A defesa dos Seahawks sem sua pedra fundamental: o impacto da perda de Earl Thomas

Nos últimos anos, a defesa do Seattle Seahawks assumiu o posto de melhor de toda a NFL. Direcionando a equipe por duas vezes ao Super Bowl (incluindo um título), a unidade sempre mostrou muita coesão, sendo capaz de pressionar os quarterbacks adversários, controlar o jogo terrestre e impedir ganhos longos no jogo aéreo. Toda esta fama tornou a defesa dos Seahawks conhecida por toda a liga como a Legião do Bum… (em português não fica lá muito ameaçador) Legion of Boom.

Agora, sério, a grande defesa de Seattle conta com alguns jogadores fundamentais e que ganharam fama e reconhecimento, tanto por sua habilidade em campo quanto por sua postura fora dele. Richard Sherman, Michael Bennett, Bobby Wagner, Kam Chancellor, são alguns dos componentes principais dessa defesa. Entretanto, em 2016, foi possível descobrir de forma definitiva quem é o ponto central da Legion of Boom. Ao perder o safety Earl Thomas, contundido durante a semana 13, a defesa dos Seahawks caiu bastante de nível. Como veremos hoje, aqui no Pro Football, a saída de Thomas deixa o sistema defensivo, baseado na cobertura cover 3, um tanto capenga.

Quem é Earl Thomas?

Earl Thomas chegou à NFL e ao Seattle Seahawks em 2010, ao ser selecionado na primeira rodada do draft, após uma boa carreira na Universidade do Texas. Já em sua segunda temporada na NFL, Thomas foi escolhido para o Pro Bowl. No total, já são 5 idas ao jogo das estrelas da NFL, além de 4 seleções para o All-Pro team. Thomas participou ainda da conquista pelos Seahawks do Super Bowl XIVIII.

O safety tem 23 interceptações na carreira, além de 2 touchdowns.

Na semana 13 da temporada 2016, no jogo contra o Carolina Panthers, Earl Thomas, após uma colisão com seu companheiro de secundária Kam Chancellor, sofreu uma fratura na tíbia, indo então para a lista de contundidos.

O Cover 3 e o impacto da saída de Earl Thomas

Para mensurar o impacto da perda de Earl Thomas para a defesa do Seattle Seahawks, dois pontos são fundamentais. O primeiro deles é o óbvio: os números da defesa com e sem Thomas. Nos 12 jogos em que Thomas participou, antes de sua contusão, os Seahawks sofreram 7 touchdowns, tendo conseguido 10 interceptações. Além disso, o rating dos quarterbacks adversários foi 77,8. Já nos 4 jogos sem Earl Thomas,  a defesa sofreu 9 touchdowns, além de conseguir apenas uma interceptação. Finalmente, o rating dos quarterbacks adversários aumentou significativamente, indo para 95,5. Impressionante a diferença, não?

Para entender melhor os motivos da queda de desempenho da defesa de Seattle sem seu free safety titular, devemos olhar para o sistema defensivo da equipe. No cover 3 de Pete Carroll, a secundária “divide” o campo em três partes iguais. Cada um dos cornerbacks é responsável por sua zona, utilizando a linha lateral como auxiliar. Já o free safety é responsável pela zona central, tendo que ir de uma extremidade a outra de sua zona, além de dar suporte à defesa do jogo terrestre.

Em situações normais, o cover 3 deixa a defesa exposta às rotas em profundidade e pelo meio, como post e seam. Nestas rotas, os recebedores se aproveitam da distância entre o safety e o cornerback para achar um buraco no meio da defesa. Mas é aí que vem o que faz de Earl Thomas tão especial. Ele é capaz de cobrir toda a sua zona, sem deixar espaços para o adversário. Com isso, pode deixar jogadores como Richard Sherman e Kam Chancellor “soltos” para fazerem o que sabem, na cobertura lateral e no suporte ao jogo terrestre, respectivamente.

Já deu pra ver o quanto os Seahawks sentem falta de Earl Thomas. Principalmente nos playoffs, momento que, em outras temporadas, a Legion of Boom fez a diferença. No jogo deste sábado, contra o Detroit Lions, veremos se a defesa de Seattle parece mais adaptada à ausência de Thomas. Em recebedores como Golden Tate e Eric Ebron, os Lions têm armas para tentar explorar o meio do campo. Os Seahawks são favoritos, mas este embate tático será interessante de observar.

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