As 5 maiores Home Field Advantages da NFL

O termo home-field advantage pode ser traduzido simplesmente por vantagem de mando de campo ou vantagem por jogar em casa. Enfim, é o benefício intangível que determinado time possui ao atuar em seu estádio e diante dos seus próprios torcedores.

Tais benefícios podem se manifestar de diversas maneiras distintas. A mais óbvia parece ser no plano psicológico. Ter milhares de pessoas gritando o seu nome e te apoiando é um excepcional combustível para você dar o máximo de si em uma atividade. Por outro lado, milhares de pessoas te vaiando e ofendendo a honra da sua mãe não é um cenário dos mais agradáveis. Contudo, não para por aí.

Tomando apenas a NFL como exemplo, é possível citar vários outros tipos de vantagens por atuar em casa. Equipes da Costa Oeste indo jogar na Costa Leste e sofrendo com a mudança de fuso horário – ou vice-versa. Franquias que saem de regiões quentes e ensolaradas para visitar temperaturas abaixo de zero. Times acostumados com gramados sintéticos jogando na grama natural. Tudo isso pode intervir no desempenho em maior ou menor medida, significando um privilégio aos mandantes e um obstáculo aos visitantes.

Ademais, existe algo que talvez só ocorra no futebol americano: os gritos da torcida influenciam diretamente no andamento da partida. Por exemplo, fãs muito barulhentos atrapalham a comunicação do adversário, sobretudo na hora que ele estiver tentando se organizar para atacar. O resultado mais comum dessa falta de comunicação todo mundo conhece: as penalidades por saída falsa ou atraso de jogo.


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Neste texto vamos falar sobre os cinco times que melhor conseguem tirar proveito da sua home-field advantage, seja graças a fatores climáticos ou simplesmente ao apoio da torcida. Conheça um pouco mais dos cinco lugares mais inóspitos da NFL.

#5 Lambeau Field – Green Bay Packers

O que dizer de um estádio que tem casa cheia em todos os jogos desde 1960? É isso mesmo, os Packers, sediados em uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, conseguem vender todos os ingressos das suas partidas como mandante há quase 60 anos – hoje em dia, a capacidade máxima do estádio é de 81,435 pessoas. Todo esse fanatismo da torcida combinado com as condições climáticas extremas fazem do Lambeau Field um dos lugares mais hostis da NFL.

Colocando em números: entre 1992 e 2015, Green Bay somou um record de 162-50-1 (76% de aproveitamento) em seus domínios, considerando também jogos de playoffs. Além disso, entre 1995 e 1998, somou 25 vitórias consecutivas em casa, segunda maior marca da história da liga. Atualmente, a superioridade caseira dos Packers continua forte, embora o time tenha sofrido algumas derrotas surpreendentes do ano passado para cá.

Não bastasse o incentivo massivo da torcida, o clima também é outro fator importante. Green Bay localiza-se no extremo norte dos Estados Unidos, em uma região gelada e com invernos rigorosos. Ou seja, se você visitar os Packers em dezembro ou janeiro, muito provavelmente enfrentará um frio quase polar – e não são todos os times ou quarterbacks que sabem lidar com isso. Não por acaso, a franquia só foi perder seu primeiro jogo de pós-temporada na chamada “Frozen Tundra“, apelido dado ao Lambeau Field, em 2003 – derrota diante dos Falcons.

#4 Sports Authority Field at Mile High – Denver Broncos

Denver possui uma das home field advantages mais subestimadas da liga. Em primeiro lugar, o fato do estádio estar em uma altitude de 1,600 metros acima do nível do mar é uma enorme vantagem para os Broncos. Se você alguma vez assistiu à qualquer partida de Libertadores com times brasileiros jogando em Quito ou La Paz, você já ouviu sobre os males e os perigos da altitude. É aquela velha de história de que a bola “corre mais rápido” e é mais difícil de respirar devido ao ar rarefeito.

Os jogadores adversários que visitam o Mile High normalmente não estão acostumados com a situação, sendo comum vermos muita gente com seus respectivos balões de oxigênio. Houve inclusive um caso extremo envolvendo o safety Ryan Clark. Em 2007, o atleta, na época nos Steelers, passou muito mal após atuar em Denver e nunca mais foi liberado pelos médicos para jogar na altitude.

