Draft simulado – Primeira rodada (sem trocas entre os times)

Draft simulado é uma categoria de texto difícil de se avaliar. Muitos pensam que ele serve para acertar ou errar quem seu time vai escolher. Este pensamento acaba desvalorizando uma peça que serve para simular, ou seja, conhecer alguns cenários possíveis e quais jogadores estariam envolvidos (e seriam essenciais) para que aquilo aconteça.

Acompanhe mais da nossa cobertura do Draft de 2016.

Por causa disso, o Pro Football trouxe para você um Draft simulado completo, explicando diversos cenários e o que pode acontecer nesta noite de quinta-feira tão esperada pela maioria de nós. O gostinho de ver um evento da NFL ao vivo e ver o futuro de seu time subindo no palco é impagável. Sem mais delongas, acompanhe o nosso Draft simulado sem nenhuma troca.

Primeira escolha geral – Los Angeles Rams – Jared Goff (Quarterback, Cal)

Tudo que havia para ser dito de Jared Goff já foi escrito. Claramente os Rams sabem quem eles querem e seria surpreendente eles não escolherem o produto de Cal aqui. Mais preparado da classe, ele é o único que pode entrar em campo desde o primeiro dia e não sofrer tanto na transição.

Vale ressaltar que, finalmente, o emprego de Jeff Fisher está na linha. Em quatro anos de Rams, o treinador nunca conseguiu armar um time coerente e que fizesse jus ao talento disponível no elenco. Por fim, vale lembrar que Fisher já teve sucesso na liga com um quarterback atlético, de braço forte e que jogava em uma universidade pequena (Alcorn State, que era da I-AA que tornou-se depois FCS): Steve McNair. Além disso, McNair foi escolhido com a terceira escolha geral em 1995. Este paralelo seria a única explicação para Carson Wentz ser o escolhido aqui, porém seria a primeira surpresa da noite sem dúvidas.

Outras possíveis escolhas: Carson Wentz (quarterback).

2. Philadelphia Eagles – Carson Wentz – Quarterback, North Dakota State

Assim como Jared Goff, Carson Wentz já foi dissecado algumas vezes aqui no Pro Football. De universidade pequena, muito atlético, forte, alto e com um braço forte – não ao nível Michael Vick, mas mesmo assim consegue fazer todos os lançamentos. Boa mecânica, presença de pocket sólida e relativamente preciso, no entanto vem de competição fraca. Os Eagles, quando fizeram aquela troca, muito provavelmente já sabiam quem os Rams vão escolher e mesmo assim resolveram trocar um monte de escolhas por alguém que tem que ficar no banco pelo menos um ano – é uma decisão arriscadíssima.

Assim como há paralelos de vários Drafts de dois quarterbacks saindo nas duas primeiras escolhas, que já foram cobertos aqui, os torcedores dos Eagles se agarram em um deles que aconteceu no Draft de 1999, com a própria franquia. Os dois melhores signal callers seguiam a mesma lógica dessa dupla de 2016: um mais atlético e o outro mais preparado. Os Browns acabaram selecionando Tim Couch e Philadelphia ficou com Donovan McNabb – o que deu muito certo para eles.

Por fim, vale citar o caso de Sam Bradford pedindo para ser trocado depois dessa escalada no Draft ter sido oficializada. Bons quarterbacks não olham por cima do ombro para trás: eles assumem a responsabilidade e continuam tentando dar o seu melhor. Quando Brett Favre viu Aaron Rodgers ser selecionado, ele não ficou reclamando e pedindo para sair. O leitor pode pensar: “Aaaaah, mas Rodgers foi no final da primeira rodada, ao contrário de Wentz.” Isto é verdade, porém esta situação também ocorreu outras vezes. Quando Philip Rivers foi para o San Diego Chargers, Drew Brees era o titular da equipe. Ele olhou por cima do ombro e pediu para ser trocado? Não. Ele jogou muito bem, deixou Rivers dois anos amargando no banco e saiu na Free Agency para o New Orleans Saints. O pedido de troca de Bradford, com a justificativa que não está nos planos da equipe, é inacreditável e não deve ter caído bem no vestiário dos Eagles e nem de sua nova equipe no futuro.

Outras possíveis escolhas: Jared Goff (quarterback).

3. San Diego Chargers – Laremy Tunsil – Offensive tackle, Ole Miss

Quem mais se deu bem com esta troca monstruosa dos Rams e dos Eagles? O San Diego Chargers e o Dallas Cowboys, obviamente. Eles viram a terceira e a quarta escolhas se transformarem em primeira e segunda escolhas gerais. Como assim? Bem, claramente Goff e Wentz não são os melhores talentos deste Draft. Eles são supervalorizados por causa de sua posição, só isso.

Como já repeti em alguns textos escritos aqui, o grupo dos três maiores talentos da classe de 2016 é composto por Laremy Tunsil, Jalen Ramsey e Myles Jack. Como Jack tem um problema no joelho que ninguém sabe no que vai dar (e por causa disso ele vai cair neste Draft simulado), os Chargers devem escolher entre Tunsil e Ramsey. Obviamente a equipe aceitará propostas de trade down (afinal, quem não quer inúmeras escolhas?), todavia acho difícil alguém querer subir tanto assim – ainda mais depois do valor pago por Eagles e Rams.

Um jogador que adoro comparar com Tunsil é Greg Robinson – left tackle dos Rams que foi selecionado com a segunda escolha geral em 2014. Note, não estou dizendo que Tunsil é parecido com Robinson, mas sim que a comparação é válida. São dois jogadores que movem qualquer coisa no jogo terrestre, mas que precisavam evoluir no pass protection por falta de aprendizado na universidade. Tunsil não é um monstro como Robinson, no entanto tem um footwork mais qualificado e seu pass protection não é tão deficiente. Ele não é um produto pronto em si, porém não é aquele projeto que vai sofrer na transição – como está sendo com o jogador dos Rams.

Algumas pessoas estão dizendo que os Chargers na realidade vão escolher Ronnie Stanley ao invés de Laremy Tunsil. É bem verdade que Stanley é mais preparado no pass protection e um sólido run blocker, conquanto existem muitos questionamentos sobre a sua work ethic e se ele vai conseguir levar o jogo mentalmente no nível profissional. Além do mais, não é um prospecto que vale uma terceira escolha geral. Se a franquia está desiludida com Tunsil, valeria muito mais a pena escolher Jalen Ramsey e plugá-lo em qualquer lugar disponível na secundária. Os Chargers estariam perdendo muito valor se adotassem esta estratégia.

