Apesar de passar por mudanças significativas na intertemporada, o plantel do Minnesota Vikings segue como potencialmente um dos mais fortes e competitivos da NFL. O sucesso imediato, porém, estará fortemente ligado à evolução dos jovens talentos do time, sobretudo aqueles escolhidos no Draft de abril.
Draft e Free Agency 2020: Os Vikings viram muitos atletas irem embora na free agency, incluindo titulares importantes como o WR Stefon Diggs (trocado para os Bills), o iDL Linval Joseph e o EDGE Everson Griffen. Por outro lado, conseguiram grandes reforços via Draft, em um recrutamento no qual selecionaram 15 atletas e solucionaram boa parte das suas carências. Resta saber se a troca de tantos veteranos por calouros trará problemas de inexperiência à equipe.
Principal reforço: Justin Jefferson, WR. Excepcional corredor de rotas e uma máquina de recepções saindo do slot, o calouro chega para imediatamente substituir Stefon Diggs. Jefferson promete ser muito útil para Kirk Cousins trabalhando no meio de campo e poderá aprender com Adam Thielen, um dos melhores da liga nesse aspecto.
Principal perda: Everson Griffen, EDGE. O problema é que a saída do EDGE deixou o corpo de pass rushers bastante raso em talento. Griffen ainda não assinou com ninguém e existe a chance de ele voltar a Minnesota antes da temporada, mas até o momento em que estamos escrevendo este texto isso não aconteceu.
Ataque não deve passar por grandes transformações em 2020
O interminável Gary Kubiak, conselheiro ofensivo em 2019, foi promovido ao posto de coordenador e playcaller com a saída de Kevin Stefanski para assumir o comando do Cleveland Browns. Isso significa que basicamente não teremos mudanças significativas no ataque dos Vikings: o esquema de bloqueios por zona no jogo corrido, marca registrada de Kubiak, seguirá intacto e o jogo aéreo continuará baseado em play-actions, screens e passes curtos.
Por falar em atletas, Kirk Cousins de novo terá todo o peso do mundo em suas costas após ter o seu contrato renovado por dois anos e 66 milhões na offseason. O quarterback vem da melhor temporada de sua carreira, tendo poucos turnovers e um índice altíssimo de precisão em passes intermediários e profundos, além de finalmente ter conseguido sua primeira vitória em playoffs. Os fãs e os analistas esperarão que ele repita a dose em 2020.
O ataque continuará focado em correr com a bola. Para isso existe uma sólida dupla de running backs formada por Dalvin Cook (que chegou a ameaçar fazer greve por um novo contrato) e Alexander Mattison. Já o corpo de recebedores tende a ser dominado por Thielen e Jefferson, ajudados eventualmente por Kyle Rudolph e Irv Smith, um dos melhores combos de tight end da NFL. Aliás, espera-se maior envolvimento de Smith no jogo aéreo em seu segundo ano como profissional.
A grande preocupação novamente é em relação à linha ofensiva. Minnesota está relativamente bem servido com os tackles Riley Reiff e Brian O’Neill. Já a posição de guard é um verdadeiro drama: Pat Elflein, Dakota Dozier e Dru Samia são as opções – qualquer um que entrar tende a ser um problema. Por fim, temos o center segundanista Garrett Bradbury, que segurou as pontas bloqueando para as corridas, mas foi pedestre protegendo Cousins.
No geral, a unidade foi acima do esperado na última temporada abrindo espaços para Cook e adaptando-se rapidamente ao esquema de bloqueios por zona, porém outra vez deixou a desejar na proteção ao passe. Isso deve se repetir em 2020, portanto é bom Cousins não pensar em segurar demais a bola.
Conexão entre Cousins e Thielen será chave para o ataque de Minnesota em 2020
Minnesota precisará de muita contribuição dos seus defensores calouros
Os Vikings perderam seus três principais cornerbacks de 2019 na intertemporada: Xavier Rhodes, Trae Waynes e Mackensie Alexander. Mas será que foram baixas tão importantes assim? Rhodes foi um dos piores cornerbacks titulares do ano passado, enquanto Waynes e Alexander nunca justificaram o alto investimento feito por eles no Draft. Nesse sentido, a franquia não tem muito a perder apostando no terceiranista Mike Hughes e nos calouros Jeff Gladney e Cameron Dantzler. No pior dos casos ficará tudo como está; no melhor, haverá crescimento de produção na secundária.
Quem até agora não foi substituído à altura é Linval Joseph – o IDL Michael Pierce seria a reposição, contudo ele não jogará em 2020 por conta da pandemia de Covid-2019. Já a saída de Everson Griffen foi muito bem suprida com a troca por Yannick Ngakoue, EDGE ex-Jacksonville Jaguars. Ngakoue é novo, produtivo e deverá fazer uma dupla formidável de pass rushers com o sempre subestimado Danielle Hunter. Os jovens Ifeadi Odenigbo e D.J. Wonnun completam o corpo de apressadores de passe do elenco.
De resto, os torcedores podem ficar tranquilos. Eric Kendricks ano a ano vem se consolidando como um dos principais iLB da NFL, enquanto Anthony Barr segue como uma opção confiável ao seu lado. Harrison Smith e Anthony Harris, por sua vez, formam a melhor dupla de safeties da liga, o que tem ajudado a secundária a sobreviver mesmo com cornerbacks jogando abaixo da média.
No geral, os Vikings seguraram boa parte da espinha dorsal defensiva de 2019, o que deverá manter a unidade e o time como um todo competitivos. Entretanto, existe sim preocupação quanto a falta de profundidade em determinadas posições, além do alto número de calouros que serão colocados na equipe sem muito tempo para aprender as nuances do jogo em nível profissional.
Como foi em 2019: (10-6, 2ª posição da NFC North, derrota no Divisional Round para o San Francisco 49ers).
Aspecto tático: Será interessante ver como se dará a dinâmica entre Adam Thielen e Justin Jefferson. Este, por exemplo, correu 575 das suas 583 rotas partindo do slot em 2019. Thielen, por sua vez, fez fama como um dos slot receivers mais eficientes da NFL na atualidade. O mais provável é o veterano ceder a posição ao calouro na maioria dos snaps, passando a alinhar mais vezes no lado do campo em 2020.
Jogo mais importante: Vikings @ Packers, semana 8. Minnesota terá um confronto chave contra Green Bay, fora de casa, voltando de sua bye week. As duas franquias são as favoritas ao título da NFC North, logo é fundamental ter sucesso no confronto direto contra o rival.
Pergunta a ser respondida: O time sentirá a saída de tantos veteranos? O processo de rejuvenescimento forçado pelo qual Minnesota passou na intertemporada pode ser excelente em médio e longo prazo, mas levanta dúvidas quanto ao sucesso imediato da equipe. Não é algo simples perder tantos titulares de longa data e se manter competitivo, por mais que o Draft tenha sido ótimo.
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Os Vikings precisaram trocar o pneu com o carro em movimento, fazendo uma mini-reconstrução no plantel, principalmente na defesa, enquanto a sua janela de pós-temporada e Super Bowl está aberta. A menos que basicamente tudo dê errado, eles têm time para disputar a NFC North com os Packers ou no mínimo brigar pelos playoffs através do Wild Card. Apesar dos pesares, ainda estamos falando de um dos elencos mais completos da liga, embora menos profundo em algumas posições do que em 2019.
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