A expectativa era de um grande jogo entre Patriots e Steelers na Final da AFC, com equilíbrio e altas doses de emoção. Ao invés disso, o que vimos foi um monólogo. Atuando no Gillette Stadium, New England foi soberano ao longo de toda a partida e venceu Pittsburgh por 36 a 17. Com o resultado, a equipe conquistou o título da Conferência Americana e se classificou para disputar o 9º Super Bowl de sua história – novo recorde da NFL, superando as oito participações de Steelers, Cowboys e Broncos.
Conforme havíamos comentado na prévia do confronto, os Patriots tiveram muitas dificuldades para correr com a bola contra o front seven de Pittsburgh (27 carregadas, 57 jardas e um touchdown). Contudo, isso acabou não fazendo diferença nenhuma, pois Brady doutrinou pelo ar, explorando a marcação por zona frouxa e os matchups favoráveis permitidos pelo adversário. Ademais, o quarterback contou com uma noite bastante inspirada da linha ofensiva, sendo pressionado em apenas 13,6% dos seus dropbacks – a média ao longo do ano foi de 32%.
Brady terminou com 32 de 42 lançamentos completos, 384 jardas e três touchdowns, empatando uma marca importante estabelecida por Joe Montana: nove partidas de playoffs com três passes para touchdown.
Surpreendentemente, entretanto, o principal alvo do signal caller foi um wide receiver que até então não vinha obtendo tanto destaque assim na temporada. Chris Hogan somou números exatamente iguais aos conseguidos por Julio Jones, mais cedo, contra os Packers: nove recepções, 180 jardas e dois touchdowns – um deles, aliás, após um belo flea-flicker. Esta excepcional performance rendeu a ele o recorde de mais jardas aéreas em um único jogo de pós-temporada na história dos Patriots.
O primeiro tempo do duelo até foi equilibrado, com os Steelers indo aos vestiários perdendo por 17 a 9. Os visitantes poderiam inclusive ter saído com uma desvantagem menor no placar, caso tivessem aproveitado uma 1ª para o goal na linha de uma jarda em sua última posse de bola, mas eles não foram capazes de entrar na end zone e precisaram se contentar com um field goal.
Já na segunda etapa, New England tirou vantagem dos erros cometidos pelo oponente, anotando 10 pontos oriundos de turnovers sofridos pelos Steelers. Com 16 pontos consecutivos no terceiro quarto, os donos da casa abriram uma diferença confortável no placar e depois apenas administraram o resultado sem maiores sustos.
“Trio BBB” apagado acabou com as chances de Pittsburgh
O dia foi difícil para o badalado trio Big Ben, Bell e Brown. Antonio Brown foi muito bem contido pela defesa de New England, sofrendo com a marcação dupla feita pelo cornerback Malcolm Butler e algum safety deslocado para ficar de olho nele. Especificamente contra Butler, o wide receiver só conseguiu duas recepções para 24 jardas. Bell, por outro lado, precisou deixar o jogo ainda no segundo quarto por conta de uma lesão na virilha.
Com seus dois principais playmakers fora de cena, Ben Roethlisberger pouco pôde fazer. DeAngelo Williams substituiu Bell, porém o veterano running back esteve longe de ser tão efetivo quanto o titular vinha sendo (14 carregadas para 34 jardas). Sem um jogo terrestre consistente e enfrentando uma grande desvantagem no placar, o ataque de Pittsburgh tornou-se desbalanceado e unidimensional, com uma proporção final de 47 passes e 20 corridas. Não bastasse isso, os drops também atrapalharam muito a equipe. Segundo o site Pro Football Focus, foram cinco, os quais custaram 119 jardas.
Patriots já possuem seu adversário definido no Super Bowl LI
New England entrou em campo sabendo quem enfrentaria no Super Bowl se passasse por Pittburgh. Mais cedo, o Atlanta Falcons atropelou os Packers por 44 a 21, classificando-se à segunda decisão de sua história. O duelo acontecerá dia 5 de fevereiro, às 21:30, no NRG Stadium, em Houston. Contra a equipe da Geórgia, Brady possui um retrospecto de quatro vitórias e nenhuma derrota. Ademais, os Patriots abriram como favoritos por três pontos nas casas de aposta em Las Vegas.
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