Primeira Leitura: Os 15 melhores jogadores da NFL em 2015

Primeira Leitura está especial nesta semana. Vamos focar apenas na lista dos 30 melhores jogadores da temporada passada. Que maneira melhor de aquecer para a próxima temporada, han? Faltam só 100 dias! Na semana que vem, claro, voltamos com a coluna em sua ordenação comum – com as histórias, as afirmações e etc.

Olha eu querendo mexer com o que não se mexe. Tal qual ketchup na pizza, existem coisas que não deveriam ser feitas. Mas, como eu não pretendo falar apenas o óbvio nesta coluna, tomei coragem de escrever algo que já há alguns anos gostaria de fazer. Por que só falar sobre MVP se podemos estender mais essa lista?

A NFL Network faz uma lista anual com os 100 melhores jogadores da NFL. Nela, apenas os jogadores votam – jornalistas ficam de fora. Aqui, na minha, só eu voto. Significa que ela é a certa? Significa que você tem que engolir e pronto? Nah, longe disso. Nessa época de intertemporada, tal qual a NFL Network faz, fazemos esta lista em Primeira Leitura para aquecer o debate rumo à temporada 2016. Faltam 100 dias para o kickoff entre Carolina Panthers e Denver Broncos, não se esqueça.

Como a lista foi montada? Bom, ela é completamente subjetiva. Não teria como fazer uma lista objetiva que envolvesse tantas posições. Ao mesmo tempo, nesse ensopado de estatísticas, considerei o quão bem o time foi na temporada, quanto dessa campanha esse jogador carregou nas costas e se ele perdeu muitos jogos por lesão ou não. Um exemplo é Ben Roethlisberger. Ele foi brilhante no ano passado, mas jogou 12 partidas – e não 16 como Brady e Newton. No ProFootballFocus, o camisa dos Steelers é o primeiro nas “notas” dadas pelo site. Aqui, contextualizando, não.

Vamos elencar então quais os “pesos” considerados nesta lista.

a) Quão bem o time foi na temporada regular

b) Consideramos apenas temporada regular para a lista, desconsiderando a pós-temporada (assim todos os jogadores puderam ser avaliados com a mesma base de cálculo). Estatísticas pesaram? Sim, mas não foi o único critério.

c) Quão valioso esse jogador foi para seu time? Isto é, quanto ele “carregou” a equipe nas costas? Tal quesito é essencial para uma avaliação individual. Não estamos falando de uma lista de melhores “unidades de recebedores” ou de melhores times. 

d) Não me odeie. 

e) Sério, não me odeie, mesmo. ahahahah A lista é apenas para debatermos um pouco sobre a temporada passada antes de aquecermos definitivamente rumo a 2016. Com o marco de “faltam 100 dias”, nada melhor do que esta lista. KD RUSEO WILSO!!!111!! É, eu sei, alguns nomes ficaram de fora – e vale a temporada inteira, não só o final dela. Lamento, mas não tem como fazer uma lista de 100 nomes num único texto. Para a próxima temporada pensaremos sobre 😉

1- Cam Newton, quarterback, Carolina Panthers

Aparte do que aconteceu no Super Bowl 50, Newton foi o jogador mais valioso da temporada passada. Mesmo sem seu principal recebedor – Kelvin Benjamin, machucado antes da temporada – Cam Newton comandou os Panthers rumo ao título da Conferência Nacional. Se pudesse elencar uma estatística que ainda não foi extensamente falada, seria a proporção de touchdowns passados em relação a interceptações. Em 2014, 18 para 12. No ano passado, 35 para 10.

2- Tom Brady, quarterback, New England Patriots

Se Newton sofreu com a lesão de seu principal recebedor, Tom Brady carregou o New England Patriots no Angry Revenge Tour após o Deflategate. Inúmeros recebedores perderam jogos aqui e acolá – inclusive Rob Gronkowski, o principal elemento no jogo aéreo patriota. Com todos esses problemas e 38 anos nas costas, Brady teve 4770 jardas passadas na temporada passada e merece a segunda colocação na lista após mais um título da AFC East.

