Patriots trocam Jamie Collins para os Browns por uma escolha de 3ª rodada – fez sentido?

Nos cinco primeiros minutos, não.

Não consegui absorver muito a ideia. Jamie Collins vem sendo um dos melhores defensores do New England Patriots nesta temporada e, por mais que a posição de linebacker não valha tanto quanto outras (como as skill players, QB/WR etc), terceira rodada parece pouco.

Depois, a ficha começou a cair. Pode ser que tenha feito sentido sim. Vamos tentar explicar.

Primeiro: da onde vem essa escolha?

O que raios é uma escolha compensatória, a qual o Cleveland Browns dará para os Patriots em troca de Collins? Bom, a princípio, vale lembrar que essa escolha é insabida no momento. Escolhas compensatórias são formas de, como a própria palavra disse, compensar uma equipe. Compensar de quê? Bom, uma dada franquia pode perder uma estrela na free agency para outro time. Com isso, a NFL lhe dá escolhas no draft para compensar. Essas escolhas começam na terceira rodada do Draft e são dadas no Draft posterior à free agency na qual o jogador saiu.

Assim, o Cleveland Browns deve (deve, dado que a fórmula é não sabida, mas pensa-se que é em função do valor do jogador) receber uma escolha de terceira rodada no Draft de 2017 por conta de ter perdido Alex Mack, center, na free agency de 2016. Mack é um dos melhores centers da NFL e por conta disso vem a compensação. Na prática, essa escolha é como uma “escolha do início da quarta rodada”, porque elas estão depois das 32 “normais” de terceira. Não é a escolha de terceira rodada no topo, onde os Browns devem estar.

Certo, mas Collins vale isso?

Talvez. “Se eles não me querem, vamos para um lugar que me queira”, teria dito Collins por meio de Bus Cook, seu agente. O New England Patriots tem que renovar com um monte de jogador defensivo num futuro próximo. Algum deles provavelmente acabaria pingando na free agency. E provavelmente esse cara seria Collins.

O rumor de hoje é que Jamie estaria pedindo valores dignos de Von Miller para renovar com New England. Depois de algumas partidas como a contra o Houston Texans – na qual acabou com o jogo, foi o melhor em campo – até faria sentido para ele. No mercado como um todo, ele não vale o mesmo que Von. Não para os Patriots, ao menos, uma equipe que prioriza o sistema ante jogadores e talentos individuais.

Dont’a Hightower, capitão defensivo dos Patriots, é um desses caras que precisa ter o contrato renovado, por exemplo. Assim, a tendência é que Collins fosse para a free agency – e com isso os Patriots receberiam… Adivinhou, uma escolha compensatória. Mas só no Draft de 2018, não do 2017. Assim, Belichick “antecipa” essa escolha compensatória que viria de qualquer forma.

Esse é o sentido, o qual, se você está com preguiça de ler, eu resumi acima nesse tweet.

E para os Browns, faz sentido? Ele não vai para a Free Agency mesmo?

Pode até ir, mas os Browns têm 50 milhões de espaço no salary cap para renovar com Collins. De imediato, chega um jogador que será o melhor do elenco – e isso por uma escolha ao final da terceira rodada. E se a renovação não der certo, os Browns podem lhe colocar a franchise tag.

Com efeito, os Browns conseguiram, pagando uma escolha ao final da terceira rodada, um valor que dificilmente encontraria… Na primeira. E isso por pelo menos 1,5 temporadas, considerando que na pior das hipóteses os Browns coloquem a tag.

Não foi a primeira vez que Belichick quis mostrar que o sistema está acima dos jogadores. Para New England, ninguém é insubstituível. Bledsoe, Milloy, Law, McGinest, Branch, Cassel, Vrabel, Seymour, Moss, Mankins, Wilfork, Jones; Todos esses nomes notáveis já foram trocados ou cortados pelos Patriots desde 2001. E mesmo assim eles continuam ganhando.

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