Power Ranking, NFC: Ainda não dá para colocar todas as fichas nos Packers

A cada semana que passa, a Conferência Nacional (NFC) está começando a formar blocos cada vez mais bem definidos. Isto é esperado: você cria blocos de qualidade parecida e separa franquias que, visivelmente, estão em um momento pior. Esta tática é utilizada para dividir os jogadores no Draft e em qualquer ranking denso, complexo e subjetivo.

Na NFC, visivelmente o grupo de cima é composto por Dallas, Atlanta e Seattle que encostaram em Minnesota. Os Vikings foram para a Philadelphia e viram seu quarterback ser amassado sem os seus dois tackles titulares. A franquia foi exposta na primeira derrota: finalmente as inúmeras contusões parecem ter prejudicado Minnesota a ponto de limitar o seu potencial. Por ser o primeiro jogo desta linha reformulada, é preciso ter paciência e saber como será a evolução daqui para frente.

Falando em Eagles, eles estão no segundo bloco com Arizona, Green Bay, Washington e um Detroit Lions que está crescendo de produção cada vez mais. Detroit está longe de ser uma equipe de transição que está em destaque nesta temporada inusitada, mas a aposentadoria de Calvin Johnson deu uma oxigenada importante na carreira de Matthew Stafford. Ele não força mais passes, distribui melhor o jogo e está mostrando todo o seu talento em campo.

Por fim, longe de Chicago Bears e San Francisco 49ers, vale destacar o confronto de Carolina. O time está no fio da navalha e vai enfrentar uma equipe de Arizona extremamente competitiva. A repetição do NFC Championship Game do ano passado deve ser um dos melhores jogos da conferência neste final de semana – junto com o clássico entre Dallas e Philadelphia.

Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana. No final do texto também está a classificação por divisão. Agora também colocamos as chances de Playoffs entre parênteses também com os dados do Football Outsiders.

16. San Francisco 49ers (1-6) (0,1%)

Esta jogada retrata muito bem o que está sendo 2016 para San Francisco:

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Vale ressaltar que esta defesa, que joga em um 3-4 2-gap, não consegue parar nenhum ataque terrestre. Desde a lesão de NaVorro Bowman foram 249, 313, 172 e 194 jardas cedidas – uma marca nada bonita. Ataque que entra em campo rapidamente, sofre three and out e a defesa não consegue parar o jogo terrestre, ficando em campo o jogo inteiro – sendo que joga em 2-gap que, teoricamente, deveria ser eficiente contra a corrida. Está na hora de implodir e começar tudo de novo.

15. Chicago Bears (1-6) (1,0%)

O jogo contra os Packers expôs (mais um) sério problema de Chicago: a diretoria não escolhe quarterbacks no Draft. Desde 2000 foram Rex Grossman, Craig Krenzel, Kyle Orton, Dan LeFevour, Nathan Enderle e David Fales – yikes.

O time sabe que Jay Cutler está por um fio, não possui liderança e mesmo assim não pensa em escolher alguém no meio de nenhum Draft – como Dak Prescott, Jacoby Brissett ou qualquer um. Por causa disso, os Bears tiveram que ter Matt Barkley em campo lançando patos mortos. Assim como San Francisco, Chicago sofre recentemente de má administração que se reflete em posições importantes dentro de campo. Assim como os 49ers, a equipe deveria se reformular completamente na intertemporada.

14. Carolina Panthers (1-5) (2,3%) -1

Bye week. O jogo desta semana é extremamente importante contra Arizona dentro de casa.

13. New Orleans Saints (2-4) (12,5%) -1

Drew Brees está com uma média de pouco mais de 350 jardas aéreas por jogo e está caminhando para quebrar o recorde de mais jardas aéreas em uma temporada. E mesmo assim os Saints estão 2-4 com poucas chances de ir para os Playoffs.

