Clemson contra a defesa de Alabama: reedição da final do ano passado no College

(1) Alabama Crimson Tide x Clemson Tigers (2)

Quando: Segunda (9), às 23h
Onde:
Raymond James Stadium – Tampa, Flórida
Transmissão:
ESPN e WatchESPN

O último encontro

Curiosamente, o último encontro entre as duas equipes foi na final nacional da temporada anterior. Deshaun Watson fez o melhor jogo de sua carreira (30/47, 405 jardas e 4 touchdowns pelo ar, além de 73 jardas terrestres), só faltando fazer chover em Glendale, mas não foi o suficiente para que Clemson batesse Bama.

No início do último quarto, os Tigers venciam por três pontos e Adam Griffith empatou o placar com um field goal. Logo depois, Nick Saban resolveu ousar e foi para um onside kick. E deu certo. Duas jogadas depois, a Crimson Tide virou o jogo com um passe longo de Jake Coker para OJ Howard. Clemson até diminuiu com um field goal, mas aí Alabama retornou o kickoff para touchdown e abriu vantagem de 11 pontos, que foi o suficiente para se distanciar bem e administrar para vencer a partida por 45 a 40 e garantir o terceiro título nacional em cinco anos.

Como foram as temporadas

Alabama: Nada novo, para falar a verdade. E isso não é ruim, muito pelo contrário. Alabama começou o ano passando o trator em um time que era estimado como um competidor pelos playoffs, USC, e tirando o jogo contra Ole Miss, que bateu Bama recentemente, o time de Nick Saban realmente não teve problemas para terminar a temporada regular invicta. Mesmo no espetáculo defensivo que foi a partida contra LSU – bem complicada, aliás – nunca pareceu que a defesa da Crimson Tide cederia pontos e o ataque finalmente apareceu no último quarto depois de cansar a unidade defensiva de Auburn no Iron Bowl. Para fechar a temporada, Bama bateu o fraco ataque de Florida na final da SEC sem muita dificuldade.

Clemson: Liderados pelo técnico Dabo Swinney, os Tigers eram um dos grandes favoritos da temporada e não dá para dizer que eles justificaram tanto assim nos jogos iniciais, apesar da boa vitória contra Auburn na estreia. Aí veio um confronto gigantesco contra Louisville, do vencedor do Heisman, Lamar Jackson, e Clemson sobreviveu no fim depois de uma partida sensacional. Só que os Tigers voltaram a dormir e quase perderam para North Carolina State (deve ter gente na Carolina do Sul agradecendo até agora pelo erro de field goal curto no fim do tempo regulamentar). Dá para dizer que o ponto mais importante da temporada tenha sido a derrota para Pittsburgh, com quatro turnovers. Daí para frente, os Tigers foram um ótimo time, passando por Wake Forest e South Carolina sem problemas antes de bater Virginia Tech na final da ACC.

O que aconteceu nas semifinais

Alabama: O time de Nick Saban chegou a tomar um susto contra Washington, que abriu o placar com um passe perfeito de Jake Browning para Donte Pettis, mas esta foi apenas uma das duas vezes que os Huskies cruzaram a linha do meio campo contra a ótima defesa de Bama, que aumentou a sua conta para 11 touchdowns na temporada com uma pick-six de Ryan Anderson. Mas o grande destaque da partida foi o running back Bo Scarbrough, que correu para 180 jardas – um novo recorde do programa em bowls – em apenas 19 corridas e anotou dois touchdowns. No final, Bama venceu tranquilamente, 24 a 7.

Clemson: Os Tigers não tiveram problemas para garantir a sua vaga na final, batendo Ohio State por 31 a 0. Os Buckeyes chegaram a ter a chance de abrir o placar, mas Tyler Durbin perdeu dois field goals ainda no primeiro quarto. Na campanha seguinte ao segundo, Deshaun Watson não teve problemas para liderar sua equipe e entrar na end zone para colocar a vantagem em dez pontos. Do outro lado da bola, Clemson praticamente não dava espaço para o ataque dos Buckeyes, com a defesa sufocando o quarterback JT Barrett e cedendo apenas 88 jardas terrestres para um ataque que tem seu plano de jogo baseado nisso.

