Seu time está mal? Conheça a classe de quarterbacks para o Draft 2017

Acertar” um quarterback não é fácil. E errar derruba todo mundo – desde técnico principal até general manager. Logo, a posição mais importante do esporte, obviamente, é a mais importante de se acompanhar no futebol americano universitário. É no College que as estrelas surgem e os busts dão sinais que vão falhar no nível profissional – estilo Johnny Manziel.

Com a ESPN voltando a transmitir partidas do futebol americano universitário pela TV (e que começo!) e algumas franquias desesperadas por quarterbacks começando a mostrar que não vão disputar nada no ano (como Chicago Bears, Cleveland Browns e San Francisco 49ers), o momento de começar a prestar atenção nos prospectos da posição é agora – ainda mais com as transmissões do sábado a noite.

Por causa disso, o Pro Football separou sete dos nomes mais importantes (e mais alguns no final) para se prestar atenção neste momento em que entramos na segunda parte da temporada regular do college. Junto com o nome do atleta, está escrito o ano em que ele está (segundo ano = Sophomore, terceiro ano = Junior e quarto ano = Senior), se ele ganhou a redshirt (ou seja, ficou um ano de molho para ganhar outro de elegibilidade, que não conta no tempo em que pode ficar no college, sem jogar), as suas medidas, a razão touchdown:interceptação e quaisquer informações relevantes que sobram. E você, gostaria de algum desses na sua franquia do coração?

Deshaun Watson, Clemson Tigers

Junior, 1,88 m e 97 kg. 14:7 com 1302 jardas aéreas.

O provável primeiro quarterback a ser escolhido no ano que vem. Watson não vinha jogando tão bem em 2016 e ressurgiu no “jogo do ano”. Watson é da escola dos dual threats, ou seja, signal callers que passam bem e também são atléticos o suficiente para correr.

Lembrando um pouco Cam Newton na época do college, Watson é alto (1,90), forte e possui um bom braço. Ainda precisa melhorar a sua presença de pocket (sai correndo muitas vezes sem nenhuma necessidade), mas o seu footwork é bem desenvolvido. Watson sabe aproveitar bem os alvos que possui, ainda mais a altura e envergadura de Mike Williams – que deve ser uma escolha alta no ano que vem. No momento é o melhor prospecto para o ano que vem e deve ser tietado por Bears, Browns, Saints e quem mais precisar de um projeto para o futuro.

Chad Kelly, Ole Miss Rebels

Senior, 1,88 m e 102 kg. 13:4 com 1596 jardas aéreas. Um touchdown terrestre.

Um dos únicos Senior da lista. Com os contratos de quarterbacks e o estilo Spread Read-Option offense crescendo cada vez mais, está ficando raro ver atletas que ficam até o último ano da faculdade em suas respectivas equipes. Um pouco de sucesso no futebol americano universitário já os catapultam para o nível profissional, o que nem sempre é recomendado – basta ver o quanto Marcus Mariota está tendo dificuldades em sua adaptação.

Kelly saiu do high school como um prospecto de quatro estrelas e foi bem tietado, principalmente por ser sobrinho de Jim Kelly. Recrutado por Clemson, Kelly obviamente não soube lidar com a fama que seu nome trazia e se envolveu algumas vezes com problemas extra-campo – o que levou a universidade a cortá-lo da equipe. O signal caller foi para uma universidade comunitária e depois voltou para Ole Miss – e mesmo assim não se livrou dos problemas extra-campo lá.

Pelo tanto de dificuldades e distrações na carreira, Chad Kelly se saiu muito bem. Alto (1,88 m), forte e com certa capacidade atlética, ele é mais um pocket passer mal desenvolvido do que um scrambler. Ele ainda precisa melhorar a sua mecânica, o seu footwork e, principalmente, o seu senso de pressão. Mesmo assim, ele tem uma característica muito importante: não tem medo de lançar em profundidade. Um projeto a esta altura do campeonato, potencialmente uma escolha de terceiro dia no Draft do ano que vem. Ainda tem espaço para crescer e, quem sabe, virar um prospecto de segundo dia – tem talento para tal.

Lembre-se que não necessariamente tem relação com Chad Kelly: se teve alguém que escolheu Christian Hackenberg e Cody Kessler no segundo dia, então tudo é possível.

