Com vitória no “Thursday Night Football no Sábado” agora há pouco, Washington garantiu o título de divisão e, consequentemente, a vaga nos playoffs. Mais do que a prova de amadurecimento de Kirk Cousins ou do modelo pocket passer ante o injury prone, pirotécnico e dual-threat de Robert Griffin III, é a vitória da linha ofensiva.
Não é de hoje que o fã de futebol americano detecta uma queda de rendimento das linhas ofensivas. Não por acaso, aliás, o técnico da linha de Seattle, Tom Cable, veio até a criticar os treinadores de College Football pelo fato de jogadores de linha cheguem muito “crus” à NFL. O motivo é relativamente simples: como a bola sai rápido das mãos do quarterback em sistemas spread (o mais comum no College), os jogadores de linha não são tão eficientes ao chegar na NFL no quesito pass block, dado que são menos exigidos.
Você se lembra qual foi, subjetivamente falando, a melhor linha ofensiva da NFL em 2015? Dallas Cowboys. Curiosamente, pela “falta de amor” à linha ofensiva pelo fato de quase nunca encostarem na bola, poucos comentaram sobre a mudança de lado de Bill Callahan; Em 2014 ele era o técnico da linha ofensiva de Dallas. Em 2015, começou trabalho com Washington.
De uma equipe com linha fraca – tanto que escolheu Brandon Scherff, guard, na primeira rodada do Draft de 2015 – o time de Kirk Cousins passou a ser um dos melhores na proteção do quarterback. Passou, aliás, boa parte da temporada como sendo o time que menos cedeu sacks – antes do jogo de hoje, era o quinto melhor da liga.
O título de divisão, aparte de qualquer questão de mediocridade da NFC East, é uma prova de dois axiomas sobre a NFL e o futebol americano como um todo. Em primeiro lugar, que quem tem dois quarterbacks não tem nenhum – a decisão de ficar e investir com Cousins ao invés de um rodízio com Griffin, foi a acertada (sempre disse isso, inclusive em transmissões). E em segundo lugar, que o amadurecimento de Cousins só foi possível porque ele esteve protegido. Definitivamente, times competitivos começam nas trincheiras. As jogadas não podem se desenvolver se o quarterback não tiver tempo. Numa ironia doce do destino, os hogs da linha ofensiva foram uns dos principais responsáveis nos títulos de Super Bowl da franquia. Hoje, ajudaram ao menos um título: o da NFC East.
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