O Kansas City Chiefs novamente foi até onde Alex Smith tem capacidade de levá-lo

O Kansas City Chiefs é um time que carrega fortemente a marca de Andy Reid como head coach. Seja em relação às virtudes, como a alta marca de bolas roubadas e baixa marca de bolas perdidas, ou em relação aos defeitos, como “abandonar” o jogo terrestre no meio da partida e um gerenciamento um tanto quanto questionável do cronômetro.

A questão do jogo terrestre preocupa bastante o torcedor. Spencer Ware, que vinha de boa temporada, teve apenas 8 tentativas de corrida. O muitas vezes explosivo Tyreek Hill teve três carregadas, saindo em movimentação antes do snap, e nenhuma de suas corridas ultrapassou 8 jardas. Ware, aliás, teve baixas marcas também. Apenas 35 jardas. Opa. 35 dividido por 8 dá 4,3, uma bela média de jardas por tentativa. Pois é: mesmo assim Andy Reid não correu mais com a bola.

Sabendo que os Chiefs seriam mais predicados no passe, a defesa de Pittsburgh se preparou melhor para ele. Óbvio, é assim que as coisas acontecem na NFL. Já dei várias vezes os exemplos que explicam como um jogo terrestre pouco acionado pode machucar um quarterback. Talvez o principal neste ano seja como os adversários colocavam dois safeties olhando para Eli Manning por conta de não precisarem se preocupar com o péssimo jogo terrestre dos Giants. E aí intereceptações rolaram a rodo.

No caso de Alex Smith…

Certamente a ausência de jogo terrestre complicou bastante. Claro: não é como se seus recebedores tivessem tido uma partida fantástica. Mas a ausência do passe em profundidade, para esticar a defesa de Pittsburgh e abrir mais buracos nesta (os quais poderiam ser explorados por Travis Kelce, em partida um tanto quanto chiliquenta). A principal arma para tanto poderia ser Tyreek Hill em profundidade. Poderia.

Ouvi muito também sobre o fato de Alex Smith estar “pressionado” demais no pocket. Em algumas oportunidades, a defesa de Pittsburgh – que está com um corpo de linebackers formidavelmente saudável e eficiente – realmente conseguiu chegar no quarterback antes que houvesse qualquer coisa aberta. Em outras….

O ponto que ficou claro é que, por mais que houvesse um sólido elenco de apoio ao redor de Alex, infelizmente as coisas acabaram desembocando onde costumam. Sem o recurso do passe em profundidade, sem esticar a defesa, a vida fica muito fácil para o adversário marcar. E aí o jogo terrestre é ainda mais contido. Até mesmo Jeremy Maclin, numa temporada apagada e complicada por lesões, deu as caras em duas recepções. Mas no todo, nada muito além de 20 jardas de marca máxima para Alex na partida contra Pittsburgh.

Custou o jogo. Mérito dos Steelers, claro. Na conversão crucial de dois pontos, James Harrison sofreu holding porque era o único jeito de Eric Fisher pará-lo. Esta é a imagem que ficou da partida para alguns: uma falta (corretamente marcada, diga-se) determinou os rumos do certame. Acontece que houve quase 58 minutos de cronômetro rodando antes disso. E, neles, Alex Smith teve suas poucas jardas por tentativa como sempre; Eu não precisaria de estatísticas para comprovar esse argumento que é gritante a olho nu, mas vamos lá.

Nada de novo no Reino de Kansas City, infelizmente

6,4 jardas pelo ar, em média, por passe. Alex Smith teve na partida de domingo seu nono jogo desta temporada no qual a média de jardas “no ar” por tentativa foi inferior a 7,0. A título de comparação, o resto da NFL tem média de 8,1. Somente Sam Bradford – também conhecido como o Rei do Checkdown, linha ofensiva ruim/machucada ou não – tem média inferior a de Alex, com 6,5.

Costumeiramente, o que ajuda Smith é que seus recebedores – especialmente Travis Kelce – costumam arrancar toneladas de jardas após a recepção. Esse é um princípio da filosofia ofensiva da qual Andy Reid é adepto, a West Coast Offense. Adivinhe o que Mike Tomlin e a comissão técnica dos Steelers fizeram? Anularam isso também. Foram apenas 90 jardas após a recepção, a terceira pior marca dos Chiefs na temporada. Nas duas partidas onde houve menos, Titans e Texans, os Chiefs também perderam.

Alex Smith não é o único culpado. Como dito no início do texto, o abandono de Andy Reid às corridas porque atrás no placar (apenas 12 chamadas terrestres, segunda menor marca de Reid com os Chiefs) e uma campanha de SETE MINUTOS no último quarto, com direito a gastar timeout depois de passe incompleto, ajudam a explicar a derrota. Ainda, vale lembrar que neste texto eu salientei que a defesa dos Chiefs (e o time, como um todo) tinha o calcanhar de Aquiles como sendo conter a corrida – e Le’Veon Bell fez a festa.

Mas quando o mundo desmorona ao redor, geralmente a estrela do quarterback brilha. É impossível deixar de lembrar que o cara que faz isso com certa consistência, Aaron Rodgers, foi escolhido depois de Smith no Draft de 2005. E que as comparações – e o fato de Alex não ter o dom do passe em profundidade quando precisa dele – acabam por macular, ao menos um pouco, a carreira do camisa 11.

Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony, ou nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds