Gameday: Capital One Orange Bowl, #4 Oklahoma vs #1 Clemson

É finalmente chegada a hora: o Capital One Orange Bowl é uma das semifinais neste ano na segunda edição do College Football Playoff. Em campo, uma equipe veterana no Orange Bowl e outra que vira e mexe “representa” a ACC no jogo. Promessa de Sun Life Stadium lotado, afinal de contas, vale vaga na final. Vale destacar, a princípio, que são duas equipes campeãs de Conferência – Clemson passou aperto mas seguiu invicta contra North Carolina; Oklahoma venceu uma conferência que não tem final – mas não foi fácil. Aliás, um destaque interessante: o Orange Bowl deste ano é uma oportunidade de revanche para Bob Stoops (técnico de Oklahoma), dado que a equipe perdeu para Clemson por 40-6 no Russell Athletic Bowl do ano passado. Dito isso, vamos à história de cada uma das equipes nesta temporada.

📝 O que? #4 Oklahoma Sooners vs. #1 Clemson Tigers
🌎 Onde? Sun Life Stadium – Miami Gardens, FL
🕛 Quando? 19h00 (horário de Brasília)
📺 Onde assistir?  ESPN | Watch ESPN

Cenário

Apenas uma derrota na temporada, mas justamente para o maior rival e dentro da conferência, o que poderia ter complicado a vida dos Sooners. Na Red River Rivalry, Semana 5, o improvável aconteceu: Texas dominou Oklahoma nas trincheiras e fez a vida de Baker Mayfield um verdadeiro inferno. Com efeito, as big plays não aconteceram como de costume e Oklahoma sucumbiu. Mas em compensação, o resto da temporada foi ótimo, com a vitória contra Baylor sendo o ponto alto do ano, praticamente garantindo o título da Big 12 – 44-34, fora de casa. Outro destaque positivo são os massacres contra as fracas defesas de sua conferência; 55-0 contra Kansas State logo após a derrota contra Texas, 63-27 contra Texas Tech e 62-7 contra Kansas.

Clemson não tem derrotas em seu currículo, são 12 jogos e 12 vitórias. Assim, difícil apontar momentos ruins em sua temporada. Talvez o início do ano – em que sua defesa lhe ajudou bastante – seja o que, de fato, preocupe o torcedor na memória. No primeiro jogo fora de casa, a equipe passou um perrengue e tanto contra Louisville: no último quarto a vantagem se manteve em três pontos – a sorte foi que os Cardinals erraram um field goal do empate (38 yds num legítimo #CollegeKickers). Em compensação, o resto da temporada foi um mar de rosas no calendário dentro da ACC. Fora dele, o principal destaque positivo é a partida contra Notre Dame – é aí que entra a questão de que a defesa foi a unidade que carregou os Tigers na temporada (e não só o ataque). Naquele jogo, DeShone Kizer (quarterback de Notre Dame) sofreu um tackle providencial de Carlos Watkins em conversão de dois pontos – que, mal-sucedida, selou a vitória de Clemson por 24-22.

Veja também: Editorial – A Bowl Season como você nunca viu

Por que Oklahoma pode vencer

Programa que mais foi ao Orange Bowl, Oklahoma deve estar bastante motivada para finalmente disputar o campeonato nacional novamente – a última vez foi em 2008, vale lembrar. Existe, em Norman, um sentimento parecido com aquele que Ohio State teve no ano passado: entrar “no final” dentro dos rankings sem muita gente lhe dar moral.

Os Sooners têm como principal trunfo ofensivo a própria essência de seu ataque, a up-tempo offense. Clemson teve alguns problemas neste ano com ataques que vão rapidamente para a linha de scrimmage, notoriamente North Carolina na final da ACC. No lado defensivo da bola, por mais que as secundárias da Big 12 sejam dignas de riso ao longo do ano, a de Oklahoma pode fazer um bom trabalho hoje. O segredo é deixar o jogo aéreo unidimensional ao tight end Jordan Leggett (Clemson) e limitar o resto – sobretudo porque o recebedor de Clemson, Deon Cain, está suspenso do jogo e era o principal destaque dos Tigers “esticando o campo”. Por fim, a eventual vitória dos Sooners passa pelas mãos do quarterback Baker Mayfield: seu poder de passar em profundidade pode ser essencial aqui – nesta temporada, são seis touchdowns e nenhuma interceptação nos passes para pelo menos 25 jardas.

Por que Clemson pode ganhar

Como um time que não perdeu nenhuma partida na temporada pode se manter invicto rumo à final no dia 11 de janeiro? A resposta na ponta de sua língua pode fazer referência a DeShaun Watson e ao ataque de Clemson, certo? Afinal, ele ficou em terceiro lugar na disputa do Heisman Trophy… Engana-se quem pensa assim, O principal duelo desta partida deve ser da linha ofensiva de Oklahoma contra a linha defensiva de Clemson.

Shaq Lawson (já falaremos dele adiante na seção do Draft) já deixou bem claro nas entrevistas qual será o plano de jogo: bater forte e bater sempre. O que Lawson deu a entender é que os Sooners não enfrentaram defesas muito agressivas e capazes de pressionar Mayfield – o que não deixa de ser verdade, dado o amplo tempo que Baker teve no pocket nas partidas intra-conferência contra as pedestres defesas da Big 12. E a coisa complica na medida em que o front seven de Clemson é um dos melhores da FBS – e que Oklahoma, mesmo contra adversários defensivamente mais fracos, sofreu 36 sacks nesta temporada.

