Como diz uma das frases mais famosas do folclore futebolístico brasileiro, clássico é clássico e vice-versa. Neste sábado, #2 Michigan e Michigan State se encontraram em East Lansing, casa dos Spartans, para escrever mais um capítulo dessa longa rivalidade entre duas das mais tradicionais universidades da história do College Football. Os donos da casa buscavam espantar a má fase e encerrar uma sequência de cinco derrotas seguidas. Já os visitantes tinham o objetivo de se manter invictos, na liderança da divisão e entre os times melhores ranqueados do país – além disso, com certeza desejavam vingar a inacreditável derrota de 2015. No final, os Wolverines confirmaram o favoritismo, dominaram Michigan State durante quase todo o jogo e venceram com autoridade por 32 a 23.
O destaque individual da partida foi o polivalente Jabrill Peppers, candidato ao Troféu Heisman e provável escolha top 10 no próximo Draft. O linebacker/defensive back/retornador/running back (nas horas vagas) fez jogadas decisivas de todas as maneiras e dos dois lados da bola, sendo uma peça chave no triunfo de Michigan. Peppers, originalmente um atleta de defesa, jogou a maioria dos snaps como linebacker, porém também alinhou-se algumas vezes como safety, cornerback, retornador de punts, wide receiver e quarterback em formações wild cat (como se ele fosse um running back recebendo o snap direto do center). Dono de atributos físicos impressionantes, ele é um nome certo para ficar no radar dos times que escolherão alto no próximo recrutamento.
Fora a performance de Peppers, a defesa inteira de Michigan merece elogios pelo desempenho. A unidade dominou o ataque dos Spartans em termos físicos e técnicos. Por exemplo, em sua primeira campanha do segundo tempo, Michigan State teve seis posses de bola dentro da linha de 10 jardas adversária e não conseguiu nenhum ponto. Ademais, os donos da casa tentaram quatro conversões de quarta descida e só obtiveram sucesso uma vez. Os 23 pontos anotados são uma estatística um tanto enganosa, pois 13 aconteceram na metade final do último quarto, quando o jogo já estava praticamente perdido.
Embora tenham sofrido ofensivamente na maior parte do tempo, os Spartans abriram o placar logo na primeira campanha da partida com uma corrida de cinco jardas de LJ Scott. Entretanto, na posse de bola seguinte, Michigan empatou o duelo com um touchdown terrestre de três jardas de Peppers. Na verdade, os Wolverines pontuaram em todas as suas posses da primeira etapa. A equipe conseguiu mover as correntes graças às corridas dos seus running backs e aos passes de Wilton Speight para Amara Darboh – aliás, o wide receiver terminou o confronto com oito recepções e 165 jardas recebidas. Deste modo, os comandados de Jim Harbaugh chutaram dois field goals e entraram três vezes na end zone – além de Peppers, De’Veon Smith correu para dois touchdowns. Por outro lado, Michigan State apenas pontuou uma outra vez com o seu kicker.
O placar de 27 a 10 perdurou até o último quarto, quando Kenny Allen converteu outro field goal para Michigan. A partir daí, os Spartans ensaiaram uma reação, sobretudo após o quarterback calouro Brian Lewerke entrar em campo. Faltando 7:30 minutos para o término do jogo, a equipe voltou a anotar um touchdown com um passe de 20 jardas de Lewerke para Monty Madaris. Na sequência, forçou um punt, retomou a bola e marchou até a red zone adversária, porém, em uma tentativa de quarta descida, Lewerke foi sackado por Peppers – o que praticamente decretou o fim da reação de Michigan State. Os donos da casa ainda conseguiram outro touchdown (Donnie Corley) faltando 1 segundo no cronômetro, mas obviamente já era tarde demais. Para piorar, eles tentaram uma conversão de dois pontos sem a menor necessidade, sofreram um fumble e viraram Peppers retornar a bola para o outro lado do campo. A jogada deu mais dois pontos de graça a Michigan e fechou o placar de 32 a 23.
O triunfo mantém os invictos Wolverines no topo da divisão leste da Big Ten e, além disso, encerra uma sequência de três derrotas consecutivas diante do seu maior rival estadual. Agora, o time volta a campo no próximo sábado, em casa, contra Maryland. Já Michigan State (record 2-6) precisa começar a somar vitórias se quiser ficar elegível para disputar algum bowl game. Na verdade, os espartanos provavelmente só chegarão à pós-temporada se vencerem todos os jogos restantes do calendário. O próximo será fora de casa diante de Illinois.
Notre Dame vence “duelo de quarterbacks” contra Miami
Talvez mais do que Notre Dame e Miami, que estão vivendo temporadas decepcionantes em 2016, o principal atrativo dessa partida foi o “duelo de quarterbacks” entre DeShone Kizer e Brad Kaaya, dois dos principais prospectos da posição para o próximo Draft. No final das contas, quem se deu melhor foi Kizer, o qual completou 25 de 38 passes para 263 jardas e dois touchdowns, levando o Fighting Irish à uma vitória por 30 a 27. Kaaya, por sua vez, sofreu com a ausência de ajuda do jogo terrestre dos Hurricanes (18 jardas corridas totais) e a falta de proteção (cinco sacks). Ao todo, completou 26 de 42 passes para 288 jardas, um touchdown e uma interceptação.
Além de Kizer, os outros destaques de Notre Dame foram o running back Josh Adams (12 carregadas, 94 jardas e um touchdown) e o linebacker Nyles Morgan (9 tackles, três para perda de jardas, e dois sacks). O resultado positivo encerrou uma sequência de duas derrotas, porém fora isso não significou quase nada, pois a equipe não briga por muita coisa na temporada – assim como Miami.
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