Quando Alabama tem a bola

Aqui está o grande mistério da partida. Alguns dias após a semifinal, Nick Saban tirou Lane Kiffin – novo técnico da Florida Atlantic – do cargo de coordenador ofensivo, colocando Steve Sarkisian – ex-técnico de Washington e USC – no lugar. Por mais que Lane e Sark gostem de empregar estilos parecidos de ataque, realmente não dá para saber o que esperar de Sarkisian no comando do time, até porque ele era apenas analista ofensivo e não tinha tanto contato com os jogadores até o momento em que assumiu como coordenador.

Na semifinal, o que Alabama apresentou no ataque foi um jogo corrido muito forte, mas a equipe ainda tentou muitos passes e deu para ver que o quarterback Jalen Hurts realmente não parecia confortável indo contra a ótima defesa de Washington. A péssima notícia para o redshirt freshman é que ele enfrentará uma unidade que teve basicamente o mesmo desafio contra Ohio State e teve bastante sucesso. Assim como Hurts, JT Barrett é limitado passando e Clenson conseguiu fazer com que ele tivesse que os bater com a bola no ar ao invés de atacar pelo chão, o que deve ser a mesma receita de Bama.

Para vencer a defesa de Clemson, Hurts provavelmente terá que fazer algo que Jake Coker fez na última final: tirar proveito dos ótimos recebedores que tem. OJ Howard foi extremamente importante naquela partida (cinco recepções para 208 jardas e dois touchdowns). Além do tight end projetado para o fim da primeira rodada do draft, Bama ainda tem bons recebedores em Calvin Ridley e ArDarius Stewart. Aqui pode estar a chave do jogo.

Quando Clemson tem a bola

Deshaun Watson teve um dos melhores jogos de sua vida na última final contra Alabama. E por mais que o front seven de Bama talvez seja ainda melhor nesta temporada, o quarterback conta com uma peça fundamental que não participou do confronto no início de 2016: o wide receiver Mike Williams, um alvo bastante alto, forte e rápido, e que deve estar no topo das prioridades de qualquer equipe da NFL que busca um jogador da posição no próximo draft.

Mesmo sem Williams, Clemson teve bastante sucesso passando a bola na final da última temporada porque Watson conseguia se livrar da pressão de Bama e tinha tempo suficiente para achar dois alvos pelo meio, o sempre confiável tight end Jordan Leggett e o wide receiver Hunter Renfrow, que costuma manejar o slot para os Tigers. Os dois foram fundamentais navegando atrás dos linebackers de Alabama, aproveitando que sempre existia a ameaça de Watson correr com a bola. Não deve ser diferente neste jogo, ainda mais com os dois aproveitando a atenção que o Crimson Tide terá que colocar em Williams.

O grande problema daquele jogo (e que deve continuar neste ano) é que Clemson não conseguiu igualar a produção do ataque terrestre de Alabama. Wayne Gallman teve pouco sucesso correndo com a bola e foi o único running back que teve mais de uma tentativa. E como a linha defensiva de Bama continua ótima contra o jogo terrestre, dá para esperar que os Tigers não tenham tanto sucesso novamente, colocando ainda mais responsabilidade nas costas de Watson.

Jogadores para ficar de olho para o draft

Alabama: Jonathan Allen (DE, #93), Marlon Humphrey* (CB, #26), Reuben Foster (ILB, #10), Tim Williams (OLB, #56), OJ Howard (TE, #88), Cam Robinson* (OT, #74), Ryan Anderson (OLB, #22), Da’Shawn Hand (DE, #9)

Clemson: Mike Williams* (WR, #7), Deshaun Watson* (QB, #4), Carlos Watkins (DT, #94), Cordrea Tankersley (CB, #25), Jordan Leggett (TE, #16), Tyrone Crowder* (OG, #55), Artavis Scott* (WR, #3), Wayne Gallman (RB, #8)

* Jogadores que ainda tem elegibilidade em 2017, mas podem se declarar

Comentários? Feedback? Siga-nos no twitter em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds