Curti, você podia falar sobre o porque do ganhador do Heisman do ano passado, Derrick Henry, ter sido draftado somente na 2ª rodada. – Luiz Francisco Silva, via comentário no post
E, na mesma toada,
O running back Ezequiel Elliot é muito mais bem avaliado que o RB Derrick Henry, então por que o Derrick que venceu o premio Heisman? – Fernando Lopes da Silva, via e-mail
Acredito que tenha falado sobre algumas vezes ao longo do processo de recrutamento e mesmo na transmissão do segundo dia do Draft na ESPN. Henry é um talento especial, isso sem dúvidas. O grande ponto – e isso vale para tudo em termos de análise de Draft – é que o desempenho do jogador no College Football não será, necessariamente, o mesmo no nível profissional. O ambiente é diferente, o jogo é diferente e o nível técnico é diferente. Como em algumas oportunidades cheguei a comparar, é o mesmo que um jogador formado no Campeonato Italiano ir jogar na Premier League. O esporte é o mesmo, mas o estilo de jogo é diferente.
Dito tudo isso, em relação especificamente a Henry, muito de sua produção vinha por conta de seu tamanho – ele era muito mais alto e mais forte do que os defensores do College estavam adaptados. Em outras palavras, era um homem entre crianças. Na NFL essa diferença não vai se repetir, dado que as defesas do nível profissional são todas fortes o suficiente para lhe tacklear. O exemplo mais parecido com Henry na NFL, nos últimos anos, é Brandon Jacobs. Ainda, pesa contra ele o histórico recente dos running backs de Alabama – sendo Trent Richardson o exemplo-maior: frutos de linha ofensiva forte, eles não desenvolveram os mesmos números na NFL.
Vinícius Roman, via e-mail
Estava lendo sobre as equipes que exerceram a Fifth-year option na NFL, até aí beleza, mas tem times que não exerceram isso, o que acontece com esses jogadores? viram Free Agency?
Sim. O contrato-base dos calouros desde 2012 – após o último acordo coletivo-trabalhista entre as franquias/NFL e o Sindicato de Jogadores/NFLPA – prevê que haja quatro anos no primeiro contrato com uma franquia. Antes do último, os times podem optar numa, literalmente, opção de quinto ano. Se eles não toparem o jogador vira unrestrictedfree agent (passe livre irrestrito), podendo assinar com qualquer franquia após o quarto ano (e último). O exemplo mais recente e notório é de Robert Griffin III em Washington.
Manoel Cardoso Reis, via e-mail
Curti, um jogador para entrar na liga tem que, necessariamente, passar pelo Draft? Ou ele pode ir direto para free agent? Além disso, há muitos casos de undrafted players que deram muito certo na NFL?
Não, não é necessário que ele seja drafatado. Claro: ele tem que estar elegível – um jogador não pode entrar na NFL antes de três anos formado do Ensino Médio. Mas se ele não for draftado, torna-se free agent e pode assinar com qualquer franquia. Foi o caso de Cairo Santos, kicker do Kansas City Chiefs – ele assinou com a equipe depois do Draft. Para citar alguns nomes que deram (bastante) certo temos Arian Foster, Wes Welker, Rod Smith, Tony Romo, Kurt Warner, Jeff Saturday… Os que me lembro de cabeça – fora um punhado de kickers, como Adam Vinatieri – são estes. Se você for parar para pensar não é TÃO comum assim – mas como os nomes são fortes, nos fazem crer que acontece mais do que parece.
Diego Hikari Okamoto, via e-mail (e André Schwan, com a mesma pergunta)
Curti, o que quer dizer a expressão “Five-technique player”?.
Em termos de Draft – e no futebol americano como um todo – essa é uma questão avançada e bastante importante. A technique é uma outra forma de falar sobre o alinhamento do jogador defensivo na linha de scrimmage. O outro termo bastante utilizado é gap – o “buraco” que esse jogador vai cobrir. Quanto às techs, elas se denominam da seguinte forma, em função de onde o jogador defensivo está alinhado na linha:
a) Se ele está alinhado na frente do center, é uma 0-technique