Os 5 melhores quarterbacks da NFL na década de 1990

Após algumas semanas de pausa, estamos voltando hoje com mais uma das nossas listas dos melhores quarterbacks de cada década. Já comentamos sobre os signal callers dos seguintes períodos: pré-1958, 1960, 1970 e 1980. Agora, naturalmente chegou a vez de falarmos de quem viveu o auge da carreira nos anos 1990.

Este foi um momento especial da NFL, em que grandes ídolos da história do esporte penduraram as chuteiras – por exemplo, Joe Montana e John Elway – e novos astros surgiram para ocupar seus lugares dentro de campo e no coração dos fãs. Além disso, a década foi marcada pela popularidade das filosofias ofensivas baseadas na West Coast Offense, de Bill Walsh, as quais contribuíram para as estatísticas e o sucesso de vários quarterbacks. Basta vermos quantos head coaches famosos na época fazem parte da coaching tree (árvore “treinadológica”) do ex-técnico dos 49ers.

Enfim, não há necessidade de nos alongarmos demais na introdução, pois o texto já está grande e os nomes que serão citados abaixo falam por si só – alguns deles, aliás, estavam jogando até bem pouco tempo atrás. Confira quem são os cinco melhores signal callers dos anos 1990.

Menções honrosas: Drew Bledsoe, Warren Moon, John Elway e Dan Marino (os dois últimos entraram na lista da década de 1980)

#5 Kurt Warner – St. Louis Rams, New York Giants e Arizona Cardinals
Anos em atividade: 1998 – 2009

Qualquer relação dos maiores quarterbacks de todos os tempos precisa ter o nome de Kurt Warner. O único problema é decidir em qual período histórico colocá-lo. Embora grande parte da sua carreira na NFL tenha se desenvolvido no século XXI, optamos por falar dele aqui, pois seu auge como jogador ocorreu no final dos anos 1990/começo dos 2000.

Após duas temporadas jogando na Arena Football League e outra atuando na NFL Europa, Warner finalmente recebeu uma chance na NFL com os Rams em 1998. No ano seguinte, ele assumiu a titularidade da equipe e logo de cara fez história, levando St, Louis ao seu primeiro e único título de Super Bowl. O quarterback foi eleito o MVP da vitória sobre os Titans e de quebra ainda estabeleceu novos recordes na final do campeonato, como por exemplo mais jardas aéreas (414) e mais passes lançados sem nenhuma interceptação (45). Ademais, Kurt também foi escolhido o MVP da temporada, tendo passado para 4,353 jardas, 41 touchdowns e apenas 13 interceptações – rating total de 109,2.

Entre 1999 e 2001, comandou o ataque que ficou conhecido como “The Greatest Show on Turf“. Com a ajuda de atletas fantásticos como Marshall Faulk, Isaac Bruce e Torry Holt, os Rams quebraram vários recordes e tiveram o ataque mais prolífico da NFL em termos de jardas e pontos por partida durante três temporadas seguidas. O time, aliás, voltou ao Super Bowl em 2001, ano em que Kurt ganhou seu segundo prêmio de MVP da liga, mas acabou sendo derrotado pelos Patriots.

Warner saiu de St. Louis em 2003, jogou um ano nos Giants sem muito destaque e então transferiu-se para os Cardinals. Lá, chegou ao Super Bowl XLIII, porém perdeu para Pittsburgh. O quarterback pendurou as chuteiras depois da temporada 2009, aposentando-se com rating de 93,7 e uma média de 65,5% de passes completos – esta última a terceira melhor marca da história da NFL. Kurt totalizou 32,344 jardas, 208 touchdowns e 128 interceptações.

#4 Troy Aikman – Dallas Cowboys
Anos em atividade: 1989 – 2000

Antes de formar um dos trios ofensivos mais famosos de todos os tempos com o wide receiver Michael Irvin e o running back Emmitt Smith, antes de fazer parte da maior dinastia da década, Troy Aikman sofreu. Em sua temporada de calouro, o jovem selecionado com a primeira escolha geral do Draft de 1989 perdeu os 11 jogos em que iniciou como titular. Um começo bastante difícil para aquele que viria a se tornar o quarterback mais vitorioso dos anos 1990 (90 triunfos).

