Miami e Notre Dame tem história e dois eventuais quarterbacks do Draft 2017 em campo

Ao final da década de 1980, a Universidade de Miami era a novidade: um programa ousado que veio do “nada” no início da década e que alguns anos depois sofreria sanções da NCAA por conta de violações inúmeras – não vamos falar sobre aqui porque o texto ficaria enorme. Cabe saber que Miami representava o ousado (em inglês, bold), o novo.

Ano após ano, os Hurricanes estavam no topo dos rankings e um jogo era especial para a equipe da Flórida. Notre Dame. A tradição do Fighting Irish, em oposição à novidade do “swag” dos Canes. As partidas entre as duas equipes na década de 1980 entraram para o folclore do College Football como “Catholics vs Convicts” (Católicos, em referência à Notre Dame, vs Condenados, em referência a Miami): o vencedor da rivalidade em 1987, 88 e 89 veio a ser o campeão nacional. Anos antes, em 1985, Jimmy Johnson – que você deve conhecer como técnico dos Cowboys, mas que começou em Miami – não quis saber de misericórdia e pisou no acelerador contra o Fighting Irish em 1985. Não faltam histórias em partidas contendo as duas equipes. Em 88, houve uma briga antes da partida. No ano seguinte, provocações para todo lado.

A história deste ano, porém, não é rumo ao título. Os Canes não estão mais ranqueados e postam-se com campanha de 4-3 – vêm de três derrotas seguidas após abrir a temporada com quatro vitórias. Notre Dame, por sua vez, também passa por temporada decepcionante. Após perder a abertura da temporada para Texas, o Irish tem campanha de 2-5 (quatro derrotas seguidas). Uma vitória neste sábado, além de se recuperar de uma sequência negativa – alguém tem que vencer, afinal – é um boost de energia rumo ao fim do ano. Não esquecendo que para ir à bowl season é necessária campanha com 6 vitórias na temporada (salvo raras exceções). Não estar em um Bowl seria um feito terrível para Notre Dame – a última vez que isso aconteceu foi em 2009.

É interessante notar que as equipes não se enfrentaram muito desde que a rivalidade foi intensa nos anos 80. Até porque Notre Dame decidiu encerrar a série anual na década seguinte por conta da intensa rivalidade e incidentes durante o jogo – os quais, para Miami, não eram problema, mas para os conservadores diretores acadêmicos de ND, sim. Desde então, as equipes se enfrentaram apenas duas vezes. “O foco para mim não é este (potencial rivalidade), mas executar bem, confiança, não é sobre vingança ou tradição”, disse o técnico de Notre Dame, Brian Kelly. “Não sei se eles jogaram com meu pai ao início dos anos 1980”, disse Alex Bars, right guard de Notre Dame, cujo pai, Joe, de fato esteve em campo contra os Hurricanes de 1981 a 1984.

Embora para alguns o jogo não seja pintado como rivalidade, alguns ainda evocam histórias dos Católicos contra os Condenados. “Em Miami, você é julgado por ter vencido Notre Dame ou não. Se você não os vence, falhou”, disse Manny Diaz, nativo da cidade de Miami e coordenador defensivo dos Canes. “É importante. É algo grande nesta universidade. Nesta cidade. E, estando 12-0 ou 0-12, jogando aqui ou na Lua, Miami tem que ganhar de Notre Dame”

Duelo de Quarterbacks?

Eles não estão em campo ao mesmo tempo, mas podem estar na antessala do Draft de 2017. DeShone Kizer (Notre Dame) e Brad Kaaya (Miami) são dois dos mais bem cotados quarterbacks para o Draft. Que tal conhecermos melhor a ambos?

Kaaya é o motivo pelo qual o Miami Hurricanes reapareceu no futebol americano universitário e esteve invicto por quatro partidas. Titular desde o primeiro dia, Kaaya é um pocket passer puro (estilo Philip Rivers, Peyton e Eli Manning, guardadas as proporções de talento obviamente) e que não chama muito atenção no extra-campo – em tempos que muitas estrelas do nível universitário se envolvem em problemas, isto é um bom sinal.

Com doze touchdowns e cinco interceptações na temporada, Kaaya está mostrando mais presença de pocket e um footwork bem evoluído. Líder em campo, ele é a principal estrela de um ataque mais voltado para o estilo West Coast offense com ênfase no jogo terrestre; Como deu para ver, Kaaya ainda precisa mostrar bastante em campo, principalmente a força do seu braço. Bom nas tomadas de decisão, seu maior defeito é o medo de arriscar no fundo do campo – não sei se pela falta de força no braço ou pelo estilo de jogo dos Hurricanes. Se Kaaya e Chad Kelly se combinassem em um prospecto só, provavelmente seria material de primeira rodada. No momento ele é cotado para o segundo dia de escolhas.

Brad Kaaya ganha o título de prospecto preferido para alguns porque DeShone Kizer não deve entrar no Draft este ano – apesar de elegível. Kizer está em seu momento Christian Hackenberg, em que precisa levar o ataque, a defesa e a tradição do programa nas costas. Mesmo com tanta pressão e enfrentando um calendário difícil (como é tradição em Notre Dame), Kizer é o único que está se salvando e colocando o seu nome como um futuro prospecto de qualidade.

Apesar de ser Junior, Kizer jogou apenas duas temporadas. Além disso até o início deste ano ele estava envolvido em uma disputa com Malik Zaire pela posição de titular (até agora não sei o que Brian Kelly estava pensando em não nomear logo Kizer o titular). Fica claro que um ano a mais no college faria muito bem para Kizer, principalmente para o seu desenvolvimento – e aumentaria as chances de ele sair na primeira rodada.

O produto de Notre Dame é extremamente talentoso, mas está desenvolvendo vícios de quem joga atrás de uma peneira chamada linha ofensiva – como soltar passes com o apoio no pé de trás. Isto dá certo no nível universitário apenas. Mesmo assim, ele tem um braço incrivelmente forte, inteligência em campo e certo atleticismo – nível Aaron Rodgers de poder se virar e criar jogadas do nada. Muito potencial, só que não é o momento para sair do futebol americano universitário.

Outros jogadores para ficar de olho: Miami  (CB Corn Elder, WR Stacy Coley); Notre Dame (OT Mike McGlinchey, WR Equanimeous St. Brown).

Os matchups mais importantes da partida

Miami CB Corn Elder vs. Notre Dame WR Equanimeous Brown: Aparte de alguns problemas defensivos para os Canes, Elder está tendo uma temporada acima da média e vê sua draft stock subir a cada semana. É seu segundo ano como titular e a experiência pode falar mais alto contra Brown, recebedor segundanista no time mas como um cara que ficou mais conhecido neste ano. A parte interessante do duelo entre os dois diz respeito à altura de ambos: Brown é praticamente 16 centímetros mais alto que Elder, então Kizer pode explorar essa vantagem na red zone.

Pass Rush de Notre Dame vs Pass Block de Miami: A vida de Brad Kaaya não foi nada fácil contra Virginia Tech na semana passada. O quarterback dos Hurricanes foi sackado em impressionantes oito oportunidades – mais do que todos os outros jogos combinados, dado que até então ele sofrera seis sacks. Do outro lado da batalha nas trincheiras, não é como se Notre Dame fosse uma potência do pass rush. Os Católicos tem apenas seis sacks forçados em sete jogos, o que lhes qualifica como quarto pior (de 128) time do país no quesito.

  • O que: Miami at Notre Dame
  • Quando: Hoje, 17:30 (Horário de Brasília)
  • Onde: ESPN +

Confira abaixo as partidas transmitidas pelo Watch ESPN neste sábado.

  • 14h – Kentucky vs Missouri
  • 14h – Duke vs Georgia Tech
  • 14h – #2 Michigan vs Michigan State
  • 14h – #24 Penn State vs Purdue
  • 14h – #24 Louisville vs Virginia
  • 14:30h – Boston College vs NC State
  • 17:30h – Army vs Wake Forest
  • 17:30h- #8 Baylor vs Texas
  • 17:30h – Northwestern vs #6 Ohio State
  • 17:30h – Texas Tech vs TCU
  • 18h – Samford vs Mississippi State
  • 21h – #7 Nebraska vs #11 Wisconsin
  • 21:15h – Auburn vs Ole Miss
  • 21:15h – #18 Tennessee vs South Carolina
  • 21:30h – New  Mexico State vs #9 Texas A&M
  • 22:07h – #3 Clemson vs #12 Florida State
  • 00:45h – Washington State vs Oregon State (também na ESPN +)

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