
O último ano foi uma decepção para o torcedor dos Eagles que, com um elenco ainda muito bom, sonhava em ser o primeiro time a repetir o título de Super Bowl desde os Patriots em 2004 – justamente sobre as águias. Com seu quarterback plenamente recuperado das lesões que o acometeram e reforços de peso em ambos os lados da bola, existem razões para acreditar que Philadelphia pode, sim, brigar pelo título da Conferência Nacional.
Como foi 2018: (9-7, perdeu para os Saints na Semifinal de Conferência). Saindo da primeira conquista de Super Bowl da história da organização, diversas lesões de jogadores importantes minaram o que poderia ser um ano especial para os Eagles. A equipe conseguiu se classificar para a pós-temporada por algum milagre, mas novamente as contusões limitaram o desempenho de Philadelphia, que perdeu para New Orleans num jogo apertado.
Draft 2019:
A melhor escolha do Draft foi Andre Dillard, OT, Washington State, já que ele possui imenso talento e que terá um ano para se lapidar antes da aposentadoria de Jason Peters. A escolha mais questionável foi a de Clayton Thorson, QB, Northwestern, por possuir pouquíssimo talento e não ser digno de escolha, mesmo que de quinta rodada.
1ª rodada (22): Andre Dillard, OT, Washington State
2ª rodada (53): Miles Sanders, RB, Penn State
2ª rodada (57): JJ Arcega-Whiteside, WR, Stanford
4ª rodada (138): Shareef Miller, EDGE, Penn State
5ª rodada (167): Clayton Thorson, QB, Northwestern
Free Agency 2019
Principal reforço: Malik Jackson, iDL. O esquema de Jim Schwartz coloca bastante ênfase na pressão por dentro da linha, e Jackson é um interior com ótima capacidade de pass rush. Junto de Fletcher Cox, a dupla de iDLs dos Eagles será muito difícil de ser parada.
Principal perda: Jordan Hicks, LB. Os linebackers são menos importantes no esquema defensivo dos Eagles do que o normal, dada a intensa utilização de formações de base nickel. Menos não quer dizer nenhuma importância, e Hicks é um jogador de qualidade que certamente fará falta – além de ser o ‘cérebro’ da defesa de Schwartz.
Esse ataque pode superar a máquina de 2017? É possível.
Em 2017, ano do primeiro Super Bowl da franquia, os Eagles anotaram uma média de 28.5 pontos por jogo, a terceira maior média da liga – atrás apenas de Rams e Patriots. Se Carson Wentz estiver mesmo saudável (e repetimos esse ponto pois ele é o grande diferencial de Philadelphia em 2019), o potencial do ataque dos Eagles é ainda maior do que o de dois anos atrás.
Doug Pederson monta seu ataque baseado em combinações de rotas ao invés de chamar uma hot route para algum jogador específico, e isso será ainda mais letal para os oponentes nessa temporada com a adição de DeSean Jackson como elemento em velocidade. Mesmo veterano, Jackson ainda é a melhor deep threat da NFL – mas não pense que ele não pode executar outras rotas. Combine o talento de DeSean com a capacidade de Alshon Jeffery de conseguir recepções contestadas. Ainda não é mortal o suficiente? Formações 12 personnel com Zach Ertz e Dallas Goedert serão imparáveis.
Os Eagles possuem mesmo todas as peças. A linha ofensiva é excelente ainda – definitivamente faz parte da briga pelo posto de melhor da NFL -, especialmente em pass protection. E, de verdade, a mobilidade que a mesma apresenta – especialmente Jason Kelce – é praticamente incomparável, o que ajuda muito nos bloqueios em segundo nível para o jogo terrestre. Aliás, sobre corredores, minha expectativa é muito maior em Miles Sanders do que em Jordan Howard: eu sei que o segundo tem muita qualidade e teve uma temporada de calouro fantástica pelos Bears, mas não acredito que o sistema ofensivo de Philadelphia seja o ideal baseado em suas qualidades.
Pressão por dentro será a tônica da defesa
Jim Schwartz é um coordenador defensivo com fundamentos bem específicos, e poucos na liga colocam tanta ênfase como ele na pressão por dentro da linha – você entenderá um pouco mais sobre isso na seção de análise tática abaixo. Com Fletcher Cox e Malik Jackson atacando as linhas ofensivas por dentro, Philadelphia conseguirá criar o caos no backfield adversário de forma constante, já que, em duelos individuais, é bastante possível que os dois saiam vitoriosos de forma consistente – e não há forma melhor de afetar o timing de um ataque como pressionando o quarterback por dentro.
