5 coisas que o Denver Broncos precisa fazer para vencer o Super Bowl

A temporada de 2015 do Denver Broncos foi marcada por incertezas do lado ofensivo, compensadas por uma defesa de ponta. Peyton Manning teve atuações que não condizem com seu status de um dos melhores quarterbacks de todos os tempos, sendo questionado sobre sua capacidade física para comandar o Denver Broncos, e se ele não seria um bem, foi em alguns jogos um mal em potencial para a franquia.

Apesar de muitos questionarem o jogador e ele ter ficado de fora da reta final da temporada regular, dando espaço para Brock Osweiler, os bicampeões do Super Bowl venceram a AFC West com um retrospecto 12-4 apoiados num pass rush de elite e uma secundária extremamente eficiente. Manning voltou na Semana 17 e desde então ainda não foi interceptado, deixando de ser um problema constante para o time.

Depois de eliminar o Pittsburgh Steelers e os atuais campeões do Super Bowl New England Patriots, o Denver Broncos vai para o seu oitavo Super Bowl, em busca do terceiro título. Contra uma defesa sólida e um ataque explosivo, a franquia procura evitar ser dominada desde o começo do jogo como ocorreu no Super Bowl XLVIII e jogar a pressão para cima do Carolina Panthers. Vamos às cinco coisas que o Denver Broncos precisa fazer para vencer o Super Bowl 50.

Deixar Cam Newton desconfortável com pass rush de quatro homens

A vitória contra o New England Patriots no AFC Championship Game só foi possível pela excelente performance defensiva dos Broncos. O pass rush, em especial, deixou Tom Brady desconfortável durante todos os 60 minutos de jogo, impedindo que o camisa 12 conseguisse estabelecer um ritmo no jogo aéreo. Foram 20 hits no signal caller dos Patriots, com atuações de gala de Von MillerDerek WolfeDeMarcus Ware.

O mais importante foi a capacidade do Denver Broncos conseguir pressionar mandando apenas quatro rushers. Numa formação 3-4, como a da equipe da AFC West, a pressão de quatro homens é feita pelos três homens da linha ofensiva – os defensive ends e o nose tackle – e um outside linebacker, comumente chamado de designated rusher. No momento em que a equipe consegue deixar o quarterback adversário desconfortável com apenas quatro jogadores, o trabalho de cobertura contra o passe contra a corrida se torna muito mais eficiente, pois permite colocar sete jogadores nessa proteção.

Se o Denver Broncos conseguir estabelecer a pressão da mesma forma que o fez no AFC Championship Game, o camisa 1 do Carolina Panthers terá dificuldades em estabelecer um ritmo ofensivo.

Forçar Cam Newton a jogar de dentro do pocket

A evolução de Cam Newton no jogo aéreo é notável. Sua mecânica melhorou, e seu conhecimento sobre o jogo – como seu ataque funciona, como atacar coberturas e blitzes – subiu consideravelmente. Entretanto, apesar dessa evolução, Newton ainda apresenta falhas que podem ser exploradas se ele depender apenas do seu braço para comandar o Carolina Panthers.

A ameaça do camisa 1 resolver com as pernas faz com que as defesas controlem sua agressividade de forma a não abrir espaços. Dito isso, o Denver Broncos precisa fechar os buracos a serem explorados por Newton no jogo terrestre e forçá-lo a lançar a bola de dentro do pocket. O signal caller do Carolina Panthers aprimorou sua mecânica de lançamento, mas o trabalho de pés do jogador ainda apresenta inconsistências – em especial a tendência de lançar a partir do seu backfoot.

Se observarmos a interceptação de Cam Newton contra o Arizona Cardinals, na qual Patrick Peterson faz o pick quatro jardas atrás de Ed Dickson (o alvo na jogada), o camisa 1 faz o lançamento apoiado no seu pé de trás. Ao invés de apoiar o seu pé da frente e fazer o movimento de rotação com o corpo, Newton confia no seu braço e acaba lançando um passe impreciso – mais de três jardas de distância do alvo. Apesar do jogador ser dono de um braço forte, a tendência de lançar passes sem o trabalho de pés ideal podem gerar janelas para os defensive backs do Denver Broncos conquistarem turnovers.

Se observarmos os jogos da temporada regular do Carolina Panthers, em seis das dez vezes que Cam Newton foi forçado a passar a bola pelo menos 30 vezes, ele foi interceptado ao menos uma vez na partida. Quando o jogador é obrigado a encontrar espaços pequenos para lançar a bola, a inconsistência no trabalho de pés pode gerar passes imprecisos e turnovers. Com isso, a defesa do Denver Broncos precisa neutralizar a ameaça corrida do camisa 1 e forçar o jogador a lançar ao máximo, tentando aproveitar as inconsistências ainda presentes na mecânica do eventual MVP da temporada.

