Os 5 melhores quarterbacks da NFL na década de 1960

Na semana passada, iniciamos no ProFootball uma série de artigos sobre os melhores quarterbacks de cada década. Como ponto de partida, tratamos dos signal callers que atuaram desde o surgimento da NFL até 1958 – você pode conferir a lista aqui, caso ainda não tenha visto. Hoje, naturalmente, chegou a vez de falarmos sobre os quarterbacks dos anos 1960. Apenas um esclarecimento: todos os atletas que serão citados jogaram também em outras décadas, porém tiveram o auge de suas carreiras durante o recorte temporal deste texto.

Os anos 1960 foram um período muito importante na história do futebol americano profissional, pois nessa época ele cresceu bastante em popularidade, tornado-se o esporte favorito dos Estados Unidos. Por exemplo, a disputa entre AFL (American Football League) e NFL, a posterior fusão completa das duas ligas (1970) e a criação do Super Bowl (1966) estão inseridas neste contexto de aumento de popularidade. Dentro de campo, o surgimento de novos ídolos nacionais, entre eles grandes quarterbacks, e a transformação do jogo aos poucos em algo mais aéreo, dinâmico e emocionante ajudaram o esporte a ganhar o coração dos norte-americanos.

#5 George Blanda – Chicago Bears, Baltimore Colts, Houston Oilers e Oakland Raiders
Anos em atividade: 1949 -1958, 1960-1975

Blanda foi quase um Paulo Baier do futebol americano, tendo atuado por 26 temporadas como jogador profissional – até hoje um recorde. Entre tantas décadas de atividade, escolhemos colocá-lo aqui porque seu auge como quarterback foi entre 1960 e 1966, com os Oilers (ele também jogou como kicker sua carreira inteira).

George iniciou sua trajetória em Chicago e ficou com a franquia por 10 anos. Após o fim de 1958, decidiu se aposentar, pois não estava satisfeito de ser utilizado apenas como kicker por George Halas. Entretanto, em 1960, ele assinou com o Houston Oilers, equipe da recém-criada AFL. Lá, conquistou três títulos (1960, 1961 e 1967), foi eleito MVP (1961) e liderou a liga em jardas aéreas (1961 e 1963) e touchdowns (1961). Em 1967, aos 40 anos, Blanda transferiu-se para o Oakland Raiders, onde assumiu as funções de quarterback reserva e kicker. Em sua primeira temporada na Califórnia, fez parte do elenco que chegou ao Super Bowl II, mas apenas chutou field goals na partida decisiva. Três anos mais tarde, George, dessa vez como quarterback titular, duelou contra um tal de Johnny Unitas na Final de Conferência de 1970, contudo Oakland acabou perdendo para o Baltimore Colts.

Eleito ao Hall da Fama em 1981, Blanda encerrou sua carreira com 26,920 jardas aéreas, 236 touchdowns, 277 interceptações e 335 field goals convertidos em 641 tentativas. Ao todo, somou 2,002 pontos, um recorde na época de sua aposentadoria.

dawson#4 Len Dawson – Pittsburgh Steelers, Cleveland Browns, Dallas Texans/Kansas City Chiefs
Anos em atividade: 1957 – 1975

Após não se firmar na NFL com Steelers e Browns, Dawson recebeu uma chance na AFL com o Dallas Texans em 1962 – no ano seguinte, a franquia foi para Kansas City e se tornou os Chiefs. A mudança de ares deu muito certo, já que o quarterback ajudou o time a se tornar o mais vitorioso da história da extinta liga (87 vitórias). Len, foto ao lado fumando um cigarro no intervalo (eram outros tempos mesmo) sagrou-se campeão da AFL três vezes (1962, 1966 e 1969) e jogou dois Super Bowls, conquistando um anel para Kansas City – triunfo por 23 a 7 sobre os Vikings.

Entre seus principais feitos individuais estão os prêmios da MVP da temporada de 1962, MVP do Super Bowl IV e quatro temporadas liderando a AFL em touchdowns lançados (1962, 1963, 1966 e 1967).

Aclamado por seu técnico Hank Stram como “o passador mais preciso do futebol americano profissional”, Dawson pendurou as chuteiras aos 40 anos, foi selecionado ao Hall da Fama em 1987 e teve sua camisa #16 aposentada pelos Chiefs. No total, lançou 28,771 jardas, 239 touchdowns e 183 interceptações. Depois de deixar os gramados, ainda continuou trabalhando com esportes, só que como comentarista de rádio e televisão.

#3 Sonny Jurgensen – Philadelphia Eagles e Washington Redskins
Anos em atividade: 1957-1974

Vince Lombardi, aquele mesmo que empresta o nome ao troféu dado ao vencedor do Super Bowl, disse uma vez que Jurgensen era o melhor quarterback que ele já tinha visto. Isso definitivamente não é pouca coisa. Ídolo nos Eagles e Redskins, Sonny é considerado um dos grandes passadores da sua geração, tendo liderado a NFL em jardas aéreas e touchdowns respectivamente por cinco (1961, 1962, 1966, 1967 e 1969) e duas (1961 e 1967) oportunidades. Além do mais, em 1967, quebrou o recorde da liga de mais passes tentados (508) e completados (288) em uma única temporada.

