Primeira Leitura: Myles Jack caindo sem culpa e a Northwestern Defense

Epa, mas Primeira Leitura não era de segunda-feira? Sim, mudamos excepcionalmente neste início de maio para as terças. Nosso podcast, Radio America, entrará de férias por três semanas (voltamos dia 24/05) e o carro-chefe das terças passa a ser nossa coluna. Aí a coluna volta para a segunda a noite. Como (infelizmente) não tem  Monday Night Football em maio, essa é uma alteração que no fundo não vai alterar sua vida. Nesta semana falamos sobre o que, para mim, foi a história mais importante do Draft 2016: um jogador com talento de top 10 cair para… O Top 10 da segunda rodada. Além disso, alguns insights idiotas em “fatos que somente interessam a mim” e um mais relevante ao analisar o Draft de Jacksonville e Atlanta. 

A queda de Myles

Impossível não falar sobre a principal história do Draft: as quedas de Laremy Tunsil (offensive tackle, Ole Miss) e Myles Jack (inside linebacker, UCLA). Primeiro vou me focar em Jack, o qual julgo ser uma história um pouco mais interessante – e porque, bem, as pessoas querem ler mais sobre um jogador que não seja da linha ofensiva, é a vida.

Antes de mais nada, esta era minha avaliação sobre ele em meu Big Board, onde ele era o sétimo melhor prospecto.

Tecnicamente perfeito para a NFL. Tem instintos daqueles inside linebackers clássicos que dominaram o jogo antes da explosão aérea da NFL nos últimos 20 anos. Ainda, no jogo aéreo, consegue marcar em zona tão bem quanto poderia se exigir de um safety. Tem velocidade lateral para ter onipresença no campo, tanto quanto Luke Kuechly faz atualmente. O problema é a lesão no menisco, embora alguns relatórios médicos sejam positivos para seu futuro (por isso cai um pouco e pode cair na primeira rodada).

Com efeito, minha previsão sobre uma queda – que era certa, restava saber até onde – era esta:

Já Myles Jack (inside linebacker, UCLA) tem uma lesão um pouco mais tranquila de se recuperar: é na cartilagem do joelho. Jack rompeu o menisco durante um treinamento no final de setembro. Na época seu tempo de recuperação foi estimado entre quatro e seis meses. Jack deve cair menos do que Smith, mas pode sim cair do Top 10 de acordo com o que os médicos das equipes falarem a seus General Managers. Além disso, pode haver um efeito “o que eles sabem que nós não sabemos para ele cair?” e assim uma avalanche levar o linebacker para o meio da primeira rodada

O Miami Dolphins e o Oakland Raiders, ambos no meio da primeira rodada, tinham feito visitas com Jack. O fato de nenhum dos dois times ter escolhido o linebacker fez com que o efeito avalanche começar ainda mais forte. Veja, aqui estávamos diante de uma imensa cortina de fumaça. Os médicos que avaliaram Jack teriam pareceres clínicos diferentes: cada time fez uma avaliação, muito provavelmente. Na medida em que Myles ia caindo, pode ter acendido a fumaça no general manager que gostaria de lhe escolher.

Por mais que ele fizesse esforço – após ter literalmente viajado o país em visitas, de Oakland a Miami, de uma costa a outra – o linebacker chegou a apelar no Twitter para provar que seu joelho estava ok: fez seu irmão gravar uma enterrada numa cesta de basquete. Mesmo assim chegava o Seattle Seahawks, na 31ª e última escolha da primeira rodada (após troca com Denver) e… Bem, eles também não lhe escolheram mesmo tendo perdido Bruce Irvin na free agency. Por ironia do destino, o número de Myles em UCLA, #30, simbolizava menos do que a quantidade de times que haviam passado por ele sem lhe dar uma chance.

O endosso veio de Jim Mora, seu técnico em UCLA. Conforme reportado na (brilhante) coluna de Emily Kaplan para o MMQB, Mora foi um dos maiores patrocinadores de Jack durante o processo de recrutamento. Ele chegou a dizer para Gus Bradley, técnico de Jacksonville, para que ele “não fosse o tolo que tivesse a chance de ter Myles e jogasse no lixo”. Foi o mesmo Mora que tentou apoiar Jack durante o processo de “queda” em que enfrentou na antessala do palco do Draft.

