Jacoby Brissett, calouro, deve ser o titular dos Patriots na quinta – tá, mas quem é ele?

Com Garoppolo machucado e Brady suspenso, o calouro Jacoby Brissett deve ser o titular dos Patriots nesta quinta contra o Houston Texans. Tá, mas quem é esse cara? Antes de mais nada, um background sobre ele.

Caso você não tenha ideia como as escolas do College Football formam seu elenco, vou resumir de forma breve: é uma feira. Cada time tem uma dada quantidade de bolsas de estudo para oferecer e o recruta escolhe, de livre e espontânea vontade, qual universidade mais lhe apetece. História do programa, calendário, quão exposto o time está na TV, nível acadêmico – são muitos os motivos pelo qual um jogador do Ensino Médio (High School) escolhe uma faculdade para defender no College Football.

Jacoby Brissett foi uma das commodities mais quentes quando do recrutamento – ele recebeu ofertas de Miami, Alabama, Florida State e muitas outras. Optou pelos Gators de Florida, onde foi reserva de Jeff Driskel. Insatisfeito com o status de reserva, Brissett teve a opção de se transferir – ou para West Virginia ou para NC State. Optou por esta. Após ficar um ano de molho (regra para quem se transfere antes de se formar), Jacoby foi titular da Wolfpack em 2014 e 2015. Ele é a típica ameaça móvel que você vê em tantas equipes do College Football. No último ano de elegibilidade, teve 20 touchdowns/6 interceptações e mais 6 TDs corridos.

Certo, mas quais suas maiores qualidades?

Brissett tem um braço forte e isso faz sentido quando analisamos seu físico – neste sentido, ao contrário de diversos quarterbacks que vem do College, ele tem o “tamanho” certo para ser um jogador da NFL. Talvez justamente por isso o técnico/general manager de fato, Bill Belichick, tenha ido atrás dele no Draft.

Não fazia nenhum sentido na época, eu lembro que tomei um susto quando vi a escolha de Brissett na terceira rodada. Ele era cotado para a quarta rodada em diante. Outros nomes da classe apareciam de maneira mais frequente entre os scouts, como o próprio Driskel para quem Brissett foi reserva. Além do físico já pronto para o jogo profissional, Jacoby foi constantemente elogiado por sua ética profissional. Antes de cada jogo, ele entregava anotações para seus jogadores de linha acerca do pass rush adversário.

Tá, tudo lindo, tudo maravilhoso – mas se ele foi escolhido na terceira rodada tem que ter problemas, certo?

É, tem. O principal problema da maioria dos quarterbacks do College que vão para a NFL chama-se passe em profundidade. Pelo fato das defesas da NFL serem mais inteligentes, melhor treinadas e mais atléticas (fortes/rápidas), as janelas de passe no nível profissional são menores do que aquelas que os signal callers têm à disposição no nível universitário. Às vezes elas nem estão lá, para um dado recebedor principal de uma jogada, e o quarterback acaba tendo que fazer a chamada “progressão” – sair do primeiro recebedor para o segundo e assim por diante. Ocorre que isso não é fácil e poucos acabam conseguindo.

Brissett tinha o costume de confiar bastante em suas válvulas de escape (checkdown) quando o primeiro alvo estava travado. Em dados jogos contra defesas mais fortes da ACC, Brissett entrou em parafuso quando pressionado. E, mesmo com os constantes checkdowns, Jacoby não teve uma porcentagem alta de passes completos na carreira universitária – 59,5%, marca baixa para os padrões do College Football.

E o resumo da ópera é?

Que Jacoby Brissett é um gigantesco diamante a ser lapidado. Ele tem as ferramentas físicas para ser bem sucedido na NFL: braço forte, build sólido e todo o mais. O problema é a acurácia em passes para mais de 20 jardas – geralmente aqueles que separam os homens dos meninos.

Muito provavelmente Bill Belichick vai preparar um plano de jogo que esconda essas falhas do jogo de Brissett. É até chato falar “falhas”, porque ele é apenas um calouro – obviamente teria problemas em vários sentidos. Brissett não deve ser forçado para passar em profundidade e os checkdowns devem ser constantes na quinta. Ademais, o jogo terrestre – que funcionou na semana passada contra Miami – deve ser novamente acionado.

Quando Brissett foi escolhido na terceira rodada, achei estranho. Mas acabou sendo mais uma tacada certa de Belichick. Sem Brady pelos quatro primeiros jogos e sem Garoppolo em eventual lesão (que acabou acontecendo), os Patriots parecem mais uma vez estarem preparado. Uma diamante bruto está under center. Cabe saber quanto ele foi lapidado na última semana e no training camp.

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