Opinião: Jacksonville Jaguars vai se postando como ameaça em 2016

Em janeiro de 2013, o Jacksonville Jaguars trouxe David Caldwell para o cargo de general manager da equipe. Scout pelo Indianapolis Colts por dez anos, Caldwell chegou para reestruturar a equipe e reverter o estigma de ser “a equipe ruim” da NFL, o qual imperava na última década. De início, conduziu entrevistas para o cargo de head coach e trouxe Gus Bradley, que permanece como comandante do time desde então.

Em seu primeiro ano na franquia, os Jaguars começaram a temporada sofrendo oito derrotas consecutivas e terminando 2013 com quatro vitórias. Ao final da temporada, Blaine Gabbert, que se demonstrou incapaz de produzir na NFL, foi trocado para o San Francisco 49ers. Nesta mesma intertemporada, Maurice Jones-Drew, running back símbolo da franquia por sete anos, deixou a equipe. Duas peças que outrora era consideradas essenciais para o sistema ofensivo foram embora.

No seu segundo Draft como general manager, Caldwell trouxe Blake Bortles para o posto de signal caller. A escolha foi pouco esperada: poucos analistas consideravam que Bortles seria o primeiro quarterback a ser escolhido naquele recrutamento. Foi também em 2014 que a equipe selecionou os wide receivers Marqise Lee e Allen Robinson, além de assinarem com o não-selecionado Allen Hurns. Em 2015, a equipe contratou o tight end Julius Thomas, que teve duas temporadas brilhantes no Denver Broncos. Além disso, trouxe o running back T.J. Yeldon e deu o primeiro passo na construção defensiva da equipe: selecionou Dante Fowler Jr., defensive end de Florida, que infelizmente rompeu o cruzado anterior antes da temporada e não disputou uma partida sequer no seu ano de calouro.

O potencial ofensivo do jogo aéreo

Se observarmos apenas o retrospecto de cinco vitórias e onze derrotas do Jacksonville Jaguars em 2015, há de se pensar que foi apenas mais um ano ruim para a equipe. Entretanto, se olharmos a evolução ofensiva do jogo aéreo, o ano foi um passo na direção certa. Para ilustrar, Blake Bortles quebrou o recorde de jardas (4.428) e touchdowns (35) lançados numa temporada para a franquia da AFC South. Se compararmos estes números aos da sua temporada de calouro, Bortles lançou mais de três vezes mais touchdowns (foram 11 em 2014) e 1.500 jardas a mais que em 2014. Para ilustrar, no ano passado, o camisa 5 passou par mais jardas do que Blaine Gabbert em três anos somados. Claro: ainda há o problema das interceptações. Mas consideraremos que Bortles deve evoluir para esta temporada. A tendência é que, quanto mais anos um quarterback passa na liga, menos interceptações ele terá por passes tolos. A experiência conta.

Confira aqui a cobertura completa do Mercado Livre 2016 da NFL

A equipe viu também desabrochar a dupla de recebedores, os “Irmãos Allen”,  Allen Robinson e Allen Hurns. Ambos tiveram mais de 1.000 jardas recebidas e somaram 24 touchdowns . Somando essa produtividade ao talento de Julius Thomas – que lidou com problemas físicos na temporada – há, pelo menos, três nomes no jogo aéreo de grande talento capazes de criar problemas para qualquer defesa. A velocidade de Hurns, as boas mãos de Robinson e o porte de Julius Thomas formar um grupo extremamente versátil e capaz de triunfar em qualquer situação de jogo.

A equipe ainda contra com o jovem running back T.J. Yeldon. Em sua temporada de calouro, o camisa 24 correu para 740 jardas em 12 partidas, além de ter se mostrado valioso no jogo aéreo, com 36 recepções. Um running back capaz de castigar correndo e recebendo é extremamente valioso na NFL, e Yeldon mostrou ter essas qualidades. Para 2016, a equipe contará ainda com Chris Ivory, ex-jogador do New Orleans Saints e New York Jets. O running back chega para desonerar T.J. Yeldon, que teve problemas de lesão durante toda a temporada, além de servir como mentor ao jogador. É o popular 1-2 punch, de running backs que se complementam.

O grupo de jogadores é, ainda, extremamente jovem. Julius Thomas e Chris Ivory são os mais velhos dos jogadores acima mencionados, ambos com 27 anos. Blake Bortles tem apenas 23, Allen Robinson e T.J. Yeldon tem 22 e Allen Hurns 24. Isso não só promete uma longevidade para os talentosos jogadores na NFL, mas também mostra um potencial de evolução gigantesco deste elenco.

Uma intertemporada para construir uma defesa

O que impediu o Jacksonville Jaguars de conquistar mais vitórias em 2015 foi a defesa. Com perfomances apáticas e chamadas terríveis – que resultaram na demissão do coordenador defensivo Bob Babich – a equipe falhou em segurar resultados. Para ilustrar, nas três partidas nas quais Bortles passou para quatro ou mais touchdowns, os Jaguars perderam todas. Terminando o ano como pior defesa em terceiras descidas e a 2ª pior em pontos cedidos por jogo, a equipe busca montar uma defesa que permita segurar os resultados e disputar a AFC South com força.

Com muito espaço no teto salarial, o Jacksonville Jaguars já começou a se movimentar nesse sentido. A equipe contratou o defensive end Malik Jackson, destaque da linha defensiva do Denver Broncos, que acabou de conquistar o Super Bowl. Além dele, o cornerback Prince Amukamara e o safety Tashaun Gipson trazem talento para uma secundária que foi incapaz de impedir as investidas aéreas dos adversários.

Com a volta de Dante Fowler Jr. para 2016, a equipe já conta com nomes fortes para construir uma defesa ao redor. Mas esse é o grande ponto. Como o leitor de ProFootball há tempos já sabe, a Free Agency precisa ser utilizada pontualmente para colocar peças no quebra-cabeça montado no Draft. A estrutura do quebra-cabeça dos Jaguars foi montada pelo Draft – Fowler e Bortles, por exemplo. Outras estão vindo para deixar o time ainda mais forte. Esse é o modelo de John Elway no Denver Broncos, aliás.

Jared Odrick, Tyson Alualu, Sen’Derrick Marks são nomes deste front seven que, no papel, promete muita pressão ao quarterback. A prova de que a Free Agency é acessória é que, por mais que houvesse um sólido safety no mercado em Eric Weddle, o Jacksonville Jaguars não lhe procurou mesmo com bastante espaço no teto salaria. Alguém deve ser procurad0 no Draft, como mostrou com David Caldwell no comando. Com um ataque jovem e promissor, liderados por um quarterback que mostrou que tem talento para jogar em alto nível e uma defesa composta por bons nomes mesclando jogadores jovens e veteranos, a equipe vem com força para 2016. E caso a AFC South não evolua, será difícil parar o Jacksonville Jaguars.

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