2017, o ano do cornerback: Conheça aquela que pode ser uma das melhores classes de CBs da história do Draft

Quem está acompanhando a nossa cobertura do Draft aqui no ProFootball já deve ter lido a seguinte frase: a classe de 2017 é defensiva. Não que não existam jogadores ofensivos de qualidade, mas a maioria absoluta dos prospectos de elite estão do outro lado da bola, tanto que não é impossível imaginar um top 5 formado apenas por defensores. De fato, é quase certo que a primeira escolha geral será utilizada em Myles Garrett, defensive end de Texas A&M, a menos que alguma troca aconteça ou o Cleveland Browns resolva agir como Cleveland Browns.

Na verdade, se quisermos ser ainda mais precisos em nossa avaliação, devemos dizer que a classe de 2017 é defensiva porque é absurdamente recheada de talento nas posições de cornerback e safety. Esse é o grande diferencial do próximo Draft, o qual possivelmente o fará entrar para a história. Por exemplo, qual a última vez que dois safeties foram apontados de forma quase unânime como escolhas top 10? Em 2017, temos Malik Hooker (Ohio State) e Jamal Adams (LSU).

Pensando então somente em cornerbacks, o foco deste artigo, a profundidade de talento é ainda maior. Franquias como Cowboys, Titans, Colts e Jets, que possuem carências evidentes na secundária, já podem esfregar as mãos. A expectativa é que 2017 seja o ano do cornerback, assim como 2014 foi o ano do wide receiver.

Analistas confirmam: é a melhor classe de defensive backs em vários anos

Para dar maior ênfase no que estamos falando, pensamos ser interessante abrir aspas para alguns especialistas da mídia norte-americana. Daniel Jeremiah, do site NFL.com, disse: “O Draft 2017 reúne o grupo mais profundo de cornerbacks e safeties que eu já vi desde que comecei a fazer análises há 14 anos.”

Mike Mayock, também do site oficial da liga, analista da NFL Network no dia do Draft e dono de uma das opiniões mais respeitadas no meio, afirmou o seguinte: “A média é de 12 cornerbacks saindo nas duas primeiras rodadas nos últimos anos. Posso te dar 17 ou 18 nomes que eu tenho com notas entre as rodadas um e três. Alguns técnicos me disseram na outra noite que eles pegarão um cara na quinta rodada que deveria sair na segunda”. Sim, é esse o nível de qualidade que estamos falando.

Talvez agora você esteja se perguntando o que faz dessa classe tão especial. Bem, primeiramente, um número acima da média de atletas com belas carreiras universitárias e potencial para brilhar no nível profissional. Em segundo lugar, variedade de características e habilidades. Existem cornerbacks para todos os gostos e necessidades, desde os mais físicos, que pressionam os recebedores na linha de scrimmage e se sobressaem na marcação homem a homem, até os especialistas em fazer cobertura por zona. Obviamente um corner de elite precisa saber fazer as duas coisas, porém sempre existe um certo grau de afinidade com um sistema ou outro.

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Por fim, falando sobre outro aspecto ressaltado por Mayock, os futuros calouros são bastante privilegiados fisicamente. Utilizando como base o board do site CBS Sports, podemos notar que quase todos os cornerbacks listados no topo estão na casa dos 1,83m (6’0”). O mais baixo entre os que estão no top 10 é Adoree’ Jackson (1,78m). A tendência é as equipes da NFL buscarem cada vez mais defensores altos e fortes para combaterem recebedores que também estão crescendo de tamanho – ao mesmo tempo que o sucesso da Legion of Boom fez com que a tendência fosse de jogadores mais altos na secundária. Como podemos notar, altura não parece ser um empecilho para a classe de 2017.

Conhecendo (brevemente) alguns dos principais nomes da posição

Chegou a hora de sermos apresentados aos nomes que serão exaustivamente mencionados ao longo das próximas semanas – quer dizer, provavelmente você já ouviu falar da maioria deles. Lembrando que não realizaremos uma análise detalhada dos prospectos, isso será feito em outro texto um pouco mais pra frente.

Marshon Lattimore (Ohio State) atualmente é apontado como o principal cornerback do recrutamento e uma escolha top 10. Ele é o pacote completo: boa estatura, atlético, veloz, ágil e com experiência atuando próximo da linha de scrimmage de Ohio State. Lattimore possui um teto altíssimo, porém carregada dois inconvenientes pontos de interrogação: só foi titular por um ano no College Football e sofreu com diversas lesões musculares.

Sidney Jones (Washington) era quem poderia ameaçar o reinado de Lattimore. Contudo o defensor de Washington rompeu o tendão de Aquiles da perna esquerda durante seu Pro Day e deve despencar no Draft, possivelmente até a terceira rodada. Jones se sobressaia tanto na marcação homem a homem quanto por zona. Uma pena que uma lesão irá atrapalhar a carreira de um dos prospectos mais empolgantes do Draft.

TreDavious White (LSU) é um dos atletas mais experientes de todo o Draft, afinal foi titular por quatro anos na defesa de LSU. White também tem como característica ser versátil, tendo atuado como nickelback e retornador de punts. A expectativa é que ele seja titular na NFL desde cedo.

Marlon Humphrey (Alabama) é um dos cornerbacks mais físicos e agressivos do recrutamento, tanto que sua agressividade as vezes o atrapalha e faz com que ele acabe propiciando big plays aos recebedores adversários. Sua técnica, no geral, precisará ser aprimorada para enfrentar melhores quarterbacks e recebedores, mas o jovem ex-Alabama tem características físicas muito interessantes para o nível profissional.

Gareon Conley (Ohio State) foi o companheiro de Lattimore nos Buckeyes na última temporada. Em comparação com Marshon, Conley é um pouco menos atlético e não possui um potencial tão alto, mas ainda assim tem condições de ser relevante na NFL. Além disso, atuou no slot, o que pode aumentar seu valor no Draft.

Adoree’ Jackson (USC) é um dos atletas mais dinâmicos do recrutamento. Em USC, atuou na defesa, ataque e times especiais, mostrando ser um verdadeiro playmaker (anotou 15 touchdowns durante sua carreira universitária: seis recebidos, oito em retornos e um após uma interceptação). O problema de Jackson, entretanto, é parecido com o de Jabrill Peppers: fazer várias coisas e não ser realmente excepcional em nada. Seu valor como cornerback diminui por causa disso, embora ele deva ser escolhido na segunda rodada.


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Talento não falta, porém isso não muda o fato de que precisamos ter paciência

Por fim, antes de encerrarmos este texto, gostaríamos de fazer um lembrete: paciência é uma virtude. Por mais qualificada que essa classe seja, é improvável que ela já chegue arrebentando na NFL. A transição de um cornerback do College Football pro nível profissional costuma ser difícil e cheia de percalços. Se caras como Tom Brady, Drew Brees, Julio Jones, Antonio Brown etc. são um terror na vida de veteranos experientes, imagine então o que eles podem fazer com um calouro. Sem contar ainda eventuais adaptações a novos esquema de jogo, à velocidade e contato físico maior das partidas etc.

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Enfim, pode demorar um pouco para esses jovens assumirem o protagonismo em suas novas equipes. Recentemente, há exemplo de calouros que chegaram fazendo barulho, como Marcus Peters, Jalen Ramsey e James Bradberry, contudo são exceções. A tendência é que novos cornerbacks sofram um pouco e até comecem a temporada na reserva, mesmo aqueles selecionados na primeira rodada.

Manter a paciência, porém, não significa duvidar do potencial de uma possível histórica safra de cornerbacks – ou melhor, de defensives backs como um todo.

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