Fazer Peyton Manning controlar o ritmo da partida

A temporada regular do camisa 18 foi extremamente atípica para um jogador do seu calibre. Com 17 interceptações em 10 jogos, o signal caller cometeu erros de passes e leitura, fazendo fãs e analistas comentarem que Peyton Manning poderia ser um problema ao invés de um bem para equipe. Entretanto, ao voltar à equipe na pós-temporada, o jogador assumiu a postura de um grande game manager – e não falamos isso numa conotação ruim, muito pelo contrário.

quarterback tem evitado passes em coberturas arriscadas, jogado a bola fora quando a pressão fica maior e isso deu resultado: apenas um turnover na pós-temporada, uma média inferior a da temporada regular. Manning assumiu o papel de game manager, ditando o ritmo do jogo e usufruindo da sua capacidade mental para alterar jogadas na linha de scrimmage e tirar proveitos de bolhas defensivas. Em realidade, foi o mesmo papel que garantiu a John Elway dois títulos ao final da carreira – ironicamente com os Broncos.

Peyton é também capaz de auxiliar o jogo corrido da equipe. Sua capacidade de diagnosticar as intenções do front seven permite alterações nas jogadas terrestres de forma a encontrar os espaços e conquistar jardas cruciais para a evolução do ataque – após o diagnóstico, por vezes faz audibles mudando a jogada. No domingo, Peyton Manning possivelmente lidará com uma defesa mais focada em coberturas por zonas, pela ausência dos cornerbacks titulares Charles Tillman Bene Benwikere. Com isso, é essencial que o jogador consiga controlar a agressividade do front seven com os olhos, os fazendo hesitar e dando mais tempo para os recebedores encontrarem os buracos entre as zonas ou bater os defensive backs nas coberturas individuais.

Por fim, a defesa do Carolina Panthers é excelente em “maquiar” as coberturas e ficar no press antes do snap, tentando não ceder nenhuma informação sobre a jogada defensiva ao ataque adversário. Para dar ao signal caller um ponto de partida para entender a formação defensiva como um todo, movimentos pre-snap serão fundamentais para o desenvolvimento do ataque do Denver Broncos.

Estabelecer o jogo corrido com C.J. Anderson e Ronnie Hillman

Apesar do ataque corrido do Denver Bronco ter sido o 17º da liga em jardas conquistadas durante a temporada regular, os campeões da AFC contam com dois jogadores com talento para explorar os buracos pelo meio e por fora da linha defensiva. C.J. Anderson é extremamente talentoso em fazer o corte seco e encontrar espaço e corredores para conquistar jardas positivas. Por mais que o espaço seja curto, o jogador consegue conquistar jardas positivas, tornando as descidas posteriores contornáveis.

Ronnie Hillman, por sua vez, possui as qualidades de um edge runner, isto é, que procura os espaço pelas laterais. Uma vez que o jogador encontra o espaço pelo lado, há uma chance de um ganho grande de jardas. Esse potencial será importante para controlar a agressividade do front seven, que caso invista de forma impetuosa nas corridas pelo meio, poderá ceder espaço pelas laterais.

É importante que o Denver Broncos estabeleça o jogo corrido de forma a forçar o Carolina Panthers a trazer mais homens para o front seven. Boxes com oito homens podem criar oportunidades de duelos 1×1 no jogo aéreo, que um quarterback do calibre de Peyton Manning consegue tirar proveito.

Eliminar as rotas longas dos wide receivers

Mesmo sem Kelvin Benjamin, o Carolina Panthers estabeleceu um ataque aéreo forte. Ted Ginn Jr. Corey Brown, pela velocidade e capacidade de correr rotas precisas, respectivamente, criaram para a equipe a capacidade de passes longos e jogadas explosivas. Com play actions e um arsenal de movimentos para congelar as defesas, muitas vezes Cam Newton consegue deixar seus recebedores num duelo 1×1 contra seu marcador. Para tristeza dos defensores, nessas disputas surgem oportunidades para os wide receivers baterem seus marcadores e receberem passes no fundo do campo.

É essencial que os cornerbacks do Denver Broncos – Aqib Talib, Bradley Roby e Chris Haris Jr – mantenham um espaço entre eles e os recebedores e não ataquem as rotas mais curtas. Caso um cornerback decida fechar uma rota mais curta, o wide receiver tem uma oportunidade de fazer um outro movimento e bater o defensive back numa jogada funda, criando a oportunidade de uma big play. Se os defensive backs controlarem a tendência de atacar essas rotas mais curtas, o potencial de grandes jogadas pode cair consideravelmente.

Além disso, é importante que os cornerbacks forcem os wide receivers a correrem rotas longas por fora da defesa. Para isso, o jogador se posiciona de forma mais interna em relação ao recebedor, fechando a possibilidade do receiver mudar de direção e quebrar para o centro do campo. Contra um ataque que utiliza bastante as rotas post e faz slants profundas, isolar os recebedores nas laterais pode afetar a produção e restringir as opções do ataque do Carolina Panthers.

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