Profundidade no elenco é definitivamente uma preocupação aqui. Primeiro, os EDGEs não oferecem muito além de Brandon Graham e Derek Barnett. Segundo, porque o único linebacker provado no time é Nigel Bradham. Por menor que seja o uso de linebackers dos Eagles devido os pacotes nickel e dime, o time precisa de outras opções, e por isso é essencial que Kamu Grugier-Hill consiga desempenhar bem o papel que lhe é confiado nessa temporada: Philadelphia sabe de seu atleticismo, mas ele precisa se provar tecnicamente.
Por fim, a secundária está mais recheada do que você pode imaginar, e certamente será uma fortaleza do time. Com Rodney McLeod de volta, a dupla de safeties com Malcolm Jenkins está dentre as melhores da liga; depois, as opções para cornerback são muitas, mas Avonte Maddox (como nickelback), Ronald Darby e Jalen Mills são os que devem assumir a titularidade no primeiro momento, criando uma secundária bastante agressiva – o que também pode ter seu ônus, é claro. Opções reservas como Sidney Jones, Rasul Douglas e Cre’Von LeBlanc só mostram o quão recheado está a equipe nesse setor.
O que mudou na Intertemporada? De um modo geral, a perda de Nick Foles deixará mais saudade nos torcedores do que terá impacto no campo, já que a organização sempre acreditou que o futuro dela estava atrelado à Carson Wentz – que estendeu seu contrato. A volta de DeSean Jackson depois de cinco temporadas adiciona um elemento veloz e extremamente importante na verticalidade que o ataque de Doug Pederson necessita. Por fim, Timmy Jernigan como parte da rotação num contrato de baixo custo é um movimento digno de muitos aplausos.
Aspecto tático: Se anteriormente os Eagles eram um dos times que mais chamavam a atenção por formações nickel e dime, Philadelphia não está mais no topo da liga em nenhuma dessas formações, embora utilize defesa em base em apenas 18% de seus snaps defensivos. O alinhamento Wide Nine é uma das marcas da defesa de Jim Schwartz: nele, os EDGEs se alinham em 9-tech, de modo que consigam obter maior velocidade após o snap para atacar o quarterback, além de conseguirem defender melhor as ofensivas terrestres baseadas na outside zone. A maior vantagem, no entanto, está no fato da Wide Nine promover matchups mais favoráveis para o interior defensive lineman, e os Eagles possuem em Fletcher Cox uma grande estrela da posição – Cox é discutivelmente o melhor jogador da posição não-chamado Aaron Donald.
Jogo mais importante: Cowboys @ Eagles, semana 16. Os dois times mais fortes da NFC East se enfrentarão na penúltima semana da temporada num jogo que certamente terá implicações diretas na classificação para os playoffs.
Pergunta a ser respondida: Carson Wentz pode ficar saudável? Com problemas de lesão desde a faculdade, a saúde de Wentz é um ponto essencial para os rumos da temporada dos Eagles: vindo de um desempenho digno de MVP em 2017, ele rompeu o ligamento cruzado anterior e, posteriormente, junto de uma lesão nas costas, não esteve saudável ao longo de 2018. Wentz se manter saudável é essencial para que Philadelphia atinja totalmente seu potencial em 2019.
2019: O que você precisa saber! Os Eagles irão até onde a saúde de Carson Wentz permitir. Se ele estiver saudável – coisa que não aconteceu em 2018 – e voltar ao nível de MVP que vimos em 2017, Philadelphia é certamente uma das equipes a serem batidas dentro da Conferência Nacional dada a imensa qualidade do elenco da equipe.
Com a batata assando: Jim Schwartz. O esquema do renomado coordenador defensivo é complexo e, nas horas ruins, é bastante passível de críticas – vide Malcolm Jenkins pedindo para o treinador simplificar seus esquemas no meio de uma partida no ano passado. Mais um ano com desempenhos inconsistentes da defesa provocarão mudanças, e nesse cenário, Schwartz não sobreviverá.
TEXTOS SOBRE O TIME QUE FORAM ESCRITOS APÓS O SUPER BOWL
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Previsão para 2019
Gosto de pensar que consigo separar o clubismo da análise, e não acho que seja uma ilusão de torcedor imaginar que os Eagles são, sim, um dos favoritos a brigar pelo Super Bowl em 2019. O talento no ataque é superior ao do time campeão há dois anos, e a defesa tem potencial para também se tornar numa fortaleza. O resultado final depende de um fator muito importante: qual Wentz veremos? O inseguro de 2018 ou o candidato à MVP de 2017? Se o segundo se apresentar, então Philadelphia fará valer seu favoritismo. Chamadas um pouco melhores de Doug Pederson, mais sorte com lesões na defesa e aquela pontinha essencial de sorte que todo time campeão precisa: ainda que apontar um time campeão seja de uma arrogância tremenda antes do início da temporada, os Eagles não podem ser descartados como um dos candidatos.
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