Antonio Brown, Richard Sherman: Exemplos não faltam de que existe valor no final do Draft

Selecionar um jogador na primeira rodada de um draft e vê-lo desabrochar como líder da equipe é provavelmente uma das melhores sensações para os general managers. Agora, ver uma escolha de quarta, quinta ou até mesmo terceira rodada se tornar um jogador de elite pode ser o diferencial de um elenco. Enquanto alguns dizem que depois da quarta rodada o Draft vira “tiro ao alvo” com dardos, não é bem assim. Exemplos não faltam.

Se uma franquia é capaz de encontrar pérolas em rodadas mais tardias do draft de maneira consistente, o time tem o potencial de renovar seu elenco e suprir as necessidades nas posições de forma a se manter sempre na disputa pela pós-temporada e almejar o cobiçado troféu Vince Lombardi.

Seattle Seahawks: a conquista do Super Bowl começou em 2010

Se descontarmos a brilhante defesa do Denver Broncos na temporada de 2015, o último grande conjunto defensivo a entrar em campo na NFL foi a do Seattle Seahawks em 2013. Culminando na conquista do Super Bowl XLVIII, a construção daquele marcante grupo começou no Draft de 2010.

A escolha de primeira rodada da equipe a maioria se lembra: o free safety Earl Thomas III, que se destacou como âncora daquela unidade defensiva, criando ângulos precisos para atacar as rotas dos recebedores e realizando leituras precisas. A 14ª escolha daquele ano de fato se tornou o líder dentro de campo.

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Foi na quinta rodada daquele Draft que Thomas viu seu parceiro de posição ser selecionado. Kam Chancellor formou ao lado do free safety uma dupla que permitiu que o front seven jogasse de forma agressiva sem qualquer prejuízo no fundo do campo. O 133º selecionado daquele ano se tornou referência na função de strong safety, e ambos permanecem até hoje os pilares da defesa do Seattle Seahawks. Foi neste mesmo Draft que a equipe trouxe o cornerback Walter Thurmond III, com a escolha de quarta rodada. A profundidade e o talento do grupo de defensive backs começou a ser construída três temporadas antes da conquista do Super Bowl.

Em 2011, o Seattle Seahawks trouxe outro dos grandes nomes daquela defesa – e novamente num rodada tardia: com a 154ª escolha do Draft, o cornerback Richard Sherman. O jogador vestiu a camisa 25 da franquia e se tornou o rosto daquela defesa: já na sua primeira temporada, o defensive back teve quatro interceptações, o primeiro passo na sua reputação de um dos mais defensores mais difíceis de bater para um quarterback.

No mesmo ano, outro defensive back chegou até o estado de Washington: com a 173ª escolha, já na sexta rodada, Byron Maxwell trouxe mais profundidade para o elenco que viria a conquistar o Super Bowl XLVIII. O MVP daquela partida, diga-se de passagem, também foi selecionado em 2011: na sétima rodada, com a 242ª escolha, o linebacker Malcolm Smith se tornou um membro dos Seahawks.

Em 2012, com o defensive end Bruce Irvin na primeira rodada, o linebacker Bobby Wagner na segunda e o signal caller Russell Wilson, a franquia trouxe mais talento, e para os dois lados da bola. Depois de um ano de desenvolvimento de Wilson e construindo um entrosamento entre o grupo defensivo, o Seattle Seahawks chegou ao segundo Super Bowl da sua história, amassando o Denver Broncos de Peyton Manning por 43 a 8, lembrando a todas os outros 31 times que franquias vencedoras e times memoráveis são construídos pelo draft.

Destaques em 2015

Se perguntarmos qual o melhor wide receiver na atualidade, improvável que a resposta fuja muito de Antonio Brown ou Julio Jones. Mas, ao contrário do seu companheiro de posição do Atlanta Falcons, Brown foi selecionado na sexta rodada do Draft de 2010 pelo Pittsburgh Steelers, com a 195ª escolha.

Aos 22 anos, o jogador pouco participou do plano de jogo na sua temporada de calouro. Entretanto, já no ano seguinte, o recebedor mostrou seu talento e capacidade de se tornar uma das peças fundamentais do maior vencedor da história do Super Bowl. Há três anos recebendo pelo menos 110 passes e 1.499 jardas por temporada, o camisa 84 já acumula 7.039 jardas na carreira e caminha a passos largos para se tornar um dos jogadores mais marcantes da franquia.

Em 2015, o Carolina Panthers mostrou que é possível ser excelente dos dois lados da bola. No lado ofensivo, Cam Newton foi o MVP durante a temporada regular, liderando o ataque mais positivo da NFL. Na defesa, por sua vez, foi o cornerback Josh Norman que roubou a cena. O jogador limitou o impacto dos mais talentosos recebedores da liga, e se tornou um dos principais nomes na posição em atividade. Para ilustrar, até a semana 14 da temporada passada, Norman limitou DeAndre HopkinsT.Y. HiltonJulio JonesDez BryantMike Evans a apenas nove recepções e 89 jardas.

O desabrochar desse jogador veio três anos após sua seleção na quinta rodada do Draft de 2012. Aos poucos conquistando espaço dentro do elenco e desenvolvendo seu potencial, Josh Norman é mais um exemplo de que há talento mais tarde no Draft, e que é possível.

Outras escolhas de destaque

Em 2012, o Washington Redskins trouxe o running back Alfred Morris com 173ª escolha do Draft, na sexta rodada. Em quatro anos com a equipe, Morris se tornou a principal ameaça terrestre, acumulando 4.713 jardas e 29 touchdowns. Recém-contratado pelo Dallas Cowboys, o running back procura ser bem sucedido com outro time da NFC East, correndo atrás de uma das linhas ofensivas mais talentosas da NFL.

Outro running back que começou a se destacar pelo Oakland Raiders também foi escolhido mais tarde: Latavius Murray foi para a equipe da Califórnia na sexta rodada de 2013, com a 181ª escolha. Inserido num elenco jovem e promissor, o corredor passou das 1.000 jardas pela primeira vez na sua segunda temporada, e deve seguir como principal ameaça terrestre da equipe da AFC West.

Um dos destaques defensivos da liga nos últimos anos, Geno Atkins foi também uma escolha menos badalada. Selecionado na quarta rodada do Draft 2012, o defensive tackle é um dos pilares de uma sólida defesa do Cincinnati Bengals, acumulando 43 sacks e 140 tackles em 89 partidas – 73 como titular.

Esses jogadores selecionados em rodadas tardias que se tornam referências em suas posições – e são inúmeros, como os wide receivers Marques Colston Brandon Marshall, ou Jared Allen, Terrell Davis e, claro, Tom Brady – lembram às equipes que há talento no draft em qualquer momento, e o que faz a diferença é saber avaliá-lo.

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