Olha quem voltou, bela e formosa, para uma participação especial na segunda pós-Draft: a coluna 5 lições, que acompanha você leitor durante toda temporada da NFL. Nessa aparição fora do programado, vamos tirar ensinamentos do processo de recrutamento deste ano, que teve Trevor Lawrence como a primeira escolha geral. Depois de três dias, os times saíram com novas peças para seus elencos e jovens talentos terão a oportunidade de mostrar seu trabalho na NFL. Sem mais delongas, vamos as 5 lições:
1- Bill Belichick em grande fase
Após uma boa free agency, em que pagando mais do que o justo ou não, Bill Belichick conseguiu sanar grande parte dos buracos do New England Patriots, agora foi a vez de “tio Bill” brilhar no Draft. Na primeira noite, apenas ficou esperando na 15, sem afobação e garantiu Mac Jones, que pode ser trabalhado para ser seu quarterback do futuro. Já na segunda, garantiu o melhor jogador de miolo de linha defensiva da classe, selecionando Christian Barmore e ainda fez uma boa aposta no EDGE Ronnie Perkins. No dia 3, bons valores e que podem ter impacto logo, como o linebacker Cameron McGrone. Depois de alguns anos com Drafts questionáveis, Belichick voltou à melhor forma.
2- Atleticismo importa e muito
Existe uma métrica chamada RAS, que serve para mensurar o atleticismo dos prospectos através dos seus testes no Combine e nos Pro Days. A nota final é de 1 a 10, sendo que acima de 7 é considerado bom. Descontando quarterbacks – para quem isso não importa muito – restaram 27 escolhas na primeira rodada. Destas, 5 não fizeram Pro Day por conta de lesões: Jaylen Waddle, DeVonta Smith, Najee Harris, Christian Darrisaw e Caleb Farley.
Entre as 22 escolhas restantes, 18 delas (81%) tiveram RAS acima de 9. A nota mais baixa foi 7,75 do EDGE Gregory Rousseau – que teve um Pro Day atípico. A média da primeira rodada foi 9,40, número considerado elite. Conhecendo os prospectos que não fizeram os testes, esse valor provavelmente permaneceria igual ou até cresceria. Está claro: para ser uma escolha de primeira rodada é essencial ser um grande atleta.
3- Jogar em Alabama garante dinheiro
Não é nenhuma novidade que Nick Saban, treinador de Alabama é um mago: recruta bem, faz seus jogadores chegarem prontos para NFL e ainda ganha títulos de rodo no college football. Neste ano não foi diferente: 10 draftados, sendo 8 dentro do top-40 e 6 destes na primeira rodada.
Somados os últimos 5 drafts, são 21 atletas vindo dos Crimson Tide, alcunha de Alabama, foram escolhidos no primeiro round. Apenas para efeito de comparação, Ohio State foi a segunda, com 11 selecionados no mesmo período, pouco mais que a metade. A primeira escolha de Auburn, grande rival de Alabama, foi apenas no final da terceira rodada. Isso impacta diretamente no processo de seleção dos nomes vindos do ensino médio, que na dúvida preferem jogar com Saban pelo alto índice de sucesso no Draft.
4- Ryan Pace se redimiu de seus erros
Se teve alguém neste Draft que aumentou seu prestígio – ou que pode ter salvo seu emprego – esse se chama Ryan Pace, general manager do Chicago Bears. Após algumas trapalhadas nos últimos anos, como ter draftado Mitchell Trubisky, contratado Mike Glennon, Nick Foles e recentemente Andy Dalton, o manda-chuva dos Bears deu uma bola dentro. Aproveitando-se da queda inexplicável de Justin Fields, ele trocou da escolha 20 para 11 com o New York Giants a preço de banana: apenas uma primeira rodada extra (de 2022) e duas de dia 3, que tem valor irrisório, garantindo assim o quarterback do futuro da franquia. Ainda na segunda rodada, draftou o bom offensive tackle Teven Jenkins. Grande final de semana de Pace.
5- O buraco no Houston Texans só fica maior
A situação já não era boa em Houston: a primeira escolha do time no Draft era apenas a 67, no começo da terceira rodada, por conta das terríveis trocas no período Bill O’Brien. O imbróglio envolvendo o quarterback Deshaun Watson, que pediu para ser trocado e depois viu seu nome em meio a inúmeras acusações de abuso sexual, tornou tudo ainda mais nebuloso.
Mas a verdade é que a franquia não se ajuda: na sua primeira chance de escolher, o time selecionou o quarterback Davis Mills, de Stanford, um nome projetado com teto de reserva. Com inúmeros buracos na equipe, draftar um quarterback mediano no terceiro round era tudo que não deviam fazer. Até porque o time deve ter escolha alta na primeira rodada do ano que vem, onde poderia solucionar essa questão.
