10 novidades (algumas óbvias) que gostaríamos de ver em Madden 17

Desde 2005, há apenas um jogo de NFL por ano: Madden. Naquele ano, a Eletronic Arts por meio de sua divisão para jogos esportivos, a EA Sports, fechou acordo de exclusividade na licença da NFL e da NFLPA (o sindicato dos jogadores). Com isso, todo e qualquer jogo de futebol americano produzido por qualquer companhia que não fosse a EA Sports seria… Bem, seria sem os times da NFL ou os jogadores atuais.

Monopólio estabelecido, certo? Bom, até houve outras tentativas de jogos “paralelos”, como All Pro Football 2k8 – sucessor espiritual da série ESPN NFL 2k (sim, o 2k faz referência à produtora que até hoje “bate” na EA com o NBA 2k). Infelizmente o jogo não rendeu tanto – mesmo com a presença de várias lendas do esporte, ainda faltavam logos corretos, estádios, nomes dos times e tudo aquilo que faz de um jogo de pro football algo tão bacana. O 2k8 foi a última tentativa real de fazer concorrência à EA Sports – não dá para considerar Backbreaker sequer uma tentativa.

Pois bem, monopólio da licença estabelecido, a EA faz o que bem quiser com o jogo. Não que ele esteja ruim,  muito pelo contrário – mas a falta de concorrência faz com que, digamos, a empresa não se esforce tanto como faz com o futebol (FIFA/PES) e a NBA (Live/2k). Poderiam haver inúmeras novidades que, bem, demoraram muito para aparecer. Um exemplo é o franchise mode. Nos últimos jogos da geração 128 bits (PlayStation 2/GameCube/XBox) havia inúmeras opções de imersão. Muito por conta da concorrência. Era possível mudar a franquia de cidade, alterar preço dos ingressos… E aí quando veio o monopólio a EA Sports tirou isso tudo só para “colocar de novo” no futuro como se fosse uma grande novidade. É impressionante como o franchise mode do Madden 16 nada mais é do que uma releitura do mesmo modo de jogo no Madden 08.

Este post foi a escolha semanal dos Sócios Diamante do ProFootball – veja aqui como você pode ser nosso chefe e nos designar pautas!

O jogo está ótimo, não vamos ser chatos aqui. Mas pode ser melhor. Se uma coisa pode atingir seu potencial máximo, por que se contentar com pouco, certo? Dito isso, resolvemos, à luz dessas “novidades” prometidas pela EA Sports para o Madden 17, fazer um post com coisas que queríamos ver na próxima edição. A produtora prometeu, por exemplo, maior imersão no Franchise Mode. Mas não disse como.

Vai ter tudo isso que listamos? Não, lógico que não. Se eles colocam tudo no Madden 17 ninguém vai comprar o 18, 19 e etc. Mas, de toda sorte, é uma lista interessante para pensarmos como um jogo de futebol americano pode ser melhor do que é atualmente. Sem mais delongas, vamos à lista.

1- Franchise Mode com imersão DE VERDADE

Antes de qualquer coisa, gostaria de lhe apresentar o ESPN NFL 2k5, da 2k Sports. Lançado em 2004, ele ainda é o padrão para imersão e conexos. Veja o que acontece no franchise mode – início do vídeo.

É pedir demais isso? Veja, no Madden 16 você tem uma aba das historinhas da semana, mas não passa nem perto da imersão que o ESPN NFL 2k5 propiciava. Após todos os jogos havia uma “historinha” da semana. Havia highlights de outros jogos. Era como um SportsCenter mesmo. Antes do Draft, mesma coisa. Free Agency? idem. A sensação atual é que no franchise mode de Madden, nós temos um apanhado de semanas jogando sem muita interação com o restante do calendário ou equipes. No final das contas é como se sentíssemos imersão dentro da Divisão – e não da liga inteira.

Isso se reflete também durante os jogos. Você já viu resultados de outras partidas afetando o seu, como ocorre em FIFA? Nah. Os narradores – Jim Nantz e Phil Simms – sequer mencionam outras partidas da semana. A estrutura de jogos do horário nobre, após uma dada temporada, é completamente aleatória também. Ganhei o Super Bowl com os Bears (só no video-game mesmo hehe) e no ano seguinte, mesmo estando no terceiro mercado consumidor da liga e recém-campeão em Chicago, eu jogaria apenas um prime time. C’mon.