Outras possíveis escolhas: Jalen Ramsey (defensive back), Ronnie Stanley (offensive tackle).

4. Dallas Cowboys – Jalen Ramsey – Defensive back, Florida State

Quais as chances de você escolher o melhor jogador disponível, que vai cobrir a maior necessidade da franquia e ele ser, discutivelmente, o melhor prospecto do Draft? O Dallas Cowboys terá esta chance hoje. Ramsey, sem sombras de dúvidas, é o melhor defensive back da classe e deve tornar-se a referência nesta secundária cheia de jogadores que não conseguiram desenvolver todo o seu potencial.

Eu gosto mais de Ramsey como safety. Bom tackleador, ele é um cara extremamente bom em coberturas por zona e não alivia nos hits no meio do campo. Além disso, ele mostrou valor jogando no box e na slot cobrindo wide receivers mais ágeis. Apesar disso, é completamente compreensível ele virar um cornerback no nível profissional, afinal tem habilidade na cobertura e velocidade para tal – além de ser um cara fluido em campo. Os Cowboys, neste cenário, estão escolhendo o cara ideal para fazer parte desta defesa que necessita de talentos.

E se os Chargers escolherem Ramsey em vez de Tunsil (ou Stanley)? Neste caso, Dallas ainda fica com duas opções defensivas interessantíssimas que devem contribuir desde o primeiro dia. Com DeMarcus Lawrence e Randy Gregory suspensos no início da temporada, fica claro a necessidade por incrementar o pass rusher de maneira imediata. Joey Bosa não é um prolífico pass rusher, porém faria sentido e incrementaria ainda mais a rotação da linha defensiva – que precisa de muito mais talento. Outro alvo que também faria sentido, neste caso, seria Myles Jack. É difícil perceber o quão confortáveis os médicos de Dallas estão com o joelho do prospecto, no entanto se ele recebesse sinal verde ia ser uma bela aquisição para o corpo de linebackers – falaremos mais dele adiante.

Alguns apontam para a possível escolha de Ezekiel Elliot nesta escolha. Eu ficaria um pouco chocado com tal decisão. Desde que Stephen Jones começou a se envolver diretamente com o Draft (em 2010, para ser mais exato), o poder de Jerry Jones vem diminuindo na war room. A decisão de escolher Elliot teria o perfil do pai, que gosta de escolhas impulsivas. Não estou dizendo que Elliot é um prospecto ruim, mas sim que o valor seria péssimo. Não se escolhe um running back com a quarta escolha geral, que na verdade tem mais jeito de segunda escolha geral. Só faria sentido escolher Elliot se a franquia conseguisse um trade down – o que também é improvável.

Outras possíveis escolhas: Joey Bosa (defensive end), Myles Jack (linebacker), Ezekiel Elliot (running back).

5. Jacksonville Jaguars – Joey Bosa – Defensive end, Ohio State

Agora o Draft começa a ficar bem mais interessante. Fechando o top five, um jogador que não encanta tanto com as suas skills de pass rusher, no entanto faria todo o sentido possível neste esquema dos Jaguars. Sim, eu lembro que a franquia draftou Dante Fowler Jr. e ele não jogou um snap sequer na liga. Além disso, eu lembro que Malik Jackson ganhou um contrato de 90 milhões de dólares nesta intertemporada. A linha defensiva já será bem reforçada neste ano e Bosa pode ser o jogador para levá-la à elite.

Enquanto eu continuo a acreditar que Jackson vai ser um 3-tech defensive tackle nesta defesa, Fowler e Bosa complementariam-se de maneira espetacular na defesa. Nesta 4-3 under empregado pelos Jaguars, Fowler jogaria na posição de Leo (aquela mesmo que Chris Clemons jogou muito), visto que é mais leve e ágil, enquanto Bosa jogaria na 5-tech como um defensive end – posição que ser um bom contra a corrida é tão essencial quanto ser bom indo atrás do quarterback. Gus Bradley teria a linha defensiva perfeita para trabalhar e aperfeiçoar o seu sistema, que vem sofrendo constantemente com a falta de talentos disponíveis.

Novamente, não é preciso dizer que Myles Jack é um jogador que pode fazer todo o sentido nesta escolha. Ele jogaria como middle linebacker e seria uma peça essencial – na realidade, teria muito mais valor escolher Jack do que Bosa aqui. Só que este joelho não está inspirando confiança nenhuma no momento e é bem possível que ele ainda esteja despencando para o final do top 10 – como ocorrerá nesta simulação. Os Jaguars têm a oportunidade de reforçar uma defesa sem muitos talentos, equilibrando os dois lados da bola e entrando no modo “Agora vai”.

Outras possíveis escolhas: Myles Jack (linebacker).

6. Baltimore Ravens – DeForest Buckner – Defensive end, Oregon

A posição do Baltimore Ravens está difícil neste Draft. Por um lado, os dois prospectos mais seguros (e que fariam muito sentido) parecem estar fora de alcance. O terceiro jogador do top 3, Jack, que também seria um reforço muito bom, não tem um joelho tão confiável assim e vai precisar de avaliação médica para poder ser considerado na sexta escolha geral. Como ele é uma dúvida gigante e Ozzie Newsome não é um cara que faz muitas apostas no escuro, DeForest Buckner acabou sendo o escolhido.

Buckner é um jogador atleticamente incrível, mas que o videotape tem alguns altos e baixos. Um prospecto que lembra a sua situação é Ziggy Ansah. Na realidade, os dois não possuem nada em comum no seu jogo, a comparação fica por conta do videotape combinado com avaliação de potencial. Era visível que Ansah era um grande jogador, conquanto seu videotape era escasso. O de Buckner é muito mais rico, mas ainda assim ele tem alguns baixos realmente preocupantes ao longo dos jogos. Buckner é dominante fisicamente e tem técnica, só precisa ser mais consistente ao longo de sua carreira profissional – e encontrará em Baltimore o lugar ideal para desenvolver-se em um Pro Bowler.

Outras possíveis escolhas: Myles Jack (linebacker).

7. San Francisco 49ers – Ronnie Stanley – Offensive tackle, Notre Dame

Ronnie Stanley é o intruso no primeiro bloco de talentos deste Draft. São cinco grandes jogadores (com três destaques maiores) e os dois quarterbacks que vão ser as duas primeiras escolhas. Depois disso, a avaliação começa a ficar mais particular para cada sistema – o que mostra como esta classe é profunda em algumas posições, mas que não tem aqueles grandes jogadores como em 2011.