Brad Kaaya, Miami (FL) Hurricanes

Junior, 1,93 m e 95 kg. 8:3 com 935 jardas aéreas.

O meu prospecto favorito no Draft. Conhecido anteriormente por causa da sua mãe, que foi atriz, Kaaya é o motivo pelo qual o Miami Hurricanes reapareceu no futebol americano universitário e ainda está invicto. Titular desde o primeiro dia, Kaaya é um pocket passer puro (estilo Philip Rivers, Peyton e Eli Manning, guardadas as proporções de talento obviamente) e que não chama muito atenção no extra-campo – em tempos que muitas estrelas do nível universitário se envolvem em problemas, isto é um bom sinal.

Com oito touchdowns e três interceptações na temporada, Kaaya está mostrando mais presença de pocket e um footwork bem evoluído. Líder em campo, ele é a principal estrela de um ataque mais voltado para o estilo West Coast offense com ênfase no jogo terrestre – são apenas 91 tentativas de passe no ano e 133 corridas, com Mark Walton sendo o principal carregador. Para você ter noção do quão pouco são 91 tentativas de passe, Lamar Jackson já tem 170 no ano e DeShone Kizer tem 95 passes completos.

Como deu para ver, Kaaya ainda precisa mostrar bastante em campo, principalmente a força do seu braço. Bom nas tomadas de decisão, seu maior defeito é o medo de arriscar no fundo do campo – não sei se pela falta de força no braço ou pelo estilo de jogo dos Hurricanes. Se Kaaya e Chad Kelly se combinassem em um prospecto só, provavelmente seria material de primeira rodada. No momento ele é cotado para o segundo dia de escolhas.

DeShone Kizer, Notre Dame Fighting Irish

Redshirt Sophomore, 1,94 m e 104 kg. 14:4 com 1567 jardas aéreas. Seis touchdowns terrestres.

Brad Kaaya ganha o título de prospecto preferido porque DeShone Kizer não deve entrar no Draft este ano – apesar de elegível. Kizer está em seu momento Christian Hackenberg, em que precisa levar o ataque, a defesa e a tradição do programa nas costas. Mesmo com tanta pressão e enfrentando um calendário difícil (como é tradição em Notre Dame), Kizer é o único que está se salvando e colocando o seu nome como um futuro prospecto de qualidade.

Apesar de ser Junior, Kizer jogou apenas duas temporadas. Além disso até o início deste ano ele estava envolvido em uma disputa com Malik Zaire pela posição de titular (até agora não sei o que Brian Kelly estava pensando em não nomear logo Kizer o titular). Fica claro que um ano a mais no college faria muito bem para Kizer, principalmente para o seu desenvolvimento – e aumentaria as chances de ele sair na primeira rodada.

O produto de Notre Dame é extremamente talentoso, mas está desenvolvendo vícios de quem joga atrás de uma peneira chamada linha ofensiva – como soltar passes com o apoio no pé de trás. Isto dá certo no nível universitário apenas. Mesmo assim, ele tem um braço incrivelmente forte, inteligência em campo e certo atleticismo – nível Aaron Rodgers de poder se virar e criar jogadas do nada. Muito potencial, só que não é o momento para sair do futebol americano universitário.

J.T. Barrett, Ohio State Buckeyes

Redshirt Junior, 1,88 m e 102 kg. 14:2 com 888 jardas aéreas. Três touchdowns terrestres.

Os próximos dois prospectos já são figurinhas marcadas para a maioria do público. Quarterbacks experientes, de grandes programas e que estão no final de suas carreiras no nível universitário – com muito videotape disponível. J.T. Barrett, para quem não lembra, surgiu do nada depois da sequência de lesões que assolaram a posição em Ohio State – dois anos atrás.

Ano passado, Barrett se envolveu em uma intensa disputa pela posição de titular e acabou mandando Cardale Jones para o banco. Ele não jogou tão bem e acabou afundando seu draft stock por enquanto. Em 2016 Barrett está jogando muito melhor, só que ainda apresenta certas falhas – principalmente no campo de tomar boas decisões dentro de campo. Por ter tanto tempo em campo, fica difícil acreditar que o signal caller não vá para o Draft neste ano. Pela falta de braço e as tomadas de decisões questionáveis, hoje ele seria um talento de terceira rodada ou além – ainda tem muito tempo para reverter isso.