2- Home Field Advantage DE VERDADE

Você já reparou que a torcida em Madden é mais enfeite do que samambaia na sala da sua avó? Pois é. Ela fica pulando que nem xarope o jogo inteiro e raramente age em conformidade com o que está acontecendo em campo. O que me surpreende é que, bem, a EA Sports já conhece esse conceito. Os mais antigos gamers devem se recordar de NCAA Football, quando a torcida realmente influenciava na partida. Se o barulho estivesse muito alto você não conseguia mudar as jogadas e tinha severos problemas na comunicação com a linha na snap count. Deveria haver isso em Madden também. Principalmente nos playoffs.

Não bastasse a torcida ser inepta em Madden, o clima também é. É praticamente imperceptível a diferença de um time do sul – por exemplo os Saints – indo jogar na neve do Lambeau Field. Ou então dos Dolphins no vento de Buffalo. Aliás, os chutes são afetados pelo vento – mas já reparou que os passes, não? Pega um quarterback com o braço forte e não muda nada. Joe Flacco ou Mark Sanchez passando no vento. Muda nada. Isso precisa ser corrigido.

3- Desafios que se prestem a algo

Em ESPN NFL 2k5 – e no sucessor espiritual, All-Pro 2k8 – era possível ESCOLHER o que você iria desafiar. Era a marcação de onde a bola deveria estar para o próximo snap? Foi o passe sendo incompleto ou completo? No Madden isso vai automático. Não precisava ser assim.

Aliás, faz 15 anos que eu estou com aproveitamento de 100% negativo com desafios de spot da bola. Acho que é pra fingir que existe isso, porque nunca se prestou a coisa alguma.

4- Física de tackles melhorada. Física de tudo melhorada. Pelo amor de Deus, os caras esbarram e caem.

O Jean Souza, nosso redator, está fazendo mestrado em física e entende pacas de futebol americano. Se a EA quiser eu passo o contato dele.

5- Superstar mode com alguma imersão e elementos de RPG

Qual a diferença entre criar um jogador, colocar num time, jogar franchise mode como técnico e criar um franchise mode como jogador? Eu adianto: nenhuma. A 2k fez um trabalho fenomenal no 2k16 com o story mode – coisa que havia em Madden há 10 anos, mesmo que em menor escala. Claro, não tem como contratar o Spike Lee, mas alguma coisa poderia ser feita né? Se há 10 anos era possível contratar agente, fazer o Wonderlic e drills de Combine antes de ser draftado… Cacete, não custava nada colocar isso num jogo de PlayStation 4, onde há muito mais recurso.

Não dá vontade nenhuma de jogar o modo “be a player” atual do Madden. Você não se sente na NFL. Não há imersão alguma. Eu mesmo, joguei duas ou três vezes e voltei pro Franchise. Já o NBA 2k16, joguei muito, muito mais. Enfim, poderia haver esse elementos em Madden também – e não só a XP semana a semana. Você poderia acabar brigando com o técnico e pedir para mudar de cidade. Seu rating poderia ser afetado por constantes interceptações. O playbook poderia ser limitado nas primeiras semanas/anos porque você ainda não manja tudo. Tanta coisa poderia ser feita e ainda não é. Resta-nos lamentar.

6- Legendas em português/Narração em português

Ah, lá vem o Curti querendo uma boquinha comentando o jogo. Não, não é isso, antes que pensem. Foram os leitores que sugeriram isso – e especificamente narração, acho que no game qualquer um que comentar não vai mudar algo. Mas um Madden com Everaldo/Rômulo/Ari/Renan/Nardini, quem for, ia ser bacana. Antes que você ache que eu estou maluco querendo pedir isso, não preciso lembrar que o Brasil é um dos mercados em expansão da liga né? Imagine o impacto comercial disso.

Se a NFL já posta em português (com direcionamento apenas para o Brasil nos posts, claro – é possível fazer isso se a página tem mais de 10 mil likes) e postou várias vezes vídeos de narrações (ESPN e também do Esporte Interativo) seria bacana se isso rolasse. Caso não seja possível, pelo menos legendas. O Need For Speed, que é da mesma EA, já tem legendas em português. Um monte de jogo já tem. Um menu em português não ia matar ninguém de trabalho.