Stanley é um bom jogador e seu valor na sétima escolha geral não está tão deturpado, no entanto sua adaptação na NFL vai ser muito sofrida em San Francisco. Stanley é um left tackle natural. Seu footwork é de um left tackle, ele não é tão dominante no jogo terrestre e é extremamente inteligente passando seus bloqueios para companheiros. Como right tackle em San Francisco, Stanley vai ter que readaptar seu footwork e, obviamente, terá que evoluir mais rapidamente como run blocker. Além disso, o esquema de Chip Kelly tem uma particularidade muito importante: os tackles quase não têm ajuda nos bloqueios. Lane Johnson (que era tinha um perfil muito maior de right tackle do que de left tackle) sofreu bastante na adaptação ao nível profissional com um esquema desses – começou a se recuperar no final de sua temporada de calouro e ainda não evoluiu tanto quanto deveria. A missão de Stanley vai ser ainda mais difícil.

Se não for Stanley, quem será? Claramente Eagles e Rams acabaram com os planos de San Francisco de escolher um signal caller nesta posição. Aqui, Myles Jack pode realmente ser a escolha, visto que a franquia deve ser mais tolerável com o seu joelho. Além dos 49ers terem um histórico favorável no quesito escolher jogadores com problemas de lesão (Marcus Lattimore é o maior exemplo), Kelly adora utilizar a ciência no esporte e já mostrou aceitar a arriscar mais em jogadores com problemas no joelho.

Outra opção bem viável seria DeForest Buckner. Isto não é só aquela ligação preguiçosa Oregon – Kelly, mas sim que o técnico já o elogiou publicamente e ele é um protótipo perfeito para a defesa que ele planeja – e, sejamos sinceros, mesmo com Trent Baalke tomando as decisões, as preferências do técnico vão interferir nas decisões tomadas. Além disso, Buckner é um jogador perfeito para um 3-4 2-gap. Como em nosso caso ele já não estava mais disponível, foi a hora de reforçar a linha ofensiva.

Outras possíveis escolhas: Myles Jack (linebacker), DeForest Buckner (defensive line)

8. Cleveland Browns – Myles Jack – Linebacker, UCLA.

Mesmo que Myles Jack tenha regredido em sua recuperação, é muito improvável que ele caia mais do que isso. Jack não teve o seu joelho destruído como Jaylon Smith e não deve ter algum efeito colateral do seu problema. Claro que os médicos ainda podem achar que ele não vai se recuperar e o linebacker acabe caindo para o final da primeira rodada, mas isso é quase impossível de prever – visto que não temos acesso a este nível de informação.

Jack é o tipo de jogador que se encaixa em qualquer esquema e em qualquer franquia. Ele alia duas coisas raríssimas de se ver em um linebacker: consegue jogar de sideline a sideline e tem instintos de elite. Normalmente, linebackers atléticos, que tem capacidade de cobrir todo o campo, jogar em cobertura e serem explosivos o suficiente para ser uma ameaça no blitz, não são tão instintivos e não conseguem jogar sob controle – e acabam sendo talentos de segunda e terceira rodadas. Já jogadores instintivos não conseguem jogar em outro lugar que não seja o box e tem dificuldades em marcações individuais e por zona. Jack consegue aliar tudo isso e com espírito de playmaker ainda, o que o torna muito especial. Se não fosse por seu joelho, com certeza ele estaria sendo cogitado no San Diego Chargers e teria totais condições de ser o escolhido. O valor aqui é muito atraente e só um problema médico grave deveria impedir os Browns de fazer esta escolha – ainda mais que o nível dos talentos vai cair após a oitava escolha geral.

Os Browns também devem ter outras duas opções: dar um trade down ou escolher Ezekiel Elliot. Novamente, Elliot neste lugar seria um desperdício de recursos e a franquia já teve experiências não muito agradáveis escolhendo running backs no top 10 – lembre-se de Trent Richardson. Com relação ao trade down, o alvo poderia se tornar Paxton Lynch. No top 10 seria um reach absurdo, mas se Cleveland conseguisse descer umas 3-4 posições e escolher Lynch não seria de todo mal – um prospecto que serviria de seguro caso Robert Griffin III venha a falhar.

Outras possíveis escolhas: Ezekiel Elliot (running back).

9. Tampa Bay Buccaneers – Vernon Hargreaves III – Cornerback, Florida

Os draft boards de uma boa parte das franquias são separados em blocos aliados com o ranking dos jogadores. A tática serve para ver em que momento existe uma queda brusca de qualidade nos jogadores, assim evita-se perder valor ao longo do Draft. Além disto, dentro dos blocos espera-se encontrar jogadores com valores parecidos e pode-se começar a diferenciar os prospectos pelas necessidades pontuais de cada elenco. Adotando uma tática de ranquear por blocos, agora começa um outro bloco de jogadores e, consequentemente, o nível vai diminuir.

A particularidade desta classe é que há muitos jogadores bons e pouquíssimos muito bons. Por causa disso, a montagem dos draft boards deve ter mudado muito de franquia para franquia a partir deste ponto. Enquanto alguns front offices devem ter colocado um prospecto como o vigésimo quinto melhor (por exemplo), outros devem ter o colocado como o décimo quinto. Por isso não se surpreenda se a ordem a partir daqui mude bastante ao longo das escolhas.

Tampa Bay deve estar torcendo muito que Ezekiel Elliot saia no top 8 e algum dos prospectos defensivos acabe caindo para a nona posição. Como isto não aconteceu, a franquia resolveu reforçar um pouco mais a sua secundária e traz o melhor cornerback disponível.

Hargreaves é um prospecto que polariza muito as opiniões. Enquanto uns destacam que ele é baixo e teve um tempo de 40 jardas muito baixo, mostrando um atleticismo que grita bust, outros se apaixonam pela sua capacidade de tacklear, ser o mais fluido da classe e ter um videotape impressionante. Ele é o maior alto risco, alta recompensa do início da primeira rodada e vale apostar nele. Mike Smith é um cara do 4-3 que gosta da cover 2, logo ele não teria tantos problemas assim com bolas em profundidade contra jogadores velozes. Com relação à altura, eu sou mais pragmático com isso. Qualquer cornerback que marque mano-a-mano na redzone vai sofrer contra um wide receiver alto. Se ele tiver capacidade de enfrentar o jogador no alto, a rota vai ser uma slant para explorar a falta de fluidez. Claro que cornerbacks altos, normalmente, são mais fortes e conseguem ser mais agressivos, porém isto não limita um cara com uma estatura um pouco mais baixa – ele não é um cara extremamente undersized. É aquele tipo de escolha que polariza e pode dar muito certo ou muito errado. Aliás, vale reforçar que escolher cornerbacks não é uma tarefa fácil – vide Dee Milliner e Justin Gilbert.

