Muitos pensaram que seria um passeio de #2 Clemson, segunda equipe melhor ranqueada do país, contra um time que não figura nem no top 25. No final, foi uma das melhores partidas da temporada e um upset gigante. Pittsburgh viajou até o chamado “Death Valley”para medir forças com os Tigers e surpreendeu os donos da casa com um triunfo espetacular por 43 a 42. A jogada da vitória aconteceu a menos de 10 segundos do fim, quando o kicker Chris Blewitt converteu um field goal de 48 jardas responsável por dar números finais ao confronto.
O ponto alto da partida, como fica evidente pelo placar, foi a apresentação dos dois ataques. Do lado de Clemson, o destaque vai para o quarteto formado pelo quarterback Deshaun Watson, o running back Wayne Gallman e os wide receivers Mike Williams e Artavis Scott. Os quatro irão participar do próximo Draft e se despediram hoje da torcida dos Tigers – a universidade não atua mais em casa na temporada. Gallman foi o mais apagado de todos (18 carregadas para 36 jardas), embora tem entrado três vezes na end zone com corridas de uma jarda.
Já Watson, provável escolha de primeira rodada em 2017, teve a performance de sua vida. Tudo bem, foram três interceptações, porém seus números mesmo assim foram monstruosos. Como o jogo terrestre da equipe não funcionou, o quarterback precisou lançar 70 passes, dos quais acertou 52 para 580 jardas (novo recorde da conferência ACC) e três touchdowns. Outra estatística impressionante: as 12 conversões de terceira descida de Clemson aconteceram através de lançamentos de Watson. Williams e Scott se aproveitaram da noite inspirada do signal caller e terminaram com um touchdown cada um e respectivamente 202 e 125 jardas.
Por sua vez, os Panthers viram James Conner e o coordenador ofensivo Matt Canada brilharem. Este montou um plano de jogo muito criativo e funcional para tirar vantagem das vulnerabilidades da defesa adversária, usando e abusando de passes curtos (o shovel pass foi uma arma incrivelmente eficiente), mudanças de formação na linha de scrimmage antes das jogadas, play actions e lançamentos pontuais em profundidade com o quarterback Nathan Peterman (22 de 37 passes completos, 308 jardas e cinco touchdowns). Já Conner, um dos melhores running backs do país e principal peça do ataque de Pitt, correu 20 vezes para 132 jardas e touchdown. Scott Orndoff (nove recepções, 128 jardas e dois touchdowns) e George Aston (duas recepções para touchdown) também se destacaram.
O confronto em si foi uma verdadeira loucura durante os 60 minutos. Ao longo dos três primeiros quartos, as equipes pontuaram em quase todas as campanhas, alternando-se na liderança do placar – ninguém conseguiu abrir mais de oito pontos de vantagem. Os Tigers só foram para o intervalo vencendo por 28 a 27 por conta dos erros do kicker Chris Blewitt (um field goal e um extra point).
No último quarto, entretanto, as defesas se acertaram e passaram a dominar os ataques. Vencendo por 42 a 34, os donos da casa não pontuaram nenhuma vez e pagaram caro por isso. A reação de Pittsburgh começou após Watson ser interceptado na linha de três jardas do campo ofensivo. Logo na sequência, o time entrou na end zone com Conner. Na posse seguinte, Clemson teve sua chance para matar o jogo, mas falhou. Os Tigers não conseguiram converter uma terceira e quarta descida para uma jarda na linha de 35 adversária. Então, faltando menos de um minuto no relógio, os Panthers recuperaram a bola, marcharam pelo campo e a posicionaram para a redenção de Blewitt: disparo de 48 jardas certeiro, vitória por 43 a 42 e uma das maiores zebras do ano confirmada.
Esta foi a primeira derrota de Clemson na temporada regular desde 2014 – ela era umas das universidades ainda invictas em 2016. O resultado também encerrou uma sequência de 22 vitórias consecutivas dentro do Memorial Stadium. O revés não acaba com a chance do time ir ao College Football Playoff, porém pode ocasionar uma queda pelo menos momentânea para fora do top 4. Os Tigers foram ultrapassados por Louisville na liderança da ACC Atlantic, mas se vencerem Wake Forest na semana que vem voltam ao topo da divisão. Já Pittsburgh (record 6-4) receberá Duke no próximo sábado.
Caos completo no Top 4: #3 Michigan e #4 Washington também perdem
Completando o caótico dia de College Football, #3 Michigan e #4 Washington também saíram de campo derrotadas. Os Wolverines perderam fora de casa para Iowa por 14 a 13, onde normalmente vêm se dando mal nos último anos. A defesa de novo teve uma apresentação sólida, mas o ataque dessa vez não conseguiu render como em outras partidas. No final, Michigan foi castigada por um field goal da virada de 33 jardas convertido por Keith Duncan com o cronômetro zerado. A equipe agora divide a liderança da Big Ten East com Ohio State e Penn State, contudo só depende de si para levar a divisão, pois já venceu os Nittany Lions e ainda enfrentará os Buckeyes (dia 26/11)
Washington, por sua vez, perdeu em casa para USC por 26 a 13. Jake Browning, um dos principais quarterbacks da temporada, teve a sua pior atuação de 2016 e terminou o duelo com 17 passes completos em 36 tentativas, 259 jardas, um touchdown e duas interceptações. Os Trojans dominaram o placar o jogo inteiro e na segunda etapa apenas administraram a vantagem de 17 a 6 obtida no primeiro tempo. Os Huskies foram ultrapassados por Washington State na Pac-12 North, porém terão a chance de retomar a liderança da divisão quando os dois times se enfrentarem no dia 25/11.
Não é fácil prever exatamente como as derrotas de Clemson, Michigan e Washington afetarão o próximo ranking do Comitê de Seleção do College Football Playoff. Teremos que esperar até terça-feira para descobrir. Como todo mundo perdeu, inclusive outras equipes do Top 10 (#8 Texas A&M e #9 Auburn), é possível que as alterações não sejam tão bruscas assim. #5 Ohio State venceu Maryland por 62 a 3 e deve voltar à zona de classificação aos Playoffs – só resta saber no lugar de quem.
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