Debate: O que você acha de Kirk Cousins?

A coluna “Debate” desta semana está focada no único quarterback que jogará com a Franchise Tag em 2016. Após uma sólida temporada ao sair do banco para substituir Robert Griffin III. Passada a desconfiança inicial, Cousins terminou o ano jogando muito bem contra a NFC East, tendo uma excelente linha ofensiva a sua frente e sendo o quarterback com maior porcentagem de passes completos na temporada. Já dissemos que, “contratualmente falando”, a melhor decisão que Washington poderia tomar era, de fato, colocar a Tag para testar se Kirk é uma “macarena”/”sucesso de carnaval” ou se o rendimento dele vai durar mais do que um ano. Até porque o salário da tag gira em 19 milhões – e um contrato de longo prazo, considerando apenas 2016, seria algo perto disso mas com o ônus de haver bônus nos próximos anos e estar preso ao quarterback.

Leia também: Kirk Cousins recebe a franchise tag e segue com Washington em 2016

Considerando esse contexto todo, fizemos a seguinte pergunta a nossos leitores: O que você acha de Kirk Cousins? Ele é fogo de palha ou é um sólido quarterback para o futuro? Além do post no Facebook (não deixe de curtir nossa página), dois de nossos redatores – cada um com um ponto de vista – e nossos sócios ouro e diamante opinaram acerca da questão.

Não parece e de fato não é uma pergunta fácil. Avaliar a posição de quarterback na NFL é uma das coisas mais difíceis que existem no que tange aos esportes americanos. Há muitas “incógnitas terceiras” nessa equação: idade, eventuais lesões, produtividade do corpo de recebedores e etc.

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Além disso, existe um histórico grande de quarterbacks que fizeram uma grande temporada – e apenas uma – para ser fogo de palha e “one hit wonder” depois. Nomes como Scott Mitchell, Derek Anderson, Tommy Maddox, Rick Mirer, Steve Beuerlein e Elvis Grbac aparecem quando o assunto “sucesso de um ano só” vem à mente. Sem Robert Griffin fazendo sombra e vindo de um título divisional – como consequência, calendário mais forte no ano seguinte – Cousins terá o ônus de tirar a dúvida da cabeça das pessoas e se provar um grande signal caller. Será que ele vai conseguir? Confira as opiniões e, ao final, formule a sua.

Não Gosto de Kirk Cousins; Eis os motivos:

Por Ariel Gomes, leitor do ProFootball

É o caso daqueles quarterbacks medianos que não vão levar aos playoffs, mas vão jogar o suficiente pra ter campanha boa, tirando dos Redskins as melhores posições no draft. Era melhor não ter renovado, visando uma posição melhor e construir o futuro de forma mais consistente.

Por Gustavo Henrique Sens Costa, leitor do ProFootball

Gosto dele, realmente jogou muito bem na segunda metade da temporada, mas não da de confiar muito em um cara que jogou bem em poucos jogos. Para mim, é um Nick Foles versão 2016.

Por João Henrique Macedo, redator do ProFootball

Washington teve, em 2015, uma temporada melhor do que o esperado pela maioria das pessoas, alcançando 9 vitórias e 7 derrotas, conquistando o título da Divisão Leste da Conferência Nacional e chegando aos playoffs. Muito desse sucesso, como sempre acontece, foi atribuído ao quarterback da equipe. Kirk Cousins, em sua primeira temporada completa como titular, após disputa com Robert Griffin III na pré-temporada, à primeira vista alcançou bons números. Sua performance fez com que a equipe usasse a franchise tag para impedi-lo de assinar com outro time. Desta forma, Cousins seguirá em Washington nesta temporada, com um salário que passa dos 19 milhões de dólares. Entretanto, ao olharmos mais de perto para a atuação de Cousins, surgem dúvidas quanto à sua capacidade de se manter como um quarterback titular de qualidade nos próximos anos. Tentaremos hoje dissecar a temporada do quarterback, mostrando o porquê da incerteza quanto ao futuro do jogador.