Existe uma escolha mais segura por parte dos Bucs? Mas é claro. Além da possibilidade de um talento defensivo superior cair até aqui (Jack ou Bosa), a franquia pode avaliar que vale a pena gastar a escolha com Leonard Floyd. Seria extremamente coerente e reforçaria um setor que carece de talentos. Em nosso caso, a avaliação de Hargreaves é superior a de Floyd, porém o front office dos Bucs pode pensar diferente.

Outras possíveis escolhas: Leonard Floyd (defensive end/linebacker).

10. New York Giants – Ezekiel Elliot – Running back, Ohio State

Como Jerry Reese falou após a escolha de Odell Beckham Jr. na frente de Zack Martin: “Qualquer momento que tenha um playmaker dinâmico e um guard, eu vou pegar o playmaker. […] Você tem que ter playmakers nesta liga.” E não há outro playmaker ofensivo maior do que Ezekiel Elliot neste Draft.

Elliot é um cara ágil, forte e que consegue criar jogadas do nada. Ainda acho que Todd Gurley era um prospecto superior saindo do college, no entanto Elliot não tem um histórico de lesões como o de Gurley. Por ser o maior playmaker do Draft e ainda suprir uma necessidade imediata (lembre-se que os Giants adotaram uma política de win now, mesmo tendo um elenco pobre), seria uma surpresa eles passarem Elliot nesta escolha.

O valor agora começa a se tornar aceitável. Embora não seja fã de escolher um running back tão alto, Elliot não vai passar da décima segunda escolha geral – tem que ser acontecer algo muito improvável para isto acontecer. Bears e Saints devem estar torcendo para os Giants passarem o jogador – o que não vai rolar.

Outras possíveis escolhas: Leonard Floyd (defensive end/linebacker).

11. Chicago Bears – Leonard Floyd – Linebacker, Georgia

O prêmio de consolação de Chicago é tão bom quanto o alvo inicial. Os Bears devem estar torcendo para Ezekiel Elliot estar no board, mas isto não vai acontecer. Sendo assim, o prêmio de consolação é um jogador que vem crescendo muito nos boards dos olheiros amadores ao redor da liga.

Quando você coloca o videotape de Floyd para assistir, a primeira coisa que chama atenção é o seu primeiro passo. Ele é muito bom, o melhor da classe, e chega a ser superior até mesmo ao de Bud Dupree – que é muito bom. Quase tudo é possível ensinar para um pass rusher, menos o primeiro passo e braços grandes. Isto é natural de cada um e Floyd tem os dois.

Ele me lembra muito um jogador do tipo de Anthony Barr ou Von Miller. Um cara que pode jogar de outside linebacker no 4-3 e no 3-4 (raríssimo), perfeito para sistemas híbridos e o sonho de equipes 3-4. Um cara completo, que sai na cobertura, combate o jogo terrestre e é um pass rusher em desenvolvimento. Ele ainda é cru em sua técnica e precisa ganhar um pouco mais de músculos para enfrentar o jogo terrestre, no entanto seria um left outside linebacker perfeito para este 3-4 – por isso que não está no top 10. Floyd seria a melhor opção possível para os Bears, porém existe a chance do front office pensar diferente.

Outras possíveis escolhas: Ezekiel Elliot (running back).

12. New Orleans Saints – Shaq Lawson – Defensive end, Clemson

O boato do momento é que os Saints estariam de olho em draftar Paxton Lynch. Apesar de fazer sentido, visto que Drew Brees está no último ano de contrato e é preciso pensar no futuro, os Saints adoram fazer smokescreen e ir atrás de alguém que ninguém pensa. Ano passado, a franquia se interessou um monte por prospectos defensivos e acabou, na primeira rodada, com Andrus Peat – que voava baixo nos radares ao redor da liga.

Assim como Peat no ano passado, Lawson também não está sendo tão conectado aos Saints, o que é muito positivo para eles. O produto de Clemson, sem sombras de dúvidas, é o pass rusher mais pronto do Draft. Extremamente técnico, ele não é um primor na questão atleticismo e seu teto não é tão grande quanto o de Floyd ou de Kevin Dodd – ex-companheiro em Clemson. Só que o seu chão é muito superior ao deles e é o tipo de jogador que vai ser titular desde o primeiro dia – muito importante, principalmente pela dificuldade de pass rushers calouros contribuírem no primeiro ano de liga.

Neste caso, Lawson é a segunda opção dos Saints. A expectativa seria que Ezekiel Elliot estivesse disponível, o que não vai rolar. Outro jogador que poderia ser interessante seria Leonard Floyd, visto a sua versatilidade incrível. Este é o limite superior para Shaq Lawson ser draftado e New Orleans estaria obtendo um bom jogador.

Outras possíveis escolhas: Ezekiel Elliot (running back), Leonard Floyd (linebacker/defensive end).

13. Miami Dolphins – Darron Lee (linebacker, Ohio State)

Terceiro jogador de Ohio State a ser draftado, Darron Lee é o décimo linebacker de Ohio State draftado na primeira rodada desde 1967. Sejamos realistas: Miami é um time imediatista no momento. Suas decisões são tomadas devido às necessidades, sempre. Quer exemplo maior que Ja’Wuan James, por exemplo? Esta atitude reflete-se na Free Agency com contratações caras e na montagem do Draft board – que é bem diferente do restante da liga.

Darron Lee é um jogador que pode cobrir uma necessidade e não estaria tão longe de seu valor – um reach pequeno, mas não tanto assim. Sim, a franquia trouxe Kiko Alonso, só que Lee não joga na posição dele. O ex-Philadelphia Eagle é um middle linebacker, com instintos mais apurados no box e bem melhor no combate ao jogo terrestre. Já Lee não tem os instintos para jogar de middle linebacker e deveria ser um weakside linebacker neste 4-3.