3- Carson Palmer, quarterback, Arizona Cardinals

Comandante do mais prolífico grupo de recebedores da temporada passada, Carson Palmer viu sua carreira renascer na temporada passada sob a tutela de Bruce Arians. Palmer foi um dos principais responsáveis pelo título da NFC West e a vitória fora de casa contra o Seattle Seahawks talvez tenha sido a assinatura da campanha de 13-3 na temporada passada. A média de jardas por passe tentado diz tudo: 8,7.

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4- Antonio Brown, wide receiver, Pittsburgh Steelers

Uma temporada fantástica que acabou com um helmet to helmet nos playoffs. Mas antes daquela polêmica partida contra os Bengals, Antonio Brown produziu – e muito. Praticamente todo passe recebido por ele era uma primeira descida – 13,2 jardas por recepção na temporada passada. Quando a gente pesa isso lembrando que ele está apenas em sua sexta temporada – e que veio “do nada” após ser draftado na sexta rodada do Draft de 2010, temos que tirar o chapéu. Poucas armas foram tão letais em profundidade quanto Antonio Brown no ano passado.

5- Aaron Donald, defensive tackle (4-3), St. Louis/Los Angeles Rams

Primeiro jogador defensivo de nossa lista, coloco Donald acima de Khalil Mack, J.J Watt, Von Miller e etc por um motivo simples: o time dos Rams era terrível no lado ofensivo da bola – sobretudo no jogo aéreo. O que isso quer dizer? Milhares de three and outs da unidade ofensiva, o que faz com que a defesa fique mais tempo em campo. Mesmo assim Donald teve 11 sacks – pode não parecer muito, mas para um defensive tackle 3-tech é bastante.

6- Rob Gronkowski, tight end, New England Patriots

É, ele perdeu jogos por lesão, a gente sabe. Mas mesmo assim o tight end dos Patriots foi o melhor da liga ano passado. Aparte de qualquer estatística – não colocaremos nenhuma aqui para não tirar o foco – Gronk é o melhor mismatch possível na NFL. Como marcar um recebedor com ótimas mãos, mais de 100 kg e dois metros de altura? Esse continua sendo o quebra-cabeça a ser resolvido pelas equipes da AFC East. Quando ele está em jogo o New England Patriots é outra equipe no ataque. O foco vai para Gronkowski e outras armas – como Julian Edelman ou os running backs recebendo passes – aparecem. Mandar blitz em Brady acaba sendo um tiro no pé. Enfim, é um jogador extremamente valioso e discutivelmente um dos melhores tight ends da história do jogo.

7- J.J. Watt, defensive end (3-4), Houston Texans

Uh. Abaixo de Aaron Donald? Como disse acima, o ponto dos Rams sequer ter chegado aos playoffs conta muito. É indiscutível que J.J Watt é um dos constantes melhores jogadores da NFL – mas neste ano achei por bem dar um pouco de valor à temporada que Donald teve. A produtividade de Watt foi inferior se comparada àquela de 2014 – 17,5 sacks contra 20,5. Mesmo assim, merece estar ranqueado no top 10.

8- Le’Veon Bell, running back, Pittsburgh Steelers

Em seu terceiro ano na NFL, Le’Veon Bell foi indiscutivelmente o melhor corredor da liga no ano passado. Poderia, inclusive, estar bem mais alto se não tivesse jogado só seis jogos por conta de lesão. Sabe qual a melhor estatística para avaliar isso? Não há melhor do que as jardas por carregada – 4,9 em 2015. Não foi um ponto fora da curva: em 2014 foram 4,7 jardas por carregada. Caso volte saudável em 2016, Bell concorre para ser um dos melhores da liga novamente.

9- Khalil Mack, edge defender, Oakland Raiders

Se o Oakland Raiders são uma equipe em ascensão na NFL, isso não se deve apenas ao ataque com Derek Carr e Amari Cooper. O desempenho de Khalil Mack durante as duas últimas temporadas explica muito como os Raiders ficaram mais competitivos. O salto de produtividade foi notório: em seu ano de calouro foram quatro sacks e no ano passado, 15. Isso sem contar os hitshurries contra os quarterbacks adversários. Interessante notar, subjetivamente falando, que houve uma crescente de produtividade ao longo da temporada. Com efeito, a expectativa para a próxima temporada é pra lá de ótima.

