Corrida para os Playoffs – NFC, Semana 1

Nos esportes, a comparação é inevitável. Seja em qual for a modalidade, comparar atletas serve para os fãs entenderem quem está melhor ou não. Só que chega uma hora que não faz sentido fazer comparações. Não há base, padrões, enfim, a comparação fica vazia e sem sentido – o famoso comparar laranjas com maçãs.

E na NFL existe uma divisão bem clara entre as “maçãs” e as “laranjas”: a NFC e a AFC. Ao contrário do que ocorre no beisebol, não existe mudança de algumas regras entre as ligas/conferências – só que isto não impede que sejam dois mundos completamente diferentes. Parece que não, mas é.

Primeiro, as disputas por vagas na pós-temporada ficam dentro da conferência, os jogos entre AFC e NFC acabam tendo uma importância menor. E um time da Conferência Nacional tem 12 partidas contra adversários da própria conferência e apenas 4 contra a outra. Por causa disso é muito mais fácil acontecer uma zebra em partidas entre times de diferentes conferências – como foi o caso nesta primeira rodada.

Por não disputarem muito entre si, fica claro que a comparação entre equipes da NFC e AFC tem uma falta de objetividade. É fácil comparar o Los Angeles Rams com o New England Patriots, por exemplo, mas e o Arizona Cardinals com o Indianapolis Colts? São apenas dois adversários em comum, em partidas com histórias totalmente distintas. Por causa disso, faz muito mais sentido fazer rankings dentro das conferências do que da liga inteira – obviamente.

Como o ProFootball sempre tenta pensar fora da caixa, buscamos comparar as franquias em suas respectivas conferências, e não em um Power Ranking geral. A partir desta temporada, em resumo, vamos dividir o Power Ranking em 2. A comparação fica mais concreta, com critérios melhores definidos e, principalmente, com muito mais sentido. Como o próprio nome da coluna releva, fica muito mais intuitivo acompanhar a corrida para jogar em Janeiro – e, possivelmente, em Fevereiro.

Como o próprio nome também explicita, sempre vamos abordar as franquias que estão na corrida pelos Playoffs dentro de cada conferência. Quando alguém for eliminado matematicamente, obviamente não fará mais sentido ela constar no ranking. Logo, ela será “enterrada” com a sua devida justificativa. Sem mais delongas, acompanhe o primeiro ranking para as equipes da NFC. Amanhã teremos a Conferência Americana.

16. Los Angeles Rams (0-1) 

A pior estreia possível. Os Rams fizeram uma partida totalmente esquecível – aliás, a partida inteira foi cheia de erros, execuções falhas e pouca criatividade. Com Case Keenum como titular, San Francisco encheu o box e desafiou Keenum a batê-los pelo ar – uma tática que deu certo. Foram apenas 185 jardas totais ofensivas – com Keenum passando para míseras 130 jardas -, um desempenho extremamente decepcionante para qualquer um. Mesmo com a defesa tendo uma boa atuação (principalmente limitando o ganho aéreo liderado por Blaine Gabbert), ninguém consegue vencer uma partida com 185 jardas no ataque. Além disso, é extremamente preocupante que Jared Goff não consiga nem mesmo ser o reserva imediato. Claramente a comissão técnica está falhando com a posição mais importante do esporte e isto se reflete em campo. Agora a franquia vai enfrentar uma sequência que inclui jogos contra Seattle, Arizona e Tampa Bay. Será difícil dar a volta por cima na temporada.

