Power Ranking, NFC: Kaepernick será capaz de tirar os 49ers da última posição?

A cada semana que passa, visivelmente a Conferência Nacional (NFC) vai se dividindo em pequenos blocos com relação a qualidade de cada franquia. É como se fosse uma escada de qualidade, o que torna mais fácil entender o momento de cada equipe.

Visivelmente Minnesota está acima de todos. Os Vikings são dominantes defensivamente e o ataque é extremamente pragmático – o suficiente para vencer. Contra os Texans foi um domínio completo, do início ao fim, mostrando que a equipe é de verdade e deve ser uma real ameaça durante o ano inteiro. Logo abaixo de Minnesota (com uma certa distância) encontram-se Atlanta, Seattle e Dallas – já mostraram algo no ano e estão em um ótimo momento. Colados com eles estão Packers e Eagles – equipes que ainda precisam mostrar um pouco mais na temporada, principalmente este que vai ter um calendário extremamente duro até a semana 12.

Na parte de baixo, Chicago e San Francisco vão se destacando cada vez mais como os piores times da divisão. Os dois estão se aproximando de um momento de reformulação e a cada derrota ficam mais perto do principal objetivo: garantir o melhor quarterback disponível no próximo Draft. Chip Kelly finalmente vai ajustar a sua equipe e tentar colocar Colin Kaepernick em campo – é preciso saber como ele vai se comportar em um ataque que parece ideal para o seu jogo: poucas leituras e muita velocidade. Deve adiantar muito pouco, mas pode ser suficiente para os 49ers arrancaram mais uma ou duas vitórias a mais no ano e ficarem longe de achar um novo franchise quarterback.

Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana. No final do texto também está a classificação por divisão. Agora também colocamos as chances de Playoffs entre parênteses também com os dados do Football Outsiders.

16. San Francisco 49ers (1-4) (1,9%)

Demorou para mudar: finalmente Blaine Gabbert vai para o banco e Colin Kaepernick é o titular. Deve mudar alguma coisa? Provavelmente não. Quem acompanha os treinamentos de San Francisco diz que é o terceiro quarterback, Christian Ponder (!), é quem tem os melhores desempenhos em campo. Quando Ponder é o melhor signal caller nos treinamentos é porque algo não está certo.

Mesmo assim, Kelly fez a opção correta. Este time não vai para lugar nenhum com Gabbert e ele precisa ver como Kaepernick vai atuar em seu ataque – não espere uma melhora significativa. O ano de San Francisco está extremamente ruim, as chances de Playoffs são mínimas e é preciso saber o que a franquia possui. A situação é caótica tanto ofensivamente (que nem o No Huddle vai dar jeito) quanto defensivamente – que não consegue parar o jogo terrestre adversário. Falta talento, organização, comando técnico e planejamento – está na hora de uma reformulação total.

15. Chicago Bears (1-4) (5,0%)

Incrível que pareça, Chicago está jogando melhor sem Jay Cutler do que com ele em campo – que agora é apontado como sendo um cara sem liderança. É óbvio que Brian Hoyer tem um teto muito menor do que Cutler, mas ele oscila bem menos e é muito mais previsível. Além disso, Hoyer é o tipo do cara que conquista a liderança por causa de sua vontade de trabalhar e passar as suas limitações. Ele também está contando com um jogo terrestre que não existia com Cutler, graças ao desempenho acima da média de Jordan Howard – que parece ser um dos maiores steals do último Draft. Mesmo com este pequeno ressurgimento, o time de Chicago é ruim e vai disputar a primeira escolha geral com San Francisco e Cleveland. Será a oportunidade perfeita para reformular uma franquia que sempre foi limitada por um quarterback talentoso que não consegue desempenhar tudo que pode.

14. New Orleans Saints (1-3) (13,5%) -2

Bye week.

13. Carolina Panthers (1-4) (6,7%) -5

O jogo sem Jonathan Stewart e Cam Newton expôs o quão ruim Derek Anderson é. Os Panthers poderiam ter roubado uma vitória importante para se manter na briga pelo Wild Card, só que o seu signal caller conseguiu entregar todas as oportunidades possíveis para o adversário – aproximando a franquia de um desempenho catastrófico na temporada. O ano está péssimo e vai ser extremamente difícil reverter a situação. A primeira decisão do ano já deve ocorrer neste final de semana, no jogo do desespero contra o New Orleans Saints.