Kirk Cousins terminou a temporada 2015 com mais de 4000 jardas aéreas, completando 69% dos passes e lançando para 29 touchdowns e 11 interceptações. Bons números, certamente, mas há muito que as estatísticas não mostram. Washington possui uma das melhores linhas ofensivas da NFL, liderada pelo tackle Trent Williams e pelo guard (calouro em 2015) Brandon Scherff. O tight end Jordan Reed está entre os mais eficientes da NFL. Além disso, o corpo de recebedores da equipe está entre os melhores da liga. Píerre Garçon, DeSean Jackson e Jamison Crowder formam um grupo de características variáveis, mas com um grande ponto comum: a capacidade de ajustar seu posicionamento para receber passes pouco precisos. E pode apostar, todos eles utilizaram muito esta característica na última temporada. As baixa precisão de Cousins nos passes intermediários e longos colocou os recebedores sob muita pressão.

Outro fator contribuiu para os números de Cousins: YAC (jardas após a recepção, na sigla em inglês). De acordo com o site de estatísticas e análise Football Outsiders, 58% dos passes de Kirk Cousins “voaram” até 5 jardas além da linha de scrimmage. O resto das jardas? Obra dos recebedores e bloqueadores da equipe. Ao juntarmos o trabalho dos recebedores de Washington (o subvalorizado Garçon, em especial) em livrar o quarterback de interceptações e passes incompletos, é possível perceber como o talento que o cercava ajudou a “maquiar” os números de Cousins.

É claro que Kirk Cousins não é um quarterback sem nenhuma qualidade. Sua precisão nos passes curtos e boa presença e movimentação no pocket também contribuíram para o sucesso da equipe, além de sua capacidade de liderança. Mas Cousins é um quarterback mediano, com importantes limitações. É possível inclusive afirmar que Washington teve uma boa temporada mais “apesar de Cousins” do que “por causa dele”.

Desta forma, muito da performance ofensiva de Washington deve ser creditada ao General Manager Scot McCloughan e ao técnico Jay Gruden. McCloughan montou um elenco ofensivo muito forte, conforme já citamos. Já Gruden moldou seu esquema ofensivo de acordo com as qualidades de Kirk Cousins, tentando minimizar seus defeitos, o que sem dúvida deu certo.

Talvez não haja conclusão melhor do que a frase dita pelo próprio Scot McCloughan, quando perguntado por Jason Cole, do Bleacher Report, sobre a franchise tag e o desejo de manter Cousins na equipe. McCloughan mencionou que disse a Cousins “vamos construir esse elenco para que você possa ser mediano e ainda assim bom”. E esse é o máximo que o quarterback pode alcançar. Com a dificuldade de se manter um elenco de alto nível por muito tempo na NFL, é possível imaginar que logo Kirk Cousins terá que mostrar a capacidade de levar um ataque por conta própria, o que parece pouco provável.

Um meio termo e um voto de confiança para Cousins

Por Juninho Magalhães, leitor do ProFootball

Acho ele um bom quarterback, não excepcional. Mas dentro do contexto da franquia, e a recente decepção com Griffin III, a escolha foi acertada. Ele entrou em uma bomba e deu conta do recado temporada passada. Vamos ver esse ano com os holofotes sobre ele.

Por Guilherme Freixes, sócio diamante do ProFootball – saiba aqui como ser um e ter lugar cativo nesta coluna

O elenco de apoio é bom, boa linha ofensiva e um grupo de recebedores acima da média em minha opinião. Não é qualquer time que conta com nomes como Pierre Garçon, DeSean Jackson, Jordan Reed, Vernon Davis e o calouro Josh Doctson. Se colocarmos esse ataque na mão de um QB que tenha o mínimo de talento, pelo menos ele tem de chegar aos playoffs. Para mim, depende do próprio Cousins ter sucesso ou não. Acho que ele foi bem ano passado, mas agora ele está sob o holofote e não é mais o plano B da franquia. Washington acertou em colocar a tag, mas ao final do ano a franquia tem de optar entre ficar com Cousins ou achar um novo quarterback titular. 

Por Gustavo Cesar Alves Rezende, leitor do ProFootball

O salário dele deve se à franchise tag, que era a melhor solução possível. Era o melhor para a franquia que garantia um quarterback sem a incerteza de garantir um contrato por causa de uma temporada. Para o “Capitão Kirk”, um contrato poderia ser prejudicial para ele, já que o quarterback teve bons números na parte final da temporada.

