Os 5 duelos individuais que podem decidir o Super Bowl LI

O Super Bowl LI se aproxima a todo vapor, e a ansiedade já começa a tomar conta de todos os torcedores. De um lado, a máquina que é o New England Patriots, buscando seu quinto Super Bowl na nona aparição no Super Bowl, um recorde da NFL. Do outro, o Atlanta Falcons, cuja brilhante performance ofensiva deve render ao quarterback Matt Ryan as honras de MVP da temporada regular. Um time que busca mais um Vince Lombardi e outro que busca seu primeiro. É uma partida promissora, e vamos apontar aqui quais duelos individuais podem ser cruciais para o desfecho da partida no NRG Stadium .




1: Vic Beasley contra linha ofensiva do New England Patriots

Já falei um pouco sobre a importância do pass rush para que o Atlanta Falcons vença seu primeiro Super Bowl: Pressionar Tom Brady é a chave para Atlanta. Como disse Justin Tuck, ex-defensive tackle do New York Giants que esteve em campo nas duas conquistas do time contra o New England Patriots, a linha defensiva tem que acertar Tom Brady cedo na partida e com frequência.

Ou seja, mandando apenas quatro homens, os Falcons precisam criar pressão e fechar o pocket pra cima do camisa 12. Fundamental nesse papel é Vic Beasley, líder em sacks da NFL e o jogador com mais condições de fazê-lo no dia 5 de fevereiro. O camisa 44 precisa utilizar seu arsenal para compensar a falta de pressão interna da linha defensiva, permitindo que o plano de jogo com sete defensores na cobertura se concretize.

O time deve ser utilizar bastante de stunts, isto é, mudanças premeditadas de papéis da linha defensiva, com o intuito de confundir a linha ofensiva. Ou seja, Vic Beasley pode atacar um gap mais interno para surpreender os bloqueadores. É crucial que esses quatro homens incomodem Tom Brady. Deu certo para o New York Giants nos Super Bowl XLII e XLVI, e para o Denver Broncos no AFCCG em janeiro do ano passado.

2: Julio Jones contra a secundária dos Patriots

Um duelo para lá de interessante será Malcolm Butler e Logan Ryan marcando Julio Jones, sempre com suporte de Devin McCourty. Butler tem sido excelente na temporada de 2016, e volta ao grande palco da NFL com a dura missão de marcar Julio Jones. O camisa 11 do Atlanta Falcons é um jogador bastante físico, utilizando seu porte para isolar defensores, proteger o espaço de recepção da bola e trazer passes altos para junto do corpo.  Com 11 centímetros a menos que Jones, será difícil para o cornerback disputar no mano a mano as bolas na direção do wide receiver. Portanto, as leituras das intenções de Matt Ryan e adiantar as rotas de Jones se tornam elementos cruciais na partida. Isso deve ser feito, lógico, com muito cuidado. Afinal, uma agressiva tentativa de defletir o passe e Julio Jones pode levar a bola para a end zone.

Por conta da diferença de tamanho, pode ser que Butler não alinhe diretamente ante Jones – com Ryan ou outro cornerback tendo de fazer isto. Vamos ficar de olho para saber como os Patriots vão jogar contra um dos melhores recebedores da liga. Bill Belichick é um exímio neutralizador de talentos. Ele certamente tem ajuda dos safeties planejadas para Malcolm Butler, mas basta uma execução incorreta para que o Atlanta Falcons anote seis pontos.

3: Os linebackers do New England Patriots contra Devonta Freeman e Tevin Coleman 

Falando em dificuldades para a defesa do New England Patriots, não é só de Matt Ryan que vive os Falcons. O duo de running backs da equipe possui qualidades complementares que tornam a marcação dos adversários em uma tarefa hercúlea. Até porque os dois conseguem executar os papéis do outro com extrema eficiência – Freeman consegue receber passes e Coleman correr entre as trincheiras. Ou seja, se um estiver em campo, não é como se tivesse o tell da jogada – aproveitando a expressão do pôquer.

Ver o grupo de linebackers do New England Patriots lidar com essas ameaças será muito interessante. Os times de Bill Belichick, ao longo de todos esses anos, sempre teve linebackers de destaque. A perda recente de Jamie Collins pode ter prejudicado o pass rush, mas os remanescentes continuam sólidos contra a corrida e na cobertura.

Posto isso, se o Atlanta Falcons conseguir estabelecer o ritmo com seus half backs, a imprevisibilidade do ataque vai lá pro alto. Abre espaço para play actions e deixa espaços mais no fundo do campo, pois a defesa teria que jogar mais colada

4: Julian Edelman e Martellus Bennett contra Deion Jones 

Deion Jones é, discutivelmente, o melhor linebacker calouro de 2016. Com um grande dinamismo, o atlético jogador já teve impacto na defesa de Dan Quinn, e terá uma dura tarefa: cobrir as rotas médias e curtas no meio do campo de Julian Edelman e Martellus Bennett.

Mais importante do que a cobertura em si é que Deion Jones precisa ser certeiro nos seus tackles. O jogador ainda erra bastante nesse fundamento, e basta uma paulada errada para que Edelman arranque mais 10, 20 jardas de uma recepção. Será um duelo bastante interessante, até porque acredito que Dan Quinn trará o strong safety Keanu Neal bem próximo do box, o que nos leva ao próximo ponto.




5: Keanu Neal e sua agressividade contra Tom Brady

Outro calouro defensivo de destaque, Keanu Neal é a versão de Kam Chancellor que Dan Quinn trouxe para o Atlanta Falcons. Um strong safety com porte de linebacker, que joga de forma agressiva e é firme nos tackles. Para uma filosofia defensiva que prefere um safety só no fundo do campo na maioria das jogadas – single high -, Neal é o complemento ideal para o free safety.

Só que isso pode ricochetear e atingir o Atlanta Falcons. O New England Patriots sabe que para bater uma equipe que se comporta bastante no Cover 1 e Cover 3, você precisa matar com mil cortes. Isto é, atravessar o campo com várias rotas curtas e médias, evitando o contato com os recebedores com rotas saindo do backfield e com muita paciência progredir rumo à end zone. Foi o que aconteceu no Super Bowl XLIX, entre New England Patriots e Seattle Seahawks (que usa como base o mesmo sistema de single high). Tom Brady foi brilhante na sua paciência e foi dominando o tempo de partida e anotando os pontos necessários para vencer aquela brilhante unidade defensiva.

Neste domingo, a coisa é parecida. A defesa do Atlanta Falcons se porta de forma bastante semelhante àquela dos Seahawks, até porque Dan Quinn é cria dos campeões do Super Bowl XLVIII. O Atlanta Falcons precisa dosar a agressividade para não abrir muitos espaços para Tom Brady. Se fizer o plano de jogo e evitar big plays, limitando o New England Patriots a field goals, o time da Georgia tem maiores chances para a conquista do seu primeiro Super Bowl.

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