Dropback, 1998: A máquina de pontos do Minnesota Vikings

Na noite da última quinta-feira, dia 21 de julho, o ex-treinador Dennis Green faleceu aos 67 anos devido à complicações causadas por uma parada cardíaca. Além de ter tido sucesso comandando equipes profissionais e do College Football, Dennis, um discípulo do lendário Bill Walsh, é um personagem muito emblemático por ter sido o segundo head coach negro da história moderna da NFL – o primeiro foi Art Shell, contratado pelos Raiders em 1989. Famoso sobretudo pela grande produtividade dos seus ataques, Green foi um dos principais técnicos da década de 1990, quando esteve a frente dos Vikings de 1992 a 2001. Posteriormente, treinou os Cardinals de 2004 a 2006, mas esteve longe de repetir o sucesso conseguido em Minnesota.

Não, ao contrário do que pode sugerir o primeiro parágrafo, este texto não tem Dennis Green como objeto específico. Entretanto, a motivação de escolha do tema principal realmente é honrar sua memória e seu legado. Hoje falaremos sobre o auge da carreira do treinador na NFL: o ano de 1998. Com a ajuda de um certo recebedor chamado Randy Moss, o ataque dos Vikings se transformou em uma máquina de alta eficiência, quebrando o recorde de pontos em uma única temporada e passando por cima dos adversários. A franquia terminou com o record de 15-1 e só foi parada na final da NFC, após uma dolorosa derrota para os Falcons.

Em 1998, Minnesota não conseguiu o inédito anel de campeão do Super Bowl, porém isso não impediu aquele time de entrar para a história. Relembre um pouco mais.

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Um excelente grupo de jogadores liderado por um calouro

Antes de falarmos sobre o que aconteceu na temporada regular, é importante voltarmos alguns meses atrás, mais precisamente para 18 de abril de 1998, pois neste dia os Vikings draftaram a maior estrela do seu poderoso ataque. O wide receiver Randy Moss era indiscutivelmente um dos melhores prospectos disponíveis naquele ano, contudo preocupações com a sua personalidade o fizeram despencar no recrutamento. Ele caiu até a 21ª posição geral, quando, bancado por Green, Minnesota decidiu apostar no talento do jovem – uma decisão que se mostrou perfeita. Moss imediatamente exerceu um impacto gigante na equipe, tanto produzindo jardas e touchdowns quanto chamando a atenção das defesas e abrindo espaços para seus companheiros.

Moss foi o mais prolífico do ótimo trio de recebedores da franquia, com 1,313 jardas aéreas e 17 touchdowns – este último número até hoje um recorde para um calouro. Seus companheiros de posição eram Cris Carter, outro excepcional jogador e hoje membro do Hall da Fama, e Jake Reed. Juntos, os três somaram 2,798 jardas e 33 touchdowns em 1998.

Quem lançava a bola para esse pessoal era Randall Cunningham, o qual substituiu Brad Johnson depois dele se machucar no começo da temporada. Uma das marcas dos Vikings dos anos 1990 foi possuir ataques bastante eficientes comandados por quarterbacks medianos – e Cunningham não é exceção. O signal caller teve certo destaque com os Eagles no final da década de 1980, mas, aos 35 anos de idade, já estava nos momentos finais da carreira. Ainda assim, viveu a melhor temporada da sua vida com 3,704 jardas passadas, 35 touchdowns e apenas 10 interceptações.

Porém, engana-se quem pensa que Minnesota dependia exclusivamente do jogo aéreo. O running back Robert Smith correu 1,187 jardas e anotou seis touchdowns, enquanto que Leroy Hoard entrou outras nove vezes na end zone adversária pelo chão. Por fim, não podemos esquecer de mencionar Gary Anderson. O jogador quebrou o recorde de pontos por um kicker em uma mesma temporada (164) e, além disso, foi o primeiro da história a encerrar uma regular season com 100% de aproveitamento em field goals (35) e extra points (59).

O ataque mais produtivo de todos os tempos e a derrota traumática para Atlanta

Este grupo de atletas ajudou a escrever o nome dos Vikings nos livros de história da NFL. Ao todo, o time marcou 556 pontos na temporada regular, superando o recorde de 541 estabelecido pelos Redskins em 1983. Tal marca apenas foi batida em 2007 pelo New England Patriots, que somou impressionantes 589 pontos – entretanto, o recorde atualmente pertence aos Broncos (606 em 2013).

Como já dissemos antes, Minnesota passou por cima de quase todos os seus adversários. A equipe anotou pelo menos 24 pontos em todas as partidas da temporada regular, mesmo na única derrota do ano para Tampa Bay (27 a 24). Ademais, aplicou grandes lavadas em vários times, como por exemplo Lions (29 a 6), Redskins (41 a 7) e Jaguars (50 a 10). Se você quiser, pode ver um pouco mais de perto este explosivo ataque. A NFL liberou no seu canal do Youtube o duelo inteiro entre Vikings e Cowboys disputado no dia de Ação de Graças de 1998. Não vamos dar o spoiler do placar, mas fique sabendo que você assistirá à uma exibição de gala de Randy Moss.

A trajetória de Minnesota foi um sonho até a final da conferência, quando repentinamente se transformou em pesadelo. Após vencer Arizona por 41 a 21 no Divisional Round, a franquia recebeu os Falcons para decidir o título da NFC e quem iria ao Super Bowl XXXIII. Ganhando por 27 a 20 e com pouco mais de dois minutos no relógio, Gary Anderson teve em seus pés a chance de assegurar a vitória dos Vikings. Contudo, o kicker, até então perfeito na temporada, desperdiçou o disparo de 38 jardas. Na sequência, Atlanta conseguiu empatar e venceu na prorrogação graças a … um field goal de 38 jardas. Sim, o trauma dos torcedores de Minnesota com seus kickers é muito anterior ao erro de Blair Walsh.

O ápice da carreira de Dennis Green

Em 10 anos comandando os Vikings, Green foi aos Playoffs oito vezes. Embora tenha terminado de maneira melancólica, a temporada de 1998 foi o ponto mais alto da sua passagem pela NFL, haja vista muitas pessoas acreditarem que aquele time foi o melhor da história da franquia. O head coach ainda voltou à final da NFC em 2000, mas foi atropelado pelos Giants por 41 a 0. No ano seguinte, depois de um desempenho ruim, foi demitido. Seja como for, tanto Green quanto o incrível ataque que ele ajudou a construir ficarão para sempre na memória dos fãs do futebol americano.

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