A defesa dos Saints “melhorou” contra os Giants. Mas é o suficiente?

Na primeira semana da temporada, a defesa do New Orleans Saints continuou um freak show mesmo depois de ter mandado Rob Ryan pra casa do cacete no ano passado – cedendo 35 pontos para os Raiders e permitindo que a equipe de Oakland roubasse uma vitória que parecia estar quase garantida pelo poderoso ataque de New Orleans, comandado por Drew Brees. A unidade defensiva dos Saints naquela partida estava tão vulnerável que o head coach Jack Del Rio decidiu tentar a conversão de 2 pontos no após o touchdown marcado por sua equipe no drive final da partida, ao invés de chutar o extra point que levaria o  jogo para a prorrogação.

Desnecessário dizer que o pessimismo tomou conta da torcida de New Orleans. Toda hora alguém nos pede um texto sobre essa defesa. Chegou a hora.

Na rodada seguinte, os Saints foram a New York enfrentar os Giants. Na semana que antecedeu a partida, as casas de aposta de Las Vegas previam um festival de pontos marcados, principalmente devido à fragilidade da defesa de New Orleans e à força de ambos ataques. O que vimos no domingo, no entanto, foi algo bem diferente. Mesmo perdendo P.J. Williams – o principal cornerback da equipe após a lesão de Delvin Breaux – devido a uma violenta concussão que o mandou para a injured reserve, a defesa dos Saints conseguiu conter o ataque dos Giants, que não marcou um único touchdown em todo o jogo. Os 16 pontos marcados pela equipe de Ben McAdoo vieram dos special teams, na forma de três field goals anotados pelo kicker Josh Brown e um bloqueio de chute retornado para touchdown por Janoris Jenkins.

Infelizmente, o ataque de Drew Brees falhou em aproveitar a chance dada pela atuação da defesa, marcando apenas um touchdown e deixando o calouro Will Lutz em condições de anotar apenas dois field goals, além do que foi bloqueado.

A partida terminou com o placar de 16 a 13 para os Giants e os Saints amargaram sua segunda derrota em dois jogos na temporada. Apesar disto, grande parte da torcida e da imprensa de New Orleans encararam a derrota como uma espécie de “vitória moral”. O time mais uma vez entregou uma partida que poderia ter vencido, mas a defesa melhorou consideravelmente, e o ataque inevitavelmente voltará a ser a força dominante vista no jogo contra Oakland.

Mas será que a melhora apresentada pela defesa foi o suficiente para permitir que os Saints voltem a sonhar com uma vaga nos playoffs?

Melhorou mesmo? Cês tão falando a verdade?

Quando analisamos as estatísticas do jogo, o motivo da melhora na atuação defensiva dos Saints nesta partida fica claro: três fumbles forçados e recuperados. Na partida anterior, contra os Raiders, os Saints não conseguiram um único turnover.

De resto, os números das duas partidas parecem bem similares. Contra Oakland, New Orleans cedeu 486 jardas e 25 first downs. Contra os Giants foram 417 jardas e 22 first downs. Uma melhora, sim, mas nada muito considerável.

É claro que a defesa também se mostrou melhor na estatística mais importante para o resultado de uma partida – o número de touchdowns cedidos. Isto se explica, principalmente, pelo número de turnovers já citado, mas também por uma sequência de boas jogadas no meio do último quarto da partida, quando os Giants se encontravam em uma primeira descida na linha de uma jarda de New Orleans e foram forçados a chutar um field goal. 

Tudo isto foi possível graças às mudanças no planejamento de jogo efetuadas pelo coordenador defensivo Dennis Allen durante a semana passada. Durante a maior parte do jogo, sua defesa esteve em campo com três safeties e apenas dois linebackers, oferecendo bastante proteção no fundo do campo para seus dois cornerbacks – o free agent Sterling Moore, que assinou com o time após a pré-temporada e nem esteve em campo na semana 1, e o undrafted free agent Ken Crawley, que assumiu a posição ainda no primeiro quarto, após a lesão de Williams. Com isto, os Saints limitaram o potencial de jogadas longas do ataque dos Giants, forçando as jogadas curtas que levaram aos três fumbles.

Defesa de 2009

Uma defesa que cede muitas jardas mas consegue muitos turnovers? Tenho certeza que isto soa familiar aos torcedores mais antigos do New Orleans Saints. Na temporada 2009, a equipe campeã do Super Bowl XLIV se consagrou jogando desta forma. A defesa daquele grande time ficou apenas na 20ª colocação da liga em pontos cedidos e na 25ª em jardas cedidas. Mas os 39 turnovers conseguidos na temporada regular, e oito nos playoffs, foram de longe a melhor marca daquele ano. A defesa não precisava ser intransponível. Tudo que ela precisava fazer era roubar a bola dos adversários e colocá-la nas mão de Drew Brees, que costumava aproveitar muito bem todas estas oportunidades.

Ataque falhando em aproveitar oportunidades

Não foi bem isto que aconteceu na partida de domingo passado. O ataque, com dito anteriormente, não conseguiu aproveitar as oportunidades criadas pela defesa. O primeiro fumble, forçado por Kenny Vaccaro e recuperado pro James Laurinaitis resultou em um punt de Thomas Morstead. O segundo, criado pelo calouro Ken Crawley e recuperado pelo também calouro De’Vante Harris teve o mesmo destino.

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O terceiro foi ainda pior. Após o bom trabalho dos defensores Michael Mauti e Paul Kruger, o ataque conduziu uma campanha que terminaria com uma tentativa de field goal de Will Lutz. O mesmo field goal que foi bloqueado e retornado para touchdown.

Motivo para esperança, mas ainda longe do ideal

Há motivo para esperança? Sim. O ataque dos Saints ainda é um dos melhores da NFL e performances como a vista contra os Giants não devem ser tão frequentes quanto atuações explosivas como a vista contra os Raiders.

Para que este time possa sonhar com algo mais do que o 7-9 obtido nas duas últimas temporadas, a defesa precisa ser capaz de estar entre os líderes da liga em turnovers conquistados, a exemplo do ocorrido na temporada 2009. O problema é que estes tipos de jogadas tendem a ser bastante aleatórios, difíceis de se conquistar com consistência. Mas, para os torcedores de New Orleans, qualquer fonte de esperança é melhor do que esperança nenhuma.

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