Apesar da defesa ter feito um trabalho digno (foram “só” 27 pontos) comparado às outras semanas, era o momento da unidade defensiva conseguir manter o placar baixo – afinal era um jogo fora de casa contra uma defesa forte que sabe explorar sua home field advantage. Só que, como sempre, a unidade defensiva deixou Brees na mão, que teve que correr atrás o jogo inteiro e acabou sendo derrotado – um desperdício nos últimos anos de sua carreira.

12. Tampa Bay Buccaneers (3-3) (23,3%) +1

O famoso dever de casa – mesmo sendo visitante. Tampa Bay tinha um adversário fraco pela frente, tendo a oportunidade de se recuperar na temporada e (principalmente) ganhar confiança. Apesar do início devagar, o ataque “que voa para o banco” de Chip Kelly permitiu que o ataque dos Bucs pudesse ter tempo para dominar o jogo, principalmente correndo com a bola. Jacquizz Rodgers teve o jogo da vida e deu o ritmo que faltava para essa ofensiva. O jogo terrestre permitiu uma tranquilidade maior para Jameis Winston e o resultado foi uma vitória fácil.

Apesar do placar elástico, Tampa está longe de convencer na temporada. Antes da semana 1, esperava-se que Winston evoluísse em passes intermediários e a defesa fosse boa o suficiente para mantê-los na briga pelos Playoffs. Ainda falta muito para chegar nisso, mas o recorde 3-3 permite que o time sonhe alto, principalmente com a derrota de Atlanta neste final de semana. Os Bucs tiveram sorte para ainda estar na disputa mesmo jogando de maneira nada convincente. É o momento para encaixar uma boa sequência e evoluir como se esperava.

11. Los Angeles Rams (3-4) (8,0%) -2

Case Keenum voltou ao modo normal e realmente mostrou que é o pior titular da NFL – sim, eu não estou considerando Cleveland porque lá ainda não tem um titular. As quatro interceptações foram patéticas e apagaram um jogo que, defensivamente, foi muito bom. Mais inacreditável ainda é a recusa constante de Jeff Fisher de tentar mudar e colocar Jared Goff em campo – o calouro, em algum momento, precisa aprender na prática.

A franquia cometeu um erro em draftar Goff e não preparar uma comissão técnica para extrair o máximo de sua curva de evolução. Resta saber se eles vão continuar insistindo no erro após mais um 7-9 – ou algo parecido.

10. New York Giants (4-3) (32,4%) -1

Defensivamente New York está evoluindo após a apresentação contra Green Bay no horário nobre. O front four vem pressionando muito mais os adversários (apesar da falta de sacks) e a secundária se ajustou de uma maneira realmente impressionante. Não é só Landon Collins (que ganhou destaque pela sua interceptação) que vem jogando bem: Janoris Jenkins está passando por um momento muito bom e, apesar de ter sido queimado no início do jogo, vem sendo quase um shutdown corner.

Enquanto a defesa evolui, o ataque parece que parou no tempo. A essência de Ben McAdoo, que inclui passes curtos e muitas combinações de rotas, não está fluindo. A falta de jogo terrestre coloca mais pressão em Eli Manning e um ataque aéreo extremamente dependente de jogadas explosivas. Em anos anteriores, mesmo com tantos problemas ofensivos, os Giants estariam muito melhores na briga pela divisão. Em 2016 não é bem assim, visto o nível da NFC East – é preciso ser mais contundente no ataque.

9. Detroit Lions (4-3) (14,4%) +1

Nesta semana falaremos um pouco mais de Detroit, logo não quero dar muitos spoilers sobre o momento da equipe. Detroit está pegando fogo muito devido ao trabalho que Matthew Stafford vem fazendo. Quem acompanha o Power Ranking semanalmente sabe que estamos destacando este ataque por um bom tempo, principalmente pela falta de necessidade de Stafford em ficar forçando passes para Calvin Johnson – aposentado e que não está fazendo muita falta.

