Quais eventuais estrelas do Draft 2016 podem vir de pequenas universidades?

Durante o período que antecede o draft, as comissões técnicas das equipes da NFL “mergulham” no processo de análise dos jogadores universitários elegíveis para a seleção. São realizadas entrevistas, testes físicos e, principalmente, muita observação e análise do desempenho dos jogadores durante suas carreiras universitárias.

Em geral, a maior parte dos jogadores selecionados vem de universidades de grande tradição no esporte. Isto se relaciona em parte com o maior poder de recrutamento de jogadores do ensino médio (através de bolsas de estudo, e até pelo eventual acesso mais fácil à NFL). Desta forma, nas universidades “grandes” é onde frequentemente se encontram os jogadores mais preparados para a transição ao jogo profissional. Além disso, o maior investimento das grandes universidades nas comissões técnicas contribui para um desenvolvimento melhor do potencial dos atletas.

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 Apesar disso, é frequente que, mesmo de universidades menores (de menor tradição ou mesmo de divisões inferiores do futebol universitário) surjam jogadores de grande qualidade e que venham a obter sucesso na NFL. Ao longo da história, talvez não existam exemplos melhores que Jerry Rice e Walter Payton (das universidades Mississipi Valley State e Jackson State, respectivamente). Na década de 1970 e 1980, o contexto era diferente, claro: infelizmente algumas universidades tradicionais não abriam espaço para tantos atletas negros – e eles não tinha, opção senão ir para essas menores (chamadas de black colleges, aliás). Com o marco de Rice e Payton, isso começou a mudar inclusive no recrutamento de atletas do Ensino Médio para a NFL. Assim, hoje é mais raro que tenhamos talentos nessas universidades menores. Mas ainda há alguns diamantes perdidos.

No Draft de 2016, já temos dois jogadores de universidades menores que são fortes candidatos a serem selecionados na primeira rodada. São eles Carson Wentz, quarterback de North Dakota State e Noah Spence, defensive end/linebacker de Eastern Kentucky. Muito tem sido dito sobre estes dois jogadores, mas eles não são os únicos atletas de universidades de menor tradição com potencial para obter sucesso na NFL. Os jogadores que discutiremos a seguir provavelmente não serão selecionados nas primeiras rodadas do draft, mas podem se tornar agradáveis surpresas para as equipes que os escolherem. Vamos a eles.

Javon Hargrave – DT – South Carolina State

Hargrave (foto acima, ilustrando o post) é aquilo que podemos chamar de um defensive tackle moderno. Tem peso e largura suficientes para ocupar os gaps e controlar o jogo corrido (aproximadamente 150 Kg), mas também consegue ir além da linha de scrimmage e pressionar o quarterback. Foi escolhido o jogador defensivo do ano em sua conferência (MAEC).

Miles Killebrew – SS – Southern Utah

Killebrew é um safety que, na universidade, jogou tanto próximo à linha de scrimmage quanto na cobertura em profundidade. Apesar da boa velocidade para seu tamanho, projeta-se que na NFL seja utilizado como um híbrido safety/linebacker.

Cole Toner – OT – Harvard

Apesar de ser uma das universidades mais conhecidas do mundo em aspectos acadêmicos, Harvard não tem uma tradição tão grande no futebol americano. Toner jogou na universidade como left tackle, mas provavelmente achará seu lugar na NFL na parte interna na linha ofensiva, seja como guard ou como center. Sua capacidade atlética sugere que poderá ter maior sucesso em um sistema ofensivo com bloqueios por zona, mas precisa ganhar força para enfrentar os defensive tackles da NFL.

Harley Miller – CB – Southeastern Louisiana

Eficiente nas coberturas aos recebedores, principalmente jogando na chamada cobertura off, iniciando a jogada longe da linha de scrimmage. Isso deve-se ao fato da velocidade relativamente baixa de Miller. Entretanto, sua altura e envergadura, além da postura agressiva na disputa com os recebedores, fazem dele um jogador com futuro entre os profissionais.

Matt Judon – DE – Grand Valley State

Matt Judon possui uma boa combinação de tamanho, potencial atlético e técnico. Derrubou os quarterbacks adversários 20 vezes durante a temporada de 2015 (melhor marca do ano em todas as divisões do futebol universitário). Apresentou grande sucesso em sua carreira na FCS, utilizando-se principalmente da força física. Para manter o mesmo sucesso na NFL, Judon terá que se desenvolver no aspecto técnico.

Joe Haeg – OT – North Dakota State

Na universidade, Haeg (foto abaixo) jogou como tackle nos dois lados da linha ofensiva. Sua versatilidade é bem vista por equipes da NFL, que também o consideram capaz de jogar como guard, particularmente em sistemas ofensivos que utilizam o bloqueio por zona. Sua universidade é a atual pentacampeã da FCS (segunda divisão do futebol universitário). Desta forma, enfrentou equipes consideravelmente mais fracas, o que pode superestimar a capacidade do jogador (assim como Wentz, seu companheiro de equipe mais famoso).

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Paul McRoberts – WR – Southeast Missouri State

Recebedor de qualidade, com ótimas mãos e rotas eficientes, McRoberts tem boas possibilidades de se firmar na NFL como um recebedor de passes curtos e rápidos (como slants e curls). Sua limitação de velocidade pode dificultar seu sucesso em passes mais longos. Tem ainda experiência como retornador de punts.

Victor Ochi – DE/OLB – Stony Brook

Com um primeiro movimento muito veloz, Ochi obtém sucesso em pressionar o quarterback. Além disso, joga com grande intensidade, às vezes vencendo o duelo com o tackle na segunda ou terceira tentativa. Apesar de ser relativamente pequeno para a posição, consegue, com agilidade, se livrar dos bloqueios no jogo corrido. Sua posição ideal na NFL é, provavelmente, outside linebacker em uma equipe com sistema defensivo 3-4.

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Marshawn Coprich – RB – Illinois State

Coprich é um corredor veloz e com boa capacidade de escapar dos defensores. Além disso, mostra boa visão de campo, conseguindo cortes eficientes e transformando lances aparentemente perdidos em grandes avanços. Por outro lado, sua altura (aproximadamente 1,70m) dificulta sua atuação na proteção do passe. Talvez ainda mais importante seja o fato de que Coprich já foi preso por tráfico de drogas, o que pode afastar o interesse das equipes da NFL.

Mike Jordan – CB – Missouri Western

Mike Jordan é um jogador muito versátil, tendo capacidade de jogar tanto como cornerback quanto como safety. Como cornerback, sua posição original, é capaz de jogar tanto na cobertura off, como pressionando os recebedores (press). Além disso, tem a altura que as equipes profissionais preferem hoje em dia (1,85m).

É claro que não há garantia de sucesso de nenhum desses jogadores. Pode-se questionar o nível de competição que eles enfrentaram na universidade, além da capacidade de se adequarem ao patamar de cobrança da NFL. Ainda assim, cada um deles mostra traços em seu jogo que indicam que podem valer uma aposta das equipes profissionais.

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