Aikman talvez tenha sido mais eficiente do que genial, contudo não há como tirar os méritos de alguém que conquistou três anéis de Super Bowl. Ele ajudou Dallas a vencer três campeonatos entre 1992 e 1995, sendo eleito o MVP do Super Bowl XXVII – um massacre sobre os Bills por 52 a 17. Ademais, no intervalo de tempo entre 1991 e 1999, guiou a equipe aos playoffs em oito oportunidades.

Troy infelizmente sofreu com muitos problemas físicos ao longo de sua carreira. Os principais foram as concussões e as dores nas costas – estas últimas, inclusive, foram o motivo alegado para sua aposentadoria em 2000. Em todo o caso, ele foi selecionado para seis Pro Bowls, quebrou vários recordes aéreos que pertenciam a Roger Staubach e entrou para o Hall da Fama da NFL (2006). Seus números incluem, por exemplo: 32,942 jardas, 165 touchdowns e 141 interceptações.

#3 Jim Kelly – Buffalo Bills
Anos em atividade: 1986-1996

Infelizmente muitas pessoas só pensam em Kelly como o cara que saiu derrotado em quatro Super Bowls seguidos, mas ele foi muito mais do que isso para o futebol americano e os Bills. Após ser escolhido junto com Elway e Marino na primeira rodada do Draft de 1983, Jim atuou dois anos na USFL, pois não queria jogar em Buffalo. Entre 1984 e 1985, defendeu as cores do Houston Gamblers, onde quebrou vários recordes da extinta liga concorrente da NFL.

Depois que a USFL acabou em 1986, Kelly finalmente foi jogar pela franquia que o havia draftado alguns anos atrás. Em Buffalo, tornou-se o comandante de um dos ataques mais perigosos e explosivos de todos os tempos. Conhecida como K-Gun Offense, a filosofia ofensiva dos Bills nos anos 1990 era baseada no no-huddle (ataque sem reunião). O ritmo era acelerado e as jogadas aconteciam em um curto intervalo de tempo, de modo a cansar a defesa adversária e impedir que ela se comunique ou faça substituições. Jim lia a movimentação dos defensores já na linha de scrimmage, chamava os audibles e orientava seus companheiros. É mais ou menos o mesmo conceito básico da filosofia de Chip Kelly, a diferença é que com os Bills tal ideia de jogo deu certo.

Ao longo de seus 11 anos de carreira, Kelly levou Buffalo oito vezes aos playoffs. Foram cinco idas à Final de Conferência e quatro visitas consecutivas ao Super Bowl entre 1990 e 1993. Além disso, construiu uma das maiores rivalidades da história com Dan Marino, quarterback dos Dolphins – ambos disputavam a mesma divisão. A melhor temporada de sua vida ocorreu em 1991, quando terminou com um rating de 101,2 – número altíssimo para a época. Por fim, vale a pena mencionar também sua parceira com o wide receiver Andre Reed, que rendeu 65 touchdowns ao time.

No total, Jim foi eleito para cinco Pro Bowls, tendo somado 35,467 jardas aéreas, 237 touchdowns e 175 interceptações. Ele faz parte do Hall da Fama desde 2002 e teve sua camisa #12 aposentada pelos Bills.


“RODAPE"

#2 – Steve Young – Tampa Bay Buccaneers e San Francisco 49ers
Anos em atividade: 1985 – 1999

Você não toma o emprego de Joe Montana a menos que você seja muito bom, não é mesmo? Foi o que Steve Young fez em 1991. Contudo, antes de falar sobre isso, precisamos voltar alguns anos no tempo.

Assim como Jim Kelly, Young também começou sua trajetória como profissional na USFL. Em 1984, ele fez parte do elenco do Los Angeles Express. Na mesma temporada, entretanto, foi selecionado pelos Buccaneers na primeira rodada do Draft Suplementar da NFL. Sua passagem por Tampa Bay foi muito ruim e ele acabou sendo trocado com os 49ers em 1987, para ser o reserva de Montana. Cinco anos depois, Steve teve sua oportunidade de brilhar.

Young assumiu a titularidade e não largou mais após Montana começar a sofrer com diversas lesões a partir de 1991. A decisão de manter o antigo reserva no time e colocar a grande estrela no banco mostrou-se correta, afinal Steve acabou transformando-se em um dos melhores quarterbacks de todos os tempos. Em oito temporadas como titular absoluto, ele colecionou estatísticas astronômicas e muitos prêmios individuais.