Ele me lembra muito Alec Ogletree e Ryan Shazier. Jogadores extremamente atléticos, que conseguem jogar de sideline a sideline, explosivos para serem utilizados em blitzes e bons jogadores de cobertura. O que destaca Lee é que, ao contrário da maioria destes linebackers atléticos, ele consegue jogar sob controle e não fica se perdendo em campo. Seria uma adição incrível para uma defesa que precisa desempenhar mais do está no momento.

Miami também poderia estar de olho em reforçar a sua linha defensiva e Shaq Lawson poderia contribuir muito no pass rusher. Sim, Mario Williams foi recentemente contratado, no entanto quanto anos ele ainda tem de produção? Dois, talvez três? É preciso pensar no futuro e Lawson poderia contribuir imediatamente no ano de calouro. Outro jogador que faria sentido é Sheldon Rankins. O produto de Louisville poderia jogar tanto no 1-tech quanto na 3-tech, porém o imediatismo de Miami pode fazer com que ele não esteja ranqueado tão alto assim em seus boards – visto que já há jogadores para as posições no elenco.

Alguns colocam os Dolphins draftando Ezekiel Elliot. Isto só vai acontecer com um trade up. Miami acabou de dar um trade down e agora vai dar outro trade up para escolher o running back? Muito improvável. Infelizmente o running back deve ficar apenas nos sonhos de seus torcedores.

Outras possíveis escolhas: Sheldon Rankins (defensive tackle), Shaq Lawson (defensive end).

14. Oakland Raiders – Sheldon Rankins – Defensive tackle, Louisville

Este é o cenário ideal para os Raiders. Não há, neste range de escolha, um alvo melhor para Oakland do que Sheldon Rankins. Ele seria o cara ideal para esta defesa híbrida que alterna em fronts 3-4 e 4-3 a todo momento.

Caso você não tenha acompanhado este ressurgimento do Oakland Raiders (recomendo que o faça), o sistema defensivo é híbrido e em diversos momentos alterna do 3-4 para o 4-3. Quando Aldon Smith não estava suspenso, ele e Khalil Mack eram utilizados de todas as formas criativas possíveis e confundiam os ataques adversários. Mesmo com pouco talento, a unidade fazia um trabalho digno. Agora Bruce Irvin vai tomar o lugar de Smith (suspenso), só que é preciso reforçar a linha defensiva a fim de achar jogadores híbridos que possam alternar da 1-tech para a 3-tech sem problemas.

Sheldon Rankins é perfeito para esta função. Na universidade ele jogava na 1-tech, na 3-tech, como defensive end, tackle e nose guard. Ele é extremamente versátil e dominante fisicamente. Ele é um pouco comparado a Aaron Donald devido ao seu tamanho, porém ele tem menos habilidades de pass rusher e é mais forte e capaz de parar o jogo terrestre – também é menos explosivo. Rankins seria um jogador coringa nesta linha defensiva que permitiria a alteração de esquema rapidamente, sem muitos problemas. Além disso, ele tem muito potencial e pode ser dominante fisicamente no nível profissional.

Caso não desse para pegá-lo, a melhor tática seria selecionar o melhor jogador disponível. Darron Lee poderia reforçar um corpo de linebackers que não é espetacular, assim como Jarran Reed seria um bom run stuffer que poderia ser uma boa peça adicionada a esta linha. Sem sombras de dúvidas, Rankins é muito mais valioso nesta escolha do que os outros dois.

Outras possíveis escolhas: Darron Lee (linebacker), Jarran Reed (defensive tackle).

15. Tennessee Titans – Jack Conklin – Offensive lineman, Michigan State

Existem olheiros amadores que são apaixonados por Conklin e o acham de valor parecido com Ronnie Stanley. Eu não estou neste grupo. Conklin é um jogador que confiava no domínio físico no nível universitário para se sobressair. Ele não tem footwork para jogar de left tackle e precisa melhorar muito a sua técnica para o futuro. Hoje em dia, Conklin é muito melhor abrindo espaço para os corredores do que na proteção do passe.

Mesmo eu não sendo fã, isto não significa que algumas franquias não vão adorá-lo – afinal eles têm muito mais dados que nós. Conklin é um right tackle que poderia começar como right guard na transição para o profissional. O Tennessee Titans já possui um projeto de left tackle em Taylor Lewan e não precisa se preocupar em achar um jogador para cumprir este papel. Os Titans seriam o cenário ideal para Conklin ter uma transição suave e poder se desenvolver bem.

Esta escolha eu vejo como vital no Draft. Se não houve nenhum trade up para pegar Paxton Lynch, o telefone dos Titans pode tocar bastante neste momento. O valor não é mais tão alto e pulos de 10 posições não vão custar horrores. Além do mais, a franquia precisa de muitos talentos e quer mais escolhas. Os Titans também podem pensar em um trade up, visto que reports recentes dizem que eles ranqueavam Ronnie Stanley no mesmo nível que Laremy Tunsil. Acho improvável, visto que iria custar pelo menos mais duas escolhas para pegar Stanley – e não sei se valeria a pena. Novamente, se ficar na posição a tática deve ser o melhor jogador disponível – caso Conklin já tenha sido escolhido. Neste caso, Jarran Reed ou até mesmo Reggie Ragland poderiam fazer sentido.

Outras possíveis escolhas: Jarran Reed (defensive tackle), Reggie Ragland (linebacker).

16. Detroit Lions – Jarran Reed – Defensive tackle (Alabama)

Os Lions conseguem um ótimo jogador para suprir uma necessidade imediata: combater o jogo terrestre. Jarran Reed, sem sombras de dúvidas, é o melhor defensive tackle da classe parando os running backs adversários. Ele é muito disciplinado nos gaps e consegue penetrar bem no backfield, além de conseguir segurar com tranquilidade double teams.

Fazendo uma dupla com Haloti Ngata, o núcleo da linha defensiva dos Lions seria muito melhor que hoje em dia. Reed não é incapaz no pass rusher, mas também não é um grande destaque – falta um primeiro passo impactante. Mesmo assim, ele seria essencial em uma defesa que precisa de reforço tanto na rotação quanto na titularidade.

Outro atleta, também de Alabama, que poderia ser escolhido aqui seria Reggie Ragland. Não adianta apenas ter uma linha boa, é preciso linebackers capazes de tacklear. Ragland não é um jogador que vai marcar de sideline a sideline, no entanto é muito instintivo e tem uma capacidade de jogar no box impressionante. Qualquer um dos dois seria essencial para uma defesa que precisa de reforços.

