Fantasy: Individual Defensive Players e mudanças relativas às posições

Este é o sexto da série de textos sobre Fantasy mais completa já feita em nosso site. O objetivo é fazer manjar tudo de fantasy, aprender como funciona esse jogo virtual e garantir que você consiga tirar aquela onda com todos os seus amigos no final da temporada! 

Um dos temas mais abordados no curso desta série de textos sobre Fantasy Football é a versatilidade do jogo para englobar as mais diversas alterações que sejam de interesse da liga. Neste texto, falaremos um pouco sobre as variações mais comuns no line-up do futebol americano virtual e trataremos das individual defensive players leagues, mais conhecidas como IDP, explicando o conceito destas e sugerindo uma pontuação caso você queira aplicá-la no seu grupo de amigos.

Dois quarterbacks, três wide receiverstight end como flex

O subtítulo acima indica algumas variações bastante comuns no Fantasy Football. Se avaliarmos a escalação de um time no site da NFL, temos os seguintes espaços no time titular: um quarterback, dois running backs, dois wide receivers, um tight end, um flex (isto é, pode ser um running back ou um wide receiver), um kicker e uma defesa inteira (você escala a dos Bengals, por exemplo, ou dos Raiders). Em alguns sites, o padrão inclui um terceiro wide receiver, mas, de modo geral, temos um time padrão para o futebol americano virtual.

Posto isso, podemos falar das mudanças no estilo das ligas. Quando temos uma liga na qual escala-se dois quarterbacksé perceptível imediatamente um salto no valor desta posição no Fantasy Football. Quando falarmos de estratégias para o seu Draft no futuro, vocês repararão que eu sou um forte defensor de deixar quarterback para rodadas mais tardias na hora de selecionar sua equipe. A fundamentação por trás disso é a seguinte: a diferença na produtividade de um quarterback de primeira rodada para oitava, sétima rodada é muito pequena dentro do Fantasy Football. Se você escala um Andrew Luck ou Tom Brady e ele faz 22 pontos (que é uma boa pontuação no standard), você terá um Tony Romo ou Derek Carr fazendo 18 pontos – uma diferença de meros 4 pontos. Se avaliarmos a diferença de produtividade de um running back ou wide receiver de ponta com os que são selecionados na sétima, oitava rodada, a diferença é gritante.

Para ilustrar, a diferença entre a produtividade de DeAndre Hopkins, ímã de bolas, excelente recebedor e fácil escolha de primeira rodada no futebol americano virtual e um wide receiver número dois de qualquer equipe – quiçá até três – não será de apenas 4 pontos. O volume do recebedor de ponta é muito maior e é mais seguro do que arriscar a produtividade de um quarterback nas primeiras rodadas desperdiçando um pick em alguém cuja diferença dentro da posição seja maior. No futuro tratarei sobre a estratégia de streaming de quarterbacks – isto é, mudar semanalmente o seu signal caller de acordo com a partida da semana – que envolve justamente o desapego em ter um nome estelar como Aaron Rodgers e adotar o desapego para vencer suas ligas.

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Bom, nas ligas nas quais você é obrigado a escalar dois quarterbacks no time titular, você não pode se dar ao luxo de deixar para selecionar pelo menos um dos seus só na nona, oitava rodada. Você precisa dar um pouco de valor, pois as opções de nomes estáveis e produtivos são muitos reduzidas neste formato. É um raciocínio lógico: numa liga standard de 12 pessoas, com um signal caller, sobram outros 20 que não serão titulares; há uma oferta maior na posição. Na ligas com dois quarterbacks, com as mesmas 12 pessoas, são 24 titulares, isso se não contarmos as equipes que selecionarão um terceiro para a reserva. De 20 disponíveis para 8, a qualidade cai vertiginosamente nos que sobrarem, então é uma boa ideia escolher um dos seus dois passadores mais cedo do que nas situações normais.

As ligas que contam com três wide receivers no time titular – além do flex – tendem a fazer uma corrida pelos recebedores de elite nas rodadas iniciais. A obrigatoriedade de ter pelo menos três nomes no seu time titular coloca a posição com a mais procurada no início do draft. Ao invés de uma prioridade nos running backs de elite, o que acontece na maioria das ligas standard, é mais provável você ver um Antonio Brown saindo antes de um corredor de ponta nos modelos nos quais você precisa necessariamente escalar mais recebedores.

A mudança de tight end como flex é uma que muito me agrada. Ao invés de limitar o espaço “coringa” do seu time aos corredores e wide receivers, você expande para abarcar uma posição que teria um impacto limitado se pudesse escalar apenas um. Ano passado, em uma das minhas ligas, muitos jogadores sofreram sem poder escalar dois tight ends; eu mesmo tive Greg Olsen e Antonio Gates por um tempo sem poder fazer muita coisa. A solução foi usar Gates como moeda de troca, mas teria sido muito mais rico para o draft e para as estratégias colocar tight ends como flex: e foi o que fiz para a nova temporada.

Veja aqui o índice completo da “Semana Fantasy”, com o guia para você bombar no Cartola FC de NFL.

Importante deixar claro que você pode fazer o que bem entender com as vagas de titulares da sua equipe. Na liga de Dynasty que o meu caro colega João Maurício Souza organiza, temos três flex – com possibilidade de tight end, claro. Já vi ligas com quatro wide receivers titulares, três quarterbacks, escalando jogador de linha ofensiva e tudo. O que nos leva a outra variação…

Ligas com Individual Defensive Player: o que é?

As ligas que implementam individual defensive players são aquelas nas quais você escala os jogadores defesa individualmente – tal como os de ataque – e não a unidade inteira. Então você pode montar a sua com os nomes que mais te agradam, não sendo obrigado a escalar todos os nomes de uma defesa – por exemplo, se um time tem uma secundária brilhante mas cede muito espaço pela secundária, você teria que arcar com os ônus e bônus dela num sistema standard. Nas ligas com IDP, você pode fazer a sua.

Da mesma forma que do lado ofensivo da bola, você pode eleger quantos jogadores de cada posição você quiser. Não há um padrão nestas ligas, seja em posições, seja em pontuação, o que torna sua implementação muito particular de acordo com as preferências da liga. Um dos elencos mais comuns é o seguinte: dois linebackers, dois defensive backs, dois defensive linemen e dois flex seria uma opção viável, por exemplo. Não há receita de bolo: deve-se observar o que a sua liga prefere.

Como fica a pontuação?

Há uma grande dificuldade para determinar a pontuação nesse modelo. Não há um acordo universal com variações padrão, como PPR e não-PPR (pontos por recepção). Dessa maneira, muitas vezes as pontuações ficam muito favoráveis para uma determinada estatísticas – como tackle ou sack. Reitero que fica ao gosto do freguês, mas considerando que a maioria dos rosters de jogadores defensivos conta com menos jogadores que o lado ofensivo, e que a produção deles não está relacionada necessariamente a um elemento objetivo (eu posso ter uma atuação brilhante de um defensive tackle sem nenhum sack e dois tackles se ele atrair o bloqueio duplo da linha ofensiva e fechar os gaps, por exemplo), é natural que os pontos atribuídos aos feitos dos defensores pareça mais inflados.

Dessa forma, fica a sugestão de pontuação caso você procure implementar IDP na sua liga de Fantasy. Os pontos são sugeridos a partir da revisão do scoring realizado há uns anos atrás pelo famoso site Pro Football Focus,

Tackle sozinho – 1.5 pontos;  assistência no tackle – 0.75 pontos

A justificativa para essa pontuação é que há um equilíbrio maior entre os linebackers de elite e os jogadores ofensivos de elite. Caso os valores de tackle solo fosse de 1 ponto, o defensor que fizesse seis tackles teria o equivalente a 60 jardas de um jogador ofensivo – uma disparidade enorme de perfomance sob o aspecto objetivo que é privilegiado no Fantasy.

Sacks – 4 pontos

sack deve ser premiado de forma justa, e quatro pontos parece um bom arbitramento para as ligas que procuram um equilíbrio entre tacklessacks. Caso sua liga queria um peso maior nos tackles, recomenda-se abaixar entre 1 e 2 pontos neste quesito; caso queira valorizar mais os pass rushers, aumentar os sacks para 4 vezes o valor do tackle – nesta sugestão, seria 6 pontos – é uma boa ideia. Como sempre, vai de acordo com a preferência da liga.

Tackles para perda de jardas – 2 pontos se somar sacks; 3 pontos se não somar sacks

Como tecnicamente um sack é um tackle com perda de jardas, vai de commissioner para commissioner como implementar esta pontuação. A sugestão na qual se soma o sack inflaria o valor dos pass rushers e aqueles proeminentes em colocar o quarterback de costas no chão. Particularmente, gosto mais das opções nas quais não se soma o sack, pois valoriza os defensive tackles hábeis em preencher os gaps e parar a corrida, equilibrando mais os jogadores de linha defensiva e dando mais variedade estratégia na seleção dos defensores.

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Interceptações – 6 pontos

Basicamente o touchdown da defesa. A interceptação tem um valor elevado pela sua escassez e se comparadas aos sackstackles. Por mais que linebackers volta e meia façam suas interceptações – alô Luke Kuechly – elas são muito mais comuns para os defensive backs. Valorizar a interceptação acima dos sacks reduz o gap entre os que jogam na secundária e os que jogam no front seven.

Passes defletidos – 1.5 ponto

Outra estatística para reduzir a diferença entre os jogadores de secundária e os do front seven. Nesse sentido, eles equilibram também os diferentes estilos de cornerbackssafeties, dando um valor maior para quem é brilhante em isolar recebedores e não intercepta a bola com tanta frequência.

Fumble forçado – 4 pontos; fumble recuperado – 4 pontos

Há um argumento que diz que a diferença entre  fumble forçado e o recuperado é que forçar a perda da bola por um jogador de ataque é uma habilidade do jogador de defesa, enquanto recuperá-la é mais uma questão aleatória. Entretanto, recuperar um fumble muda drasticamente a maré de uma partida, e deve ser valorizado desta maneira.

Safeties – 10 pontos; touchdowns – 6 pontos; chutes bloqueados – 6 pontos

Eu, particularmente, amo este valor para o safety. Atribuir meros dois pontos não seria justo pela raridade que esta pontuação ocorre na NFL. Ele valer apenas dois pontos seria basicamente dois tackles solo, e não seria justo. Quanto aos touchdowns e chutes bloqueados, são eventos razoavelmente mais raros para as defesas, e devem ser valorizados quanto ocorrem.

Novamente, importante mencionar que você pode utilizar e alterar este sistema de pontuação da forma que entender melhor para os objetivos da liga. A recomendação, toda via, é deixar os valores de tackle inalterados e utilizá-los de parâmetro na sua liga.

Indo mais um pouco além para exemplificarmos uma partida de um pass rusher, um cornerback, e um middle linebacker, vou selecionar as partidas da semana 3 de 2015 de três jogadores: Pernell McPhee, outside linebacker do Chicago Bears; Darrelle Revis, do New York Jets e Luke Kuechly, do Carolina Panthers (pegaremos dele a semana 11 pois não jogou a 3).

Na derrota por 26 a 0 para o Seattle Seahawks, Pernell McPhee teve dois sacks, sete tackles solo, uma assistência e dois tackles com perda de jardas. Somando essa excelente perfomance do jogador, são 25.5 pontos, uma pontuação excepcional (8 de sacks, 10.5 de tackles, 6 de tackles para perda de jardas e 0.75 da assistência). Naquela mesma semana, Darrelle Revis, na derrota para o Philadelphia Eagles, o jogador teve apenas um tackle, somando apenas 1.5 pontos, uma pontuação fraca. Muitas vezes jogadores que isolam recebedores acabam sendo tão eficientes que os quarterbacks sequer olham para um lado do campo, o que prejudica o Fantasy dos wide receivers e dos defensive backs que o cobrem. Por fim, Luke Kuechly, na semana 11 contra o Dallas Cowboys, conquistou duas interceptações, um touchdown, dois tackles solo e cinco assistências. A soma dá 24.75 pontos: 12 das interceptações, 6 do touchdown, 3 dos tackles e 3.75 das assistências nos tackles.

Em que ponto do draft selecionar jogadores de defesa?

A resposta não é a mais agradável: depende. Depende basicamente de dois fatores: o primeiro é quantos jogadores de defesa você deve escalar obrigatoriamente, e; como a pontuação da sua liga valoriza os defensores. Se você tem poucos espaços abertos no rosters para a defesa, a tendência é que você consiga pegar bons jogadores mais tarde no draft; caso contrário, os defensores de ponta devem sair em rounds mais no início. Em relação à pontuação, se um jogador de elite defensivo sequer chega perto da produção média de um jogador de ataque de ponta, não será necessário selecioná-los cedo no draft. Esperar nesses casos pode ser a melhor das ideias. Caso as pontuações se equiparem, vale a pena selecionar um Luke Kuechly da vida mais cedo.

Na próxima oportunidade, falaremos de alterações interessantes nas pontuações e outras maneiras de colocar mais ingredientes na sua liga, para torná-la mais empolgante para todos os jogadores.

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