Os Tigers têm em seu elenco diversos jogadores talentosos no setor. Lawson, All-American, é o destaque de uma unidade com 38 sacks forçados nesta temporada (sexta melhor marca do país) e 108 tackles para perda de jardas. Considerando, também, que a linha ofensiva de Oklahoma precisa abrir perimetrais para Samaje Perine conseguir cadenciar o ataque dos Sooners – porque se ele ficar unidimensional, é dropback de Mayfield com pressão toda hora – o duelo pende bastante para Clemson. Vale destacar que a linha de Oklahoma é inexperiente e tem dois offensive tackles calouros: Orlando Brown e Dru Samia. Por conseguinte, a tendência é que haja bastante edge rush em cima de Mayfield.

Agora para terminar, falemos um pouco de Watson, eixo motor da unidade ofensiva sem sombra de dúvidas. Ameaça dupla, ele teve pontos altos pelo ar e também pelo chão neste ano. Por exemplo, contra Boston College foram 420 jardas aéreas; contra South Carolina, 114 jardas terrestres. Seu principal aliado na partida deve ser o tight end Jordan Leggett. Sem medo de errar, é possível dizer que Oklahoma não enfrentou nenhum duelo contra um tight end recebedor do nível de Leggett nesta temporada – e dada a ausência de Deon Cain do jogo e a bela partida que Jordan fez contra Florida State, olho nele na red zone.

Jogadores que estarão no próximo Draft

Sem qualquer desrespeito à Oklahoma, mas dificilmente devemos ter algum jogador dos Sooners escolhido nas três primeiras rodadas do Draft de 2016. Se possível, poderíamos falar de dois jogadores que podem aparecer no final do recrutamento – Eric Strikeredge, senior, e Zack Sanchez, cornerback, redshirt junior que ainda não se declarou para o Draft. Por questões de tamanho do texto, que já está enorme, focaremos nos três principais destaques defensivos de Clemson – fora Leggett, boa opção a partir da terceira rodada.

O primeiro deles é Shaq Lawson (DE/OLB, junior) líder absoluto da defesa. Um dos melhores pass rushers do país e não deixou a peteca cair no Death Valley mesmo com a ida de Vic Beasley Jr. para a NFL. Com um primeiro passo impressionante, explosão e braços longos, é uma escolha ideal para equipes de 4-3 que precisem de mais pass rush em 2015 – a partida mais positiva dele na temporada foi contra Notre Dame, com 3,5 tackles para perda de jarda. Dificilmente não deve sair na primeira rodada.

Os outros dois bons nomes na defesa de Clemson que devem sair no topo do recrutamento, nas primeiras rodadas, são da secundária. Jayron Kearse (safetyjunior) é um dos melhores da posição na classe de 2016 – 1,96 m de altura e muita movimentação lateral, ele pode jogar tanto como strong quanto como free safety na NFL. Deve ser, provavelmente, o primeiro safety escolhido no Draft do ano que vem. Por fim, um cornerback – Mackensie Alexanderredshirt sophomore, é outro como potencial de sair na primeira rodada. Embora não seja alto como a tendência “Legion of Boom” pede atualmente na NFL, ele compensa isso com muita fisicalidade – seu destaque na temporada foi anular Will Fuller, o melhor wide receiver de Notre Dame.

O jogo em números

OKLAHOMA

YPPOFF= 6,7 (9º)

YPPDEF= 4,5 (9º)

SROFF= 46,8% (17º)

SRDEF= 35,7% (19º)

CLEMSON

YPPOFF= 6,3 (18º)

YPPDEF= 4,6 (12º)

SROFF= 48,6% (13º)

SRDEF= 31,2% (3º)

📈 Entenda as stats aqui  📈

Previsão

Mudei de previsão múltiplas vezes ao longo do mês de dezembro, muito porque coloquei Oklahoma como um time surpreendente antes do início da temporada. Mas ao analisarmos os duelos (matchups), vemos que as coisas pendem um pouco para Clemson.

A princípio, vale destacar que os Sooners não enfrentaram nenhum quarterback tão bom quanto Watson ao longo desta temporada. Ele pode fazer a diferença – só explicando, quando poderia haver tais confrontos (Trevone Boykin, TCU; Seth Russell, Baylor), Oklahoma não precisou se preocupar, já que os quarterbacks não jogaram por lesão. Tirando o poderio ofensivo de Watson, o que assusta mesmo é a defesa de Clemson – que pretende nesta temporada coroar o belíssimo trabalho de Dabo Swinney no recrutamento e de Brent Venables, discutivelmente o melhor coordenador defensivo do país.

Se Mayfield não tiver a eternidade de costume para lançar – ou se Perine não conseguir ganhos consistentes para fazer com que o front seven dos Tigers não esteja só preocupado com pass rush – a coisa pode descambar já no primeiro tempo. Mayfield é um quarterback que precisa de ritmo com passes curtos para alavancar as big plays. Sem ritmo devido à pressão, o ataque de Oklahoma cai como um todo. Se a linha ofensiva dos Sooners conseguir trabalhar, contudo, a promessa é de um jogo mais equilibrado e um shootout em Miami Gardens.

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