Jurgensen não conseguiu colecionar muitos títulos ao longo da carreira. Na verdade, ele venceu a NFL apenas uma vez, quando era reserva dos Eagles em 1960. Após ser trocado com os Redskins em 1964, seguiu acumulando recordes e ótimas marcas individuais, mas a seca de títulos continuou. Ainda assim, suas 32,224 jardas aéreas, 255 touchdowns e 189 interceptações lhe garantiram um lugar no Hall da Fama (1983).

#2 Bart Starr – Green Bay Packers
Anos em atividade: 1956-1971

Muito antes de Brett Favre e Aaron Rodgers, os Packers já tiveram um quarterback lendário – possivelmente até mesmo o maior da rica história da franquia. Bart Starr foi o signal caller do time por 16 temporadas, incluindo o período entre 1961 a 1967, quando Green Bay estabeleceu uma das principais dinastias de todos os tempos, conquistando cinco títulos da NFL e dois Super Bowls. Ele pode não ter obtido números individuais tão impressionantes, pois o esquema ofensivo adotado por Vince Lombardi era mais voltado para corridas, porém sua qualidade é inquestionável. Suas características mais marcantes eram a liderança dentro de campo, autoridade (inclusive para sugerir jogadas a Lombardi) e potencial para realizar big plays.

Acima de tudo, Starr foi um vencedor. Ele disputou 10 partidas de pós-temporada e ganhou nove – a única derrota aconteceu diante dos Eagles, em 1960. Fora os triunfos nos Super Bowls I e II, nos quais foi eleito MVP, uma das vitórias mais famosas de sua carreira foi contra os Cowboys na Final de Conferência de 1967, no duelo que ficou conhecido como”Ice Bowl“. Bart foi eleito jogador mais valioso da liga em 1966, entrou no Hall da Fama em 1977, teve sua camisa #15 eternizada pelos Packers e se aposentou com 24,718 jardas aéreas, 152 touchdowns e 138 interceptações.

#1 Johnny Unitas – Baltimore Colts e San Diego Chargers
Anos em atividade: 1956-1973

O início da carreira de Johnny Unitas não foi nada fácil. Draftado pelos Steelers em 1955, acabou cortado antes da temporada começar. Um ano depois, já em Baltimore, estreou como titular tendo seu primeiro passe interceptado e retornado para touchdown. A partir daí, entretanto, as coisas mudaram até ao ponto de Unitas passar a ser considerado um dos maiores quarterback de todos os tempos.

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“Mr. Clutch”, como ficou conhecido, tornou-se uma lenda por tudo o que fez pelo futebol americano dentro e fora dos gramados. Com os Colts, conquistou três títulos da NFL (1958, 1959 e 1968) e o Super Bowl V. Ele também jogou o Super Bowl III, quando Baltimore perdeu para os Jets, porém não tinha condições físicas ideais após passar o ano de 1968 inteiro convivendo com uma lesão no braço. Seus principais feitos individuais incluem três prêmios de MVP da liga (1959, 1964 e 1967), 10 idas ao Pro Bowl, quatro temporadas seguidas liderando a NFL em touchdowns (1957-1960) e o recorde de 47 jogos consecutivos com pelos menos um passe para touchdown, estabelecido entre 1956 e 1960 – a impressionante marca só foi superada por Drew Brees em 2012.

Aqui, vale um parêntesis. Ele teve 47 jogos consecutivos com pelo menos um touchdown numa época em que:

  • a) As chamadas eram predominantemente terrestres (mesmo, coisa de 60% do jogo pelo menos);
  • b) As defesas podiam praticamente causar lesão corporal no quarterback durante um jogo
  • c) O próprio Unitas chamava as jogadas no huddle, não um coordenador e
  • d) Não existia pass interference como hoje. Os recebedores podiam (e eram) ser punidos pela defesa durante a trajetória de passe.

dropback (passos para trás, de lado) foi “inventado” por Unitas, aliás – em tese, ele é o primeiro quarterback “moderno” de nossas listas.

Unitas é particularmente famoso pela sua épica performance e vitória no chamado “the greatest game ever played“. O emocionante triunfo dos Colts sobre os Giants na final da NFL de 1958 é visto como um momento decisivo na história do futebol americano, pois foi fundamental para crescer o interesse pelo esporte nos Estados Unidos. Lembra que falamos sobre ídolos nacionais ajudando a aumentar a popularidade da NFL? Então, Johnny foi um desses.

Eleito ao Hall da Fama em 1979, Unitas se aposentou após uma apagada passagem de um ano pelos Chargers. Ao todo, em 18 anos de carreira, somou 40,239 jardas aéreas, 290 touchdowns e 253 interceptações, tendo a sua camisa #19 imortalizada pelos Colts. Na entrada do MT&T Bank Stadium, estádio do Baltimore Ravens, uma estátua de Johnny recebe os torcedores.

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