Análise de Quarterbacks: Nick Foles, o ponto fraco dos Eagles.

[dropcap size=big]N[/dropcap]este ano, durante toda a temporada, teremos uma coluna semanal dedicada à avaliação da performance dos quarterbacks. A ideia é discutir, baseado em achados extraídos da análise dos vídeos dos jogos, as características dos atletas que determinam seu sucesso (ou fracasso) na liga. Além de uma visão geral sobre os passadores na semana em questão, teremos alguns destaques individuais, tanto positivos quanto negativos.

Claro, como não pode deixar de ser, levaremos sempre em consideração o sistema ofensivo empregado pelas equipes, assim como a qualidade do elenco ofensivo. Estes fatores impactam de maneira fundamental o que os quarterbacks mostram em campo e, na medida do possível, iremos contextualizar as estatísticas (e resultados) dos jogadores dentro desta realidade.

“49ERS"

Semana 16: Visão Geral

[dropcap size=big]F[/dropcap]Faltando apenas uma semana para o final da temporada regular, as vagas nos playoffs estão quase definidas. Entre os quarterbacks que já estão com vagas garantidas, destaque para mais atuações sólidas de Tom Brady, Drew Brees, Case Keenum e Jared Goff.  Ben Roethlisberger e Cam Newton, que começaram mal a temporada, seguem bem na segunda metade do ano. Já Alex Smith segue se recuperando depois de um período ruim no meio da temporada.

Além disso, temos aqueles que trazem mais dúvidas do que certezas. Blake Bortles voltou ao normal nesta semana (o que no caso dele não é boa coisa), enquanto Joe Flacco segue irregular. Isso sem contar Nick Foles que, mesmo com mais uma vitória (levando os Eagles a garantir a vantagem de jogar em casa em todo o playoff da NFC), traz bastante insegurança à sua equipe. Foles está “sob o microscópio” na coluna de hoje.

No resto, mais uma ótima atuação do “MVP de 2018” Jimmy Garoppolo. O quarterback dos 49ers levou sua equipe à quarta vitória seguida. Garoppolo está na “briga” pelo prêmio de melhor da rodada.

Mais prêmios, calouros e coisa do tipo aí embaixo.

Sob o microscópio: Nick Foles

Após a contusão de Carson Wentz, o destino do Philadelphia Eagles, à época já classificado para os playoffs, caiu nas mãos de Nick Foles. E aí ele sofreu um fumble… não, pera. Em um ataque muito bem ajustado, Nick Foles precisaria ao menos parcialmente manter a produção ofensiva da equipe. Nas duas partidas em que foi titular até o momento, não foi isso o que vimos.

No jogo da última segunda-feira, contra o Oakland Raiders, Nick Foles não foi nada bem. Aliás, Foles foi exatamente o mesmo quarterback que mostrou ser ao longo de toda a sua carreira na NFL, exceção feita ao ano de 2013. Em seu primeiro ano como titular na liga, no mesmo Philadelphia Eagles, na “era” Chip Kelly, Foles alcançou uma ótima marca, com 27 touchdowns e apenas 2 interceptações.

O quarterback nunca foi capaz de repetir essa performance, tendo vagado pela liga como reserva, nos Rams e nos Chiefs, antes de retornar ao Philadelphia Eagles em 2017. Quando Carson Wentz sofreu a contusão no joelho que o tirou da temporada, Nick Foles foi novamente alçado à condição de titular.

Vamos ao jogo contra os Raiders então.

Diante da equipe de Oakland, vimos claramente como Nick Foles limita o ataque dos Eagles. Foles é muito lento no pocket. Diante da pressão, o quarterback só se move para longe da linha scrimmage, gerando passes erráticos lançados com o peso do corpo no pé de trás, ou ainda, transformando sacks com perda de 5 jardas em sacks com perda de 12 jardas.

O quarterback dos Eagles tem dificuldade em passes longos, principalmente em lançamentos que requerem velocidade

Quando não está sob pressão, Foles mostra alguma eficiência quando lança passes rápidos, imediatamente ao chegar ao topo do seu drop no pocket, especialmente em passes curtos pelo meio. Quando precisa fazer algum deslocamento de pernas, durante a progressão de leituras, Foles perde muito em precisão.

O quarterback dos Eagles tem dificuldade em passes longos, principalmente em lançamentos que requerem velocidade. A falta de potência do braço de Foles faz com que ele quase sempre lance passes altos demais, dependendo de ajustes dos recebedores. Mesmo nos passes curtos, Nick Foles tem problemas com potência e velocidade. No jogo contra os Raiders, em que o plano de jogo dos Eagles se concentrou no jogo corrido e em passes curtos, muitos dos passes para as laterais do campo, na janela de 0 a 5 jardas da linha de scrimmage, foram erráticos. É possível ver que, mesmo nessa distância pequena, Foles não consegue imprimir força e velocidade em seus passes, principalmente quando não posiciona seus pés de maneira adequada, apontados para o “alvo”, o que é frequente em seu jogo.