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O bilhete escrito por seu ex-treinador continha onde, na primeira rodada, grandes jogadores na história recente da NFL haviam sido escolhidos. Dan Marino foi passado durante toda a primeira rodada com cinco quarterbacks escolhidos antes dele. Aaron Rodgers já foi objeto de crônica minha com sua queda em 2005. Randy Moss caiu até o final da primeira rodada por conta de problemas extra-campo. Troy Polamalu poderia ter sido escolhido pelos Chargers – sobretudo porque tinham perdido o strong safety Rodney Harrison – em 2003 mas estes preferiram trocar para baixo. Todos estão ou com certeza estarão no Hall da Fama do Futebol Americano Profissional.

Não adiantou muito. Jack, naquela altura tendo seu rosto constantemente filmado, sabia que ele não teria destino semelhante àqueles grandes de outros tempos da liga. Pelo menos não no recrutamento. Todas, literalmente todas, as equipes com escolha em primeira rodada haviam lhe passado. Não por conta de problemas com drogas, como fora o caso de Randy Gregory no ano passado. Mas porque seu joelho, de acordo com a cortina de fumaça corrente, era uma “bomba relógio”.

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Sabe o que “atrapalhou” Myles Jack? A honestidade.

“(os problemas degenerativos no joelho) estão ali, mas nada de extremo. Mais pra frente, provavelmente eu tenha que fazer cirurgia de microfratura… Potencialmente. Quem sabe o que vai rolar? Ninguém sabe quanto tempo alguém vai acabar jogando nesta liga. Jogar três anos na NFL já seria acima da média”

E, olha, ele está certo. A gente se acostuma com a carreira dos Ray Lewis da vida – só para comparar com um inside linebacker – e acha que todo mundo joga pelo menos dez anos na NFL. Longe, bem longe disso: a média geralmente gira entre 3 e 5 anos – até por isso não acho que a aposentadoria de Chris Borland, no ano passado, tenha um impacto tão grande assim no longo prazo. Jack tentou “lhe ajudar” numa comparação – honesta – que no final das contas acabou por confirmar potenciais cortinas de fumaça.

Quando você escolhe um jogador na primeira rodada, não que escolher alguém com potencial de não estar na liga daqui três anos. Esse é o ponto. Claro: existem muitas escolhas de primeira rodada que acabam tendo esse destino – mas nenhum general manager faz essa escolha de modo consciente, de modo que o jogador escolhido não esteja no time três anos depois. Quando Myles disse isso, ele expôs o risco exponencialmente – com efeito, lhe tirando da primeira rodada.

É incrível como, no final das contas, as coisas se desenvolveram de maneira bastante interessante para ele. Claro, não na parte financeira da coisa, porque uma escolha de segunda rodada ganha bem menos do que uma de primeira. Mas ele foi a) para um time que precisa de inside linebacker b) para uma equipe na qual encaixa no sistema tático, dada a tendência de Bradley em usar Cover 1 robber e Cover 3, marcações em zona nas quais o inside linebacker patrulha o meio do campo c) para um time com muito potencial e em ascensão.

“Talvez os deuses do futebol americano estejam nos recompensando pelo o que aconteceu com Dante Fowler Jr. No an o passado”, disse o general manager de Jacksonville, Dave Caldwell ainda neste final de semana. Os Jaguars eram candidatos a escolherem Myles Jack ainda na primeira rodada, com a quinta escolha geral do Draft. Optaram por Jalen Ramsey, outro prospecto talentoso (e plenamente saudável). Na segunda rodada, viram Jack cair em seu colo e trocaram com Baltimore para escolher Jack. “Não acho que ele precise de cirurgia, nosso sentimento sempre foi esse”, completou Caldwell. Pense numa escolha que pode ser uma das maiores barganhas da história do Draft da NFL. É esta.