10- Von Miller, edge defender, Denver Broncos

Por favor, não analise a temporada apenas com o Super Bowl 50 e a final da Conferência Americana. Nesse universo, é indiscutível que Von Miller tenha sido o melhor jogador nas respectivas partidas. Falando em temporada regular, a décima colocação está de bom tamanho. Primeiro porque a produtividade contra o jogo terrestre começou a ser mostrada apenas na Semana 12. Segundo porque em números, houve estatísticas inferiores aos colegas Watt e Mack. Estes são jogadores mais completos no sentido de defender, também, a corrida com primor. Por isso Miller fica um pouco mais abaixo – é, eu justifiquei a toa, vai todo mundo discordar. Mas é a vida.

11- Luke Kuechly, inside linebacker, Carolina Panthers

Melhor dos linebackers da temporada passada, Ron Rivera mencionou recentemente que Kuechly ainda pode melhorar na cobertura do passe. Sério? Bom, se for assim, salve-se quem puder. No ano passado, o inside linebacker foi um verdadeiro patrulheiro numa defesa que acostuma marcar por zona – coisa que não é fácil para linebackers. A marca de quatro interceptações no ano passado – igualando sua melhor na carreira – impressiona. Mas a quantidade de tackles e, sobretudo, a liderança num finalista da liga, idem.

12- Julio Jones, wide receiver, Atlanta Falcons

Ninguém recebeu mais jardas aéreas no ano passado – foram 1871 na temporada de 2015. Mesmo com um time que não foi aos playoffs, Julio Jones merece crédito por ser um dos poucos split ends acima da média na liga. Embora tenha tido mais drops que Antonio Brown – o que também explica este acima em nossa lista – o recebedor ainda deve por muitos anos produzir acima da média.

13- Ben Roethlisberger, quarterback, Pittsburgh Steelers

Muito se fala em relação a como o grupo de recebedores dos Steelers, a Le’Veon Bell… Mas pouco valor, acredito eu, foi dado ao líder dessa unidade. Se Palmer teve 8,7 jardas por tentativa, Roethlisberger teve 8,4. E, ao mesmo tempo, teve maior porcentagem de passes completos – 68,1%. Se você juntar as duas coisas, tem como consequência que Roethlisberger foi preciso e preciso em profundidade. Isso já faz com que tenhamos que lhe dar valor como um jogador extremamente decisivo – talvez um dos mais da NFL.

14- Tyrann Mathieu, defensive back, Arizona Cardinals

Dentre todos os cornerbacks da liga, o melhor contra o jogo terrestre. Uma arte tão em esquecimento para jogadores de secundária merece ser exaltada. Mas não só: na minha opinião, o honey badger foi também um dos melhores da liga quando a questão é a cobertura do passe. O grande ponto é que a NFL vê cada vez mais o uso de formações nickel, na qual há o sacrifício de um jogador do front seven por um homem de secundária. Ver alguém que consegue conter a corrida como ele faz com que haja a necessidade dele estar alto aqui.

15- Joe Thomas, left tackle, Cleveland Browns

Primeiro homem de linha ofensiva da liga, Joe Thomas enfrenta ferozes pass rushers na AFC North e mesmo assim não cai na avaliação de muitos. Mais: ele não perdeu nenhum jogo desde que entrou na NFL como terceira escolha geral do Draft de 2007. Aos 31 anos, continua sendo um pilar no meio de tanta coisa ruim que os Browns fizeram nas últimas temporadas.

Menções honrosas: Marshal Yanda (G, Ravens), Delanie Walker (TE, Titans), Travis Frederick (C, Cowboys), Anthony Barr (ILB, Vikings), Darius Slay (CB, Lions), Tyron Smith (T, Cowboys), Richie Incognito (G, Bills), Doug Martin (RB, Buccaneers), Richard Sherman (CB, Seahawks), DeAndre Hopkins (WR, Texans), AJ Green (WR, Bengals), Alshon Jeffery (WR, Bears), Doug Baldwin (WR, Seahawks), Terron Armstead (T, Saints). Já consigo ver você me xingando porque o Russell Wilson não está na lista. Mas coloco aqui nas menções honrosas pela reta final de temporada. Russell Wilson, (QB, Seahawks). ahahahahha

Nosso podcast desta semana

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O melhor da semana:

Cada vez mais temos a organização de finais de campeonatos de futebol americano, aqui no Brasil, sendo realizadas em estádios de futebol. A final do Campeonato Gaúcho, como já noticiamos em ProFootball, será no Gigante da Beira Rio – com o bacana nome de Gigante Bowl. Hoje tivemos a confirmação de que o campeonato mineiro de futebol americano terá sua final no Mineirão.