Nick Foles terminou o jogo de segunda-feira com 19 passes completos em 38 tentativas (50%), para 163 jardas, com 1 touchdown e 1 interceptação. Dentro do plano de jogo já mencionado, além do foco no jogo terrestre (responsável por quase todas as jardas na campanha que resultou no touchdown ofensivo dos Eagles no jogo), vimos que Foles buscou com frequência os passes para o tight end Zach Ertz. Os recebedores, no entanto, passaram o jogo quase que inteiro em branco.

Contra uma equipe dos Raiders muito irregular, com seguidos erros ofensivos, Foles deu pro gasto (por pouco, diga-se de passagem). Na pós-temporada, contra equipes mais fortes, o quarterback precisará produzir muito mais do que o que mostrou no Monday Night Football. O ataque dos Eagles é muito variado, com armas potentes tanto no jogo aéreo quanto no jogo corrido. No entanto, ao perder a mobilidade e a versatilidade de Carson Wentz, particularmente diante da pressão, a equipe se torna muito limitada. Se o ataque não conseguir “esticar” o campo verticalmente, logo o jogo terrestre não funcionará adequadamente. Em resumo, se Nick Foles não for capaz de comandar o ataque de maneira mais eficiente, a vantagem de jogar em casa nos playoffs pode não valer muita coisa para os Eagles.

Foles (e o time como um todo) têm mais uma semana de “ensaio”, antes da hora da verdade. Será que ele será capaz de manter os Eagles voando alto?

De olho nos calouros

O jogo do século! Mitchell Trubisky x DeShone Kizer. Bem, não exatamente. Em uma tarde fria em Chicago, debaixo de neve, os dois calouros, que seguem como titulares, se enfrentaram. As condições climáticas não ajudaram, mas, independentemente disso, as atuações dos dois foram bem de acordo com o que cada um tem mostrado ao longo da temporada.

Mitchell Trubisky, apesar do alto número de passes incompletos, liderou sua equipe à vitória, tanto passando quanto correndo com a bola. A capacidade atlética do quarterback dos Bears é uma de suas melhores características. Trubisky terminou o jogo com 14 passes completos em 23 tentativas, além de 44 jardas terrestres (e um touchdown). Dependendo do que acontecer com a comissão técnica de Chicago (John Fox deve ser demitido após o término da temporada), Trubisky tem chance de dar um bom salto em seu segundo ano na liga.

Agora, DeShone Kizer… não quero falar mais nada sobre ele. Só ano que vem. Já deu.

Troféu “Parece Madden no nível amador” – melhor da semana

Jimmy Garoppolo

Jimmy G, o favorito a ser o MVP 2018. Exagero? Talvez, mas fato é que Garoppolo está jogando muito bem. Neste domingo, contra a defesa do Jacksonville Jaguars, possivelmente a melhor da liga em 2017, o quarterback dos Niners jogou sua melhor partida no ano.

Escapando da pressão de maneira espetacular, Jimmy Garoppolo acertou repetidamente seus alvos, dissecando a defesa dos Jaguars. O casamento entre Kyle Shanahan e Garoppolo parece funcionar muito bem, e a curiosidade sobre o que os dois podem fazer juntos em uma temporada inteira vai longe.

Exclusivo de nossos assinantes: ProClub: 5 motivos pelos quais já podemos afirmar que Garoppolo é o futuro dos 49ers 

O quarterback terminou o jogo com 70% de passes completos, para 242 jardas, com 2 touchdowns e 1 interceptação (na qual não teve culpa). Uma das melhores atuações em todo o ano contra a defesa de Jacksonville.

“49ERS"

Menções honrosas: Jared Goff – Los Angeles Rams / Tom Brady – New England Patriots

Troféu “TEEEEBOOWWW!!!!” – pior da semana

Brett Hundley

Pela segunda vez na temporada, o Green Bay Packers foi derrotado em casa sem marcar um ponto sequer. Diante dos Vikings, o quarterback Brett Hundley mais uma vez foi muito mal. Com dificuldade de lidar com a pressão no pocket, Hundley errou muitos passes, lançando duas interceptações horríveis.

O quarterback dos Packers terminou o jogo com 17 passes completados em 40 tentativas, para apenas 130 jardas, além das duas interceptações já mencionadas.

Com a contusão de Aaron Rodgers, a equipe dos Packers foi exposta por não ter uma opção adequada como reserva. Brett Hundley está longe de estar pronto (se é que algum dia estará). Isso certamente custou a temporada da equipe.

Menções “desonrosas”: Derek Carr – Oakland Raiders / DeShone Kizer – Cleveland Browns.

Fechando a conta

Em geral, finalizo a coluna com os destaques da semana seguinte, no que diz respeito aos quarterbacks. Hoje não. Semana que vem teremos, é claro, a última semana da temporada regular, em que serão decididos os últimos classificados aos playoffs. Após a rodada, no entanto, todo o foco será o de analisar e discutir a pós-temporada.

Desta forma, este aqui foi a última “Análise de Quarterbacks” do ano. Aproveito a oportunidade para agradecer quem seguiu a coluna ao longo da temporada. Ano que vem tem muito mais.

Até lá, sigo escrevendo sobre a NFL aqui no Pro Football. Podemos continuar as discussões, sobre quarterbacks ou qualquer outra coisa, no Twitter, em @joaohmacedo.

Valeu, pessoal!

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