Denver sobe em nosso Power Ranking da AFC após a Semana 2

Ainda estamos na Semana 2, é bem verdade. Mas esta costuma ser a semana que traça os destinos na NFL. É bem raro que um time com campanha de 0-2 após duas semanas esteja jogando em janeiro rumo ao Super Bowl. Para não parecer achismo ou uma afirmação meramente jogada ao vento, existe uma estatística que comprova isso.

Desde 1990, quando os playoffs aumentaram (com 6 times em cada Conferência), apenas 12% das equipes que começaram com duas derrotas chegaram nos playoffs. É muito pouco. A cada 10 times com essa campanha, só um consegue, geralmente, reverter as coisas. O 0-2 pode ter muitos motivos. Calendário difícil. Lesões “acumuladas”, com jogadores se recuperando ainda.

Especificamente no ano passado, apenas duas equipes se recuperaram do 0-2 para ir rumo aos playoffs. A primeira foi o Seattle Seahawks, que encontrou pelo caminho um duro calendário ao início de setembro – com Packers e sua kriptonita, o Cleveland-Los Angeles-St. Louis-Los Angeles Rams. A outra foi o Houston Texans, cuja divisão em 2015 foi uma verdadeira bagunça.

Neste ano especificamente na Conferência Americana, Browns, Bills, Jaguars, Dolphins e Colts começaram a temporada “do lado errado” da tabela. Destes, discutivelmente, só os Colts devem ter alguma chance por meio da mesma divisão que levou o 0-2 Texans de 2015 ao título.

Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da AFC. Ontem tivemos teremos a Conferência Nacional, clique aqui para ler.

  • Maior queda: Jaguars, -3
  • Maior subida: Chargers, +3

16- Cleveland Browns (0-2) +- 0

26 quarterbacks desde 1999. Cody Kessler, calouro de USC sem qualquer nível de preparo para dar um passe para mais de 20 jardas na NFL, é o titular no domingo. Isso resume. Logo logo vamos fazer o post fatal da temporada dos Browns e eu não vou mais precisar escrever sempre a mesma coisa toda semana.

15- Buffalo Bills (0-2) -2

Greg Roman, coordenador ofensivo que fora demitido na semana passada e fez de Tyrod Taylor uma excelente ameaça, é um bode expiatório. Simplesmente é um absurdo que Rob Ryan seja técnico defensivo em qualquer franquia da NFL. A única explicação, por mais que seu irmão negue, é pelo fato dele ser irmão de Rex Ryan. Só. A defesa tomou uma tonelada de big plays de um time comandado por Ryan Fitzpatrick, quarterback que nem de longe é conhecido por isso (mas, sim, antes que o torcedor dos Jets me xingue, por sua eficiência na red zone). Uma hora as desculpas vão acabar.

14- Tennessee Titans (1-1) +1

A vitória veio muito porque Detroit entregou a paçoca, é bem verdade. Mas porque Marcus Mariota passou bem a bola no final da partida. Sobre isso, vi muitos redatores americanos comentarem que o sistema dos Titans (esse Power Run anacrônico que, convenhamos, não vai ganhar um Super Bowl em 2016) não é o ideal para que Mariota se desenvolva. Acredito que não seja mesmo.

Leia também nosso Power Ranking da Conferência Nacional: Panthers de volta e Seahawks patinando: como está a disputa na NFC

Na semana 1 ele não deu certo. Quando foi utilizado de maneira menos empolgada no playcalling, os Titans ganharam.

13- Jacksonville Jaguars (0-2) -3

Se os Jaguars perderem para Baltimore nesta semana, a paciência de Shad Khan (dono da equipe) vai pra casa do cacete e Gus Bradley pode acionar o FGTS e dar uma procurada no catho.com. O time ainda tem muitos buracos (notoriamente a linha ofensiva), tem um Blake Bortles que parece ter regedido e, embora seja o “time jovem-talentoso”, isso não faz verão na NFL. Foi bom enquanto durou.

12- Miami Dolphins (0-2) +- 0

Talvez um dos times desta temporada cuja campanha de duas derrotas não expresse necessariamente a essência verdadeira do time em 2016. A abertura do campeonato era brutal, convenhamos. Seattle fora de casa e New England também fora de casa é um dos calendários que você reza para não ter. Agora é hora de ter um sparring em Cleveland e tentar engatar algo mais promissor nesta temporada. Sabe quem precisa melhorar? É, Ryan Tannehill, como sempre. 55% de passes completos não vai levar time nenhum longe. Isso porque não é nem porque ele está arriscando em profundidade – sua média de jardas por tentativa é pífia, coisa de 6,4.

11- San Diego Chargers (1-1) +3

Uma das mais gratas surpresas deste início de temporada. O que falta para San Diego talvez seja uma gerência mais eficiente das margens de vitória. A equipe tem uma vitória e uma derrota mas essa história facilmente poderia ser diferente se o segundo tempo contra Kansas City fosse mais eficiente. Ao torcedor, empolga saber que Philip Rivers (como sempre, subestimado pelo público em geral) está bem mesmo sem Keenan Allen.

10- New York Jets (1-1) +1

Talvez o único que possa sonhar em ameaçar os Patriots na AFC East. O ataque funcionou contra Buffalo e fez uma boa partida contra Cincinnati – mas a secundária é um problema latente. Darrelle Revis vem sendo um risco constante na marcação individual e isso complica o playcalling – blitz toda hora pode não ser uma boa ideia, Todd Bowles. Na semana 3 os Jets enfrentam os Chiefs, um ataque que não é conhecido por conseguir muitas big plays. Se o festival de passes para mais de 50 jardas acontecer de novo, uma gigantesca luz amarela será acesa.

9- Indianapolis Colts (0-2) -1

Nesta altura do campeonato eu ainda não sei porque acredito em Indianapolis. Pode ser porque a divisão foi fraca no ano passado – só que os Texans estão pisando forte no acelerador. Andrew Luck foi sackado por 5 vezes na semana 2 contra os Broncos. Novamente como em outros casos deste Power Ranking, o calendário pode ser desculpa – era a defesa de Denver, afinal. E da mesma forma “comparativa” que falamos sobre os Jets, se os Colts deixarem Luck ser pressionado pelo fraco pass rush de San Diego, aí playoff é delírio de uma noite de verão e vamos despencar os Colts aqui.

8- Oakland Raiders (1-1) -2

O ataque é show de bola, como achávamos que seria. Derek Carr está completando quase 70% dos passes e todo o mais. A defesa, por mais bizarro que isso seja, parece estar sentindo falta de Charles Woodson e Justin Tuck. Os Raiders são o pior time da NFL em pontos cedidos – 69 em duas semanas. Agora deve vir um alívio com o Tennessee Titans e seu ataque mais versado em jogo terrestre. Se ainda assim os Raiders entregarem mais de 25 pontos, aí complica.

7- Baltimore Ravens (2-0) +2

O “menos melhor” dos times com 2-0? Se a gente contextualizar as vitórias de Baltimore, sim. Sei, o torcedor vai causar como é típico, mas é um 2-0 contra Buffalo e Cleveland – literalmente as duas piores equipes da Conferência Americana. E o embalo deve continuar, dado que os Ravens pegam os Jaguars nesta semana (depois ainda tem Raiders e Washington, fazendo um 4-1 bem plausível). Calendário a parte, o Wild Card é uma realidade bastante plausível para os Ravens em 2016 – até porque todo mundo está saudável.

6- Kansas City Chiefs (1-1) -1

Vamos resumir a temporada dos Chiefs em 2016, até agora, desta forma: fora do último quarto esse ataque é pedestre. Assim como em 2015, o time está patinando e essa campanha esteve a jardas e um pouco de azar de ser 0-2. Os Chiefs têm neste domingo um dos mais importantes jogos da temporada contra os Jets – pelo fato de ser eventual briga pelo Wild Card da AFC. Se perder (ou se continuar só tendo ignição no último quarto) é hora de se preocupar de verdade.

5- Cincinnati Bengals (1-1) -2

O ataque terrestre não funcionou e um efeito cascata se operou. Andy Dalton esteve em um zilhão de terceiras descidas longas e a ausência de Tyler Eifert, um dos mais confiáveis tight ends da NFL nessas situações, foi bastante sentida. Ademais, a equipe patinou na red zone – justamente outro setor no qual Eifert é eficiente. É hora de coçar a cabeça e tentar entender o que está acontecendo. A derrota para Pittsburgh pode ser critério de desempate no final da temporada.

4- Houston Texans (2-0) +3

Bears e Chiefs em casa e o 2-0 veio, a obrigação foi cumprida. Agora, logo mais às 21:30, vem o primeiro grande teste da temporada. Sim, eu sei que Brady e Garoppolo estão fora da partida hoje e que os Texans jogarão contra um calouro de quarterback. Justamente por isso Houston tem que amassar os Patriots SE QUISEREM mostrar que são de verdade. Eles não estão jogando contra um quarterback calouro: estão jogando contra Bill Belichick fora de casa. Vencendo, mostram-se reais desafiantes na Conferência.

3- Denver Broncos (2-0) +1

Trevor Siemian, Peyton Manning versão 2015, Brock Osweiler, pode ser quem for: a real alma deste time é na defesa do coordenador Wade Phillips. Mais um teste nesta semana contra um Cincinnati Bengals que vem ferido. A fórmula, Pittsburgh já deu: pare o jogo terrestre que tudo desmorona ao redor. Se os Jets conseguiram 7 sacks contra os Bengals na Semana 1, só Deus sabe quantos os Broncos vão conseguir no domingo.

2- Pittsburgh Steelers (2-0) -1

Sim, o ataque não enfiou 40 pontos como todo mundo espera que aconteça semana sim, semana também. Mas foi um jogo divisional, pegado, brigado, tretado e na chuva. Não dava para esperar muita coisa diferente. De toda sorte, duas boas notícias para o torcedor: dois touchdowns de tight ends não chamados Heath Miller e a defesa pareceu um pouco melhor se comparada à unidade que jogou contra Cincinnati por três vezes em 2016.

1- New England Patriots (2-0) +1

Um 2-0 sem Tom Brady e sem Rob Gronkowski é notório, não temos como negar. Agora, a exemplo do desafio de Houston, vem a treta: ganhar da defesa de Houston e seu pass rush (J.J. Watt, Jadeveon Clowney e o subestimado Whitney Mercilus) com um quarterback calouro. Se os Patriots conseguirem fazer isso, EM SEMANA CURTA, aí Bill Belichick definitivamente merece uma estátua em Boston.

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