Os herdeiros da Northwestern Defense, nome que inventei porque estou de saco cheio de ter que falar "sistemas defensivos semelhantes ao do Seattle Seahawks"
Os herdeiros da Northwestern Defense, nome que inventei porque estou de saco cheio de ter que falar “sistemas defensivos semelhantes ao do Seattle Seahawks”

A emulação de Seattle continua e eu tenho um nome (finalmente) para isso: Northwestern Defense

Bons sistemas são copiados ao redor da liga – não se engane, essa é a tendência e sempre será. Não que isso seja feito de maneira artificial em todas as ocasiões que o fato se verifica – a exemplo da formação wildcat em 2008 ou da pistol fest de 2012. Em algumas ocasiões o time vai muito bem e os coordenadores (ofensivo ou defensivo) daquele sistema acaba ganhando a chance como head coach em outra equipe.

Naturalmente ele “importa” esse sistema defensivo/ofensivo para sua nova equipe. Na prática, com efeito, não se trata de meramente copiar – mas, sim, de dar sequência numa filosofia na qual esse técnico foi criado. Poderia divagar horas sobre o assunto – o qual muito me interessa – mas gostaria de focar em um assunto pontual: o Seattle Seahawks Sul.

Não temos apenas um exemplo: temos dois. E esses exemplos ficam mais nítidos ainda quando analisamos o Draft da NFL. Por mais que Jacksonville tenha gostado (muito) do treino que fez Myles Jack, não conseguiu resistir à tentação de emular um pedacinho da Legion of Boom. Por que dá certo? Não, porque Gus Bradley, seu treinador, foi o coordenador defensivo “original” daquela defesa de Seattle que conquistou a liga ao início desta década. Bradley foi o mestre defensivo de Sherman e companhia até 2012 – ano no qual a unidade se revelou ao mundo. No ano seguinte foi contratado pelo Jacksonville Jaguars e desde então a franquia vem tendo uma paciência louvável com seu trabalho. Essa paciência pode dar frutos nesta temporada. Quer saber como ele está dando continuidade ao seu regime de Seattle? Bom, defensive backs altos e agressivos na cobertura contra o passe eram a toada nos Seahawks. Quem Jacksonville escolhe na primeira rodada? Jalen Ramsey com seu 1,85m (bem alto para a posição) e agressividade física nítida na cobertura.

Mas não foi só. Outra equipe que vem aos poucos se postando como Seattle Seahawks Sul é o Atlanta Falcons.

A base tática da defesa de Seattle é a marcação em zona no meio do campo. Esse é um princípio bastante louvável numa era na qual tight ends fazem a festa na região e é costume ver recebedores Y (slot) também perambulando pela área. Ter um jogador defensivo que seja acima da média nessa proteção ajuda – e muito – a parte tática dessa defesa. Até porque os seguidores dessa filosofia quase sempre colocam o o strong safety no box (ou seja, junto dos linebackers) para pressionar o quarterback, conter o jogo terrestre ou recuar em zona-média no meio do campo. É exatamente o que Kam Chancellor faz em Seattle – e como faz bem.

Quem o Atlanta Falcons escolhe na primeira rodada? Hm.. Vamos lembrar qual é o treinador de Atlanta? É Dan Quinn, ex-coordenador defensivo de Seattle. Muitos se surpreenderam com a escolha dos Falcons – Keanu Neal, um jogador que foi chamado para a antessala do Draft (Green Room) e que todo mundo se espantou dele ter sido convidado, porque em tese não seria talento de primeira rodada. Em tese. Mas para o sistema dos Falcons – ou melhor, para a emulação do sistema de Seattle, a qual vou batizar de Northwestern Defense porque sim e porque não dá para chamar todas as defesas com esse sistema tático de Legion of Boom – fazia todo sentido ter o safety de Florida, um jogador que constantemente era usado no box com os Gators. E Neal provavelmente não estaria no board quando Atlanta voltasse para escolher na segunda rodada. A escolha de Keanu é aquele tipo de escolha que parece absurda, mas quando você para e analisa bem, faz todo sentido. Claro: pode não dar certo e Neal virar um “Kam Chancellor dos pobres”, mas escolher jogadores de acordo com seu sistema tático – e não com o board alheio – é o correto.

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Bradshaw tinha cabelo quando foi draftado e, antes que você me corrija, Louisiana Tech é da primeira divisão hoje mas não era na década de 1970

Fatos que vão interessar somente a mim

Na pesquisa deste texto, descobri que Gus Bradley, o técnico de Jacksonville, se formou e começou sua carreira como técnico em North Dakota State. Familiar? É a universidade de Carson Wentz, segunda escolha geral do Draft.

Falando em universidades pequenas da segunda divisão do College (FCS ou I-AA), fiz uma pequena pesquisa para ver quarterbacks da segunda divisão escolhidos na primeira rodada do Draft (desde a fusão NFL-AFL em 1970) para ver o que saia. Pode (muito bem) ser que eu tenha esquecido de algum jogador, então se você lembrar de mais algum manda aí.

Joe Flacco: venceu um Super Bowl e, aparte do ano passado quando se machucou, frequentemente leva o time à pós-temporada.

Phil Simms: um dos melhores quarterbacks da história dos Giants, venceu o Super Bowl XXI praticamente com atuação perfeita em 1986.

Doug Williams: Inicialmente injustiçado na carreira – tirou os Buccaneers do buraco – ganhou outra chance com Washington e venceu o Super Bowl.

Steve McNair: escolhido para ser a cara da franquia dos Oilers quando esta se mudou para Tennessee no meio da década de 1990, ficou a literalmente uma jarda de vencer o Super Bowl XXXIV.

Dan Pastorini:  Titular sólido com os Oilers na década de 70, comandou um ataque interessante. Acabou ganhando o Super Bowl como reserva pelos Raiders em 1980

Ken O’Brien: Um dos seis quarterbacks escolhidos na primeira rodada do Draft de 1983, teve carreira bem menos laureada que os colegas Elway, Kelly e Marino. Mas até que teve uma carreira sólida com os Jets, tendo dois jogos com rating perfeito (158,3) e mais de 25 mil jardas passadas. Não chegou a ser elite, mas para a época era bastante funcional. UC Davis, a universidade de O’Brien, era Division II do College – ou seja, nem “segundona” era.

Terry Bradshaw: Um dos três quarterbacks com quatro aneis de Super Bowl. Não queira falar que a defesa lhe carregou, ele era bom. Vale lembrar, Lousiana Tech nem da segunda divisão era. Na época, na prática, era da terceira.

Bom, não dá para negar que Carson Wentz está numa companhia muito interessante. O fator “cacete, ele jogou mais contra o vento do que o Paris Saint Germain no Campeonato Francês” pode até assustar – mas justamente por isso eu não duvido que seja um elemento comum a esses jogadores que eles se esforcem ainda mais para calar os críticos. Ou então por puro medo mesmo, desse “salto” da segunda divisão do College para a NFL seja cruel a ponto de acabar com suas carreiras.

Por fim, para terminar esta parte da coluna, tem uma coisa que reparo sempre: o nome dos jogadores no Draft. Da mesma forma que nasceu um monte de Ronaldo em 1998 e 2002 aqui no Brasil, eu já observei uma tendência interessante na NFL por meio do Draft. Tem um monte de Shaq nas classes recentes – muito porque Shaquille O’Neal, pivô de LSU, estava entrando na NBA quando os hoje draftados estavam na barriga de suas mães. Mas eu achei outra tendência bizarra: sabe qual é um dos filmes mais populares de 1994? Velocidade Máxima, com Keanu Reaves e a mãe do Michael Oher no Um Sonho Possível Sandra Bullock. Eu não duvido nada que o nome de Keanu Neal seja por isso. Ele nasceu 9 meses depois do filme entrar em cartaz nos EUA. É sério.

Duas afirmações e uma pergunta:

Acho que os Dolphins fizeram uma ótima escolha em Laremy Tunsil. Ele era o melhor prospecto de linha ofensiva do Draft – talvez um dos melhores em todas as posições. Tunsil não foi pego em nenhum anti-doping enquanto era jogador de Ole Miss. Depois do susto de haverem vazado um vídeo seu fumando maconha – vídeo que ele diz ser de anos atrás – eu duvido muito que ele vai pensar em tocar em cannabis. Até porque a liga estará de olho.

Os principais recebedores de algumas franquias ficaram bem felizes com a “concorrência” que veio no Draft. Não, eu não estou sendo irônico, falo sério. Tem gente que acha que recebedor é tudo igual, quando este não é o caso. O primeiro recebedor de uma franquia (chamado de X) é aquele que faz de tudo. O segundo (Z) é um cara mais route runner, de posse de bola com passes mais curtos. Tendo este, você faz com que a defesa adversária não coloque marcação dupla no X em todo snap. Odell Beckham Jr (Giants), A.J Green (Bengals) e DeAndre Hopkins (Texans) são todos exemplos de recebedores que viram seus times escolherem Z’s em rodadas altas do Draft. E eles serão bastante ajudados por isso.

Será que se, na véspera do Draft, aparecesse um vídeo com Laremy Tunsil dando um tapa na namorada… Ele teria caído tanto quanto um vídeo no qual ele aparece com um mask bong fumando maconha (foto acima)? Isso é algo que me perguntei bastante na última quinta-feira. Eu acho que as pessoas são absurdamente hipócritas. O cara aparece fumando maconha e não fazendo mal a ninguém senão, eventualmente, ele mesmo, e todo mundo fica espantado. Randy Gregory espanca a namorada e tem time que lhe dá oportunidade sem pestanejar na free agency. É um dois pesos e duas medidas que não entendo.

Primeira Resposta: seu feedback!

 Seu feedback é sempre importante para nós. Não deu para publicar a Primeira Resposta da semana passada porque, bem, eu fiquei doente pra cacete depois do Draft – acho que deu para perceber ao final da transmissão que minha garganta tinha ido para o espaço. Então vamos publicar o que vocês mandaram semana passada, nesta e até amanhã cedo… Nesta quarta de manhã. Aí tiramos o atraso que acabou ocorrendo de maneira fortuita.
Participe, então, da seguinte forma:

a) Comentando com o DISQUS lá embaixo

b) Mandando perguntas para meu twitter, @CurtiAntony – com a “#PL” só para eu saber que você quer que a pergunta venha para cá.

c) E-mail para curti@profootball.com.br. Aliás, pode mandar qualquer tipo de feedback para esse email.

Lembrando, claro, que ao enviar perguntas você autoriza a publicação delas aqui em ProFootball.

Hello Goodbye!

Uma das partes boas de que nestas próximas semanas PL saia na terça é o título do Leicester ter se confirmado na segunda a noite – portanto, a tempo de escrevermos sobre. Epa, este virou um site sobre Premier League? Não, longe disso. A questão é que o título da zebra azul acabou sendo de longe uma das principais notícias desta semana – e como o final desta coluna é offtopic, posso falar de futebol aqui.

Fiquei me indagando se seria possível um Leicester City na NFL. Não, nem de longe. A NFL tem uma estrutura, com Draft, Salary Cap e cotas equânimes de direitos de TV e vendas de merchandising que faz com que num domingo qualquer… Uma equipe forte vença a fraca. E o feito do Leicester, em uma liga com pontos corridos e com folha salarial apenas maior do que a folha dos times que haviam acabado de subir para a primeira divisão, é impossível de se igualar num esporte com esse sistema que enseja igualdade e com mata-mata.

De toda forma, já que a NFL não tem “time pequeno” – apenas time de mercado consumidor pequeno, o que não impediu Green Bay de ser a franquia com mais títulos da liga se contarmos os campeonatos antes do Super Bowl – pensei em times que podem surpreender neste ano. Não tem como termos um Leicester, porque a chance de uma zebra no futebol americano é maior. O time de Vardy e companhia era zebra, nas casas de aposta, de 1/5000. Ou seja, a cada libra apostada voltariam 5000 se você apostasse no início do campeonato.

Então fui na Sporting Bet – talvez o site de apostas que mais faz propaganda na TV – ver como estavam as cotas para o Super Bowl e confirmei, por meio das cotas, que a NFL é mais equilibrada mesmo. 49ers: 1 para 101. Buccaneers: 1 para 101. Browns: 1 para 151. Hm. Dos três acho que só os Buccaneers teriam chance – e só se Jameis Winston fosse MVP. A título de curiosidade, os Jaguars voltam 41 reais para cada um real investido. Hm (2).

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