Aaron Rodgers simplesmente faz coisas que outros quarterbacks não são capazes de fazer

Neste momento da vida, apenas uma defesa com os Vingadores parece ser capaz de parar Aaron Rodgers. Depois de um início ruim de temporada, Rodgers falou que os Packers dominariam a tabela e, desde então, é o que vem acontecendo. Na pós-temporada, ainda mais. O fato é que os playoffs de 2016 são um exemplo perfeito de como Aaron Rodgers vem fazendo coisas incríveis que, bem, outros quarterbacks não fazem.

Sim, o passe para Jared Cook e a Hail Mary são dois bons exemplos. Mas podemos ir ainda mais longe e analisar estatisticamente números que impressionam bastante.

Lançando em movimento

Rodgers tem 14 passes completos de 17 tentados nesta pós-temporada quando em movimento, fora do pocket. Parece algo simples, mas não é: para lançar a bola com precisão a maior parte dos quarterbacks prefere estar parado, com os pés plantados – e protegido dentro do pocket. Rodgers vem – como sempre – sendo excelente nesse quesito, com 220 jardas e dois touchdowns quando entra em movimento.  Por que isso é importante? Porque muitos quarterbacks optam por sair do pocket quando a pressão vem. Mas quando saem, a mira fica prejudicada (o que não parece nem de perto ser o caso para Aaron). Com efeito, o pass rush pode fazer o diabo, tirar ele do bolsão de proteção e mesmo assim o camisa 12 dos Packers encontra maneiras de mover as correntes.

Para contextualizar: Aaron tem mais jardas passadas em movimento do que todo o resto da NFL combinada na pós-temporada. Ele tem 220, ninguém tem mais de 66. A jogada que resume este fato incrível é o passe completo para Jared Cook, de 32 jardas, que armou o field goal da vitória ante Dallas.

#FreePlays

Uma das coisas mais intangíveis do futebol americano é a snap count, porque ela é praticamente invisível ou, no caso, inaudível para quem está vendo o jogo em casa. Imagine que sempre no primeiro grito de “faz o snap” a bola saísse do center para o quarterback. Certamente a defesa teria um pass rush mais eficiente, dado que sempre saberia quando a jogada ia começar. E num jogo de disputa de território, cada jarda e cada segundo podem fazer a diferença entre a vitória e a derrota.

Pois bem; É justamente por conta disso que ao final do huddle, depois que o quarterback passou a jogada para seus 10 companheiros de equipe, vem um comando chamado snap count. Ele fala em qual “grito” o snap vai acontecer. Variar é importante, dado que a defesa sempre tem que tentar adivinhar o que vai rolar.

Rodgers não só faz essa variação como, pelo tom de voz e linguagem corporal, consegue enganar a defesa a achar que o snap aconteceu quando na verdade é só um grito para fingir isso. E aí algum jogador defensivo morde a isca, atravessa a linha e temos um offside. E é aí que o snap acontece, sendo a popular “free play/jogada de graça”. Se houver uma interceptação ou passe incompleto, por exemplo, de nada importa – dado que a defesa já fez uma falta e a jogada vai voltar com, no mínimo, ganho de 5 jardas para o ataque.

Rodgers tem 5 passes para touchdown nas duas últimas temporadas em jogadas nas quais houve offside da defesa – incluindo playoffs. O resto da NFL tem 5 no total e nenhum quarterback tem mais do que um. Ontem, a jogada que resume esta estatística é o passe de Rodgers para Rodgers (Aaron para Richard, no caso), de 34 jardas.

Quando ele precisa ir em profundidade, vai

Uma das coisas que mais diferencia quarterbacks pedestres dos realmente mitológicos é o passe em profundidade. É só comparar Brock Osweiler, uma penca de quarterbacks no College Football e outros tantos com a elite da NFL. No caso, Aaron está nesta elite, indiscutivelmente. Os números comprovam.

Ele tem 8 passes completos em passes para mais de 30 jardas no minuto final de um tempo, sendo o espaço amostral as duas últimas temporadas (incluindo playoffs). Ninguém tem mais do que 3. Rodgers tem, também, 2 das 3 hail maries lançadas em pós-temporada desde 2001. A última foi contra os Giants, para Randall Cobb. Parece sorte, mas não é. Naquele passe, repare como Rodgers lança no fundo da end zone de propósito: o objetivo aqui é ou um passe completo para Cobb ou um passe que vá muito longe e não haja chance de interceptação. Lógico, há sorte envolvida – mas mérito também.

Poucos como ele fazem com que uma jogada natimorta seja estendida 

Ao início deste final de semana, Rodgers tinha 5 passes completos onde ele demorou pelo menos 8 segundos para lançar – sendo o espaço amostral as últimas duas temporadas mais playoffs. Adivinhe? Ninguém tem mais de um passe completo nesse período. A jogada-chave é o passe para touchdown quando Aaron achou Davante Adams. Rodgers demorou 8,3 segundos para passar. Por melhor que uma linha ofensiva seja, mais do que 4 segundos com a bola na mão sem sack é mérito do quarterback.

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Eu sei que os torcedores de Dallas e New York estão chateados com a eliminação. Eu torço para os Bears, ora! Sei muito bem como é ver Rodgers dissecando uma defesa. O grande ponto agora é “aproveitar a viagem”. A fase de Aaron Rodgers – junto de Joe Flacco nos playoffs de 2012 e de Joe Montana nos playoffs de 1989 – está sendo uma das melhores da história quando o assunto é pós-temporada. Estamos realmente testemunhando algo histórico. Resta agora saber se os Packers continuarão a “run the table” ou se Atlanta/New England/Pittsburgh tem a última risada.

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