Tudo bem que Washington teve um playcall péssimo na última campanha, porém o desempenho ofensivo foi impressionante. Os Lions estão crescendo na temporada e, neste ritmo, vão embolar ainda mais a disputa pelo Wild Card.

8. Washington Redskins (4-3) (25,6%) -2

No jogo que o ataque foi extremamente inconsistente e descuidado, foi a defesa que fechou o jogo de maneira decepcionante. A ideia de maximizar os jogadores na cobertura foi uma decisão extremamente equivocada, vide o momento que Stafford está vivendo. Talvez ser mais agressivo também resultaria na derrota, mas pelo menos o lado defensivo teria sido consistente e feito o que incomodou o signal caller adversário o jogo inteiro.

A derrota não pode apagar o momento ofensivo vivido por Washington. Apesar do dia ser cheio de erros, com fumbles diversos e bizarros, Kirk Cousins arrumou um jeito de voltar para a partida e comandar uma bela nos últimos minutos. Aliás, Cousins invocou aquela figura do final do ano passado (após a partida contra Philadelphia) e está jogando em alto nível – agora resta saber se ele é inconsistente mesmo ou demora para entrar na temporada com tudo. Washington está muito vivo na temporada mesmo com esta derrota.

7. Green Bay Packers (4-2) (62,0%)

Sabe como Green Bay ganhou o Super Bowl? Com jogo terrestre. Sabe como eles não conseguiram chegar mais ao Super Bowl? Por falta de jogo terrestre – e um playcall estilo Celso Roth. E é exatamente este o maior defeito da franquia no momento.

Mesmo contra um Chicago extremamente fragilizado, Rodgers teve que lançar 56 bolas e o jogo foi apertado até o terceiro quarto – mesmo com Matt Barkley undercenter. Longe de ser o melhor ataque da liga, os Packers precisam melhorar muito para ameaçar Minnesota dentro da divisão – o que é totalmente plausível, diga-se de passagem.

Sim, o torcedor se empolgou. Não, não foi contra os Seahawks. Foi contra o vento – também conhecido como Chicago Bears de 2016. O teste de fogo será contra o potente ataque dos Falcons na próxima semana. Será que Green Bay aguenta mesmo com secundária desfalcada?

6. Philadelphia Eagles (4-2) (62,8%) +2

Que bela recuperação defensiva. Aliás, o jogo contra os Vikings foi um dos mais divertidos dos últimos tempos, com cinco posses seguidas terminando em turnovers e um festival defensivo para todos os lados. Sam Bradford teve quatro sack fumbles e lançou ainda uma interceptação. O principal responsável por tal atuação do adversário? Brandon Graham. O eterno “por que não escolheram o Earl Thomas?” está jogando em nível altíssimo, digno de All Pro. Graham se destaca como run defender e como pass rusher, logo acabou dominando T.J. Clemmings o jogo inteiro.

Óbvio que muita gente deve estar se perguntando sobre Carson Wentz, afinal as suas duas últimas atuações foram aquém do que ele vinha apresentando. É importante lembrar que Wentz enfrentou, de longe, a melhor defesa que ele viu em sua vida. Era totalmente esperado que ele sofreria horrores e teria uma atuação bem discreta. Wentz melhorou significativamente após a conversão de dois pontos e terminou o jogo de maneira digna. Agora é esperar um Sunday Night Football que promete ser extremamente disputado.

Obs: A NFC East é a única divisão que todos os seus times têm mais vitórias que derrotas. Claramente ela deixou de ser a pior divisão da conferência.

5. Arizona Cardinals (3-3-1) (27,4%)

Arizona conseguiu se aproveitar de um Russell Wilson longe dos 100% e fez a sua parte defensivamente: o incomodou o jogo inteiro com muita pressão. O trabalho do front seven foi muito bom, principalmente levando em conta a criatividade que lembrou os tempos de Todd Bowles.

