Sem profundidade de talento na secundária, Rams não tiveram escolha além da tag

Passou o prazo para a assinatura de contratos entre as equipes e jogadores que haviam recebido a franchise tag. O cornerback Trumaine Johnson, do Los Angeles Rams, recebeu a franchise tag em fevereiro mas, ao contrário de outros como Von Miller e Mohammad Wilkerson, não teve seu contrato estendido. Desta forma, Johnson vai jogar a temporada 2016 com um contrato de um ano, sendo seu salário calculado pela média dos cinco maiores salários da posição em 2015.

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Na maior parte das vezes, os jogadores se opõem a receber a franchise tag, preferindo a garantia de um contrato a médio ou longo prazo. Apesar disso, no caso de Trumaine Johnson e os Rams, é possível que o uso da tag tenha sido benéfico para os dois lados. Para entender melhor de que forma a equipe e o jogador se beneficiam por essa decisão, vamos falar um pouco sobre a carreira de Trumaine Johnson e sobre o estado atual do Los Angeles Rams.


Johnson está nos Rams desde que entrou na liga, em 2012, como uma escolha de terceira rodada no draft. A partir de sua segunda temporada na NFL, Johnson assumiu a posição de titular, elevando seu nível de performance a cada ano. Em 2015, último ano de seu contrato de calouro, o cornerback teve sua melhor temporada. Johnson conseguiu 7 interceptações e 17 passes defendidos, além de um touchdown de retorno. Segundo o site Pro Football Focus, Johnson foi o décimo sexto melhor cornerback da liga em 2015. Apesar de um ranking final não tão alto, Johnson apresentou, ainda segundo o Pro Football Focus, uma estatística impressionante. O cornerback cedeu o pass rating mais baixo da liga aos quarterbacks que lançaram passes em direção a recebedores cobertos por ele. Isso talvez sugira um potencial ainda maior para o jogador.

Os prós e contras da franchise tag para Trumaine

Com tantos aspectos positivos com relação a Trumaine, por que os Rams não teriam vantagem maior em segurá-lo com um contrato mais longo? Alguns fatores contribuem para isso. O primeiro deles é a irregularidade apresentada no desempenho de cornerbacks. À exceção de estrelas como Richard Sherman ou Tyrann Mathieu, frequentemente estes jogadores oscilam muito de uma temporada para outra. O fracasso recente de jogadores que receberam contratos valiosos como Brandon Browner e Byron Maxwell é um bom lembrete deste fato. Outro aspecto que pode ter “assustado” os Rams é o histórico de Trumaine Johnson com a justiça. Por três vezes, Johnson foi detido por dirigir embriagado ou por “conduta desordeira”. Ainda que o jogador nunca tenha sido suspenso pela liga, o risco de uma nova ofensa certamente não passou despercebido pela equipe. Por fim, vale ressaltar que a equipe acabou de perder Janoris Jenkins (cornerback que jogava do lado oposto a Johnson) para o mercado – ele foi contratado a peso de ouro pelos Giants.


Finalmente, outra questão faz parte da decisão do Los Angeles Rams de não oferecer um contrato valioso de longo prazo para Trumaine Johnson: teto salarial. Com jogadores defensivos fundamentais para a equipe como Aaron Donald (free agent após 2017) e Robert Quinn (já com um contrato valioso que vai até 2019), talvez fosse imprudente investir um valor elevado em um jogador defensivo não tão importante como os supracitados.

A soma desses fatores – em especial o último, a falta de profundidade de talento na secundária caso, além de Jenkins, Johnson fosse embora – fizeram com que Los Angeles tivesse de usar a Tag. Por mais que seja um salto gigantesco no salário de Trumaine, a equipe acaba ganhando um ano extra para se programar melhor (programação aqui, aliás, faltou). Pode vir alguém pela free agency ou pelo draft no ano que vem.

E pelo lado de Johnson? Será que foi bom negócio a franchise tag? É claro que todo jogador prefere um contrato longo, com maiores garantias, mas talvez, para Trumaine Johnson, as coisas sejam um pouco diferentes. Com a franchise tag, Johnson receberá, em 2016, perto de US$ 14 milhões, o quarto maior salário de sua posição na liga. Para quem foi considerado o décimo sexto melhor, até que não está ruim. E, caso eleve ainda mais seu nível de jogo, Johnson poderá pleitear um ganho ainda maior para as próximas temporadas.

O Futuro

Como sempre, prever o futuro nunca é uma tarefa fácil. Entretanto, no caso do Los Angeles Rams e de Trumaine Johnson, a manutenção da franchise tag parece ter sido uma boa decisão. Os dois lados obtém bons ganhos, sem estarem presos um ao outro por muito tempo. Ainda assim, para não ficarmos em cima do muro, acreditamos ser pouco provável que Johnson venha a justificar o uso da tag e, menos ainda, um eventual longo contrato. A já mencionada oscilação de performance dos cornerbacks e a própria irregularidade que tem caracterizado a vida de Trumaine Johnson provavelmente terão mais importância que seu potencial dentro de campo.

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