Quem foi o melhor técnico de 2016?

Técnicos também são gente. Apesar de recair (muitas vezes injustamente) o peso dos fracassos de certas franquias por uma temporada catastrófica, quando tudo vai bem, o head coach colhe os louros da vitória. A lista abaixo aponta aqueles que fizeram das suas equipes verdadeiros contenders em 2016, seja com um ataque potente, uma defesa dominante ou uma classificação improvável para a pós-temporada. O prêmio aqui funciona um pouco diferente das Premiações da Semana; não é apenas um vencedor e menções honrosas, mas um lista com os cinco que foram fenomenais em 2016. Sem mais delongas, vamos aos cinco melhores técnicos de 2016!

Quinto lugar – Dan Quinn, Atlanta Falcons

Muito do crédito da excelente temporada do Atlanta Falcons é atribuído ao coordenador ofensivo Kyle Shanahan – e merecidamente, diga-se de passagem. É bem provável que ele consiga um emprego de head coach em 2017 justamente pelo (brilhante) desempenho ofensivo dos campeões da NFC South.

Posto isso, cabe elogiar também o head coach Dan Quinn por abrir mão, por assim dizer, das rédeas ofensivas da equipe e focar no aspecto defensivo. Tudo bem, eu sei que a defesa do Atlanta Falcons não é um primor, mas o ex-coordenador defensivo do Seattle Seahawks viu seu projeto começar a dar frutos. O segundanista Vic Beasley foi o líder da NFL em sacks em 2016 (15.5), tendo ele sozinho quase alcançado a marca dos Falcons de 2015 (19). As suas escolhas defensivas do Draft 2016, o safety Keanu Neal e o linebacker Deion Jones mostraram serviço – Jones é, inclusive, o líder entre calouros em tackles na temporada.

Não é ainda tão forte, mas a planta-baixa de uma defesa sólida já está traçada. Quando Desmond Trufant e Kemal Ishmael estiverem saudáveis em 2017 – ambos estão no injured reserved -, Quinn terá uma defesa mais à sua feição ainda, especialmente depois do Draft 2017 e a Free Agency.

Quarto lugar – Jack Del Rio, Oakland Raiders

Jack Del Rio é um técnico que conhece seu elenco. Nas primeiras semanas da temporada, eu ficava ansioso para que Derek Carr passasse mais a bola, afinal, com um quarterback desses, passar seria mais “fácil”. Pois bem, Del Rio insistia nas chamadas terrestres, e logo entendi: a força corrida do Oakland Raiders, seja pela versatilidade dos seus running backs, seja pela poderosa linha ofensiva, é hoje o que dá esperança ao torcedor na pós-temporada. Sem mencionar que desonera Derek Carr, abre espaço para play actions e deixa o ataque mais imprevisível.

O desenvolvimento ofensivo foi o que credenciou Del Rio tão alto nessa lista. A campanha 13-3 foi a primeira com mais vitórias e derrotas da franquia desde 2002 – ano este que marcou também a última participação da equipe em pós-temporada. Bom, não mais. Jack Del Rio, ainda assim, não conseguiu ajeitar totalmente a defesa, e terá um trabalho duro para bater os adversários da AFC. Fica aqui a quarta posição para o ousado técnico do Oakland Raiders.

Terceiro lugar – Jason Garrett, Dallas Cowboys

Alguns anos questionado, outros amado. Jason Garrett se encontrou em 2016 com os calouros que o time selecionou, montou um esquema vencedor, e, mais importante do que isso, manteve este esquema vencendo. Às vezes o maior mérito do treinador é fazer o simples, e Garrett o fez muito bem esse ano: linha ofensiva abre espaços, o jogo terrestre é potente e Dak Prescott não precisa suar sangue em campo. Todos sabem disso. E se todos sabem, os técnicos adversários também, e saber é uma coisa, parar é outra.

Além disso, o técnico teve que lidar com a batata quente que foi o dilema Tony Romou e Dak Prescott, e o fez com maestria, sem deixar afetar os brios de ninguém no vestiário. Com as treze vitórias na temporada, o Dallas Cowboys chega como o time a ser batido na pós-temporada. O sólido trabalho de Garrett será posto a prova, mas nada tira os méritos da temporada regular desse fenômeno de 2016.

Segundo lugar –  Adam Gase, Miami Dolphina 

Um dos “técnicos do momento” e franco candidato a head coach fenômeno em Miami antes da temporada regular começar, Gase foi justamente isso da metade da temporada regular em diante. Depois de (sabiamente) desistir do carrossel de quatro running backs, Gase entregou as rédeas da posição para Jay Ajayi que atropelou tudo e todos e correu com uma intensidade que ninguém mais teve em 2016.

Além disso, ele conduziu o contestado Ryan Tannehill a perfomances sólidas, seguras e livres de erros crassos. Eu mesmo me surpreendi quando elegi o camisa 17 como melhor quarterback da Semana 12 da NFL nas Premiações da Semana. A defesa ainda precisa de ajustes – ainda cede muito espaço para o jogo terrestre, mas a mera classificação do Miami Dolphins, se considerarmos que o time começou o ano 1-4 e disputou o wild card com times qualificados, como Denver Broncos, Baltimore Ravens, Tennessee Titans e Indianapolis Colts, o trabalho de Adam Gase merece ser reconhecido. E aqui está, no segundo lugar da nossa lista de melhores técnicos de 2016.

Primeiro lugar – Andy Reid, Kansas City Chiefs

Se você leu nas entrelinhas de alguns dos textos que escrevi sobre a AFC West e nas Premiações da Semana, sabe que sou um grande fã do head coach do Kansas City Chiefs. Andy Reid é um monstro de treinador, conhecendo como poucos as virtudes e deficiências do seu elenco. Ele entende que seu quarterback, Alex Smith, pode não ser aquele jogador que vai carregar o time nas costas. Acontece que Reid monta um esquema que ele não precisa fazer isso.

E quando os adversários acham que Alex Smith se contentará com passes curtos em rotas internas no meio do campo, é quando ele lança uma bomba de mais de 20 jardas para Tyreek Hill (Oakland Raiders que o diga). Quando acham que vão fazer um jam na linha de scrimmage em cima de Hill, o calouro corre pelo backfield, recebe pelo jogo terrestre e segue para o touchdown. Olha que eu sequer mencionei a máquina de forçar turnovers que é a defesa…

O entendimento do jogo e o planejamento para cada encontro são elementos essenciais para um técnico ser bem sucedido. Andy Reid o faz com maestria; não à toa, o comandante dos Chiefs tem um retrospecto de 16 vitórias e 2 derrotas após a semana de bye. Ou seja, quando há mais tempo para se preparar, o ex-head coach do Philadelphia Eagles é quase invencível. O Kansas City Chiefs chega firme dos dois lados da bola na pós-temporada, e, particularmente, acredito ser a equipe mais qualificada para bater o New England Patriots em janeiro. Eles até tem uma semana de bye

Hors concours – Bill Belichick, New England Patriots

Lendo a lista, você provavelmente se perguntou quando o nome de Bill Belichick apareceria. Ao meu ver, o melhor técnico da história da NFL não pode simplesmente competir ano a ano. Ele venceria todos. Em 2016, ele enterrou a questão sobre sua especulada “dependência” de Tom Brady – houve quem dissesse que Belichick é o que é pelo camisa. Se 2008 não foi o suficiente, as três vitórias em quatro partidas com os quarterbacks reservas em campo (e sem Gronkowski) botaram uma pá de cal na questão.

A defesa de Bill Belichick também é pra lá de excepcional. Com a melhor média de pontos cedidos por partida (15.6), este número é melhor do que as badaladas defesas do Denver Broncos em 2015 e Seattle Seahawks em 2014 (17.5 e 16.4, respectivamente). É duro bater Bill Belichick, que, mesmo se perder as dezesseis partidas de uma temporada, pode ainda competir pelo troféu. Certamente teria um motivo para tal temporada.

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