Há alguma forma dos Texans cometerem o improvável crime/milagre e eliminarem os Patriots?

Ok, é difícil. Não, eu não estou zicando os Patriots. Minha namorada torce para eles, você acha que eu seria kamikaze assim? Seria, mas não tem dessa de zicar. O espírito jornalístico fala mais alto e isto é uma história a ser falada. Por quê? Bom, na Semana 3 os Patriots receberam os Texans em casa e foi um massacre patriota. Detalhe: New England jogou sem Tom Brady. E os Patriots venceram por 27 a 0 mesmo assim.

Muito por conta disso, os Patriots são favoritos por 16 pontos nas casas de apostas de Las Vegas. E, sinceramente, como disse no título, é necessário que ocorra um milagre para que os Texans consigam sair com a vitória. O Houston Texans nunca ganhou do New England Patriots no Gillette Stadium (0-4). A ESPN americana dá apenas 11% de chance de vitória para Brock Osweiler e cia. Bill O’Brien, técnico dos Texans, é cria de Belichick e o histórico de treinadores ex-assistentes de Darth Belichick contra ele é, bem, é horrível.

Agora que eu já mostrei que este NÃO É UM ACABOU A DINASTIA PARTE DEUX e sim algo para fazer o torcedor dos Texans sonhar – este site não é Patriots Brasil/Patriotas/Patriots Português/Tom Brady Brasil/Nação Patriots/Não lembro mais sites que cobrem eles em português, ainda é o ProFootball – vamos a como o milagre poderia ocorrer. Tá, não vai acontecer, mas…

Brock Osweiler tem que criar vergonha na cara passar em profundidade

Não é por acaso que Alabama é uma potência no College Football. Nick Saban, treinador da Crimson Tide, é cria de Bill Belichick. Para derrotar Alabama é necessário derrubar a mentalidade vencedora do time. Derrubar o mindset imbatível e a aura que todo ano se solidifica no time. O mesmo vale para os Patriots.

Com efeito, os passes em profundidade costumam ser o tiro na Estrela da Morte de Tuscaloosa. Clemson fez isso e quase deu certo ano passado. Neste ano, deu: DeShaun Watson teve vários passes em profundidade e Mike Williams conseguiu fazer a diferença contra a defesa da Crimson Tide.

O grande problema para replicar esse Uma Nova Esperança na NFL é que a defesa dos Patriots é melhor do que a de Alabama – antes que alguém venha falar algo, lembro que 100% da defesa de New England está na NFL, contra 0% da defesa de Alabama por ora – e Brock Osweiler foi o rei do checkdown neste ano. Isto é: chegou pressão, bora passar para a válvula de escape. Osweiler teve 5,8 jardas por tentativa de passe na temporada regular. Ugh. Na vitória contra os Raiders, semana passada, as coisas melhoraram. Mas ainda assim Brock não passou das 200 jardas totais.

Jets 2010 II: A missão

Embora tenha jogado 6 vezes contra os ataques ineptos da AFC South – temos que contextualizar as estatísticas e não jogar elas na sua cara porque sim – os Texans têm a melhor defesa da NFL quando o assunto é “jardas cedidas”. Por que estou falando isso? Bom, eu gosto de precedentes. É uma falácia achar que “porque aconteceu uma vez vai rolar de novo”, mas de toda sorte eu quero acalentar um pouco o coração do torcedor dos Texans antes do massacre que provavelmente se aproxima.

Em 2010 – ou melhor, em janeiro de 2011 – os Jets derrubaram os Patriots com Mark Sanchez de quarterback. Não preciso dizer que o segredo para aquela vitória foi a defesa de Rex Ryan. Naquele jogo, o que mudou o panorama foram os turnovers. Sinceramente, para que Houston tenha uma chance hoje, a margem de turnovers tem que ser na casa de +3 para Houston. Por quê?

Bom, quando tem mais turnovers do que forçam, os Patriots tem campanha de 34-41 com Bill Belichick treinando o time (desde 2000, portanto). A questão aqui não é só roubar a bola: é o efeito indireto disso. É evitar que os Patriots pontuem, evitar que New England capitalize em toda campanha. No final das contas, se sua margem de turnovers forçados é maior do que de cedidos, isso significa que seu adversário terá menos posses de bola em relação a você.

O problema? Bom, os Patriots têm só duas interceptações neste ano. Boa sorte à defesa de Houston.

Punir Brady é o objetivo máximo

A única forma de parar Tom Brady é punindo fisicamente o quarterback dos Patriots. Essa fórmula já deu certo algumas vezes para zebras, notoriamente nos 5 sacks sofridos por Brady no Super Bowl XLII. Claro: a ausência de JJ Watt certamente é algo que complica esta parte do plano de jogo. De toda forma, os Texans têm esperança em Jadeveon Clowney e o subestimado Whitney Mercilus para emular o que outras zebras já fizeram uma vez.

Explica-se: se você pune fisicamente o quarterback, ele tende a perder ritmo, timing nos passes e muitas vezes pode querer passar a bola antes do que desejaria normalmente (para evitar ser atingido de novo). Contra um dos melhores da história como Brady, é o caminho.

Ou então, ao menos fazer com que ele fique fora do campo

Dar o veneno ao criador do veneno pode ser uma boa saída para os Texans. O plano de jogo dos Giants no Super Bowl XXV – time do qual Bill Belichick era coordenador defensivo – era bem simples: fazer com que o ataque dos Bills ficasse de fora do jogo. Se Jim Kelly e cia realmente ficassem fora de campo, a chance deles pontuarem – por simples lógica – é menor.

A boa notícia para o torcedor de Houston é que a equipe acaba por ser a segunda da NFL em tempo de posse: 31:28 minutos por jogo. Na partida de semana passada contra os Raiders, foram 35 minutos com a bola. A má notícia é que Belichick não é burro e os Patriots também têm um tempo elevado de posse por jogo: 5º melhor da liga, com 31:12 por partida. Contra os Texans na Semana 3 o tempo de posse foi importante e Houston ficou dois minutos a mais com a bola. Mas não fez nada com ela. Ou seja: só ficar com a bola e de boa no meio do campo não adianta.

Basicamente, é isso. É difícil, você já percebeu. No geral, os Texans têm que fazer um jogo perfeito para vencer os Patriots – e meu palpite é que dê New England mesmo. Como dito, já aconteceu em outras oportunidades – Ravens e Jets, mais recentemente. É extremamente difícil. É quase impossível. Mas, justamente, essa é a beleza do esporte. Num dia ruim durante a pós-temporada, um dado time pode derrubar um titã.

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