parte do entretenimento; as homenagens fazem com que a memória do esporte se consolide para o torcedor brasileiro.  Afinal, o futebol americano ainda é um evento recente aqui no nosso país. Há dez anos, era extremamente difícil imaginar o tamanho que o esporte alcançaria e a quantidade de transmissões na televisão, ou que a Vivo faria um acordo com a NFL por um GamePass acessível.

Ao homenagear Horn e Owens, os jogadores fazem com que o torcedor brasileiro visite esses nomes que marcaram época antes da primavera da NFL em terras tupiniquins — e isso é de grande valor para os que amam o futebol americano.

Agora, quero ver se alguém terá coragem de fazer o que Randy Moss fez em Lambeau.

3. O futuro de Derek Carr em Oakland é nebuloso. Mais do que partidas abaixo da crítica, a grande questão é: o quanto você estaria disposto a sacrificar anos da sua carreira num projeto claro de reconstrução?

O prazo de trocas já se encerrou, mas o ano novo bate à porta. Jon Gruden, que insiste que estão construindo um time vencedor, provavelmente visualiza esse elenco com a franquia já em Vegas — o que implica, necessariamente, em um 2019 de (mais) frustrações.

Se você é um quarterback de braço forte, que lança a bola em profundidade (mais de 20 jardas) apenas em 11,4% dos passes (pior marca da NFL), além de afunilar seu ataque às flats, não seria difícil não se sentir amarrado?

Depois de serem amassados por Nick Mullens e companhia, ficou (ainda mais) evidente que a cabeça está no futuro. Para Jon Gruden, não há problema. São 10 anos de contrato e uma razoável calma para criar a própria cultura sob o preto e prata.

Para Derek Carr, a janela é menor. Veremos o que acontece com o camisa 4 finda a temporada.

Derek Carr é inconsistente, mas não é o maior dos problemas de Oakland

4. Cam Newton e o Carolina Panthers são um dos ataques mais gostosos de assistir na NFL. Norv Turner foi criticado por muitos quando contratado — inclusive por esse que vos fala –, justamente por sua contratação sugerir um ataque mais antigo, com dropbacks de sete passos e rotas fundas com um elenco ofensivo que não se encaixaria nesses moldes.

Só que Norv Turner deu uma infusão de inovação nesse grupo. Cam Newton não tem sido forçado a passar em janelas apertadas; ele tem feito passes aproveitando o espaço criado pelos seus skill players; a juventude dos últimos dois drafts tem sido explorada por Tuner e Newton com McCaffrey em excelente fase, Curtis Samuel fazendo uma jogada incrível num double reverse e D.J. Moore tendo tentativas terrestres na Semana 8, para citar alguns.

O Thursday Night Football será uma ótima vitrine para os que gostam de ataques no futebol americano. Sugiro que você, como eu, pegue um balde de pipoca e divirta-se com o ataque dos Panthers tal como Cam Newton está se divertindo dentro de campo.

5. 2017 ataca novamente para o Washington Redskins. As lesões de linha ofensiva, que comprometeram a derradeira temporada de Kirk Cousins na capital dos Estados Unidos, atacam novamente uma campanha que prometia no mínimo brigar pela pós-temporada em 2018.

Com as lesões de Brandon Scherff, Shawn Lauvao, Morgan Moses e Trent Williams, a âncora dessa unidade ofensiva começa a se desmanchar. Por mais que Ty Nsekhe seja um ótimo suplente, a ausência de tantos nomes vai cobrar a conta para esta unidade ofensiva.

Pode ser que o time brigue até o final, mas é difícil apostar contra o Philadelphia Eagles crescendo em produção numa NFC East com Dallas Cowboys e New York Giants.




6. Não acredito que o possível acordo entre Dez Bryant e New Orleans Saints se tornará um Adrian Peterson: Parte 2.

Em primeiro lugar, a posição de Bryant importa. Por ser wide receiver, há mais deles em campo do que running backs — três, para ser mais exato, na maioria das jogadas. Por isso, ele não vai tirar volume de Michael Thomas, ao contrário do que acontecia com Mark Ingram e Alvin Kamara.

Além disso, há uma discricionariedade por parte de Drew Brees; caso Bryant não esteja minimamente aberto, ele seguirá com a progressão da leitura.

Dez Bryant foi um grande wide receiver com um quarterback preciso, e agora possivelmente terá um dos mais precisos da história à disposição. A expectativa é que aconteça uma divisão maior de coberturas duplas caso Bryant vista o preto e dourado, deixando Michael Thomas mais livre em certas oportunidades — algo similar ao que Demaryius Thomas pode proporcionar a DeAndre Hopkins em Houston.

Sobre o fato vestiário: o New Orleans Saints não é uma franquia disfuncional a ponto da mera presença de Dez Bryant ameaçar o clima em meia temporada. Sean Payton tem controle do vestiário, e Drew Brees um respeito imensurável.

E, se Dez Bryant de alguma forma ameaçar essa estabilidade, os Saints não perdem nada em cortá-lo, tal como o fizeram com Adrian Peterson, o trocando para Arizona.

Mais NFL: 
Veterano de 31 anos, Bruce Irvin assina com os Falcons
Aikman não acredita mais no atual Cowboys: “Precisa de uma reformulação completa”
Assinou contrato de um ano: Dez Bryant nos Saints pode render?
4 Descidas: Jerry Jones precisa se demitir como general manager dos Cowboys
Podcast Ep 111: MVBrees, Rodgers podado por McCarthy e o recap da Semana 9
Uniformes dos 32 times da NFL disponíveis no Fortnite

7. Um jogo que não pode passar despercebido na Semana 10 é o duelo divisional da AFC South entre Jacksonville Jaguars e Indianapolis Colts.

As ramificações desse duelo podem mudar drasticamente o cenário da divisão. Os Jaguars, em crise por terem atingido um plateau (bem baixo, diga-se de passagem) ofensivo, em nada tem remetido a defesa que nos acostumamos a ver em 2017.

Os Colts, por sua vez, tem mostrado que Andrew Luck está bem recuperado. O camisa 12 está no ritmo para 684 tentativas aéreas, 4.374 jardas e 46 touchdowns, nos remetendo ao Luck pré-lesão no ombro. A defesa dos Colts, por sua vez, também tem feito um trabalho estável, com destaque para Darius Leonard, linebacker calouro (e meu querido para o prêmio de calouro defensivo do ano, porque tenho um fraco por linebackers).

Com o time de Indiana em ascensão enfrentando os Jaguars em um momento de incerteza, o vencedor do duelo entre duas franquias 3-5 começa a mirar os Texans (6-3) e Titans (4-4).

8. Kareem Hunt tem sido instrumental na sustentação do volume de Patrick Mahomes. quarterback, um dos favoritos ao prêmio de MVP da temporada, está no ritmo para 52 touchdowns, 12 interceptações e 5.157 jardas aéreas. Kareem Hunt tem sido essencial no auxílio ao camisa 15.

Basta ver o primeiro touchdown de Hunt contra o Cleveland Browns: um screen recebido de Mahomes que é conduzido por mais de 50 jardas até o touchdown. São 8 touchdowns nas últimas quatro semanas, contra 7 de Todd Gurley. Esse é o nível que Hunt vem jogando.

O time do Kansas City Chiefs é uma dádiva ofensiva. Aproveitemos.



9. Marcus Peters não é (e nunca foi) o tipo de cornerback que vai isolar um recebedor durante uma partida.

É notável com o time sente falta de Aqib Talib; com o ex-Bronco em campo, Peters tinha a faculdade de se posicionar afastado da linha de scrimmage, ler o quarterback e atacar rotas, buscando interceptações e turnovers cruciais.

Sem Talib, Peters precisa jogar press. E ele vem sendo queimado constantemente.

Como ele não vem conquistando os turnovers, ele se torna um problema em campo que os ataques conseguem explorar – vimos o que Michael Thomas fez no último domingo.  Para uma equipe tão sólida dos dois lados da bola, é uma preocupação.

Pelo menos Marcus Peters admitiu que não esteve bem nas últimas semanas e vai melhorar. Bom sinal!

10. Mitchell Trubisky tem melhorado, sabia? Claro que a falta de experiência quando chegou do college ia cobrar seu preço — o camisa 10 do Chicago Bears tinha visto nos tempos de faculdade pouquíssimas oportunidades como titular.

As dores de crescimento tem acontecido; vimos as oscilações entre grandes jogadas e decisões inexplicáveis em partidas contra o Miami Dolphins e New England Patriots. Só que o trabalho de Matt Nagy em desenvolver o jovem signal caller tem se mostrado excelente; Trubisky demonstrou ótima capacidade de leitura pré-snaptiming na partida contra o Buffalo Bills.  Prognóstico animador para quem torce para o Chicago Bears; só dar tempo ao tempo.

Comentários? Feedback? Me procure no Twitter em @MiceliFF e siga também nosso amado site, @profootballbr! 

Exclusivo de nossos assinantes – assine agora e aproveite 7 dias de teste grátis

🔒 Fantasy, Semana 10: Quem adicionar na reta final da sua temporada
🔒 Mariota e o ataque enfim produzem o esperado e os Titans voltam à briga pela AFC South
🔒 Vai ser (muito) difícil parar o New Orleans Saints se jogarem em casa durante os playoffs
🔒 Mike McCarthy, Aaron Rodgers e a crise do ataque dos Packers

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds