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10 opiniões: Novo dono dos Panthers, OTAs e a hipocrisia de John Elway

1- Vou começar a coluna de hoje com um relato um pouco mais pessoal.

Escrever sobre futebol americano é uma espécie de terapia para mim – afinal, é o que eu chamo de trabalho. Quando as coisas estão ruins, não há nada melhor para me distrair dos problemas do que focar numa das coisas que eu mais gosto de fazer, que é aprender sobre o esporte.

Por isso, a saída de Peter King da Sports Illustrated depois de 29 anos na empresa – e, mais especificamente, cinco como líder do Monday Morning Quarterback – é o fim de uma era bastante importante para o jornalismo com relação à bola oval. King inspirou, no mínimo, duas gerações inteiras com sua coluna semanal publicada ao fim de toda segunda-feira – inclusive este que vos fala. O MMQB, como site, vai continuar existindo e, agora na NBC Sports, também continuará a coluna do jornalista. Mas sabemos que não será a mesma coisa.

2. O período dos OTAs chegou, e a ausência da estrela do seu time não é importante. Todo ano a mesma história: a estrela de algum time não vai participar das atividades não-obrigatórias do time e, com poucos – ou nenhum – assuntos interessantes relacionados a NFL nessa parte do ano, a imprensa vende tais ausências como algo relevante. No ano passado, Fletcher Cox atraiu tais manchetes – e os Eagles ganharam o Super Bowl com uma grande temporada dele. O escolhido desse ano parece ser Tom Brady, que não deve estar presente nos OTAs do New England Patriots. Ao torcedor do time – ou de qualquer outro cuja ausência de algum jogador importante tenha sido noticiada -, fique tranquilo: o desempenho deles não será alterado por uma simples ausência.

3. A história de Matt Patricia chegou ao fim, ao que parece. A NFL anunciou nessa segunda-feira que não vai abrir qualquer processo disciplinar contra Patricia – acusado de abuso sexual em 1996 cujo caso só foi descoberto pela imprensa recentemente – ou o Detroit Lions, depois de realizarem uma investigação sobre o caso e a entrevista do treinador e não encontrarem nenhuma evidência de negligência por ambas as partes. Bom para todos, se o treinador não tiver mesmo feito nada.

4. John Elway é um hipócrita. Soa forte, não é? Pois bem, na última semana Elway depôs no caso de Colin Kaepernick contra a liga em relação a um suposto complô para deixar o quarterback fora da liga por seu ativismo no hino nacional. O principal comandante dos Broncos admitiu o interesse de Denver no jogador (presumivelmente, em 2016), mas também ressaltou que “isso não pode interferir no nosso principal objetivo, que é ser campeão do mundo”.

Lendo isso e apelando para a minha memória – que atende pelo nome de Google -, nos últimos 2 anos, descobri que Trevor Siemian foi titular em 24 jogos, Brock Osweiler em 4 e Paxton Lynch em 4. Eu tenho absoluta certeza de que isso interferiu no principal objetivo muito mais do que qualquer ajoelhada no hino americano faria.

E sim, eu sei que em 2016 os 49ers ainda detinham os direitos de Colin Kaepernick. Há dois anos atrás, já era clara a vontade da separação entre franquia e jogador. Não teria sido muito difícil de realizar.




5. Os Panthers terão um novo dono nessa semana. A briga de Trump com a NFL ficará… Interessante, no mínimo. David Tepper, dono minoritário do Pittsburgh Steelers, vai assumir o comando do Carolina Panthers depois das gravíssimas acusações de assédio no trabalho por parte de Jerry Richardson, que forçaram o bilionário de Charlotte a colocar o time a venda. Tepper tem sido um grande crítico de Donald Trump desde que este assumiu a presidência americana, e Trump não tem tido problemas em ser vocal contra a liga não-punindo jogadores que se ajoelham no hino nacional. Isso pode ficar bem interessante.

6. Se você não está no Bonde dos Chargers em 2018, não é muito tarde. Na quarta-feira, fiquei sem energia elétrica e aproveitei para responder várias perguntas no Twitter. Ali, citei que o principal oponente dos Patriots na AFC não seria os Steelers ou os Jaguars, mas sim os Chargers. O time tem um quarterback bastante acima da média, uma alta quantidade de bons jogadores ofensivos e a jovem defesa melhora a cada temporada. Por que não sonhar?

7. Eu ficaria bem chocado se os Eagles aceitassem o convite para visitar a Casa Branca. Philadelphia é um dos times que mais possuem jogadores que se destacam por seu ativismo fora dos campos – Malcolm Jenkins é o principal líder de um grupo que ainda inclui Chris Long, Rodney McLeod e, no elenco campeão do Super Bowl, Torrey Smith. O time possui membros que foram bastante críticos das políticas do presidente americano Donald Trump desde que assumiu o cargo; os Eagles possuem uma visita agendada para Washington, D.C. e acredita-se que visitarão a Casa Branca no início do mês que vem. Seria um pouco estranho ver tantos críticos de Trump ao lado dele.

8. Amei a escolha dos Browns para a próxima edição do Hard Knocks. O time adentra em 2018 o ano decisivo de sua total reconstrução por analíticas – sem o principal nome desse projeto, é bem verdade. Cleveland venceu apenas uma partida nas últimas duas temporadas e possui uma estrela de personalidade bastante notável em Baker Mayfield. O Hard Knocks é o melhor show envolvendo equipes de NFL que existe; não havia opção melhor em 2018.




9. Pensamento semanal sobre o College Football: Purdue pode obter seu melhor quarterback desde Drew Brees. Com todo o frenezi pela chegada do recruta Trevor Lawrence em Clemson, o 5-star Hunter Johnson anunciou ontem que vai se transferir da universidade – reporta-se que Purdue, universidade próxima de sua cidade natal, é o principal desejo do jogador. Eu não tenho ideia do potencial de Lawrence, mas em ação limitada na temporada passada, Johnson foi muito bem.

10. Pensamento semanal não-relacionado ao futebol americano: Eu não sei nada de hockey, mas eu com certeza torcerei pelos Golden Knights na Stanley Cup. O time de Vegas chegou a final da NHL já em sua primeira temporada na história, na condição de franquia de expansão. O número 58 do time já está aposentado em honra as 58 vítimas fatais do Massacre de Las Vegas no ano passado. É impossível – sim, impossível – um time de expansão chegar ao Super Bowl, ao NBA Finals ou a World Series. Na Stanley Cup, é tão inacreditável quanto. Créditos ao time de Vegas por conseguirem e espero que completem da forma ideal essa temporada maravilhosa.

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