Mesmo sendo eliminado pelo Green Bay Packers na Semana 17, o Chicago Bears optou por renovar com Jay Cutler a peso de ouro em janeiro de 2014. A decisão foi tremendamente criticada na ocasião, vide a partida que culminou na eliminação de Chicago na temporada anterior. Cutler recebeu um mega contrato e se tornou um dos mais bem pagos quarterbacks da liga na ocasião: 7 anos, 126 milhões de dólares (sendo 54 deles, garantidos).
O contrato tinha estrutura, no que diz respeito ao dinheiro garantido, de “front loaded”. Ou seja: a maior parte da grana garantida – a qual os Bears teriam que pagar a Cutler mesmo que ele não estivesse no elenco – estava entre 2014 e 2016. A partir de 2017, a quantidade cai vertiginosamente: de 19 milhões garantidos para apenas 2 milhões. Isso abre espaço para que, bem, os Bears se livrem de Cutler caso queiram.
E, dadas as atuações do camisa 6 nos últimos anos, Chicago deve optar por negociar o jogador ou cortá-lo. O primeiro passo é tentar uma troca: segundo Jeff Darlington, insider da NFL Media, os Bears estão ativamente procurando interessados nos serviços de Cutler. Ainda não se sabe especificamente o que a franquia de Illinois está pedindo – mas provavelmente não deve ser nada muito absurdo, vide o fato de que Cutler tem 33 anos e não joga 16 jogos numa temporada desde 2009. No último ano, mais uma vez cercado por lesões, ele esteve em campo apenas em cinco partidas como titular – tendo cinco interceptações e quatro touchdowns.
Jets, 49ers e Texans seriam alvos plausíveis
O Arizona Cardinals também, mas isto já foi desmentido pelo setorista dos Cardinals em um dos principais jornais de Phoenix. Como o custo de Cutler seria menor do que o de outros quarterbacks mais badalados – Tony Romo, Jimmy Garoppolo e até mesmo A.J. McCarron – uma franquia com uma situação mais sólida na posição e que quisesse trazer um eventual reserva de luxo para pressionar o titular poderia usar de Jay nesse sentido. Outra franquia que faria sentido como destino de Cutler, nessa toada, seria o Kansas City Chiefs.
Com novo treinador em San Francisco, os 49ers também podem querer oferecer uma escolha baixa – sétima rodada, que seja – por Cutler. A classe de quarterbacks do Draft de 2017 é bem crua no aspecto de leitura de jogo (coisa que um quarterback veterano teria, em tese, mais). E que é desejável no complexo esquema ofensivo de Kyle Shanahan.
Segundo Ian Rapoport, também da NFL Media, conversas sobre trocas de Cutler estariam na mesa desde janeiro – ainda sem nenhuma que realmente tenha ido longe. Os Jets fariam sentido por serem outra franquia em carência de quarterback – e atualmente sem muitas respostas na posição. O mesmo com os Texans e Brock Osweiler. De toda forma, ambas dificilmente arriscariam algo além de uma sexta rodada no Draft para um jogador com problemas constantes de lesão e, por que não, de desempenho.
Colocar Cutler no mercado é sinal nítido de que Chicago quer seguir em direção distinta – aí vem Garoppolo?
Nas últimas semanas um dos principais potenciais destinos para o quarterback reserva dos Patriots, Jimmy Garoppolo, é o Chicago Bears. O fato do general manager da franquia, Ryan Pace, ter estudado na mesma universidade de Garoppolo (e isso é algo muito forte nos Estados Unidos) alimentou o boato.
Por ora, fora Cutler, os Bears contam com Brian Hoyer e Matt Barkley no elenco de quarterbacks. Considerando o que eles demonstraram no ano passado e o custo-Cutler (seja em química de vestiário ou financeiro), é imperioso notar que qualquer um dos dois parece ter mais futuro no Soldier Field. Resta agora saber se alguma franquia arrisca uma escolha baixa de Draft por Jay – ou se ele será cortado e encontrará nova casa em março, na free agency.
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