15. San Francisco 49ers (1-0) 

O shutout foi extremamente divertido para a torcida, mas é preciso ser realista: o desempenho ofensivo foi aquém do esperado. Gabbert não conseguia dar ritmo ao jogo aéreo e, claramente, faltaram os passes em profundidade. Além disso, o signal caller se arriscou muito nas corridas, tomando pancadas totalmente desnecessárias – neste ritmo ele pode perder alguns jogos por lesão. Mesmo assim, uma vitória super importante para tirar um pouco do pessimismo e dar tranquilidade ao trabalho de Chip Kelly. San Francisco, assim como Philadelphia que também ganhou e está em baixa neste primeiro ranking, precisa mostrar um pouco mais em campo para apagar a impressão deixada durante a intertemporada. As próximas quatro semanas incluem jogos contra Arizona, Carolina, Dallas e Seattle. Será a prova de fogo para saber se a franquia vai lutar pelo top 10 no Draft do ano seguinte ou por algo maior.

14. Philadelphia Eagles (1-0) 

Com uma atuação surpreendente de Carson Wentz (apesar dos passes erráticos meio altos devido à mecânica, portou-se muito bem em campo), os Eagles fizeram o dever de casa. O que chamou a atenção também foi o desempenho dos recebedores, visto a desconfiança sob o grupo durante toda a intertemporada. Nelson Agholor bateu Joe Haden em seu touchdown e Jordan Matthews estreou com mais de 100 jardas recebidas. Tudo isto com um quarterback que até semana retrasada era a terceira opção. Apesar do otimismo, é preciso ter cautela: é preciso mostrar muito mais antes de considerar Philadelphia, efetivamente, na briga pelos Playoffs. O jogo contra Chicago vai ser importante para saber o quão longe a equipe pode ir, principalmente devido às contusões: Zach Ertz e Leodis McKelvin não devem jogar. Sem McKelvin, a escolha de sétima rodada Jalen Mills deve entrar mais em campo e terá pela frente Kevin White ou Alshon Jeffery – uma prova de fogo.

13. Chicago Bears (0-1) 

Jay Cutler foi bastante pressionado e sofreu cinco sacks, número que ajuda a explicar o fracasso do ataque de Chicago diante dos Texans, principalmente na segunda etapa – a falta de playmakers ofensivos também é um fator importante. Por outro lado, o grupo de linebackers se mostrou mais forte com os reforços de Jerrell Freeman e Danny Trevathan (embora o jogo terrestre de Houston tenha passado o caminhão em cima). O time foi o único da NFC North a sair de campo derrotado na semana 1, um indício forte de que ainda não chegou a hora dos Bears serem vistos como candidatos dentro da divisão. De toda forma, foi uma atuação melhor do que várias de 2015.

12. Atlanta Falcons (0-1) 

O confronto diante de Tampa Bay não foi muito empolgante para os torcedores dos Falcons. A defesa novamente deixou a desejar pressionando o quarterback adversário, sendo dominada por Jameis Winston. O ataque mais uma vez foi pouco produtivo na red zone, chegando quatro vezes nas últimas 20 jardas do campo e anotando apenas um touchdown. As boas notícias foram as sólidas performances de Matt Ryan (27 de 39 passes certos, 334 jardas e dois touchdowns) e do wide receiver estreante Mohamed Sanu (cinco recepções, 80 jardas e um touchdown). A derrota para os Buccaneers e o fraco desempenho geral colocaram Atlanta merecidamente como a equipe pior ranqueada da NFC South.

11. Dallas Cowboys (0-1) 

O início de carreira de Dak Prescott foi melhor do que se esperava. Para um calouro de quarta rodada, Prescott teve uma postura muito boa em campo e quase saiu com uma vitória. Jogando com um playbook mais simplificado, com vários bootlegs e leituras de metade do campo, os Cowboys foram conservadores e não forçaram o trabalho do calouro – uma boa tática da comissão técnica. Obviamente ele não começaria produzindo como um quarterback de elite, porém sua atuação foi promissora para as próximas rodadas. Mesmo sem Tony Romo, a franquia possui condições de arrancar algumas vitórias e tentar disputar o título em uma divisão equilibrada – ou seja, sem um favorito incontestável. Para poder disputar alguma coisa quando Romo voltar, é preciso conquistar, pelo menos, duas vitórias até a bye week – seria importante que fosse contra Washington e San Francisco.

