Mesmo com a derrota, Dak Prescott passou no teste final e é o futuro do Dallas Cowboys

No dia 6 de janeiro, meu prezado Antony Curti publicou um texto com previsões ousadas para a pós-temporada, compilando palpites de todos os redatores aqui do Pro Football Brasil para as 11 partidas remanescentes no ano de futebol americano. Entre elas, apostei que o Dallas Cowboys não chegaria à final de conferência, e, se olharmos nesse primeiro momento, poderia dizer que eu cravei essa previsão.

Apesar desse acerto, se olharmos para a justificativa por trás, eu errei feio. Na verdade, até o terceiro quarto da (monumental) partida entre Green Bay Packers e Dallas Cowboys, eu estava num bom caminho. Eu tinha dito, com todas as palavras, o seguinte: “se o camisa 12 (Aaron Rodgers) abrir uma vantagem, não consigo ver Prescott correndo eficientemente atrás de uma vantagem de duas posses. Sem poder confiar tanto no jogo terrestre, o camisa 4 terá que se mostrar um verdadeiro quarterback veterano, o que, bem ou mal, ele ainda não o é.”

Poderia eu estar mais errado?

Dak Prescott assumiu uma responsabilidade que muitos quarterbacks com anos de NFL nas costas não conseguiriam assumir. Com a responsabilidade de comandar uma das franquias mais vencedores na pós-temporada, Prescott conseguiu bater um déficit de 18 pontos e deixou os pentacampeões do Super Bowl em condições de vencer a partida. Contra a blitz, o camisa 4 foi perfeito, anotando dois touchdowns nessas situações e terminando a noite com um passer rating perfeito (158.3) quando o Green Bay Packers mandava mais jogadores para pressioná-lo. O produto de Mississippi State mostrou estar pronto para ser o líder do time tanto na temporada regular quanto nos playoffs, no auge dos seus 23 anos.

Se fosse o Tony Romo…

Um dos maiores receios que o torcedor do Dallas Cowboys poderia ter era a de um apagão do seu quarterback calouro. Se a partida fosse disputada com Dak Prescott jogando mal, sem conseguir converter terceiras descidas, ou tendo dificuldades em atacar a defesa do Green Bay Packers, era quase certo que as viúvas de Tony Romo apareceriam da hibernação – e eu falo viúvas de Romo com todo carinho do mundo; eu mesmo sou um grande fã do veterano quarterback. Haveria clamores de que se fosse alguém mais experiente os Cowboys teriam mais chance de ir até a final de conferência; ou se fosse um quarterback que fizesse o adversário “respeitar” mais o jogo aéreo, talvez o NFC Championship Game fosse disputado em Arlington, Texas, não no Georgia Dome.

O sinal mais positivo que Dak Prescott se consolidou como o futuro do Dallas Cowboys é que não houve esse tipo de pleito. Ninguém, pelo menos não que tenha conseguido observar, achou que o camisa 9 teria feito mais que o 4 caso em campo estivesse. Entre as redes sociais de analistas, jornalistas, fãs, matérias de jornal, artigos brasileiros e estrangeiros, não houve quem estivesse insatisfeito com a performance da escolha de quarta rodada.

A atuação de Dak Prescott contra o Green Bay Packers foi todas as partidas da temporada regular condensadas em sessenta minutos. Em quatro quartos, o camisa 4 conseguiu desfilar tudo aquilo que elogiaram durante a campanha de 13 vitórias do Dallas Cowboys, e conseguiu ainda superar as expectativas de muita gente. Quem já tinha fé no jogador, descobriu nele um norte para os anos vindouros da franquia. Para os ressabiados, como eu, foi um tapa na cara mais do que bem vindo, a confirmação de um talento que já se afirmara desde agosto, na pré-temporada.


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Sem mais controvérsia: o futuro a Dak pertence

O teste final era realmente ver se Prescott funcionaria como a engrenagem principal da equipe numa partida de pós-temporada. Se ele iria, de alguma forma, entregar a pouca experiência que tem no nível profissional, que poderia dar ensejo a uma série de questionamentos sobre o futuro de Tony Romo na equipe. O que aconteceu foi uma irretocável atuação – e digo irretocável mesmo com o polêmico spike que parou o relógio e deu tempo para que Aaron Rodgers operasse mais um milagre daqueles. Naquele momento, duas descidas pareciam mais do que o suficiente para conquistar dez jardas, e o Dallas Cowboys estava indo para o touchdown, para selar a partida. Muitos otimistas torcedores do Green Bay Packers já antecipavam o pior. E mesmo que fosse uma decisão pobre, seria na conta da comissão técnica.

O futuro pertence a Dak Prescott. A controvérsia de quarterbacks ficará para os livros de história da gloriosa franquia do Texas. Acredito que as palavras do próprio técnico do Dallas Cowboys, Jason Garrett, sobre Tony Romo são a síntese do pensamento sobre o futuro do time. De acordo com o head coach, os Cowboys querem o melhor para Romo, “seja aqui ou em outro lugar”.

Acredito que esse seja o sentimento predominante de torcedores e não-torcedores da equipe. Está claro que a camisa 4 que entrará como titular nas temporadas vindouras, e que 2016 foi só o prólogo de uma promissora nova era para o Dallas Cowboys.

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