10 Opiniões: Patrick Peterson em Kansas City, e o porquê de eu crer nos Chargers na AFC.

[dropcap size=big]A[/dropcap] coluna 10 opiniões é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.

Postada toda quarta-feira com Henrique Bulio, inclusive durante a temporada regular da NFL e uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.


  1. Eu sei que essa é uma escolha não tão popular, mas eu estou cada vez mais confiante na minha escolha de um duelo dentre os dois times de Los Angeles em Atlanta, em fevereiro, no Super Bowl LIII. Que os Rams são o melhor time da NFL – e, consequentemente, também da NFC – não há dúvida alguma mais. O time é consistente dos dois lados da bola, mas faz mágica no ataque com Goff, Gurley, McVay e Cia. Você já deve estar cansado de saber disso, então vou focar na escolha impopular.

Os Chargers, que estão com 5-2 nesse exato momento, sofreram essas derrotas para Chiefs e Rams – os dois times de futebol mais vistoso na primeira metade da temporada. Não há mais possibilidade de um clássico de Los Angeles se não no Super Bowl por serem de conferências diferentes, mas Chargers e Chiefs ainda se enfrentarão ao menos uma vez mais na AFC West. Kansas City provavelmente chegará a essa partida na condição de favorito, o que é natural.

Mas vamos ao famoso #SomeChargersShit – a hashtag que representa o evento de má-sorte que TODO ANO afeta a franquia. Em 2018, o time não tem o talentosíssimo Jason Verrett, não tem o talentosíssimo Hunter Henry e, até o momento, não contaram com sua estrela defensiva Joey Bosa, que deve voltar após a bye week. Mesmo em condições bastante adversas, a equipe tem sido bastante produtiva esse ano e só perdeu jogos para times também muito, muito, muito talentosos.

Eu sei que os Chiefs são poderosíssimos no ataque. Mas eu torço para os Eagles, e eu sei bem o que é Andy Reid comandando um time e administrando o relógio num jogo de playoff. As derrotas de 2013 e 2017 foram extremamente doloridas e de modos inexplicáveis. Eu não acho que a defesa de Kansas City é boa o suficiente para segurar a barra na pós-temporada, mesmo com o ataque voando desse jeito. E eu não ficaria surpreso com a inexperiência de Patrick Mahomes pesando. Então eu estou escolhendo Los Angeles.

E antes que venha uma chuva de ofensas no Twitter (elas virão): eu não acho que os Patriots sejam melhores que os Chargers nesse momento. É a minha opinião. Simples assim. Você pode achar que são. É a sua opinião. Simples assim. Poder discordar da opinião do outro é um direito importante que a democracia nos fornece.

2. Os Chiefs querem me provar errado? Aqui vai uma sugestão: paguem o preço que seja necessário por Patrick Peterson até a trade deadline. Kansas City é um contender óbvio com esse ataque, mas que não tem perspectivas favoráveis a ganhar tudo com essa defesa.

Sabendo que Patrick Peterson desesperadamente quer sair de Arizona – embora não haja nenhum sinal de que os Cardinals estão dispostos a trocá-lo -, e levando em consideração que os Chiefs trocaram seu cornerback estrela ao longo da inter temporada (Marcus Peters para os Rams por uma escolha de segunda rodada), não faria mal se a equipe propusesse uma troca por Peterson, que está no auge de sua carreira e não vê futuro num Arizona Cardinals em reconstrução. Uma escolha de segunda rodada seria um preço justo – e Kansas City tem duas dessas.

3. Mesmo que estivessem sonhando com Patrick Peterson, a decisão dos Saints de trocarem por Eli Apple é boa. Ele não tem correspondido às expectativas que lhe renderam a décima escolha geral do Draft de 2016, mas há de se olhar a figura maior ao invés de julgá-lo instantaneamente como um bust.

Apple teve uma temporada de calouro decente e, em 2017, seu nível caiu, além dos intensamente reportados problemas de vestiário e sua falta de maturidade. Os Saints precisavam de ajuda na posição de cornerback, e uma escolha de quarta rodada por um jogador jovem com bastante potencial é um preço barato, mesmo sabendo que ele tem problemas de maturidade. É uma aposta válida, ao menos.

4. A era Hue Jackson precisa chegar ao fim. Os Browns claramente estão sendo limitados por seu treinador. Cleveland é um time com talento muito superior ao que o record de 2-4-1 mostra atualmente, ponto. E, com um novo general manager, um novo quarterback e uma mudança radical na cultura da franquia que está sendo gradativamente implementada ao longo de 2018, não existe razão alguma para manter o treinador que é a personificação do fracasso.

Eu tenho tentado manter um pouco de simpatia por Hue nessa temporada, especialmente pelo lado pessoal que vimos do técnico nos Hard Knocks. A verdade é que, com 3-35-1, com declarações que botam seus jogadores e staff na fogueira, e com um modo de gerência cada vez mais questionável, eu não consigo ver motivo nenhum para Jackson ainda estar no cargo. Reportadamente, John Dorsey não está nada satisfeito com a equipe atualmente, e mudanças podem estar a caminho. É melhor que venham logo.

5. Para um time supostamente contender, Philadelphia cede muitas 4th-and-long. O que poderia ser um 5-2 é um 3-4 bastante decepcionante para os Eagles. A derrota na semana 4, quando o time liderava por 14 pontos no terceiro quarto e cedeu a virada na prorrogação, doeu especialmente pelos Titans terem convertidos três fourth downs no drive da vitória – um deles, uma 4th & 15.

Se essa derrota não parecia ter sido ruim o suficiente, os Eagles permitiram aos Panthers uma incrível virada de 17 pontos no último quarto, depois de terem dominado a partida inteira por 3/4. No drive final de Carolina, Newton chegou a lançar três passes incompletos de forma consecutiva, até converter uma 4th & 10 no meio do campo que, se defendida, praticamente selaria a vitória de Philadelphia. São apenas duas jogadas, mas que fazem uma diferença imensa na situação atual dos atuais campeões dentro da NFC East: o time está a 1.5 jogos atrás de Washington.

6. A classe de Draft dos Lions está parecendo maravilhosa nesse momento. As duas primeiras escolhas tem atuado em níveis que beiram o absurdo: depois de um início conturbado – especialmente na proteção para o passe -, Frank Ragnow já se estabeleceu como um iOL de alto nível, especialmente abrindo espaços no jogo corrido; já Kerryon Johnson tem atuado como o corredor de elite que Detroit não chegou nem perto de ter nos últimos anos: ele quebrou o tabu de 70 jogos sem um running back da equipe alcançar as 100 jardas numa só partida, e repetiu a marca no último domingo contra os Dolphins. A equipe vem crescendo bastante de produção depois do péssimo início de Matt Patricia em sua sideline.

7. O preço de Amari Cooper pode parecer caro a primeira vista, porém, os dois times podem ter se dado bem nessa troca. Os Raiders conseguiram uma escolha de primeira rodada por um jogador que não vinha atuando em seu melhor nível há mais de uma temporada, então, é naturalmente uma troca boa para Oakland.

O ponto central que tem sido perdido nas análises é que os Cowboys também podem ter se dado muito bem com o acordo. Cooper é ainda bastante jovem (24 anos) e, mesmo que não esteja jogando no seu melhor nível atualmente, ele tem tempo e potencial para atingí-lo novamente. Ademais, a necessidade de Dallas por um wide receiver era muito grande, e Amari chega para ser instantaneamente o principal alvo de Dak Prescott.

O acordo faz a equipe do Texas se tornar um contender? Bom, ainda não. Entretanto, se você acha que seria melhor gastar essa escolha de primeira rodada num recebedor do Draft de 2019, veja bem a lista de jogadores dessa posição selecionados na primeira noite nos últimos quatro anos.