Ademais, a torcida de Denver também é extremamente apaixonada e participativa – os mais de 76 mil lugares do estádio estão sempre quase cheios. Por exemplo, você sabia que em 2012 e 2015 os Broncos lideraram a NFL no quesito faltas de saída falsa cometidas pelos oponentes? Este tipo de penalidade costuma estar muito ligada ao barulho feito pelos torcedores. De 2012 para cá, a franquia venceu 32 partidas de temporada regular que realizou em casa e perdeu apenas seis.

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#3 Gillette Stadium – New England Patriots

É difícil dizer se a vantagem dos Patriots no Gillette Stadium deve-se à torcida ou simplesmente ao fato deles serem um time espetacular. Em todo o caso, não poderíamos deixá-los fora da lista. Tom Brady, a.k.a. Mr. Home-Field Advantage, venceu 86% dos confrontos que disputou dentro de casa desde que se tornou titular (record 100-16). Contra rivais da Conferência Americana, o quarterback ganhou 50 das últimas 51 partidas. O que queremos dizer é que ninguém viaja até Foxborough esperando o melhor. Por exemplo, nos últimos cinco anos, New England triunfou em casa sete vezes nos playoffs e só perdeu em uma ocasião (Ravens, em 2012).

Ainda que em menor escala em relação ao Lambeau Field, o clima também é um fator conforme o inverno avança nos Estados Unidos. Massachusetts é um lugar bastante frio, o qual castiga adversários não acostumados com baixas temperaturas – várias vezes o assunto era lembrado quando Peyton Manning visitava o Gillette Stadium.

#2 Arrowhead Stadium – Kansas City Chiefs

Em sua batalha particular com o CenturyLink Field pelo título de estádio mais barulhento do mundo, o Arrowhead Stadium atualmente está vencendo a disputa. Em 2014, durante uma vitória por 41 a 14 sobre os Patriots, os torcedores dos Chiefs atingiram a inacreditável marca de 142,2 decibéis, atual recorde mundial em um evento esportivo.

O histórico ensurdecedor dos fãs de Kansas City é antigo e inclusive já rendeu um episódio inusitado. Em 1990, John Elway reclamou com a arbitragem que ele não estava conseguindo nem fazer o snap por causa do barulho no estádio. Então, o juiz pediu que os torcedores fizessem silêncio e ameaçou punir o time com a perda de um timeout caso os problemas continuassem. Imagine quantos daqueles memes “Are you gonna cry?” não iam ser feitos com o rosto de Elway se isso tivesse acontecido hoje em dia.

Desde que Andy Reid assumiu o comando em 2013, os Chiefs estão com o record de 21-8 em seus domínios. O Arrowhead é uma verdadeira fortaleza para a equipe e hoje é o lugar mais hostil da AFC para alguém jogar, até por isso é importante que Kansas City vença o título de divisão para atuar pelo menos uma vez em casa nos playoffs.

#1 CenturyLink Field – Seattle Seahawks

Sem nenhuma surpresa, o lugar menos amigável da NFL continua sendo a casa do Seattle Seahawks. Ajudada pela acústica e pelo formato do estádio, que faz com que o som reverbere e se propague no gramado, a fanática torcida da franquia tornou-se uma das mais temidas e barulhentas da liga. O “12th Man” (12º jogador), aliás, já ocasionou um terremoto de pequenas proporções ao comemorar um touchdown de Marshawn Lynch.


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No CenturyLink Field a comunicação é tão difícil que exige até uma preparação especial de quem tenta a sorte lá. Muitos times usam caixas de som nos treinamentos para simular o barulho e ajudar na aclimatação ao estádio. Entretanto, a tática não parece estar dando muito resultado. De 2012 para cá – contando também pós-temporada – Seattle venceu 37 jogos em casa e perdeu apenas cinco (88% de aproveitamento).

O aspecto climático também exerce uma certa influência, ainda que em menor medida. Em Seattle não ocorrem grandes nevascas, mas em compensação é comum vermos dias chuvosos e com bastante vento. Tais condições podem atrapalhar muito adversários acostumados a jogar em arenas fechadas – por exemplo, lembra quando os Saints visitaram os Seahawks nos playoffs de 2013?

Tudo isso faz do CenturyLink Field um verdadeiro inferno para os oponentes. Qualquer caminho até o Super Bowl que tenha uma escala em Seattle normalmente é cheio de turbulência.

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