7- Voltem com a versão para PC

“Mimimi, pirataria”. Nem vem, isso não é argumento, se não o FIFA não seria feito para PC. Os jogos estão cada vez mais “em conta” se comprados em lojas online (PSN/Origin e etc) e o principal mercado consumidor seria os EUA – onde a pirataria é menor do que em outros mercados ao redor do mundo. E se fazem FIFA para PC, não tem porque não fazer Madden também.

Além disso, “capacidade gráfica” está longe de ser desculpa. Tenho amigos que têm bazookas na CPU de tanto processamento gráfico. Fora que jogar online seria bem mais prático. Para a próxima edição já sabemos que não vai rolar, mas não custa sonhar né?

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8- Quem sabe uma tentativa de voltar com o NFL Head Coach?

Sabe o Football Manager? Então, já existiu um para a NFL. Dois, na verdade, esse acima é o primeiro. Mas era chato. Deus, como era chato. Ser técnico de futebol americano é algo muito estressante para virar video-game. São tantos afazeres “metódicos” e “chatos” que o negócio perde a graça. De toda forma, tinha algumas coisas legais no game – como a possibilidade de criar um técnico, colocar sua filosofia nele, reuniões com a comissão técnica…

Esse é o ponto onde quero chegar. Coordenador Ofensivo e Defensivo, até Madden 16, não importam em paçocas. Poderia haver a presença deles, dado que tanto quanto os head coaches, há afiliação ao Sindicato de Técnicos (tirando Bill Belichick, ele é antissocial e não está no sindicato e também no Madden. ahaha). Indo mais longe, poderia haver técnicos específicos de posição, como quarterback – e isso influenciar o rating do jogador. É outra coisa que “não custa nada”

9 – Scout e Draft com mais imersão

É, acho que agora eu estou indo longe demais e sendo chato. A refeição já está ótima e eu quero mais. Bom, para quem não jogou Madden 16, há pela primeira vez um sistema de scouting antes do Draft. Semana a semana você pode gastar 150 pontos revelando algumas “notas” (de A+ a F) para os jogadores em dados quesitos. Linebacker, por exemplo, aparece quase sempre a nota de tackle.

Dá para fazer ainda mais, com mais “erros” nessas notas – que NÃO podem ser perfeitas porque o processo de draft está longe de sê-lo – e maior interação no Combine e Pro Days. De toda forma, vale ressaltar que o que já foi feito está ótimo. Talvez o Draft em si precise de melhoras, como o CPU lhe oferecendo trocas “de ofício” e que não houvesse tanta facilidade em dar trade down como ocorre agora. Outra coisa boa seria o game “avisar” se um jogador cobiçado no seu board está para ser escolhido – assim você poderia fazer trocas mais facilmente do que ANOTANDO TODAS AS NECESSIDADES alheias. Afinal de contas, é video-game (e nem todos são tão hardcore que nem o idiota aqui para fazer isso.

10- Arrumem o modo online. Sei lá, deem um jeito. Aquilo não é futebol americano

Sério, poucas experiências são tão chatas como jogar Madden online. Talvez com os novos conceitos de gapstechniques a coisa melhore. Como praticamente não há disciplina dos defensores a um ou dois gaps (e eles correm para cima da bola ao invés dos gaps, sendo presas de bloqueios) fica muito fácil correr se você tiver as peças certas. Sério. Experimente jogar o Ultimate Team contra um cara que tenha o Eric Dickerson no backfield. É impossível.

A combinação “quarterback que só corre” + “Eric Dickerson/Walter Payton” é completamente avassaladora no modo online. Aí é fácil: o cara vai para TODAS as quartas descidas e a experiência de jogo parece qualquer coisa menos uma NFL na qual 60% das jogadas são passes. Sendo bastante radical, além de gaps/techs, poderiam limitar a quantidade de vezes que o cara pode ir para a quarta descida no modo online. Nem Bill Belichick jogando Madden deve ir tanto pra quarta descida. Será que ele joga, falando nisso?

Enfim, essas foram as 10 coisas que pensamos. Algumas podem até estar presentes, como as que versam sobre imersão no franchise mode. Esquecemos de alguma? Manda ver aí nos comentários!

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