É notório que o número de jogadores sem muito sucesso na liga é maior do que aqueles que de fato justificaram suas escolhas. Os Cowboys sabem o que Cooper vai apresentar. Por isso, dou o benefício da dúvida à Jerry Jones – coisas que nunca pensei que escreveria nessa coluna.

8. O Sunday Night Football é o jogo para os Vikings provarem que estão na briga pela NFC nessa temporada. Após um início de ano bastante turbulento – o qual atribuo a dois acontecimentos extra-campo -, o time tem agora uma boa sequência de três vitórias consecutivas e lidera a NFC North. As boas notícias não param por aí: Everson Griffen, a estrela que estava afastada por problemas relacionados à sua saúde mental, voltará a participar das atividades no time justamente nessa quarta-feira.

Os dois melhores times da conferência são atualmente Rams e Saints. Os Vikings, um dos favoritos na carnificina que é a NFC em 2018, recebem o segundo no jogo de domingo a noite, no primeiro encontro dos times desde o incrível Divisional Round onde Minnesota venceu com um touchdown no estouro do cronômetro. É um jogo importante para afirmarem sua condição de postulantes ao título da conferência nacional e provarem que, apesar do início lento, o time não está tão abaixo dos principais favoritos.

9. Outros dois jogos importantes e subestimados da rodada: Dolphins @ Texans na quinta-feira e Seahawks @ Lions no domingo. No primeiro exemplo, Miami tenta desesperadamente retomar o bom momento do início da temporada – apenas um triunfo nas quatro últimas partidas e, nesse momento, estariam fora da pós-temporada; já Houston venceu seus últimos quatro jogos depois de começar 2018 com três reveses consecutivos, e atualmente lideram a AFC South. Não é um jogo que parece sexy, mas tem muitas implicações na briga pelos playoffs.

Na outra conferência, o jogo dentre Seattle e Detroit pode ter implicações fortíssimas no critério de desempate na briga pelo wild card no fim do ano. Ambos os times estão 3-3 no momento, atrás do sexto colocado Green Bay que tem 3-2-1. Em situações quase que semelhantes, perder o confronto de domingo distancia muito o time dos playoffs – jogando na divisão do invicto Los Angeles Rams, os Seahawks não irão a pós-temporada se não pelo wild card.

10. Sessão semanal de prêmios, semana 6

Melhor jogada da semana: Vencendo o rival Dallas por 13 a 10 no último quarto da partida, Washington tinha de defender uma 3rd & 14 na linha de 10 jardas. O time chamou uma stunt do lado direito da linha e, com uma late blitz, Ryan Kerrigan conseguiu o strip sack em Dak Prescott; a bola foi recuperada por Preston Smith dentro da end zone. Washington ampliou a vantagem no placar e venceu por 20 a 17.

Pior jogada da semana: Os Ravens receberam a bola na linha de 19 jardas restando 2:03 no cronômetro e perdendo por 24 a 17. Joe Flacco liderou um excelente drive que terminou em touchdown e então o impensável aconteceu: Justin Tucker, o melhor kicker da liga e que nunca havia errado um extra point em toda sua carreira, desperdiçou o chute que empataria o jogo e o levaria para a prorrogação. Os Saints venceram então por 24 a 23.

Jogada subestimada da semana: Perdendo por 17 a 0 no último quarto em Philadelphia, Carolina tinha a bola na linha de 14 jardas do campo de ataque, embora uma virada já parecesse impossível no placar. O time chamou um reverse para o ágil, rápido e (muitas vezes) subutilizado Curtis Samuel, que não teve dificuldades em chegar a end zone por conta do ótimo desenho da jogada e dos bloqueios a sua frente. Foi o primeiro dos três touchdowns dos Panthers no último quarto contra os Eagles; eles venceriam a partida por 21 a 17.

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