Outras possíveis escolhas: Reggie Ragland (linebacker).

17. Atlanta Falcons – Reggie Ragland – Linebacker, Alabama

Neste cenário criado, eu vejo os Falcons ficando felizes tanto se pegarem Ragland quanto Reed. A franquia, assim como Detroit, precisa reforçar o miolo de seu front seven – ainda mais jogando na mesma divisão que Cam Newton. Como Reed já foi embora neste cenário, a escolha é seu outro companheiro de Alabama.

Ragland é um jogador quase tão instintivo quanto C.J. Mosley. Muito agressivo, ele é um bom tackleador (raro para alguém agressivo) e é um exemplo no combate ao jogo terrestre. Aliás, não foi por acaso que esta defesa limitou Leonard Fournette em 31 jardas terrestres totais. Eles tinham Jarran Reed, Reggie Ragland e A’Shawn Robinson no miolo da defesa. Ragland não é um jogador extremamente atlético que vai cobrir tight ends 40 jardas longe da linha de scrimmage. Ele pode jogar como robber, assim como seguir running backs, mas não é um grande jogador na cobertura. Seria interessante ver a dupla Ragland e Courtney Upshaw.

Outras possíveis escolhas: Jack Conklin (offensive tackle), Taylor Decker (offensive tackle), Kevin Dodd (defensive tackle).

18. Indianapolis Colts – Taylor Decker – Offensive lineman, Ohio State

A partir da décima sexta, décima sétima escolha hoje a noite, pode esperar inúmeras surpresas e boards totalmente diferentes entre as franquias. Como já foi exaustivamente citado, são muitos talentos parecidos e poucos de destaque. Taylor Decker, por exemplo, deve estar ranqueado para algumas franquias como um jogador do fim da primeira rodada. Para os Colts, neste momento, ele pode ser o melhor disponível.

Assim como Conklin, Decker não tem o footwork e a técnica para jogar como left tackle. A curva de aprendizado seria muito grande e o ideal é ele ser um right guard ou right tackle. Em Ohio State, ele era muito bom abrindo espaço no jogo terrestre, porém lhe faltava habilidade na proteção do passe. Além disso, Decker não chega perto do quão fisicamente dominante Conklin é, logo faz todo o sentido ele ser o quarto tackle selecionado. Como a posição é inflacionada, ele está saindo dentro do top 20.

Decker pode ser um encaixe muito melhor para os Colts do que a primeira impressão passa. Entrando como right guard, ele seria titular de primeira e teria totais condições de contribuir desde o primeiro ano. Passar para right tackle no futuro seria um desafio maior, mas não impossível. Nesta posição, Indianapolis adoraria ter a disposição um pass rusher de qualidade. Infelizmente, a décima oitava posição é meio complicada para tal. Shaq Lawson pode não estar mais disponível e Kevin Dodd é um grande projeto que precisa de trabalho e é mais ideal no 4-3. O restante da classe não valeria uma escolha tão alta assim. Óbvio que se o desejo for um pass rusher, Dodd pode ser o escolhido, no entanto o encaixe seria bem estranho.

Outras possíveis escolhas: Kevin Dodd (outside linebacker).

19. Buffalo Bills – Kevin Dodd – Defensive end, Clemson

Mais um defensive end para os Bills? A equipe tem outras necessidades, não dá para ser outro pass rusher. Isto é verdade, porém lembre-se: o Draft é sobre adicionar talentos, não cobrir necessidades. Times que só se preocupam com necessidades acabam perdendo valor, criando busts e caindo no ostracismo. Nesta posição, Kevin Dodd seria uma boa escolha pelo valor que representa.

Dodd é um outro atleta do chamado grande risco, grande recompensa. Muita gente não gostava tanto dele no início do processo, mas a admiração aumentou muito ao longo do processo. Na realidade, considero Dodd um steal a esta altura das seleções – tem potencial para sair dentro do top 15. Mais explosivo que Lawson, seu teto é maior que o de seu companheiro de Clemson, porém ele precisa trabalhar mais nas técnicas de pass rush. Ainda assim, vale muito a pena adicioná-lo à rotação e colocá-lo em campo em situações de passes no início de sua carreira – ele não é tão confiável no combate ao jogo terrestre.

Com as chances de Dodd não estar disponível, a franquia adoraria ter a chance de adicionar alguém como Darron Lee – para disputar posição com Zach Brown – ou até mesmo Taylor Decker para ser um left guard e disputar a vaga de titular como calouro. Outra possibilidade seria Karl Joseph, visto a necessidade por um safety, mas este seria um reach considerável.

Outras possíveis escolhas: Darron Lee (linebacker), Taylor Decker (offensive lineman), Karl Joseph (safety).

20. New York Jets – Paxton Lynch – Quarterback, Memphis

É muito difícil avaliar em que lugar do Draft Paxton Lynch sairá. Como já dito na escolha dos Saints, é meio difícil acreditar que a franquia o escolha. Por outro lado, é também meio improvável que ele venha caindo até a vigésima escolha no colo dos Jets. As chances de rolar um trade up no meio desta confusão são reais e ele sairia perto da décima quinta escolha geral.

Como não temos trocas nesta simulação e Lynch ainda está disponível, é meio difícil pensar que New York passaria o projeto de signal caller, ainda mais com a situação complicada de Ryan Fitzpatrick. Sem sombras de dúvidas não seria benéfico ter ele em campo como calouro, como já explicamos, mas confiar em Geno Smith não parece ser a melhor estratégia para um elenco jovem e com bons talentos defensivos.

Os Jets podem acabar se vendo obrigados a dar um trade up para buscar Paxton Lynch ou ficar em vigésimo e torcer que ele caia. Caso ele saia nas escolhas superiores, seria muito bom ver um linebacker como Darron Lee cair em seu colo – seria um complemento ideal para esta defesa 3-4. Outra opção seria escolher um jogador de linha ofensiva como Taylor Decker para disputar posição ou dar um trade down e garantir um pass rusher.

Outras possíveis escolhas: Darron Lee (linebacker), Taylor Decker (offensive lineman).

21. Washington – William Jackson III – Cornerback, Houston

Por que um time que acabou de dar um contrato de 75 milhões de dólares para Josh Norman e tem um outro bom cornerback em Bashaud Breeland iria gastar uma escolha em um cornerback? Você está louco? Olhando pelo quadro de necessidades, visivelmente cornerback está quase no final da lista. Só que Scot McCloughan não fez fama no Draft por escolher jogadores por necessidade, mas sim pela sua habilidade. E, neste ponto, William Jackson III é o melhor jogador disponível.