10. New Orleans Saints (0-1) 

Nada de novo em New Orleans: Drew Brees foi fantástico somando jardas e colocando pontos no placar, enquanto a defesa foi terrível. O revés diante de Oakland foi uma triste repetição do que aconteceu no ano passado, quando os Saints tiveram um dos piores sistemas defensivos da NFL – um problema crônico da franquia, que não foi ajudado pela saída de Delvin Breaux por lesão no meio do jogo. New Orleans não consegue ter sucesso se Brees é obrigado a carregar o time sozinho (record de 7-7 nos jogos em que ele lançou mais de 400 jardas). Infelizmente esta parece ser de novo a realidade em 2016 e assim ficará difícil arrumar um espaço na pós-temporada.

9. Washington Redskins (0-1) 

Ano passado, contando os Playoffs, Washington teve um record 0-4 contra equipes com mais de 50% de aproveitamento – e 9-4 contra equipes com rendimento menor ou igual a 50%. Resumindo, ganhava dos times fracos e perdia para os fortes. E o início de temporada deu a impressão que esta tendência continuará. Jogando em casa, a franquia foi dominado pelo ataque dos Steelers. O combate ao jogo terrestre não melhorou tanto quanto o esperado e DeAngelo Williams dominou a partida – 143 jardas terrestres e dois touchdowns. Ofensivamente, uma atuação errática. Kirk Cousins, apesar dos bons stats, oscilou demais e não teve uma atuação perto do final do ano passado. Além disso, o fraco jogo terrestre não o ajudou em nada. Mesmo com tantos pontos negativos, ainda não é a hora de acender o sinal amarelo, afinal foi uma partida contra um adversário da AFC. Nas próximas cinco semanas vão ser três jogos dentro da divisão – extremamente decisivos.

8. New York Giants (1-0) 

Após um início de partida ruim diante de Dallas, o pass rush dos Giants se encontrou no segundo tempo e começou a pressionar Dak Prescott. A defesa contra o jogo corrido foi muito bem durante praticamente todo o tempo, limitando Ezekiel Elliott a apenas 51 jardas em 20 carregadas – parece que todo o investimento da intertemporada pode mesmo dar resultado. Ofensivamente falando, a equipe não brilhou tanto, porém anotou touchdowns nas três vezes em que chegou a red zone dos Cowboys. New York conseguiu uma importante vitória fora de casa contra um concorrente direto pelo título de divisão, largando na frente na corrida pelos Playoffs dentro da NFC East.

7. Detroit Lions (1-0) 

A surpresa da primeira rodada. Mesmo que Indianapolis tenha problemas na linha ofensiva e no pass rush, não se esperava que os Lions conseguissem arrancar uma vitória fora de casa. Associando este improvável triunfo com o desempenho meio oscilatório do resto da NFC, fica fácil entender a sétima posição alcançada. O mais promissor do confronto foi o surgimento de novos playmakers com a aposentadoria de Calvin Johnson. Ameer Abdullah (que começou 2015 bem e desacelerou ao longo do ano) e Eric Ebron contribuíram de maneira significativa e Marvin Jones foi a grande surpresa ofensiva. Já a defesa começou bem a partida, mas o pass rusher e o combate ao jogo terrestre sumiram no segundo tempo, permitindo com que Andrew Luck dissecasse a secundária. Em uma NFC extremamente embolada, os Lions podem acabar disputando uma vaga via Wild Card.

6. Tampa Bay Buccaneers (1-0) 

Tampa Bay não começava a temporada com um resultado positivo desde 2012. Neste domingo, a franquia visitou Atlanta e saiu do Georgia Dome com uma convincente vitória por 31 a 24. Jameis Winston e Mike Evans brilharam, Doug Martin foi efetivo e a defesa conseguiu segurar Julio Jones como foi possível. Donos de um calendário complicado, os Buccaneers precisam vencer os adversários de divisão e os times mais frágeis da tabela se quiserem buscar uma vaga nos Playoffs. O triunfo contra os Falcons foi um ótimo início.

5. Minnesota Vikings (1-0) 

Sem Sam Bradford (ainda está se acostumando ao playbook), estava claro que os Vikings poderiam ganhar se a defesa dominasse o jogo. Após uma primeira etapa sem inspirações terrestres ou aéreas, foi preciso a defesa aparecer contra um ataque que comete muitos erros. Dois touchdowns defensivos e um show de pressão para cima de Marcus Mariota, o que garantiu a primeira vitória. Ainda não dá para saber o que será do ataque de Minnesota durante toda a temporada. Mesmo contra uma equipe sem uma defesa brilhante, o ataque não funcionou. A entrada de Bradford precisa melhorar muito esta unidade ofensiva – e ainda existem dúvidas se ele conseguirá. Os Vikings são um bom time, só que precisam mostrar algo a mais para serem considerados grandes ameaças na NFC. Mesmo longe da melhor forma, a equipe achou um jeito de sair com a vitória. Agora é esperar que Bradford aumente a qualidade ofensiva.

4. Arizona Cardinals (0-1) 

Perder para os Patriots sem Brady e Gronkowski provavelmente acendeu uma luz amarela em Arizona, contudo não podemos tirar os méritos de New England, uma equipe absolutamente bem treinada e preparada. Ademais, a derrota só aconteceu graças a um field goal desperdiçado após um snap ruim. Não foi uma humilhação ou algo do tipo. Larry Fitzgerald deu mostras que a idade ainda não o está afetando e o running back David Johnson teve uma bela atuação, justificando os elogios feitos durante toda a intertemporada. Não devemos superestimar esta derrota ou achar que tudo está errado com os Cardinals, embora eles tenham saído atrás de Seattle na briga pela divisão.

3. Carolina Panthers (0-1) 

Cam Newton e a linha ofensiva dos Panthers foram novamente amassados pelo pass rush de Denver, sobretudo no segundo tempo. A defesa não conseguiu oferecer resposta às corridas de C.J. Anderson. Do outro lado da bola, a produtiva volta aos gramados do wide receiver Kelvin Benjamin deixou todo mundo animado. Carolina fez jogo duro fora de casa com o atual campeão do Super Bowl, logo a estreia na temporada esteve longe de ser um completo fracasso. A equipe segue como a principal força da NFC South e uma das mais temidas da Conferência Nacional.

2. Seattle Seahawks (1-0) 

A linha ofensiva foi mal tanto abrindo espaços para as corridas quanto protegendo o quarterback. Russell Wilson machucou o tornozelo e teve uma de suas atuações mais apagadas dos últimos tempos, mas mesmo assim os Seahawks encontraram um jeito de vencer os Dolphins a poucos segundos do fim. A chave para o resultado foi a ótima performance defensiva, principalmente da secundária. A capacidade de triunfar nas partidas em que tudo parece dar errado é uma marca dos grandes times, então ainda não há motivo para duvidar da capacidade de Seattle. A apertada vitória colocou a franquia em vantagem diante dos Cardinals, o adversário direto pelo título da NFC West.

1. Green Bay Packers (1-0) 

Bons times sempre buscam vitórias, mesmo não jogando tudo que podem. Os Packers foram jogar fora de casa contra uma equipe em ascensão – receita para a derrota. Mesmo assim, Aaron Rodgers fez o suficiente para controlar o jogo e sair vencedor – com uma ajuda dos erros básicos dos Jaguars. Com os Panthers e Cardinals perdendo na estreia (e os Seahawks longe de sua melhor forma), não é difícil imaginar o porquê dos Packers estarem em primeiro. Mais um ano em que Green Bay é um dos favoritos na NFC no início do ano: será que eles conseguirão se manter assim durante o ano inteiro?

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