Ofensivamente os mesmos problemas: sem jogo terrestre, o jogo aéreo não flui e não marca pontos – e é este o motivo de estarem nesta posição. Os Cardinals vão enfrentar apenas mais duas defesas dignas de combate ao jogo terrestre (Vikings e Seahawks de novo), logo o ataque vai ter um tempo até se adaptar a funcionar sem David Johnson tendo grandes atuações – apesar de mais de 100 jardas terrestres, foram apenas 3,4 jardas por corrida.

4. Atlanta Falcons (4-3) (72,4%)

Três pontos de liderança, 3:41 para o fim do jogo, bola na linha de 40 jardas do ataque. False start, false start, interceptação e um jogo perdido que estava quase ganho – derrota de fazer inveja ao próprio San Diego Chargers. Méritos totais para a defesa de San Diego (principalmente para Denzel Washington Perryman, que jogou muito), mas o resultado foi realmente amargo.

Apesar disso não é necessário se desesperar. A derrota foi contra um adversário da AFC e o ataque teve uma reação incrível durante o segundo quarto – lembre-se que foram ao intervalo com 27 pontos marcados. Defensivamente, Atlanta teve uma boa atuação (seguindo a tendência dos últimos jogos), só que não deu para segurar um ataque que está pegando fogo no momento – talvez o mais subestimado da liga. Será interessante ver como esta defesa reagirá ao confronto com Aaron Rodgers nesta semana.

3. Dallas Cowboys (5-1) (83,1%)

Bye week.

2. Seattle Seahawks (4-1-1) (86,7%)

Seattle ainda possui sérios problemas ofensivos, principalmente referente a sua linha ofensiva, mas mesmo assim sua defesa (assim como Minnesota) está compensando os erros ofensivos. O principal motivo para os Seahawks não estarem em primeiro? Russell Wilson não está jogando 100%. Isto está limitando ainda mais (era possível; o fundo do poço tem porão) o ataque e falta ritmo – afinal boa parte da ofensiva do time é baseada na mobilidade de Wilson.

Defensivamente Seattle continua muito bem. A press coverage está atuando de maneira extremamente eficiente, assim como o corpo de linebackers (K.J. Wright está em todos os lugares) e o domínio foi completo contra Arizona. Com Wilson saudável, a franquia é favorita na NFC West.

1. Minnesota Vikings (5-1) (86,0%) 

Sempre que uma equipe perde a invencibilidade, a sensação que fica é de fraqueza. Só que Minnesota ainda possui uma equipe extremamente qualificada e que ainda merece estar no topo da NFC. Sem os dois tackles titulares e com T.J. Clemmings indo da esquerda para a direita (e errando muito), era óbvio que haveria uma deficiência ofensiva grande contra o wide nine de Jim Schwartz.

Os Vikings mostraram que vão sofrer contra pass rushers agressivos, só que é preciso lembrar que este foi o primeiro jogo após esta reformulação da linha. A tendência é melhorar mais, o que deve proporcionar a diminuição drástica dos turnovers. Defensivamente esta unidade ainda é extremamente competente, seja forçando turnovers ou impedindo a conquista de jardas. Mesmo com a unidade ofensiva sendo exposta ao pior desempenho do ano, o jogo ainda foi apertado até metade do último quarto.

POR DIVISÃO:

NFC East:

  1. Dallas Cowboys
  2. Philadelphia Eagles
  3. Washington Redskins
  4. New York Giants

NFC West:

  1. Seattle Seahawks
  2. Arizona Cardinals
  3. Los Angeles Rams
  4. San Francisco 49ers

NFC South:

  1. Atlanta Falcons
  2. Tampa Bay Buccaneers
  3. New Orleans Saints
  4. Carolina Panthers

NFC North:

  1. Minnesota Vikings
  2. Green Bay Packers
  3. Detroit Lions
  4. Chicago Bears

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