Um pouco duro, Jackson chama atenção pela qualidade de seus tackles, envergadura e capacidade de realizar jogadas. Além disso, ele é um jogador rápido que pode ser isolado contra um wide receiver em rotas longas. Sem sombras de dúvidas, o produto de Houston é o melhor jogador disponível neste momento e seria uma pena, nesta simulação, o passar por um jogador com menos habilidade. Além disso, a liga está cada vez mais aérea e ter três cornerbacks de qualidade pode fazer toda a diferença – ainda mais que Breeland pode jogar na slot. A tática Cincinnati Bengals (adicionar a maior quantidade de cornerbacks possível) faz todo o sentido nesta escolha.

Caso o objetivo torne-se suprir necessidades, existe a possibilidade de Karl Joseph aparecer nesta escolha. Apesar de ter crescido bastante a sua avaliação desde o início do processo, Joseph ainda é um jogador que deveria sair no início da segunda rodada. Isto não vai acontecer (ele deve ser escolhido no fim da primeira rodada), mas a vigésima primeira escolha é muito alto. A’Shawn Robinson também poderia ser o escolhido, mas neste caso valeria mais a pena ir de Jackson III.

Outras possíveis escolhas: A’Shawn Robinson (defensive tackle), Karl Joseph (safety).

22. Houston Texans – A’Shawn Robinson – Defensive end, Alabama.

Wide receiver, wide receiver, wide receiver… defensive tackle? Extremamente subvalorizada, a linha defensiva dos Texans deteriorou-se e precisa de reforços, principalmente na posição de 3-tech defensive end. E Robinson seria um jogador ideal para ocupar tal lugar. Na realidade, Jarran Reed faria mais sentido, só que ele já saiu a muito tempo – então fica com seu companheiro de equipe.

Robinson é o típico 3-tech defensive end para uma defesa 3-4: bom contra a corrida, regular pressionando o quarterback adversário e que consegue aguentar facilmente bloqueios duplos. Aliás, é muito engraçado ver o videotape de Alabama: eram marcações duplas constantemente em Robinson e Reed… ao mesmo tempo. Para uma defesa que ainda precisa de reforços em sua linha, Robinson seria uma peça valiosa.

Claro que o escolhido poderia ser um wide receiver, mas já deu para ver que na minha visão a classe não é das melhores. Neste caso, Josh Doctson ou Corey Coleman poderiam ser os preferidos – até porque Laquon Treadwell é um jogador que precisa de muitos passes e os Texans já tem um recebedor #1 em DeAndre Hopkins.

Outras possíveis escolhas: Josh Doctson (wide receiver), Corey Coleman (wide receiver).

23. Minnesota Vikings – Laquon Treadwell – Wide receiver, Ole Miss.

Em uma classe não muito prolífica, o wide receiver mais preparado para ser o alvo principal acaba caindo no colo do Minnesota Vikings. No momento, Treadwell está no valor correto e seria uma escolha coerente.

Lento e alto, Treadwell se destaca por pegar tudo ao seu alcance. São poucos drops e uma técnica incrível que mostra que ele precisa ser um recebedor #1: rotas curtas, rápidas e de primeira opção. Ele não vai ter sucesso nenhum se tiver que ser um recebedor #2. Pode ser que os Vikings queiram mais velocidade e optem por Josh Doctson ou Corey Coleman, mas nesta escolha há muito valor em pegar um wide receiver.

Outras possíveis escolhas: Corey Coleman (wide receiver), Josh Doctson (wide receiver).

24. Cincinnati Bengals – Josh Doctson – Wide receiver, TCU

Com A.J. Green em campo, os Bengals precisam muito mais de um recebedor #2 do que #1. Isto significa que a escolha deve ser por um jogador com mais velocidade, que consiga fazer rotas longas e não precise de muitos alvos. Com Green chamando a atenção, Doctson se beneficiaria de muitas marcações individuais e poderia ser uma boa peça no ano de calouro.

A grande dúvida sobre Doctson (e também Coleman) é o quanto a sua produção é devido ao esquema que estava inserido e o quanto ele terá que aprender. Com um videotape em que mostra menos velocidade que Coleman, Doctson é mais polido correndo rotas – por isso está a frente do jogador de Baylor.

Outros dois jogadores que podem ser os alvos aqui são Robert Nkemdiche e Noah Spence. Apenas o Cincinnati Bengals, que tem o histórico de ignorar mais os problemas extra-campo de seus jogadores, deve ter coragem de pensar em tocar em um dos dois hoje a noite – eles devem cair para o meio da segunda rodada. São dois jogadores habilidosos, mas os problemas fora de campo assustam qualquer general manager.

Outras possíveis escolhas: Robert Nkemdiche (defensive tackle), Noah Spence (defensive end).

25. Pittsburgh Steelers – Eli Apple – Cornerback, Ohio State

Este é o terceiro jogador defensivo de Ohio State saindo na primeira rodada. No top 50 é possível que Vonn Bell também seja escolhido. Deu para perceber o principal questionamento sobre Apple, certo? Ele é um produto do sistema ou o sistema é bom por causa dele?

Avaliar cornerbacks é uma tarefa ingrata para um olheiro profissional, imagine então para um amador. Nós não temos a câmera aérea e é difícil saber os esquemas defensivos. Quem falhou: o safety, o linebacker ou o cornerback? Ele tava em cover 4 ou era marcação individual? Mesmo assim, o videotape mostra aspectos como capacidade de gerar jogadas, trabalho de pés, agressividade e fluidez. O problema é que Eli Apple não se destaca muito em nenhum desses quesitos.

Durante o ano, muitas de suas falhas do videotape são encobertas por boas jogadas de seus companheiros. Claro que ele tem flashes espetaculares, que se fossem consistentes o colocariam no top 10. O problema é que sua inconsistência coloca dúvidas sobre o quão bom ele pode ser no futuro. Como William Jackson III já foi, Eli Apple vai para Pittsburgh ajudar uma secundária que precisa de jogadores urgentes. Pode ser que a franquia avalie outro cornerback mais valioso, no entanto Apple é o melhor daqueles que restaram neste cenário.

Outras possíveis escolhas: William Jackson III (cornerback).

26. Seattle Seahawks – Ryan Kelly – Center, Alabama

John Schneider e Pete Carroll possuem avaliações bem diferentes durante a noite do Draft. Quem não se lembra de Bruce Irvin saindo na décima quinta escolha geral, deixando a todos chocados? Já ficou claro que seu draft board é diferente do restante da liga e não duvidaria que Ryan Kelly esteja ranqueado bem alto.

Veja bem, Kelly é um prospecto melhor Weston Richburg (que saiu na segunda rodada em 2014) e que Travis Frederick – primeira rodada. Isto já o credencia como possível escolha de primeira rodada e não seria nenhum absurdo sair aqui. É a aposta mais segura do fim da primeira rodada e cobriria uma necessidade subvalorizada, mas que atrapalha. Ryan Kelly já um center maduro, que tem capacidade de se colocar no top 10 da liga e seria essencial para proteger um quarterback que sofreu muito no ano passado. Esta é aquela escolha que pode chocar quem não acompanhou o processo todo, mas que faria todo o sentido do mundo para os mais viciados no Draft – se você leu até aqui, muito provavelmente é porque adora o Draft.

Outras possíveis escolhas: Mackensie Alexander (cornerback), Eli Apple (cornerback), Vernon Butler (defensive tackle).

27. Green Bay Packers – Vernon Butler – Defensive end, Louisiana Tech

Pode parecer estranho, mas Butler é um jogador que pode encaixar no esquema de Green Bay sem grandes problemas. O jogador seria ideal no 4-3, porém ele tem capacidade física para jogar até mesmo de nose guard – ele precisaria crescer um pouco, mas aguentaria levar tal peso.

É incrível que Butler tenha 146 kgs. Quando se acompanha o seu videotape, é visível que ele precisa crescer um pouco mais para atuar no profissional, o que mostra que ele pode ser um jogador mais massivo sem perder tanto de sua agilidade. O que atrai no videotape de Butler é a sua capacidade como pass rusher. Em um 3-4, é muito importante poder destruir o pocket pelo meio e Butler poderia ser este tipo de jogador. Ainda falta evoluir seu combate ao jogo terrestre, mas ele poderia entrar na rotação desde o seu ano de calouro.

Os Packers adorariam que um jogador como Reggie Ragland ainda estivesse disponível. Seria bem difícil, mas não impossível, visto que os boards por aí são bem antagônicos com relação ao linebacker de Alabama. Talvez seja necessário um trade up para o garantir, mas não me surpreenderia caso fosse o escolhido.

Outras possíveis escolhas: Reggie Ragland (linebacker).

28. Kansas City Chiefs – Karl Joseph – Safety, West Virginia

Andy Reid ama escolher jogadores de linha com a sua primeira escolha, mas de vez em quando ele varia. Em nossa simulação, Reid acha uma peça que está faltando em sua defesa – a escolha é mais por necessidade do que por melhor jogador disponível.

Joseph é um jogador de segunda rodada, mas que vai se esgueirar para o fim da primeira devido a jogar em uma posição carente – Deone Buccanon e Jimmie Ward também eram talentos de segunda rodada e saíram na primeira em 2014. Um pouco mais baixo que seus pares, Karl Joseph é um hard hitter que me lembra Rodney McLeod. Além disso, ele é um jogador eficiente na cobertura e que pode ser titular desde o início.

Outras possíveis escolhas: Mackensie Alexander (cornerback), A’Shawn Robinson (defensive tackle).

29. New England Patriots – Não tem escolha devido a uma punição da liga.

30. Arizona Cardinals – Mackensie Alexander – Cornerback, Clemson

Os Cardinals precisam reforçar a sua secundária e um safety neste momento não seria a pior escolha do mundo, mas Karl Joseph já saiu, logo é preciso escolher o melhor jogador disponível. Neste caso, Mackensie Alexander ainda consegue sair no final da primeira rodada.

Muitos colocam Artie Burns a frente de Alexander em seus boards, o que é entendível. Ele é mais durável e mais rápido, porém Alexander é mais habilidoso e fluido saindo da linha de scrimmage – além de ser mais agressivo em campo. É claro que as suas contusões pode acabar afastando alguns interessados, no entanto é a melhor opção neste momento.

Outras possíveis escolhas: Artie Burns (cornerback), Karl Joseph (safety).

31. Carolina Panthers – Corey Coleman – Wide receiver, Baylor

Duas dúvidas aparecem neste momento: como Corey Coleman ainda está disponível? E como o Carolina Panthers chegou ao Super Bowl com Philly Brown e Ted Ginn Jr. em campo? Tudo bem que em 2016 Devin Funchess e Kelvin Benjamin devem ser os titulares, mas é preciso adicionar um elemento de velocidade e ele pode ser Corey Coleman.

É meio estranho gastar duas escolhas de primeira rodada e uma de segunda em recebedores, porém o valor aqui é muito bom para se ignorar. Coleman é um jogador que pode atuar na slot, tem agilidade e não sofre com tantos drops assim. Ele seria um complemento ideal para o par de atletas altos que os Panthers possuem e traria um pouco de competição na posição – o que só faria bem ao ataque.

Como segundas opções, reforçar a linha ofensiva (com Germain Ifedi talvez) ou o grupo de safeties (vai precisar de um trade up para conseguir tal proeza) poderiam ser boas escolhas. Com o que está disponível, Coleman não seria uma má ideia.

Outras possíveis escolhas: Corey Coleman (wide receiver).

32. Denver Broncos – Germain Ifedi – Offensive lineman, Texas A&M

Outro jogador de segunda rodada saindo no final da primeira. Os Broncos queriam muito que Paxton Lynch estivesse disponível, mas isto não vai rolar mesmo – vai ser preciso um trade up grande para poder garantir os serviços do quarterback. Como não há esta possibilidade, a franquia opta por pegar alguém para proteger um possível quarterback – seja quem for.

A opção por Ifedi aqui é simples: ele é um guard. Não o vejo com nenhuma habilidade para atuar como right tackle no momento (e não precisa, até porque Ty Sambrailo está no banco), mas ele poderia disputar posição de guard. Forte e relativamente atlético, ele se encaixaria perfeitamente nesta linha ofensiva. Seria uma escolha monótona para fechar a primeira rodada, mas que faria muito sentido.

Outra opção aqui poderia ser Keanu Neal ou até mesmo um jogador de linha defensiva (Andrew Billings).

Outras possíveis escolhas: Andrew Billings (defensive tackle), Keanu Neal (safety).

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