Os melhores – em produção e eficiência – running backs de 2015

Continuamos nosso ranqueamento dos grupos posicionais da NFL, de acordo com sua performance em 2015. Já cobrimos anteriormente os quarterbacks, wide receivers e linhas ofensivas, e hoje, novamente, nosso enfoque é no ataque. Uma das posições mais versáteis em campo, o running back corre com a bola, recebe passes e bloqueia defensores adversários – de forma mais equilibrada que qualquer outra posição ofensiva. Essa versatilidade faz com que não possamos nos limitar ao número de jardas terrestres conquistadas por um jogador ao analisar quão bem sucedida foi sua atuação. Isso geraria resultados simplistas e injustos, não representando com fidedignidade a realidade da NFL. Para escaparmos dessa armadilha, assim como fizemos com os wide receivers, desenvolvemos nossa própria métrica de avaliação de desempenho de running backs, o Índice de Sucesso Geral (ISG).

Ela leva em conta o número de jardas, touchdowns first downs obtidos por um jogador, tanto em jogadas de corrida como em jogadas de passe. Mas essa não foi nossa única preocupação. Como a posição de running back está muito sujeita a lesões – um jogador da posição tem menos de 50% de chance de jogar todas as 16 partidas de uma temporada – achamos injusto classificar os jogadores apenas pelo ISG, pois isso beneficiaria jogadores que jogaram muitas partidas, deixando de fora outros que podem ter jogado melhor, ainda que por menos partidas. Por isso, dividimos o ISG pelo número de toques do jogador (corridas + recepções) para termos uma medida da eficiência do jogador quando em campo. No entanto, essa medida, por ser baseada numa amostra menor, pode gerar distorções estatísticas e beneficiar jogadores utilizados apenas em situações específicas de jogo – como quando o ataque se encontra na goal line ou em jogadas óbvias de passe. Portanto, resolvemos fazer dois rankings diferentes: o de produtividade, baseado no ISG, e o de eficiência, baseado no ISG dividido pelo número de toques. Para esse segundo, consideramos apenas jogadores que tenham tido ao menos 120 corridas, para evitar maiores distorções causadas por uma amostra muito pequena.

Lembrando sempre que durante essa série analisamos apenas as atuações dos jogadores durante a temporada regular – sem contar playoffs, portanto.

Os 5 running backs mais produtivos de 2015

5 – Todd Gurley

ISG: 291,4

Quando os Rams selecionaram Todd Gurley com a décima escolha geral do Draft, eles sabiam que teriam que esperar para ver sua nova estrela ofensiva em campo. Gurley havia rompido o ligamento cruzado anterior de seu joelho em novembro de 2014 e a direção da equipe não queria apressar seu retorno aos gramados, com medo de que o jogador voltasse a se lesionar. Entretanto, Gurley já conseguiu fazer sua estréia na primeira partida da equipe na temporada, ainda que de forma limitada.  A partir da semana 2, Gurley começou uma sequência incrível de jogos, obtendo mais de 140 jardas totais em cada uma das 4 partidas seguintes.

No entanto, a partir do confronto contra Minnesota, na semana 6, a produção de Gurley entrou em declínio, e o jovem running back só voltaria a ultrapassar as 100 jardas terrestres por mais uma vez, na semana 14. Uma participação acanhada no jogo aéreo contribuiu para manter a produção de Gurley abaixo dos outros participantes dessa lista. Mas ser o quinto running back mais produtivo da NFL em sua temporada inicial é um feito impressionante, mesmo para um jogador selecionado nas 10 primeiras escolhas do Draft. Gurley foi um de apenas cinco calouros selecionados para o Pro Bowl em 2015.

4 – DeAngelo Williams

ISG: 317,9

Williams, o recordista de jardas e touchdowns terrestres da história do Carolina Panthers, foi dispensado em março de 2015 pela equipe que defendeu por nove temporadas. Alguns dias depois, já havia sido contratado por Pittsburgh. Os Steelers precisavam de um veterano para atuar como titular da equipe, enquanto Le’Veon Bell – que havia sido preso por dirigir enquanto sob efeito de maconha – cumpria sua suspensão de dois jogos. E DeAngelo deu conta do recado. Nas duas partidas em que Bell esteve suspenso, Williams conquistou 204 jardas terrestres e 3 touchdowns. Na semana 3, no entanto, Bell estava de volta. Nas 5 semanas seguintes, Williams atuou como reserva, nunca tentando mais do que cinco corridas em qualquer uma dessas partidas.

Quis o destino, porém, que Le’Veon Bell lesionasse seu joelho na semana 8, contra o rival Cincinnati Bengals. Williams substituiu o lesionado Bell, conquistando 110 jardas totais no restante da partida. A partir desse ponto, DeAngelo se tornou o titular absoluto da equipe e foi muito produtivo, tanto no jogo corrido quanto recebendo passes, até que sofreu ele mesmo uma lesão que encerraria sua temporada, na partida final da temporada regular. Tivesse ele sido o titular durante toda a temporada, é bem provável que teríamos Williams na primeira colocação dessa lista.

3 – Doug Martin

ISG: 346,3

Dizem que nada motiva tanto um jogador quanto estar em seu último ano de contrato. Em 2015, o Tampa Bay Buccaneers decidiu não exercer o direito de estender o contrato do jogador por mais uma temporada, fazendo com que Martin se tornasse um free agent em 2016. Coincidentemente (ou não) Doug Martin finalmente foi capaz de replicar o sucesso que havia obtido em 2012, seu primeiro ano na liga. A bem da verdade, as duas temporadas que intermediaram a de 2012 e a de 2015 foram marcadas por lesões, com Martin perdendo 15 partidas nesse período. Qualquer que tenha sido o motivo de seu “renascimento”, Martin foi um dos melhores running backs da NFL na temporada passada, terminando em segundo lugar em número de jardas terrestres conquistadas. E seu sucesso poderia ter sido ainda maior. Martin, que já se mostrou muito competente como recebedor em 2012, foi pouco usado em situações de passe, sendo substituido nelas pelo excelente Charles Sims. Sims terminaria a temporada como o segundo running back com mais jardas aéreas na NFL.

2 – Adrian Peterson

ISG: 390,7

Com 30 anos de idade, Adrian Peterson conquistou pela terceira vez na carreira o título de mais jardas terrestres conquistadas em uma temporada. Antes dele, o único outro jogador de 30 ou mais anos a conquistar tal título havia sido Curtis Martin, em 2004. Após cumprir suspensão durante quase toda a temporada de 2014, por violência doméstica, Peterson voltou a ser o motor que propulsiona o ataque dos Vikings. Apoiado por uma forte defesa, Peterson foi, com sobras, o jogador que mais vezes correu com a bola em 2015. E com sua qualidade habitual, Peterson transformou suas 327 corridas em 1.485 jardas e 11 touchdowns. O que lhe impediu de ficar no topa da lista, entretanto, foi sua pouca participação em jogadas de passe. Contrastando com seu número de corridas, Peterson foi o alvo de apenas 36 passes de Teddy Bridgewater, convertendo 30 deles em 222 jardas.

1 – Devonta Freeman

ISG: 412,9

Falta de participação no jogo aéreo definitivamente não foi um problema pra Devonta Freeman. O segundanista conquistou 578 jardas em 73 recepções, liderando a NFL nessas duas categorias. Freeman começou a temporada na reserva, após perder a vaga de titular para o calouro Tevin Coleman na pré-temporada. Entretanto, com a lesão sofrida por Coleman na segunda partida da temporada, Freeman foi alçado ao posto de titular, e de lá nunca mais saiu, mesmo com o retorno do companheiro. O que o manteve na posição foi sua incrível produtividade, que lhe garantiu a primeira colocação dessa lista. Ele terminou a temporada com 1.634 jardas totais, 14 touchdowns e 88 first downs, demonstrando ser um running back muito bem adaptado ao estilo de jogo da NFL atual.

Os 5 running backs mais eficientes de 2015

5 – Devonta Freeman

ISG por toque: 1,22

Primeiro colocado da lista anterior, Freeman demonstrou que além de obter uma ótima produtividade, também o fez de forma eficiente. Se fôssemos escolher o melhor jogador da posição em 2015, baseados nessas listas, Freeman teria que ser o principal candidato

4 – Thomas Rawls

ISG por toque: 1,26

Antes de mais nada, um aviso. Rawls foi, dentre todos os jogadores ranqueados nesse texto, o que menos vezes tocou a bola. Com apenas 147 corridas e 9 recepções, Rawls é o principal candidato a ter seus números afetados pelo acaso. Por outro lado, ele foi o jogador entre os cinco mais eficientes que menos dependeu de recepções. Suas 5,6 jardas por corrida foram, disparadamente, a melhor marca da liga. Como base de comparação, a melhor marca de um jogador que tenha tido pelo menos os mesmos 156 toques que Rawls teve, foram as 4,9 de Charles Sims. O calouro Rawls atuou brilhantemente em 7 partidas como titular, substituindo o lesionado Marshawn Lynch, mas sua temporada se encerrou precocemente quando ele próprio sofreu uma lesão na semana 14.

3 – Mark Ingram

ISG por toque: 1,27

Quatro anos após ter sido selecionado por New Orleans na primeira rodada do Draft, Ingram finalmente teve o tipo de atuações que os torcedores dos Saints esperavam dele. No jogo corrido, Ingram não apresentou nada de novo. Sua atuação em jogadas de passe, no entanto, surpreendeu a todos. Sem Darren Sproles ou Pierre Thomas para substituí-lo nessas jogadas, Ingram pôde finalmente mostrar o que sabe fazer. Ele obteve a sexta melhor marca em jardas aéreas na temporada, apesar de ter disputado apenas 12 partidas. As lesões continuaram custando a Ingram jogos importantes, como tem sido durante quase toda sua carreira. Mas se extrapolarmos os número de Ingram para 16 partidas, ele teria obtido 1.025 jardas terrestres, 540 jardas aéreas e 88 first downs, númertos muito semelhantes aos obtidos por Devonta Freeman.

2 – DeAngelo Williams

ISG por toque: 1,32

O segundo running back a constar de ambas as ligas, DeAngelo Williams também seria um sério candidato a melhor jogador da posição em 2015. Se você discorda, você provavelmente não jogou Fantasy Football na temporada passada.

1 – David Johnson

ISG por toque: 1,70

E o título dessa categoria vai para um dos jogadores mais surpreendentes da temporada. Escolhido na terceira rodada do Draft de 2015, Johnson precisou esperar que as lesões de Andre Ellington e Chris Johnson obrigassem o técnico Bruce Arians a lhe entregar as chaves do backfield de Arizona. Isso aconteceu na semana 13, mas antes disso Johnson já havia impressionado nas poucas oportunidades que tivera. Seu primeiro toque na bola como profissional foi uma recepção para um touchdown de 55 jardas, no primeiro jogo da temporada. Na partida seguinte ele marcaria seus primeiros touchdowns de corrida e de retorno. Apesar de atuar como titular em apenas cinco partidas, David Johnson terminou a temporada com 581 jardas terrestres, 457 jardas aéreas e 12 touchdowns, contribuindo ainda com 598 jardas e 1 touchdown em 22 retornos de kickoff.

Não entraram na lista por não preencherem os critérios de inclusão: Ryan Mathews e Charles Sims.

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