Prévias 2020: Packers conseguem replicar sucesso de 2019?

Green Bay ficou muito perto de disputar o primeiro Super Bowl em 10 anos, mas defesa não conseguiu parar o último obstáculo em Kyle Shanahan. Equipe consegue repetir a boa campanha em 2020?

Os Packers ficaram a apenas um jogo do Super Bowl na última temporada. Na confiança de que o melhor entre o relacionamento entre Aaron Rodgers e Matt LaFleur ainda está por vir, o time terá uma abordagem semelhante à do último ano na busca de mais um anel para a organização.

DRAFT E FREE AGENCY 2020: Numa classe histórica de recebedores, Green Bay surpreendeu e não selecionou nenhum jogador da posição, o que causou espanto. Com exceção de Davante Adams, wide receiver foi um grande problema em 2019.

A free agency da equipe foi bastante tranquila. Poucas perdas relevantes, poucas adições que importam. Saem Bryan Bulaga e Blake Martinez, entram Rick Wagner e Christian Kirksey.

Principal reforço: Christian Kirksey, LB. Tecnicamente, ele é um upgrade considerável em relação à Blake Martinez; o problema é que, depois de seu ótimo início em Cleveland, ele sofreu bastante com lesões nos últimos dois anos.

Principal perda: Bryan Bulaga, OT. Por um lado, a chegada de Rick Wagner para a posição ameniza bastante o problema. Por outro, quando saudável, Bulaga formava junto de David Bakhtiari uma das melhores duplas de tackles da liga.

Os Packers têm um plano claro no ataque. Vai dar certo?

A discussão acerca do playbook de Mike McCarthy no ano de 2018 era sobre o conservadorismo da árvore de rotas que o jogo aéreo apresentava naquele ano. Seja por bem ou por mal, essa foi uma tendência que se repetiu com o ataque de Matt LaFleur em 2019, por mais que a percepção comum possa ser diferente pela quantidade de big plays que deram certo para Green Bay na última temporada.

Pelo que a intertemporada deu a entender, o treinador vai dobrar a aposta nessa tendência menos agressiva. LaFleur já estressou em outras ocasiões o quanto ele valoriza o fato de seu time correr bem com a bola – e, de fato, os Packers foram um ótimo time atacando por terra na última campanha. Com a escolha de um jogador como A.J. Dillon no Draft, que pouco acrescenta no jogo aéreo, e como o time deixou de adereçar a posição de wide receiver, o que era essencial para que o ataque fosse mais explosivo, se espera que Green Bay tenha uma postura mais voltada a correr com a bola.

Quando passar, Aaron Rodgers não terá muitas opções confiáveis à sua disposição. O time esperava que Devin Funchess pudesse assumir a condição de segundo recebedor, mas ele optou por não jogar em 2020 por conta da pandemia de COVID-19. Assim, Davante Adams é o único de quem se pode ter altas expectativas. O grupo de recebedores tem alvos como Allen Lazard, Marquez Valdes-Scantling e Equanimeous St. Brown, o que não é tão animador. Se Jace Sternberger conseguir dar um salto de produção depois de uma temporada de calouro afetada por lesões, será de grande valia para Green Bay.

A troca de Bulaga por Wagner na linha ofensiva não deve afetar tanto o desempenho do grupo, um dos melhores da liga. Por fim, Aaron Rodgers, a principal peça do ataque, precisa mostrar evolução na execução de passes rápidos no ataque e ser mais preciso de modo geral. Com um ano junto do sistema de LaFleur e sem nenhuma grande lesão em 2019, a tendência é que o desempenho individual do quarterback dos Packers seja o melhor desde 2016. Ele ainda tem as ferramentas e a qualidade para ser um dos melhores passadores na liga.

A defesa é, basicamente, a mesma

Três notícias para o torcedor dos Packers: a defesa em 2019 foi muito boa, existe um espaço considerável para melhora na unidade e Green Bay não fez tanto esforço para que essa evolução fosse possível. Nada surpreendente, já que o grande investimento aconteceu na intertemporada anterior, porém, também é verdade que o time podia ter tido mais atenção para os comandados de Mike Pettine no Draft.

A real fortaleza dessa unidade está na defesa contra o jogo aéreo. O front seven decolou na temporada passada com as chegadas de Za’Darius Smith e Preston Smith, e a contratação de Adrian Amos mexeu com a secundária. Como resultado, a defesa saltou de 29ª pra 15ª na métrica DVOA do Football Outsiders.

Os supracitados Smith Brothers foram essenciais pressionando pelo extremo, e Kenny Clark também é uma estrela atacando a linha ofensiva pelo interior. Rashan Gary, escolha de primeira rodada em 2019, precisa ter um desempenho melhor no seu segundo ano; caso isso aconteça, a rotação de pass rushers de Green Bay ficará excelente. Blake Martinez, exposto pelo esquema terrestre de Kyle Shanahan, foi embora; tecnicamente, o substituto Christian Kirksey é melhor, mas sua saúde é um ponto a se considerar.

Por fim, vale notar que o alto número de turnovers forçados pela secundária no ano passado tende a regredir em 2020, mas não parece que o grupo sofrerá uma queda de produção substancial. Jaire Alexander se estabeleceu como um dos principais cornerbacks da liga e a dupla de safeties composta por Adrian Amos e Darnell Savage é ótima. Kevin King é um segundo cornerback ok de modo geral, e vejo em Chandon Sullivan um nome que pode crescer bastante durante a temporada. A defesa contra o passe está em boas mãos.

Smith Bros acumularam, juntos, 25,5 sacks na última temporada

Como foi em 2019: (13-3, primeira posição da NFC North, Final da NFC).

Aspecto tático: Quando utilizando play-action, o ataque aéreo dos Packers teve média de 8.9 jardas por tentativa; quando não o utilizava, a média cai para 5.7 jardas. De acordo com o Football Outsiders, Green Bay também foi o segundo time que mais lançou passes atrás ou na linha de scrimmage, representando 24,9% das tentativas. Por mais que o time tenha tido sucesso com jogadas explosivas, ainda é um ataque conservador na sua essência. A equipe é um bom exemplo de como desenhar um jogo terrestre, com uma ótima média de 4,89 jardas por tentativa de corrida quando utilizando 11 personnel – 1 running back, 1 tight end, 3 wide receivers.

Jogo mais importante: vs Vikings, semana 8. À primeira vista, Packers e Vikings parecem mais uma vez os dois melhores times da divisão. Como as equipes se enfrentam já na abertura da temporada, a revanche em Green Bay pode ser o jogo mais importante para decidir o campeão da NFC North

Pergunta a ser respondida: Qual a real força da equipe? Green Bay venceu uma grande quantidade de jogos em 2019 por conta de uma boa dose de sorte e a tendência estatística é de uma regressão no número de vitórias; o outro lado da moeda é que existe espaço considerável para melhora no nível da equipe, especialmente se considerarmos que era um ano de adaptação para os métodos de Matt LaFleur depois da saída de Mike McCarthy. 2020 é o ano em que teremos uma melhor noção da força do elenco dos Packers.

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O que esperar em 2020

Todo ano com Aaron Rodgers under center exige expectativas altas dos Packers, e 2020 não será diferente. O time está junto dos Vikings na disputa pelo elenco mais qualificado da NFC North e uma ida aos playoffs é o mínimo esperado. Com maior adaptação ao sistema de Matt LaFleur e vindo de uma campanha 13-3, tudo indica que Green Bay estará brigando com os melhores da conferência em janeiro.

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