Kyler Murray na briga pelo MVP, o ataque sendo explosivo, as vitórias vindo contra os rivais de divisão: tudo caminhava bem em Arizona em 2020. Porém, ele machucou o ombro na semana 11 e o time afundou, vencendo apenas três partidas depois disso. Provar que foi um acidente de percurso e chegar aos playoffs é a grande missão do treinador Kliff Kingsbury em 2021.
DRAFT E FREE AGENCY 2021: Dois grandes ídolos deixaram a franquia: Larry Fitzgerald e Patrick Peterson hoje estão apenas na memória dos Cardinals. Além deles, Kenyan Drake e Haasan Reddick são perdas significativas, mas a chegada de James Conner como um corredor mais “parrudo” deve suprir sua ausência do primeiro. Rodney Hudson é um reforço bom e barato de ser adquirido para o miolo da linha ofensiva, enquanto Malcolm Butler e A.J. Green trazem experiência ao elenco – embora longe de suas melhores temporadas. J.J. Watt vem para sua última tentativa de sair da NFL com um anel de campeão.
No Draft, o dinâmico Zaven Collins foi a primeira escolha para formar uma jovem dupla com Isaiah Simmons, tornando o corpo de linebackers muito versátil. Rondale Moore também é uma arma em potencial entre os wide receivers, podendo jogar em diversos alinhamentos e produzir com a bola nas mãos.
Principal reforço: J.J Watt, iDL. Por mais que seja um veterano, não dá para desprezar um reforço como Watt. Longe de ser da elite de sua posição como foi por tanto tempo, ele ainda é capaz de ser produtivo e sua versatilidade em alinhar tanto na lateral quanto por dentro da linha defensiva lhe torna ainda mais interessante.
Principal perda: Patrick Peterson, CB. Claro que Patrick Peterson já não mostrava mais o nível performance do seu auge, mas mesmo assim sua experiência fará falta. Inteligente, é o tipo de cornerback capaz de conseguir uma interceptação que muda um jogo e por isso deixará saudades nos torcedores dos Cardinals.
Kingsbury precisa dar uma identidade ao ataque
A transição de um treinador do college football para NFL não é das mais simples, porém é importante lembrar que a liga não costuma ser muito paciente. Nessa toada, Kingsbury precisa ser melhor na estruturação do seu ataque para 2021, em especial nos ajustes. O número de sacks sofridos dobrou após a semana de folga, os conceitos de passes foram repetitivos e chamar uma RB draw[foot] Jogada em que o quarterback finge que irá pro passe e entrega para running back correr[/foot] numa terceira descida para 18 jardas – perdendo e faltando menos de 5 minutos – prova que Kingsbury fez um trabalho frágil até aqui. Isso sem contar usos estranhos (ou falta de uso) de timeouts e outras decisões questionáveis. Em dados momentos da temporada. Kingsbury foi muito mais agressivo do que deveria e em outros muito mais conservador do que deveria.
Claro que ter um quarterback de bom braço e móvel como Kyler Murray ajuda, mas explorar melhor as deficiências dos oponentes se faz necessário. Chegando em seu terceiro ano, Murray também precisa se afirmar na liga. Da mesma forma que é um dos melhores em profundidade – teve 9 touchdowns e nenhuma interceptação em bolas para mais de 20 jardas – e excelente estendendo jogadas com as pernas, ele falha em pontos importantes.
Um exemplo é quando precisa atacar zonas intermediárias do campo: foram 7 touchdowns e 10 interceptações quando a bola viajou entre 10 e 19 jardas. Quando pressionado, Murray também mostrou problemas, completando somente 44% dos passes. No meio do campo, foram 7 interceptações, mostrando outra dificuldade[foot] Números do ProFootball Focus[/foot]. Ser consistente nesses quesitos poderá fazer com que o camisa 1 dê o salto de qualidade que o colocará em outro patamar.
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As peças estão à disposição, com destaque para DeAndre Hopkins, um wide receiver top-3 atualmente e que é garantia de jogadas espetaculares. O resto grupo tem Christian Kirk entrando em ano de potencial renovação de contrato e precisando mostrar serviço, Andy Isabella que não vingou ainda e um A.J. Green já trôpego. Pouco para o time que mais se utiliza do personnel 10[foot] 20%, segundo o FOA[/foot]. Até por isso, Rondale Moore pode ganhar espaço já em seu ano de calouro – em especial produzindo em screens passes, coisa que Kingsbury ama chamar. A ausência de um tight end de qualidade também impacta na criatividade ofensiva e isso não foi sanado.
Para dar suporte a um jogo aéreo vertical e que necessita de tempo para desenvolver as rotas, Rodney Hudson é o reforço como center e sua principal contribuição deve ser orientando a linha ofensiva, em especial nos ajustes contra as blitz. De resto, uma unidade que não é elite, porém consegue fazer bem seu trabalho tanto no jogo aéreo quanto terrestre.
Pelo chão, Kyler Murray é uma grande arma: com 822 jardas e 11 touchdowns em 2020, ele traz outra dimensão ao jogo terrestre, com jogadas de read-options e draws desenhadas para usar sua velocidade. Desta forma, os running backs são quase peças ancilares na unidade, tendo como principal responsabilidade carregar o piano. Kenyan Drake deixou o elenco, com James Conner o substituindo, mas isso em nada muda a premissa da unidade. Já Chase Edmonds contribui como recebedor, tendo 400 jardas aéreas na última temporada e pode se tornar o cabeça do grupo por sua versatilidade.