Torço pra Washington, preferia o Robert Griffin III é verdade – mais explosivo/pirotécnico, mas achei o Kirk Cousins muito seguro (Alex Smith cover), e os recebedores dele cada um tem uma característica. Uma pena terem liberado o Alfred Morris, que tirando a última temporada tinha passado das mil jardas terrestres todos os anos na capital.

Gosto do Garçon, o DeSean Jackson é o homem das big plays, Jordan Reed muito seguro e me parece que a linha ofensiva está mais segura que nos tempos de RG3.

Por fim, gosto da segurança que Kirk Cousins representa. Ano passado não contava com a vitória contra os Bills – tenho esperança de um 5-5 fora da divisão(Browns, Vikings,Bears, Lions e Ravens). Sei que contra Arizona Cardinals, Seahawks, Steelers, Bengals e Green Bay (talvez Baltimore Ravens) a vitora não vem. Mas dá pra sonhar com uma temporada 8-8, talvez 9-7 e jogar de novo em janeiro – e segurança por mais chato que seja, é um ativo valioso especialmente para um quarterback.

Por Daniel La Marca Bigatello, sócio diamante do ProFootball – saiba aqui como ser um e ter lugar cativo nesta coluna

É um quarterback razoável, analisando as opções de mercado e vendo que não se tem boas peças vale a aposta de segurança, já que o mesmo levou o time de Washington para os playoffs. Cousins fez um ano de 2015 médio, mas ganhou a briga para ser o quarterback titular e a confiança da torcida. Agora ele só tem que fazer valer essa Tag.

Por Gustavo Bossolan, leitor do ProFootball

Clássico caso de dependência de um quarterback médio/bom que é pago como ótimo/espetacular. Não garantir a tag para Cousins era praticamente assinar um contrato de não ida para os playoffs em 2016, mas a assinatura saiu caro demais. Jogou muito no final da temporada passada, mas sempre apoiado de um bom conjunto ofensivo. Ademais, a disputa na NFC East é, infelizmente, baixa. Com Dallas destruídos sem talento defensivo e um Giants com ataque prolífico e uma defesa desastrosa, os Eagles eram os únicos adversários divisionais capazes de bater de frente com o ataque de Washington. Ainda sim, Cousins conseguiu ser derrotado por Dallas em um jogo cheio de FG e Punts. Pra mim, é um mal necessário. A Tag é posta, o preço é caríssimo, mas era o único jeito de pensar em pós-temporada e, sobretudo, é mais uma temporada para Kirk Cousins demonstrar se é ou não o quarterback que a franquia precisa.

Por Natanael Duarte Neto, sócio ouro do ProFootball – saiba aqui como ser um e ter lugar cativo nesta coluna

O Washington Redskins teve que pagar 20 milhões de dólares a Kirk Cousins, em um contrato de “franchise tag”. Tudo indica que essa decisão foi tomada em virtude da boa temporada de Cousins que levou o time da Capital a vencer a NFC East com um recorde de 9-7. Ele teve quase 70% de acerto nos passes, batendo o recorde da franquia em jardas (4.166), touchdowns (29) e interceptações (11). Será que os Dirigentes de Washington precisam de mais um ano para saber se Kirk Cousins vai ser realmente o franchise quarterback. O General Manager Scott McCloughan comprou a briga do head coach, Jay Gruden, quando ele barrou Robert Griffin III e declarou que Kirk Cousins seria o quarterback titular.

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Cousins é inteligente e sabe disso, comentando que ele jogará no time que o “quer”. Ele também sabe que se fizer uma boa temporada, conseguirá um bom contrato em  2017 no próprio Washington Redskins ou em outro time da NFL que esteja precisando de um quarterback.

Gosto de Kirk Cousins, eis os motivos

Por Sérgio Bertarelli Júnior, leitor do ProFootball

Cousins, demonstrou ser uma melhor leitor de defesas do que o antecessor. Ele consegue correr quando precisa, mas o passe é a principal arma dele. Tem o carinho e a lealdade de todos. Ele, com Michigan State, foi campeão no Outback Bowl. Confio nele. Óbvio que precisa melhorar alguns aspectos… Mas pra mim ele é muito mais um franchise quarterback do que Griffin.

Por João Maurício Souza, redator do ProFootball

Aaron Rodgers, Peyton Manning, Tom Brady, Tony Romo, Daunte Culpepper, Drew Brees, Brett Favre, Phillip Rivers, Carson Palmer, Ben Roethlisberger, Kurt Warner e Kirk Cousins. Estes são os únicos quarterbacks a atingir um passer rating – métrica que avalia a atuação de um passador – superior a 100 em uma temporada em que tenha lançado pelo menos 500 passes. Estes dados indicam jogadores que se mostraram capazes de manter um excelente nível de eficiência mesmo tentando um grande número de passes. E essa é a principal característica de um franchise quarterback. Todos os outros 11 jogadores da lista acima já foram alçados a esse status, e em 2016 será a vez do quarterback de Washington.

Tentarei não me prender muito no que Cousins fez ano passado. Basta dizer que ele foi o quarterback mais preciso da NFL, completando 69,8% de seus passes, o oitavo em jardas por tentativa e teve a quarta menor média de passes interceptados. Ele ainda teve a oitava melhor média de passes completados na red zone, a décima primeira em passes para mais de 20 jardas e o nona maior porcentagem de jardas antes da recepção em relação às jardas totais. Traduzindo, estamos falando de um quarteback muito preciso, com boa eficiência, que protege muito bem a posse de bola, é decisivo próximo à end zone, capaz de completar passes longos com frequência e consegue criar jardas por conta própria, não dependendo exclusivamente da habilidade de seus recebedores após a recepção. O que mais Washington pode esperar dele?


Eu respondo: que repita esta atuação por mais uma temporada. Foi por isso que o general manager Scot McCloughan decidiu usar o recurso da franchise tag para manter o jogador por essa temporada, ao invés de oferecer-lhe um contrato de longa duração digno de um franchise quarterback. Ele chegou a dizer que está pronto para pagar a mais se Cousins se sair bem. Prepare sua carteira então, senhor McCloughan! Se as condições para o sucesso de Kirk Cousins em 2015 parecem favoráveis em retrospecto, as coisas estão prestes a ficar ainda melhores em 2016. Muito se diz da vantagem que Cousins teve, por enfrentar muitos oponentes com defesas fracas, mas nas três partidas que teve contra defesas ranqueadas no top 10 do site Football Outsiders, Kirk Cousins só teve problemas contra o New York Jets, se saindo bem contra Carolina e St. Louis. E vale lembrar que seis das dezesseis partidas que ele fará em 2016 são contra seus rivais de divisão, que não põe muito medo nos quarterbacks adversários.

O jogo corrido de Washington também é um ponto a seu favor. Se as opções do elenco ano passado já não eram muito animadoras, com a saída de Alfred Morris, o ineficiente Matt Jones é o titular da posição para 2016. Com isso, o ataque de Washington terá que se voltar ao jogo aéreo se quiser ter algum sucesso. Com isto, Cousins, que já teve a décima segunda maior quantidade de tentativas de passes na temporada passada, deve ser ainda mais utilizado. E com a eficiência que já demonstrou ter, seu número de jardas aumentará consideravelmente. A vulnerabilidade do jogo corrido já lhe rendeu 5 touchdowns terrestres ano passado, e este número pode até aumentar, dado que Jones não demonstrou grande faro pela endzone.

Outra vantagem é seu elenco de suporte. A linha ofensiva, que já vivenciou uma boa evolução no decorrer da última temporada, deve vir ainda melhor para 2016, com mais um ano de entrosamento e treinamento com Bill Callahan, o melhor técnico de linha ofensiva da NFL. Seus alvos, que já eram bons em 2015, se tornaram ainda mais perigosos com a adição de Josh Doctson, o melhor prospecto da posição de wide receiver no Draft deste ano.

Portanto, meu caro João Henrique Macedo, te deixo a seguinte pergunta: You like that?!

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