12. Tampa Bay Buccaneers (2-3) (9,0%) +1

27,2%: esta é a porcentagem de passes certos para mais de 20 jardas na carreira profissional de Jameis Winston. Os grandes quarterbacks na NFL se destacam por saber trabalhar a bola na distância intermediária (entre 15-30 jardas) e conquistar primeiras descidas extremamente improváveis – e claramente Winston não está conseguindo desenvolver sua precisão nesta faixa de campo.

Com um quarterback que não consegue lançar em profundidade, as defesas aproximam-se da linha de scrimmage e tornam a situação ofensiva cada vez mais difícil. Some isso ao fato do backfield estar devastado com contusões (Charles Sims na Injury Reserve e Doug Martin perdeu o Monday Night Football) e fica fácil entender a dificuldade desta unidade em produzir.

Obs. Roberto Aguayo vem provando, mais uma vez, porque não se gasta escolhas altas com kickerspunters.

11. New York Giants (2-3) (17,5%) -4

Duas derrotas seguidas para duas unidades defensivas que estão jogando bem. A defesa de Green Bay não está no nível dos Vikings, mas mesmo assim tornou a noite de Eli Manning extremamente desagradável. Faltou ritmo ofensivo, o jogo terrestre não funcionou (o que era esperado, bastava assistir o videotape das atuações dos Packers) e Manning pareceu, de novo, longe da forma apresentada no início da temporada.

Defensivamente falta pressão – novamente tocando no ponto. Não basta a secundária estar jogando bem (como foi contra Green Bay) com este front four rico e sem ação em campo. Olivier Vernon e Jason Pierre-Paul foram totalmente neutralizados e não apresentaram perigo nenhum até aqui na temporada – e nem justificaram os seus contratos. Sem presença defensiva, os Giants não vão longe – ainda mais agora que viram os Cowboys abrirem 4-1 na liderança da divisão.

10. Detroit Lions (2-3) (13,0%) +4

Foi incrível o nível apresentado por Matthew Stafford no primeiro tempo contra os Eagles. Ele orquestrou três campanhas extremamente longas e muito bem pensadas. Explorou Theo Riddick e os seus matchups favoráveis, distribuiu a bola entre seus recebedores e mostrou uma vontade em campo extremamente contagiante. Só que, como é a tônica do ano inteiro, o ataque jogou só um tempo e quase saiu com uma derrota extremamente custosa.

Este é o principal problema dos Lions: falta consistência. O time é mais talentoso que boa parte das pessoas dão crédito, só que ele oscila demais durante as partidas. Mesmo em um dia que Jim Caldwell estava arriscando bastante (meio incomum para o seu estilo), faltou produção no segundo tempo – e quase que custou caro. Se a equipe fosse mais consistente e realmente jogasse os 60 minutos, com certeza disputaria uma vaga via Wild Card. No momento precisa provar muito mais para subir no ranking.

9. Los Angeles Rams (3-2) (28,8%)

Os Rams até tentaram, mas foi difícil parar o extraordinário momento que os Bills passam. Mesmo assim, a equipe mostrou que vem evoluindo durante a competição e não será o saco de pancadas que era esperado. Defensivamente, a linha defensiva pressiona o signal caller adversário e tira um pouco o peso que esta secundária tem. Para evitar ter que enfrentar este pass rush, as equipes adversárias optam por correr com a bola – e explorar o ponto fraco da unidade defensiva. Contra Buffalo fatalmente uma unidade que não consegue combater o jogo terrestre vai ficar pressionada e tomar muitos pontos.

A franquia até poderia estar melhor, mas o ataque não contribui. Com Case Keenum undercenter, é óbvio que as unidades adversárias vão colocar oito, até nove jogadores no box. E Los Angeles tenta correr mesmo assim. Esta estratégia equivocada se reflete nas estatísticas de Todd Gurley: ele é o terceiro que mais teve carregadas na temporada (105) e possui a pífia média de 2,7 jardas por tentativa – pior marca entre os titulares. A incapacidade ofensiva acaba por limitar este time, que novamente deve acabar longe da pós-temporada. Será que não vale a pena colocar a primeira escolha geral do ano em campo e fazê-lo aprender que nem Carson Wentz? Pior do que está será difícil ficar.