Baker Mayfield, Oklahoma Sooners

Redshirt junior, 1,85 m e 96 kg. 9:2 com 1067 jardas aéreas. Dois touchdowns terrestres.

Quando a melhor comparação para o seu jogo é Mark Sanchez, com certeza tem algo errado. Infelizmente, toda vez que vejo Baker Mayfield em campo eu lembro de Mark Sanchez em USC – ele foi a quinta escolha geral, não se esqueça.

Mayfield tem a história mais interessante de todos os quarterbacks de grandes programas até aqui – por isso é tão fácil apreciar o que faz em campo. Ele entrou como walk-on (ou seja, aqueles caras que entram na universidade e querem tentar a vida de atleta universitário; ele não foi recrutado por ninguém) em Texas Tech e foi titular já como calouro – muitos dizem que foi o primeiro da história, o que é dificílimo de confirmar. Após o primeiro ano, Mayfield decidiu se transferir para Oklahoma e bateu Trevor Knight – mandando-o para Texas A&M – na disputa por ser titular.

Deixando a história de superação de lado, Mayfield não é um grande prospecto. Braço meio fraco e tomadas de decisões equivocadas, ele deveria ser uma escolha de terceiro dia. E por que ele está nesta lista? Oras, como deu para ver alguns general managers adoram supervalorizar alguns quarterbacks e é bem possível que ele seja uma escolha de terceira rodada no ano que vem. Preste atenção nele durante o ano para poder xingar o seu general manager (ou não) no ano que vem quando gastar uma escolha de segundo dia em Mayfield.

Outros projetos

O texto já está longo o suficiente e existem inúmeros outros prospectos interessantes. Cooper Rush (o nome mais legal de todos), Greg Ward Jr. (um projeto de Russell Wilson), Gunner Kiel (outro nome legal, mas que tem problemas com lesão), Kenny Hill (discípulo de Johnny Manzie em Texas A&M e agora em TCU), Joshua Dobbs (Tennessee, sempre no “agora vai”) e o próprio Trevor Knight. Todos podem crescer muito durante a temporada regular deste ano, porém no momento parecem grandes projetos para o nível profissional.

Como deu para ver, este ano está recheado de bons prospectos que ainda tem muito por provar – classes parecidas com 2014 e 2015, visivelmente. Quem terminar no topo (Cleveland Browns? San Francisco 49ers? Chicago Bears?) terá a oportunidade de levar Deshaun Watson para casa. Os outros vão ter que trabalhar um pouco mais para achar o próximo franchise quarterback da vez.

PS: E LAMAR JACKSON?!!!

Lamar Jackson, Louisville Cardinals

Sophomore, 1,91 m e 91 kg. 14:4 com 1625 jardas aéreas. 688 jardas terrestres e 14 touchdowns.

Lamar Jackson só de modo extra-oficial está nesta lista porque está destruindo em 2016 – ainda é sophomore, logo não é elegível para ser escolhido no Draft do ano que vem. Até agora são 14 touchdowns passando (e apenas quatro interceptações), 14 correndo, 1625 jardas aéreas e 688 terrestres – lembre-se que foram apenas cinco jogos na temporada! Sim, o desempenho é tão impressionante que vale a pena escrever duas vezes.

Muita gente compara Jackson com Michael Vick, o que é um pouco impreciso. Vick não era só reconhecido pela sua habilidade fora do normal em correr com a bola: o seu braço era um canhão. O quarterback de Louisville não está no nível do braço de Vick – parece muito mais com o jogo de Robert Griffin III (sem o estilo diva, que fique claro) na universidade. O mais impressionante é que Jackson leva o ataque de Louisville nas costas, o que impressiona por ter apenas 19 anos. Ele ainda tem muito espaço para crescer como passador em si (muito impaciente no pocket, precisa aprender a esperar as jogadas se desenvolverem) e, se continuar crescendo deste jeito, tem tudo para ser uma escolha alta no Draft de 2017 – seria muito mais prudente sair do college apenas em 2018, mas duvido que faça isso.

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