É muito legal ver esse crescimento. Honestamente eu não imaginava que isso fosse acontecer tão cedo. Como já disse aqui antes, seria bacana se pudessem prestigiar esses eventos. É essencial para a solidificação de um esporte na cultura de um país que haja praticantes. Muitos. E pessoas assistindo. Nessa época sem NFL, é mais do que interessante prestigiar esses eventos ao final de semana.

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O pior da semana:

O Pro Bowl estava especulado para Orlando – após a reforma do Citrus Bowl Stadium, agora chamado de Camping World Stadium, foto acima. Hoje foi confirmado pelo escritório da liga.

Antes que você pense que considero isso o “pior da semana” pelo fato de não haver a possibilidade do Brasil sediar o evento, engana-se – já falo mais sobre. O ponto aqui é que a NFL vai tirar o jogo do Havaí (o qual era uma sede que até atraia jogadores) para colocar na Flórida. Se um jogador estava fugindo do Havaí, você acha mesmo que ele não inventará desculpa para não ir jogar em Orlando? Não é a solução para o Pro Bowl – e a cada dia que passa eu continuo a achar que a NFL deveria extinguir o jogo de uma vez.

Ainda, uma outra coisa que foi tensa: o escândalo sexual em Baylor. Como a coluna é mais voltada sobre NFL – e já falamos sobre no podcast e neste texto. Ouça acima ou clica ao lado para entender o ocorrido.

Duas afirmações e uma pergunta

O Pro Bowl não ter vindo para o Brasil foi bom. Acredito que a crise econômica, política e a combinação zika + dengue tenha feito a NFL passar longe. Não os julgo, estão certíssimos. Você não deve ficar triste porque, imagina se fazem o Pro Bowl aqui e dá certo. Você ficaria amarrado a um amistoso no qual os jogadores estão lá quase que sem vontade… Por anos. Sem Pro Bowl, ainda há a janela para jogos de temporada regular no futuro. Até que distante. Não antes de 2020, ao meu ver.

“O ritmo é mais rápido, o jogo se move mais rápido. Ontem, não vou mentir, fiquei chocado”. Essa afirmação é de Ezekiel Elliott após seus primeiros treinamentos como jogador de futebol americano profissional. Elliott foi laureado como running back no College Football e atesta o que falamos há anos: a diferença principal entre os dois níveis do esporte se dá na velocidade. Não só dos jogadores, mas a de tomada de decisões.

A NFL irá readmitir Dion Jordan? Essa é uma história interessante para esta semana. Falei sobre neste artigo – Jordan foi terceira escolha geral no Draft de 2013 e já foi suspenso três vezes pelo uso de substâncias proibidas. Mesmo se readmitir, a chance dele ser cortado pelos Dolphins é bem alta.

Hello, Goodbye!

É impressão minha ou as pessoas estão falando (bem) menos sobre MasterChef neste ano? Será que o formato saturou, será que ano passado rendeu por conta de um breakout character (Jiang)… Como foi isso? Ou eu que estou perdido e na real as pessoas estão falando e eu que não percebi?

Aliás, esse conceito de personagem que se destaca é importante para o sucesso de um programa na TV. Perceba que ele raramente é o protagonista da história, mas seu carisma faz com que tudo dê certo para o show. Vou dar três exemplos.

O primeiro é Homer Simpson. Originalmente – se você reparar e assistir as primeiras temporadas… – o foco da série era bem mais em Bart. Na medida em que Homer foi se destacando, o foco passou a ser ele. O segundo é How i Met Your Mother com Barney Stinson. E o terceiro é Tyrion Lannister em Game of Thrones – não vou dar qualquer spoiler, fique tranquilo.

Ah sim, estou devendo minha carreira no FIFA com o Oxford United, time que pretendo tirar da quarta divisão (Football League 2) para a Champions League. Modo Leicester bem mais pesado. Mas vou fazer suspense. Semana que vem eu conto mais. Até!

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