8. Washington Redskins (3-2) (29,2%) +3

Após ganhar o Underachieve Bowl, Washington ganhou momentum e finalmente possui uma campanha positiva. Claro que a vitória veio com um pouco de sorte (não é mesmo C.J. Mosley?), só que ela foi importante para colocar a franquia novamente na briga pela NFC East – ainda mais com a derrota dos Giants para os Packers.

O grande problema até aqui (além do fato de Kirk Cousins não estar perto do que mostrou no final do ano passado) são as lesões. Ofensivamente são poucas (Josh Doctson deve ir para a Injury Reserve), mas defensivamente elas são devastadoras – ainda mais na secundária. Josh Norman teve um problema na mão na última partida, Bashaud Breeland está sofrendo com um problema no tornozelo e os dois safeties titulares (DeAngelo Hall e David Bruton) foram para a Injury Reserve. Além disso, o híbrido Su’a Cravens ainda está no protocolo de concussão e também pode não enfrentar Philadelphia. Se defensivamente já estava difícil atuar devido ao pobre combate contra o jogo terrestre (são 5,1 jardas cedidas por corrida), a situação deve ficar ainda mais crítica nos próximos jogos. Para piorar, os Eagles são a quarta equipe que mais corre com a bola na NFL. O matchup está longe de ser favorável.

7. Arizona Cardinals (2-3) (23,9%) +3

Não tem muito mais o que falar sobre Arizona. A “Andy Reidização” de Bruce Arians teve que parar devido à concussão de Palmer e isto revelou o forte dos Cardinals – explorar um jogo físico. Agora com Palmer de volta, o jogo contra o New York Jets será fundamental para pegar ritmo e encostar de vez nos seis primeiros da NFC – existe um gap considerável entre o sexto e o sétimo colocados.

6. Philadelphia Eagles (3-1) (57,3%) -1

Continuando nas duras lições para um calouro, nesta semana Carson Wentz teve que aprender a sair perdendo, encostar no placar e sair com a virada. Isto quase aconteceu – se não fosse o fumble infantil de Ryan Mathews. A postura que o calouro teve durante toda a partida foi primorosa, controlando a unidade ofensiva, mudando as jogadas e não se desesperando em estar atrás no placar. Seu erro mais grave foi o pior: um passe longo totalmente desnecessário no último drive. Foi o seu momento de calouro – tão pouco presente durante as suas atuações.

Vale ressaltar que Wentz não estaria jogando tão bem se não fosse seu elenco de apoio. A linha ofensiva, que Chip Kelly tanto negligenciou, está atuando em alto nível e o deu muita tranquilidade no domingo. Resta saber como absorver a suspensão de Lane Johnson e a entrada do calouro Halapoulivaati Vaitai – sim, tive que olhar no Google. Vaitai não teve seus melhores momentos na pré-temporada e não é constantemente ativo até agora.

O apoio de Wentz também acontece via defesa. Após um primeiro tempo lento, Jim Schwartz ajustou sua unidade completamente no intervalo e acabou com o ataque dos Lions. Seu esquema é extremamente instintivo e coube muito bem em uma unidade que possui um dos melhores front four da liga inteira. Só que esta unidade será colocada a prova com o calendário cruel. Philadelphia merece o lugar que ocupa no momento, porém até a semana 12 a franquia terá um jogo mais difícil que o outro.

5. Green Bay Packers (3-1) (64,8%) -2

Uma vitória e… queda de duas posições? O nível apresentado por Dallas Cowboys e Atlanta Falcons os fizeram subir tanto assim. As duas equipes estão em um momento único, coisa que Green Bay ainda não está. O trabalho defensivo vem sendo melhor que o esperado, principalmente no combate ao jogo terrestre, mas ele será testado nesta rodada contra uma linha ofensiva dominante pelo chão.