Eleito MVP da liga duas vezes (1992 e 1994) e selecionado para sete Pro Bowls consecutivos (1992-1998), Young beirava a perfeição dentro de campo. Em seis oportunidades, terminou o ano com um rating superior a 100 pontos – em 1994, por exemplo, completou 70,3% dos seus passes para 3,969 jardas, 35 touchdowns, 10 interceptações e um rating de 112,8. Sua galeria de títulos é igualmente impressionante e inclui três anéis de Super Bowl (dois como reserva). Na única final em que foi titular, em 1994, comandou um massacre por 49 a 26 sobre os Chargers, foi eleito o MVP do jogo e ainda estabeleceu o recorde de mais passes para touchdown lançados em um único Super Bowl (6).

Steve protagonizou grandes duelos contra Troy Aikman e Brett Favre na pós-temporada. Entre 1992 e 1994, Cowboys e 49ers decidiram a Conferência Nacional três vezes – duas vitórias para Aikman e uma Young. Em 1997, perdeu para Favre no NFC Championship Game, mas no ano seguinte vingou-se na partida que foi eternizada pelo lance conhecido como “The Catch II“.

Young aposentou-se ao final de 1999 depois de sofrer uma concussão na semana 3 daquela temporada. No total, somou 33,124 jardas aéreas, 232 touchdowns, 107 interceptações e um rating de 96,8 – quinta melhor marca da história da NFL. Ademais, ele também era uma ameaça com as pernas e até recentemente, quando Cam Newton quebrou a marca no último mês de setembro, detinha o recorde de mais touchdowns terrestres por um quarterback na era do Super Bowl (43). Steve fez parte do Hall da Fama desde 2005 e teve sua camisa #8 imortalizada por San Francisco.

#1 – Brett Favre – Atlanta Falcons, Green Bay Packers, New York Jets e Minnesota Vikings
Anos em atividade: 1991 – 2010

É impossível falar de Brett Favre, ou o Highlander da NFL: o quarterback imortal, sem citar primeiro seus números gigantescos: 20 temporadas como profissional, 71,838 jardas aéreas, 508 touchdowns, 336 interceptações, 11 Pro Bowls e 297 partidas de temporada regular consecutivas como titular – recorde absoluto da liga, estabelecido entre 1992 e 2010. Favre foi um dos maiores exemplos de amor ao esporte dos últimos tempos. Sua intensidade, paixão e desejo de vitória eram evidentes em cada snap, mesmo quando ele já havia passado dos 40 anos de idade.

Draftado pelos Falcons em 1991, Brett não teve uma passagem muito brilhante pelo time da Geórgia. O calouro tentou apenas quatro passes no ano, dos quais dois resultaram em interceptações – seu primeiro lançamento como profissional foi uma pick six. Na temporada seguinte, foi trocado com os Packers. Lá, virou lenda e ajudou a colocar Green Bay novamente no mapa das equipes vencedoras da NFL.

Entre 1995 e 1997, liderou a liga em touchdowns lançados e foi eleito o MVP três vezes seguidas – o único da história a conseguir tal feito. Também levou Green Bay aos Super Bowls XXXI e XXXII, vencendo o primeiro e perdendo o segundo. Em 16 anos com os Packers, foi 11 vezes aos playoffs. Favre era conhecido por ser um quarterback que se arriscava muito, o que podia ocasionar jogadas geniais ou vários turnovers. Seu total de 336 interceptações é um recorde que provavelmente não será batido tão cedo.

Em 2008, Brett deixou os Packers após muita controvérsia. Resumindo, no começo daquele ano ele declarou que havia se aposentado. Alguns meses depois, voltou atrás e decidiu que queria continuar jogando, porém os Packers já estavam comprometidos com Aaron Rodgers. Favre, então, brigou com a franquia para ser dispensado e ser titular em outra equipe. No final, foi trocado com os Jets.

Na temporada seguinte, assinou com o Minnesota Vikings, arquirrival dos Packers. A decisão não caiu bem entre os antigos fãs e na época fez o signal caller ser uma persona non grata em Green Bay. Felizmente a mágoa não existe mais e Brett hoje já foi perdoado pela “traição”. Favre pendurou as chuteiras definitivamente em 2010, após ter levado os Vikings à Final de Conferência um ano antes. Ele faz parte da atual classe do Hall da Fama e também teve sua camisa #4 aposentada pelos Packers.

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