Ofensivamente a linha ofensiva está atuando muito bem, só que a unidade não consegue se desenvolver tanto quanto pode. Falta fluidez em campo, abrir vantagens na hora que é possível. Contra o New York Giants, Aaron Rodgers teve todo o tempo do mundo no pocket e pouco pode fazer – faltava separação dos recebedores. Mesmo em um momento não muito bom, Green Bay ainda está no top five e tem potencial para crescer muito ainda de produção.

4. Dallas Cowboys (4-1) (65,9%) +2

Quer aprender o que é dominar um jogo? Assista o primeiro tempo do confronto contra os Bengals. Os Cowboys amassaram Cincinnati com um jogo terrestre dominante, Dak Prescott tomando boas decisões e uma secundária que estava voando. Vale dizer que é impressionante o quão bem Morris Claiborne vem atuado – muito melhor do que se esperava. Os quatro passes defendidos e a interceptação no ano não contam metade da história de como ele evoluiu consideravelmente nesta intertemporada.

Os Cowboys estão criando a combinação perfeita para ter sucesso nos Playoffs: poucos erros, jogo terrestre dominante e uma defesa que sai de campo em terceiras descidas. O que resta é saber como encaixar Tony Romo: o ataque está funcionando tão bem que é discutível se ele deveria voltar como titular ou não, ainda mais sem ritmo de jogo. Se a intenção é recolocar Romo como titular, fará muito mais sentido que isto ocorra contra os Browns (primeira partida de novembro) do que contra os Eagles no dia 30.

3. Seattle Seahawks (3-1) (85,5%) -1

Bye week nesta semana.

2. Atlanta Falcons (4-1) (84,0%) +2

Quem acompanha Atlanta deve estar surpreendido com o crescimento de produção absurdo que a franquia vem mostrando ao decorrer da temporada regular. Ao contrário do ano passado, em que era visível que o time logo despencaria, os Falcons estão jogando como possíveis ameaças na NFC. O grande responsável por esta mudança de panorama? O backfield.

Foram 286 jardas combinadas entre Tevin Coleman e Devonta Freeman na partida contra Denver – um dos front seven mais fortes de toda a liga. Aliás Atlanta é o sétimo em média de jardas terrestres por partida (nunca achei que iria falar isso) e possui uma média de 4,5 jardas por corrida. É o melhor ataque da NFL, com Matt Ryan jogando em um nível de MVP e com um elenco de suporte de primeira qualidade. Quando a defesa aparece então (com seis sacks contra o calouro e muita pressão), este time torna-se o mais perigoso da NFC. O momento é muito bom, a grande questão é se isto se manterá ao longo da temporada – ainda tem muito por acontecer.

1. Minnesota Vikings (5-0) (93,9%) 

Sem o left tackle titular e o running back estrela? Sem problemas. Sem o tackle reserva e o alvo número um em campo? Também sem problemas. É inacreditável a capacidade que este time tem de se reformular perante as contusões que acontecem na unidade ofensiva.

Mesmo perdendo tanto talento, Sam Bradford vem em seu melhor momento na carreira (nada ao nível de MVP, que fique bem claro) e realmente elevou o nível de seus companheiros ao redor. Sim, o jogo terrestre não funciona e o jogo aéreo é extremamente pragmático, mas esta é a tática perfeita para uma equipe que possui uma das melhores defesas da liga: eficiência e nenhum turnover. Poucos vão conseguir andar 80 jardas contra esta unidade defensiva que pressiona e cobre muito bem. O domínio sobre os Texans serviu para mostrar que Minnesota está dois passos a frente do restante dos times da NFC.

POR DIVISÃO:

NFC East:

  1. Dallas Cowboys
  2. Philadelphia Eagles
  3. Washington Redskins
  4. New York Giants

NFC West:

  1. Seattle Seahawks
  2. Arizona Cardinals
  3. Los Angeles Rams
  4. San Francisco 49ers

NFC South:

  1. Atlanta Falcons
  2. Tampa Bay Buccaneers
  3. Carolina Panthers
  4. New Orleans Saints

NFC North:

  1. Minnesota Vikings
  2. Green Bay Packers
  3. Detroit Lions
  4. Chicago Bears

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